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Quarta, 01 Mai 2024

Conheça os principais atrativos do Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia no Pará

Unidades de Conservação são lugares feitos para a proteção do bioma amazônico. Nesses espaços, animais e plantas podem viver em paz sem se preocupar com a ação humana. No Pará, um exemplo é o Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia (REVIS), que faz parte do Grupo de Proteção Integral criado através do Decreto nº. 2.211 de 30/03/2010 e está localizado na Região Metropolitana de Belém (RMB).

O processo histórico desta Unidade de Conservação teve inicio por volta de 1800 no período dos engenhos de maré - engenhos de cana-de-açúcar movidos pela força das marés -, tendo como proprietário na época o Conde Coma Mello. 

Posteriormente, em 1950, a empresa Pirelli S/A comprou a 'Fazenda Oriboca', a qual ficou popularmente conhecida como a 'Fazenda da Pirelli'. Em seguida, esse período se encerra com a transformação da antiga plantação de seringa em pastagem, com o nome de 'Fazenda Guamá', até o fechamento de suas atividades entre as décadas de 1980 e 1990.

Foto: Reprodução/Prefeitura de Marituba

Após quase 20 anos de criação e por conter um ecossistema precioso, a área acabou ganhando a atenção das autoridades. Por esse motivo, em 30 de outubro de 2010,  por meio do  Decreto nº. 2.211, foi criada o Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia, que ficou conhecido como REVIS.   O decreto tinha como principal objetivo proteger ambientes naturais para que fossem asseguradas condições de existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora e da fauna residente ou migratória.

Além disso, a unidade ajudaria na manutenção dos Serviços Ambientais, bem como garantir os processos ecológicos naturais, além de conservar parte dos 31% restantes de florestas primárias da RMB, confirmando seu grande destaque para conservação ambiental no Estado.

Em números 

O REVIS possui ecossistemas aquáticos (6,5%) que contemplam o rio Guamá, pequenos furos e igarapés; ecossistemas de terra firme (25,7%) que contemplam capoeiras, pastagens abandonadas, assim com as plantações de seringueira e urucum; e ecossistemas de várzea (67,8%), contemplando florestas preservadas.

Pesquisas realizadas na Unidade apontaram várias espécies vegetais ameaçadas de extinção, como o acapu, o angelim, o cedro, a Castanheira do Pará e a ucuúba branca. A fauna é bastante diversificada, apresentando grande quantidade de macacos-de-cheiro, bem como pacas, veados-mateiros, tatus e capivaras. Existem ainda várias espécies de anfíbios e répteis.

No total, 28 famílias residem na unidade, as quais trabalham na extração do látex da seringueira, do urucum e do cacau, na pesca de subsistência e na exploração do açaí. 

Foto: Reprodução/Prefeitura de Marituba

Como visitar? 

O Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia está aberto todos os dias e o melhor período para visitação é no verão amazônico, pois no período chuvoso torna-se perigoso andar nas trilhas, devido ao perigo de queda de árvore. O visitante encontrará tanto trilhas com vegetação fechada como abertas e de diferentes níveis dificuldade.

Para visitar está Unidade de Conservação é necessário autorização do órgão gestor da Unidade (deflor-bio), enviando a solicitação de visita para o e-mail: , com no mínimo 10 dias de antecedência. 

A entrada é gratuita e pode ser solicitada por pessoa física, por instituições de ensino e pesquisa, entidades públicas, projetos sociais e sociedade civil.

Todas as pesquisas na Unidade deverão ser solicitadas e autorizadas pelo órgão gestor, através do formulário disponível no site. Os interessados poderão enviar suas dúvidas pelo e-mail: .

Foto: Reprodução/Prefeitura de Marituba

Como Chegar 

O REVIS fica a 23 quilômetros de Belém. Com acesso realizado por via terrestre, pela Rodovia BR-316 até o município de Marituba, o visitante segue até o Km 14, dobrando em seguida na "Estrada da Pirelli". 

Percorrendo mais 4 Km pela estrada, chega-se à entrada da unidade. O REVIS compõe o mosaico de unidades de conservação da Região Metropolitana de Belém (RMB).  

Atrativos 

O espaço oferece aos visitantes tanto atrativos naturais quanto atrativos turísticos. Como atrativos naturais destacam-se o Lago da Onça, o Igarapé do Dique, sua fauna (130 espécies de mamíferos, 300 espécies de aves, 220 espécies de peixes, 180 espécies de anfíbios e répteis e 500 espécies de invertebrados). A flora também é diversa, contando com 340 espécies de plantas, sendo que nas áreas de várzea é possível encontrar exemplares ameaçados de extinção como o acapu (Vouacapoua americana), angelim (Zygia racemosa), cedro (Cedrela odorata), castanheira do Pará (Bertholletia excelsa) e a ucuúba branca (Virola surinamensis), entre outras e nas áreas de várzea dos rios Guamá e Uriboca, encontram-se exemplares de grande porte de samaúmas (Ceiba pentandra), ucuúbas (Virola surinamensis) e entre outras.

Os visitantes podem encontrar também rios, furos, igarapés e ainda caminhar nas trilhas como a da Seringueira, Samambaia, Quati, Circuito da Pirelli e trilhas de "aventura" para prática de corridas de bicicleta ou a pé. Também podem entrar em contato com atrativos, os quais contam não só a história da UC, mas também a cultura do Estado, tais como construções antigas (resquícios de Engenho e da fazenda da Pirelli) e a extração de látex, Comunidades do Dique e Três Marcos (remanescentes da fazenda Guamá), Comunidades tradicionais Ponta Negra e Santo Amaro (dentro da UC). 

Foto: Reprodução/Prefeitura de Marituba

Trilhas

As principais trilhas da Unidade são: da Samambaia (com 1,82 km de extensão), do Seringal (com 528 m), do Bambú (com 377m), do Quati (com 2,38 km) e o Circuito da Pirelli (com 13,1 km). 

Para a realização de visitação e atividades científicas, institucionais e educativas nas trilhas, é necessária autorização do órgão gestor e acompanhamento de guias.

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Rota do Guarumã

A Rota do Guarumã é uma trilha de longo curso aberta pelo Ideflor-bio, com cerca de 30km e atravessa três Unidades de Conservação da Natureza Estaduais (Parque Estadual do Utinga "Camillo Vianna", Área de Proteção Ambiental Metropolitana de Belém e Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia), cortando também os municípios de Belém, Ananindeua, Marituba e Benevides. 

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O percurso atravessa também algumas comunidades tradicionais e ribeirinhas, como a comunidade de Nossa Senhora dos Navegantes, onde os visitantes podem programar pernoites.

A Rota do Guarumã segue o padrão do Sistema Brasileiro de Trilhas de Longo Curso, criado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e, portanto, é toda sinalizada com placas e marcações reconhecíveis nacionalmente. Isso garante que a trilha, aberta por profissionais do turismo, condutores e voluntários, seja trafegável por visitantes de todo o país.

Partindo do Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna, o visitante da Rota pode fazer o seguinte trajeto: Comunidade Nossa Senhora dos Navegantes – Sítio Bom Jesus – Entorno do Território Quilombola do Abacatal – Entorno da Polícia Rodoviária Estadual – Refúgio Metrópole da Amazônia – Comunidade do Maravilha. Recomendações para a Rota do Guarumã podem ser acessadas no site.

Ruínas do Engenho

As ruínas do antigo engenho e das antigas estruturas de manufatura de borracha, que faziam parte da Empresa ou Fazenda da Pirelli (1950-1960), são potenciais atrativos históricos e culturais para atividades educativas dentro da Unidade.

Ruínas da Igreja

As ruínas da igreja católica, existente na Unidade, marca o período em que a área era bastante frequentada pelos trabalhadores da empresa, como moradia e espaço de atividades culturais e religiosas. Além da igreja, os visitantes podem encontrar ruínas do Grupo Escolar "Guamá", utilizadas pelos trabalhadores da Fazenda.

Vila do Dique

Com algumas casas e estruturas erguidas no período da Pirelli, a vila era o local de moradia de alguns funcionários da empresa, ocupados com a extração da seringa na área. Hoje, algumas residências são utilizadas pelo órgão gestor para dar suporte aos visitantes e pesquisadores.

Lago da Onça

Lago rodeado de árvores de grande porte, com potencial para a realização de circuitos de arvorismo e observação de aves.

Comunidades

O REVIS convive com algumas comunidades que possuem um estilo de vida peculiar, como as de Uriboquinha, Ponta Negra, Santo Amaro, Bom Jesus, Nossa Senhora dos Navegantes, Florestal, Divino Espírito Santo, Maravilha e Morada Nova, Santo Antônio e do Flexal. 

Nessas, os visitantes poderão contemplar a pesca artesanal, com o uso de matapís, agricultores familiares que realizam a extração de açaí, a produção de farinha e a coleta de frutos como o cacau, assim como uma a arquitetura ribeirinha. 

Alguns produtores locais participam periodicamente da Feira da Biodiversidade, realizada pelo Ideflor-bio no Parque Estadual do Utinga "Camillo Vianna", onde podem oferecer seus produtos da agricultura familiar para o público em geral. Esses também são assistidos tecnicamente pelo Instituto através do Projeto Agro várzea.

Local da feira: Centro de Acolhimento do Parque Estadual "Camillo Vianna". Bairro: Curió-Utinga, Belém(PA). 

Horário: 7h às 13h 

Entrada gratuita

Território Quilombola Abacatal/Aurá (entorno)

Esta é uma complexa comunidade, que se destaca pelos seus antecedentes históricos/arqueológicos, aspectos culturais e socioambientais, constituída por 400 pessoas, distribuídas em 120 famílias. Localizada no Município de Ananindeua, essa comunidade existe deste 1710 e ocupa uma área de mais de 500 ha, sobrevivendo através da coleta de açaí, pupunha, bacaba, uxi e cupuaçu, também como pelo cultivo da mandioca, para produção de farinha e demais derivados. Alguns dos produtores estão envolvidos no Projeto Agro várzea do Ideflor-bio.

Igarapé e Comunidade Taiassuí (entorno)

No município de Benevides, no entorno do REVIS, existem trilhas ecológicas, rios e igarapés com potencial turístico, com destaque para a região do bairro do Taiassuí, conhecido por seus balneários, com acessos por vias terrestres vindo do centro de Benevides, ou via fluvial pelo rio Guamá.


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