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Sábado, 04 Mai 2024

Filme inspirado na cosmologia do povo Yanomami estreia em mostra no Festival de Cannes

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O filme brasileiro 'A Queda do Céu', que leva o mesmo nome do livro escrito pelo xamã Yanomami Davi Kopenawa e o antropólogo francês Bruce Albert, foi selecionado para estrear na 'Quinzaine des Cineàstes' (Quinzena de Cineastas), mostra paralela ao Festival de Cannes, na França, que ocorre de de 14 a 25 de maio neste ano.

Criado em 1946, o Festival de Cannes é um dos mais famosos e prestigiados festivais de cinema do mundo e chega a 77ª edição este ano. A data para primeira exibição de 'A Queda do Céu' ainda deve ser anunciada.
Filme 'A Queda do Céu', gravado com o povo Yanomami, é selecionado para participar da Quinzena de Cineastas de Cannes. Foto: Divulgação

Produzido pela produtora Aruac Filmes e dirigido por Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, 'A Queda do Céu' conta a história da festa Reahu, ritual funerário e a mais importante cerimônia dos Yanomami, que reúne centenas de parentes dos indígenas falecidos com a finalidade de apagar todos os rastros daquele que se foi e assim colocá-lo em esquecimento.

"É um filme onde a câmera não olha só para os Yanomami, mas para nós não indígenas também. E isso sempre foi um fundamento do filme tanto para mim quanto para Eryk. Trabalhamos para fazer um filme que expressasse a materialidade onírica de uma relação",

explica Gabriela.
Maior território indígena do Brasil, a Terra Indígena Yanomami tem quase 10 milhões de hectares. Atualmente, tem uma população aproximada de 30.400 mil indígenas que vivem em 386 comunidades.

A partir de três eixos fundamentais do livro (Convite, Diagnóstico e Alerta), o filme apresenta a cosmologia do povo Yanomami, o mundo dos espíritos Xapiri pë, o trabalho dos xamãs para segurar o céu e curar o mundo das doenças produzidas pelos não- indígenas, o garimpo ilegal, o cerco promovido pelo povo da mercadoria e a vingança da Terra.

Lançado em 2010, originalmente em francês, 'A Queda do Céu: Palavras de um Xamã Yanomami' reúne reflexões de Davi Kopenawa, contadas ao seu amigo Bruce Albert, sobre o contato de seu povo com os não indígenas desde os anos 1960.

"O filme é um diálogo com o livro homônimo de Davi Kopenawa, xamã Yanomami e um dos maiores líderes indígenas do mundo, e Bruce Albert, antropólogo francês. A obra é considerada por muitos especialistas como uma das mais importantes da contemporaneidade",

explica a Aruac Filmes.

Além da produção da Aruac Filmes, o filme conta com apoio do Instituto Socioambiental (ISA), co-produção da Hutukara Associação Yanomami (HAY) e Stemal Entertainment com Rai Cinema e produção associada de Les Films d'ici.

Sobre os diretores

Eryck Rocha, é natural de Brasília e já disputou a Palma de Ouro de melhor curta-metragem por "Quimera" em 2004. Além disso, recebeu o L'Œil d'or (Olho de Ouro) de melhor documentário no Festival de Cannes por 'Cinema Novo' em 2016.

Gabriela Carneiro da Cunha, nasceu no Rio de Janeiro e faz sua estreia em direção de cinema com "A Queda do Céu". A artista também é atriz e idealizadora do projeto Margens - sobre Rios, Buiúnas e Vagalumes por meio do qual desenvolveu as peças "Guerrilha" e "Altamira 2042".

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