Foto: Reprodução/Rede Raio que o Parta
A expressão ‘Raio que o parta‘ é do arquiteto carioca Donato de Melo Junior, que não tinha uma resposta técnica para explicar o uso de painéis de azulejos coloridos usados pelas famílias de baixa renda de Belém (PA) para embelezar as fachadas de residências nas áreas de expansão da capital paraense, por volta das décadas de 1940 e 1960.
É um capítulo do movimento modernista na arquitetura de Belém que a prefeitura, por meio de projeto da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Semcult), em parceria com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan/Pará), está buscando popularizar.
O ‘Raio que o parta’ tem movimento forte em Belém, incluindo um perfil (@rederaioqueoparta) nas plataformas digitais e muitos simpatizantes.
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O coletivo foi criado em 2020 pelas amigas Elis Almeida, Elisa Malcher e Gabrielle Arnour, graduadas em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Pará (UFPA), dando início ao mapeamento e catalogação dos exemplares em Belém e no Pará. O coletivo tem página colaborativa na internet, incluindo uma cartilha e detalhes sobre a importância da preservação.
Para Gabrielle Arnour, que atualmente está no Departamento de Turismo da Semcult, o projeto da prefeitura em ampliar a divulgação do patrimônio histórico, seja da arquitetura, das artes e cultura em geral, é muito importante e joga luz num momento da história que a maioria do público desconhece a influência do modernismo nas criações da arquitetura, abandonando os modelos dos casarios clássicos portugueses e seguindo as tendências criadas pelos painéis do mestre Portinari e do arquiteto paraense Alcyr Meira.
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Segundo Jorge Pina, arquiteto do Departamento de Patrimônio Histórico da Semcult, o patrimônio histórico segue o ritmo da evolução social e começou em Belém com influência portuguesa, retratado no quadro de Teodoro Braga sobre a fundação da cidade e estilos diversos como colonial, barroco, neoclássico, eclético e modernista e segue até os dias atuais com o legado da urbanização da COP30.

Para se obter licenciamento para obras no ambiente do patrimônio histórico é necessário procurar a sede da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, na avenida governador José Malcher, 295, bairro de Nazaré e preencher a documentação necessária.
Os procedimentos estão previstos na lei municipal na Lei nº 7.709, de 18 de maio de 1994, que dispõe a preservação e proteção do Patrimônio Histórico, Artístico, Ambiental e Cultural do Município e estabelece as regras para o licenciamento de obras em bens tombados e no Centro Histórico de Belém, incluindo seu entorno.