Foto: Reprodução/Vaticano News
Localizada no coração de Boa Vista (RR), na Praça do Centro Cívico, a Catedral Cristo Redentor não é apenas um templo religioso: é uma obra-prima da arquitetura moderna na Amazônia e um símbolo profundo da identidade de Roraima. Com seu design arrojado e simbólico, a igreja se tornou um ponto de referência cultural, espiritual e histórica para a capital roraimense.
O início da história da catedral data de 1962, quando o terreno foi doado para a construção do templo. As obras começaram oficialmente em 1967, sob a liderança do então bispo Dom Servílio Conti. A inauguração solene aconteceu em 26 de novembro de 1972, durante o pontificado do Papa Paulo VI.
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O projeto arquitetônico foi idealizado pelos engenheiros italianos Cappa Bava, Fiarent e Mário Fiameni, que romperam com os modelos tradicionais e deram forma a uma construção ousada e cheia de significado.
A estrutura em concreto armado apresenta curvas sinuosas que remetem simultaneamente:
- à barca de São Pedro, símbolo da missão evangelizadora da Igreja;
- à harpa, representando o louvor e a adoração;
- e à maloca indígena, homenagem à vida comunitária amazônica.
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Internamente, a catedral oferece uma experiência sensorial única. O teto de madeira proporciona um ambiente acolhedor, e o nascer do sol ilumina o forro, criando um espetáculo diário para os fiéis. A luz natural, em contraste com as linhas modernas da arquitetura, reforça a sensação de espiritualidade e contemplação.
Ao longo dos anos, o templo passou por reformas significativas. Em 2010, melhorias estruturais e litúrgicas incluíram novos bancos, instalação de rampas de acessibilidade, ventiladores, reforço na iluminação e elementos decorativos inspirados na fauna aquática amazônica, como peixes e ondas.
Já em 2011, o projeto original foi resgatado respeitando a visão artística e espiritual concebida há décadas.
50 anos de história e fé
Em 2022, a Catedral Cristo Redentor celebrou seu jubileu de ouro com uma programação especial. Durante uma semana, missas solenes, tríduos, exposições, adoração ao Santíssimo e uma missa campal presidida pelo Cardeal da Amazônia, Dom Leonardo Steiner, marcaram os 50 anos da igreja. A celebração reafirmou o papel central do templo na vida religiosa e cultural de Boa Vista.
A força da comunidade
A construção da catedral foi, acima de tudo, um esforço coletivo. O professor de história Davy Batista, em vídeo publicado nas redes sociais, ressaltou a participação ativa da comunidade local, que doou materiais e até mesmo mão de obra.
“A comunidade participou ativamente da obra, sendo inclusive a primeira experiência de muitos que, durante a realização dos trabalhos, tiveram que aprender a ler desenhos técnicos e a utilizar certos instrumentos”, destacou.
Um detalhe curioso é que, pela ausência de pedra britada na época, se optou pelo uso de seixos rolados retirados do próprio Rio Branco.
“A ideia foi até meio desacreditada no começo, mas na que deu certo, o seixo continua lá, firme e forte”, contou Batista.
