5 festas populares imperdíveis no Pará

Sairé, Carimbó e o Círio de Nazaré são algumas das opções para quem quer conhecer mais sobre a cultura paraense.

As festas populares brasileiras representam a identidade do povo. Lendas, gastronomia, tradições, misturam-se e se tornam parte da cultura local, movimentando milhões de pessoas por ano.

No Pará, diversas festas que acontecem durante o ano retratam a cultura indígena, europeia, africana, unidas no folclore que reflete a riqueza do Estado. Conheça algumas dessas manifestações:

Festa do Sairé

A festa do Sairé é um evento marcado por tradições religiosas comumente realizado em setembro, na vila de Alter do Chão (distrito de Santarém), e seus personagens mais populares são os botos Tucuxi e Cor de Rosa.

Para alguns pesquisadores, a festa já tem mais de 300 anos, mas não tem origem registrada. Alguns dizem que poderia ter raiz de manifestação indígena ou ter sido uma forma encontrada por missionários jesuítas para introduzir o cristianismo aos nativos, de catequizá-los.

O evento conta com uma procissão para conduzir o Sairé, um objeto em forma de semicírculo feito de cipó e coberto por algodão enfeitado com fitas e flores.

Foto: Reprodução/CNM

A festa conta, desde 1997, com o Festival dos Botos, uma disputa entre as associações folclóricas Tucuxi e Cor de Rosa, que encenam a lenda do boto. A festa dura três dias e lembra a manifestação dos bois-bumbás de Parintins, no Amazonas.

Na história, quando o boto é morto por ordem do Tuxaua, pai da Cunhantã-iborari, que foi engravidada pelo boto, recai sobre o Tuxaua a fúria dos maus espíritos da região. Por isso, a pedido do próprio Tuxaua, o Pajé ressuscita o boto.

Foto: Divulgação/Prefeitura de Santarém

Festival do Carimbó

Ritmo musical e dança de roda típicos da Amazônia, o carimbó é um patrimônio cultural brasileiro. Originado no século XVII, no estado do Pará, influenciado por indígenas tupinambá, negros e portugueses.

O nome carimbó vem do tupinambá, curimbó, e significa “pau que propaga o som”. A influência africana deixou o ritmo do carimbó mais agitado e alegre. O carimbo é a dança mais difundida no Pará, e não existe data específica para ser dançado, embora sempre aconteça nos festejos juninos e nas festas típicas do estado.

Segundo a Secretaria de Turismo do Pará, o Festival do Carimbó é um dos maiores eventos de carimbó do Estado, que apresenta programação cultural, comidas típicas, diversidades de artesanato e muito mais sobre a cultura local. O evento recebe mais de 5 mil turistas e é realizado, geralmente, em dezembro no município de Marapanim.

Foto: Reprodução/Facebook-Festival do Carimbó de Marapanim

Marujada de São Benedito

 A Festividade e a Marujada do Glorioso São Benedito acontece em Bragança e já passa de 220 anos de celebrações. Ocorre no mês de dezembro e, segundo a prefeitura do município paraense, todos os anos recebe milhares de turistas de diversos lugares do mundo para a celebração da Festa do Santo Preto, como é carinhosamente chamado pelos bragantinos.

A história da Marujada teve início em 1798 quando os senhores brancos atendendo ao pedido de seus escravos permitiram a organização de uma Irmandade e a primeira festa em louvor a São Benedito. A Marujada é constituída na maioria por mulheres, caracterizada pela dança, cujo ritmo principal é o retumbão.

As marujas usam saiões vermelhos, blusas brancas bordadas e uma faixa larga de fita vermelha de gorgorão, com uma grande rosa, além do chapéu de palha, forrado de tecido branco. Todos dançam descalços. Os homens se apresentam de calça e camisa brancas ou de cor, chapéu de folha de carnaúba revestido de pano, sendo a aba virada de um dos lados. Os instrumentos musicais são: tambor grande e pequeno, cuíca, pandeiros, rabeca, viola, cavaquinho e violino.

Foto: Reprodução/Blog Prof Dário Benedito

Arrastão do Pavulagem

O Arraial do Pavulagem é um grupo de música regional, mas também um instituto cultural. Foi formado em 1987 e, tradicionalmente, o grupo realiza o evento cultural ‘Arrastão do Pavulagem’ no mês de junho. O nome do grupo vem de “arraial”, sendo o local onde se realizam as celebrações durante as festividades dos santos, e de “pavulagem” que significa bonito e pomposo como um pavão.

É tão popular em Belém que, em 2017, foi consagrado como Patrimônio Cultural da capital paraense. Já em 2020, tornou-se Patrimônio Cultural do Estado.
O Instituto Arraial do Pavulagem é uma organização não-governamental com o objetivo de fortalecer o saber oral tradicional, com uma leitura contemporânea, e realiza inúmeras atividades, como o Cordão do Galo (janeiro), o Cordão do Peixe-Boi (final de março) e o próprio Arrastão do Pavulagem.

No Arrastão, o Boi Pavulagem participa de um cortejo pelo rio com seus convidados (Boi Malhadinho e Boi Orube), juntamente com o mastro de São João rumo à escadinha do cais do porto, onde inicia o percurso terrestre até a Praça da República. Isso ocorre no início de junho e, na praça, o mastro é fincando e só é derrubado no final da quadra junina.

Ritmos paraenses como o carimbó e até as toadas de boi fazem parte do evento, animando os participantes. Oficinas e até palestras também fazem parte da programação.

Foto: Reprodução/Equatorial

Círio de Nazaré

O Círio é uma grandiosa manifestação de fé e devoção à Nossa Senhora de Nazaré, realizado há mais de 200 anos em Belém. Não poderia ficar de fora dessa lista porque é a festa mais conhecida e é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Iphan, além de declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.

A história do Círio começa em 1700, quando a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré foi encontrada pelo Caboclo Plácido, às margens de um riacho localizado próximo de onde hoje se ergue a Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré.

Em 1793 foi realizada a primeira procissão em homenagem à Padroeira dos paraenses, e passou a acontecer anualmente, no mês de outubro. Outras 12 procissões ocorrem durante a celebração, como a Trasladação, a Romaria Rodoviária, a Romaria Fluvial, o Círio das Crianças e o Recírio.

Foto: Tarso Sarraf/Círio de Nazaré

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