Lei que torna Cruzeiro do Sul, no Acre, capital nacional da farinha é sancionada

Produto que é símbolo do município de Cruzeiro do Sul foi declarado patrimônio cultural do estado em 2019.

Farinha é símbolo do município de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre. Foto: Gleison Miranda/Secom AC

Uma lei que torna a cidade de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, a capital nacional da farinha foi sancionada pelo presidente Lula e publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 23 de dezembro.

A lei n.º 15.051/2024, projeto de autoria do senador Alan Rick (União Brasil), foi sancionada após ser aprovada nas duas casas do Congresso Nacional, e reconhece a importância do município na produção nacional do ingrediente originado a partir da mandioca.

“A produção da farinha, além de gerar empregos e contribuir para a economia local, é uma tradição passada de geração em geração, que remonta aos costumes e conhecimentos tradicionais dos habitantes originários da região, indígenas, cujas técnicas artesanais garantem a preservação dos sabores e aromas típicos. O produto é conhecido por sua coloração amarela e sua textura fina e macia, o que o diferencia das demais farinhas do País”, destaca a justificativa do projeto.

Conforme o governo do estado, em 2017, a farinha de Cruzeiro do Sul se tornou o primeiro produto brasileiro derivado de mandioca a obter o selo de Identificação Geográfica (IG). A qualidade do produto foi reconhecida por meio de marca registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), órgão federal ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária.

Produção de farinha chega a 335 mil toneladas em uma área de cerca de 14 mil hectares. Foto: Marcos Vicentti/Secom AC

Ainda de acordo com a justificativa do projeto, produção de farinha no Vale do Juruá chega a 335 mil toneladas em uma área de cerca de 14 mil hectares, o que dá uma média de 23,8 toneladas por hectare. Até 2019, a cadeia produtiva da mandioca correspondia a 50% da produção agrícola do estado.

Como boa parte da história acreana, a produção da farinha remonta à chegada de imigrantes cearenses na região, e se destacou após o fim dos ciclos da borracha. A produção depende da colheita da mandioca do solo, transporte até a casa de farinha, geralmente feito em carros de boi, onde é colocada num equipamento chamado bolador, onde, em seguida, são retiradas as impurezas.

*Por Victor Lebre, da Rede Amazônica AC

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