Documentário recria mundo imaginário do artista amazonense Da Silva da Selva

Sebastião Corrêa da Silva, conhecido como Da Silva da Selva, foi um artista plástico amazonense com mais de 600 obras e 42 exposições realizadas no Brasil e no exterior.

Foto: Divulgação

Arte, memória e floresta. A união desses três elementos compõem o documentário ‘DASILVA DASELVA’, dirigido por Anderson Mendes, sobre o legado do artista plástico Da Silva da Selva, nome fundamental da arte amazônica, cuja trajetória é resgatada com lirismo, afeto e rigor histórico. O lançamento ocorre no dia 21 de maio, a partir das 18h30 no Teatro Gebes Medeiros, em Manaus (AM), com entrada gratuita.

Realizado ao longo de um ano de intensa pesquisa, o filme mobilizou arquivos raros, materiais de acervo pessoal, registros em vídeo acumulados ao longo de décadas e depoimentos preciosos — incluindo a voz do próprio artista. Ao reconstruir esse percurso, o documentário se torna também um tributo à floresta, à arte e à força da imaginação amazônica.

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“Esse filme nasceu do meu desejo pessoal e afetivo de preservar a memória do meu tio. Mas acima de tudo, de reafirmar a importância de uma arte que brota da terra, que fala com os bichos, com as folhas, com o barro. DASILVA DASELVA é um gesto de amor e reconhecimento”, afirma Anderson Mendes, que além da direção, assina roteiro, montagem e trilha sonora da obra.

A narrativa do documentário ganha corpo com a presença potente do ator Moacy Freitas, que interpreta Da Silva da Selva em cenas dramatizadas inspiradas nos relatos e escritos do próprio artista. “Foi um desafio e uma honra. Da Silva é um ser que não cabe em molduras. Me emocionei muitas vezes no processo, me conectando com sua visão mágica da Amazônia”, diz Moacy.

A construção visual do filme é outro ponto de destaque. A direção de arte de Keylla Gomes foi essencial para recriar o universo do artista, entre pincéis, penas, pigmentos naturais e referências à floresta. A fotografia, assinada por Alexandre Pinheiro e Marcos Feitoza, valoriza texturas, luzes e detalhes que evocam tanto o gesto artesanal quanto o espírito onírico das obras de Da Silva, juntamente com o trabalho de captação de sons da floresta e mixagem que foi capitaneado pelo produtor audiovisual Adailton Santos.

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A produção do documentário ficou a cargo de Francy Jr. e Jorgemar Monteiro, que coordenaram com sensibilidade todas as etapas do projeto, garantindo que a realização respeitasse o ritmo e a profundidade que a memória exige. Ao longo dos meses de pesquisa, a equipe percorreu locais emblemáticos para o artista, ouviu familiares, amigos e especialistas, e traduziu em linguagem cinematográfica um legado que ultrapassa o campo das artes visuais.

Foto: Divulgação

Sobre o homenageado

Sebastião Corrêa da Silva, conhecido como Da Silva da Selva, foi um artista plástico amazonense com mais de 600 obras e 42 exposições realizadas no Brasil e no exterior. Ecologista, escultor e autodidata, desenvolveu diversas técnicas próprias, como o “bico de pena pintado” e o uso de canutilhos.

Apaixonado pela Amazônia, percorreu a floresta em expedições artísticas e dedicou sua obra à representação sensível da fauna, flora e imaginário amazônico. Em vida, doou mais de 500 obras ao acervo da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas.

Sobre o diretor

Anderson Mendes é produtor cultural e cineasta premiado, com trajetória voltada à valorização das memórias e culturas amazônicas. Seus trabalhos, entre a ficção e o documentário, destacam narrativas de identidade, ancestralidade e preservação dos territórios. Em DASILVA DASELVA, além da direção, assina roteiro, montagem e trilha sonora.

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O projeto foi realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, com apoio do Governo do Estado do Amazonas, por meio do Conselho Estadual de Cultura e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, em parceria com o Ministério da Cultura e Governo Federal.

🎥 Confira o trailer:

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