No Pará, artistas têm ganhado reconhecimento nacional levando os sons do Norte para o Brasil inteiro, com músicas que refletem a diversidade e a região amazônica. Vários deles adotaram nomes artísticos que diferem de seus nomes reais, escolhidos como símbolo de transformação pessoal e identificação até mesmo com o público.
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Nesta série, o Portal Amazônia procurou artistas dos estados na Amazônia Legal que adotaram esses nomes diferentes dos próprios para seguir carreira. Conheça alguns dos mais populares no Pará:
Fafá de Belém
Maria de Fátima Palha de Figueiredo, conhecida nacionalmente como Fafá de Belém, é uma das maiores cantoras da música popular brasileira. Natural de Belém, no Pará, começou a cantar em festas familiares e encontros sociais quando ainda era criança.

Sua estreia na música aconteceu em 1976, com o lançamento do álbum ‘Tamba Tajá’. Seu segundo álbum, ‘Água’ de 1997, vendeu mais de 95 mil cópias, deixando a artista nas paradas de sucesso.
Durante sua carreira, Fafá passeou por diversos gêneros musicais como o bolero, o romance, o samba-canção, o carimbó, o sertanejo e até o rock. Apesar disso, a cantora jamais abandonou suas raízes paraenses.
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Jaloo
Jade de Souza Melo é conhecida nacionalmente como Jaloo. A cantora de música brasileira contemporânea nasceu em Castanhal, no Pará, e iniciou sua trajetória produzindo remixes e divulgando seus trabalhos na internet.

Artista trans, começou a carreira ainda usando o nome Jaime, o que deu origem ao nome artístico: a união entre ‘Ja’, de Jaime, e ‘lo’, de Melo, com um ‘o’ a mais para garantir exclusividade no buscador do Google. A escolha do nome Jade a ajudou a manter a identidade artística e a cantora ganhou repercussão nacional misturando pop eletrônico, tecnobrega, indie e outros sons.
Seu álbum de estreia, #1, lançado em 2015, apresentou uma estética futurista totalmente enraizada na cultura amazônica, e foi aclamado pela crítica. A cantora também é conhecida por sua performance visual e seu engajamento com a diversidade de gênero e sexualidade.
Pinduca
Aurino Quirino Gonçalves, conhecido como Pinduca, nasceu em Igarapé-Miri, em 1937. Considerado o ‘Rei do Carimbó’, ele foi responsável por popularizar ritmos típicos como o carimbó, o siriá e o lundum em todo o país, com mais de 30 álbuns gravados desde os anos 1970.
“Eu fui dançar numa quadrilha junina, lá na casa da dona Cabocla Valois. E eu fui colocar nomes, apelidos engraçados, nas abas dos chapéus, para os componentes da quadrilha e cada dançarino da quadrilha tinha um nome engraçado, que eu mesmo escrevi na aba do chapéu. Aí, na aba do meu chapéu, eu escrevi Pinduca. Quando coloquei o chapéu na cabeça, todo mundo começou a me chamar assim. Não me chamavam mais de Aurino, não. Ficou Pinduca”, afirmou o cantor ao Portal Amazônia.
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O artista gostou tanto do apelido que entrou na justiça para mudar seu nome de registro, e a mais de 20 anos seu nome passou a ser Aurino Pinduca Quirino Gonçalves, o Pinduca.
“Depois disso foi só prosseguimento… Pinduca pra cá, Pinduca pra lá, veio o Rei do Carimbó, e ficou Pinduca para a eternidade”, concluiu.
Gaby Amarantos
Nascida Gabriela Amaral dos Santos, a cantora Gaby Amarantos ganhou destaque em 2012 com a música ‘Ex Mai Love’, que foi trilha sonora de novela e sucesso nas rádios de todo o país.
A artista se tornou uma referência do tecnobrega, gênero que mistura música eletrônica com elementos do brega tradicional paraense.
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Ao longo dos anos, a artista participou de programas de televisão, atuou como jurada de reality shows, apresentou programas e seguiu lançando músicas que exploram não apenas o tecnobrega, mas também o afropop, o carimbó e o samba.
Seu nome artístico ‘Amarantos’, é uma junção de seus sobrenomes ‘Amaral’ e ‘Santos’.
Dona Onete
Ionete da Silveira Gama, a eterna Dona Onete, nasceu em 1938, em Cachoeira do Arari, na Ilha do Marajó. A cantora, que só gravou seu primeiro disco aos 73 anos, é professora de história e estudos paraenses, e se dedicou durante a vida à educação e à cultura.
Quando se aposentou, Onete passou a se apresentar em bares de Belém, até ser descoberta por músicos do Coletivo Rádio Cipó e ser convidada a participar de shows.
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Seu álbum de lançamento, Feitiço Caboclo, trouxe composições com letras sensuais e com expressões da cultura marajoara. Seu segundo disco, Banzeiro, lançado em 2016, ganhou projeção nacional e a faixa-título foi regravada por Daniela Mercury virando sucesso no carnaval.
Ainda na ativa aos 80 anos, Dona Onete fala em suas canções sobre amor, prazer, sedução e resistência.
*Por Rebeca Almeida, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar
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