O crescimento de novas vagas com a redução de salários

Nesse artigo, vamos tratar sobre esse assunto para entendermos exatamente o que está acontecendo, para assim, tomarmos as decisões certas na busca pela recolocação.

Depois de um caos generalizado causado pela Covid-19, estamos voltando a gerar novas vagas em todos segmentos de mercado, inclusive, no Terceiro Setor (Ongs, instituições, federações, associações e similares), que normalmente é a última área que cresce. Entretanto, há um ponto crítico em relação a isso: o achatamento de salários, algo que faz muitos profissionais replanejarem as suas vidas financeiras com uma grande queda salarial, se comparado a 2015 para trás. A tendência é de novos empregos, mas com baixo consumo justamente por não haver poder aquisitivo como antes.

Esse cenário nos traz à luz dois pontos:

– Empresas oportunidades, que se aproveitam do momento: elas cresceram na pandemia, porém, mesmo assim, reduziram salários par poderem lucrar mais. Considerando o alto índice de desemprego, muitos profissionais se sujeitam.

– Empresas que estão quase indo à falência e não conseguem pagar valores como antes: elas perderam muitos pandemia. Muitas fizeram empréstimos impagáveis em médio prazo. Com esse sufoco financeiro, a dificuldade de pagar salários como antes, é um fato.

Nesse artigo, vamos tratar sobre esse assunto para entendermos exatamente o que está acontecendo, para assim, tomarmos as decisões certas na busca pela recolocação.

Foto: Mohamed Hassan/Pixabay

Por que isso está acontecendo?

Alguns levantamentos realizados na região norte mostram que, a cada 10 empresas, 08 estão achatando salários devido os muitos prejuízos que tiveram no período da pandemia, com suas estruturas fechadas e as baixas ou nenhuma venda. Para que essas empresas se mantivessem “vivas”, muitos gestores(as) e empresários(as) recorreram empréstimos, muitos deles a serem pagos nos próximos 10 anos. Já imaginou o caos financeiro que, pelo menos, 80% de nossas empresas estão vivendo nesse exato momento?

2022 está sendo e ainda será o ano que muitas delas tentarão a recuperação financeira através do aquecimento do consumo. É fato que temos visto muitas delas faturando muito bem, entretanto, boa parte desses recursos financeiros vão para pagar empréstimos, penhores e similares. Ou seja, significa que a liquidez financeira tende a ser baixa, limitando, assim, a possibilidade de pagar salários mais altos. Se fizermos uma projeção técnica, a tendência é que isso se mantenha até um período de médio prazo.

Como falar sobre a pretensão salarial na entrevista

Esse é um dos assuntos mais críticos para uma entrevista de trabalho. Em muitos momentos, podemos ficar em dúvida se vamos falar sobre uma pretensão muito baixa ou muito alta. A incerteza que fica em torno desse tema nos faz pensar que podemos ser desclassificados no processo seletivo. Mas o que dizer nesse período que as empresas estão pagando menos?

Em nível nacional, há uma tabela salarial divulgada por instituições públicas e privadas, detalhando os níveis Jr, Pleno e Sênior. Considerando isso, cada região tem uma particularidade. A Sul do país, por exemplo, concentra uma média de 20 a 30% menos do valor médio da tabela nacional. Em nossa região, a amazônica, temos uma média de 30 a 40% menos do valor da tabela nacional. Portanto, o ideal é que usemos esses percentuais quando formos questionados sobre a pretensão salarial.

Sendo uma descida brusca salarial, infelizmente é a realidade que vivemos nesse exato momento.

E qual setor empresarial teve mais queda salarial?

Nenhum. Todos tiveram a mesma queda proporcional, afinal, a diminuição de vendas ocorreu em todos os setores. A única característica que podemos destacar como diferente é que o setor de Serviços passou a contratar mais sem o registro CLT, entretanto, também com valores menores de ganhos.

Quando vamos sair dessa realidade?

A projeção média para isso começar a se resolver é nos próximos 5 anos. Isso porque é o tempo médio que as empresas vão voltar a ter fôlego financeiro para expandir sem que faça novos empréstimos ou financiamentos. Com isso, o poder de contratações vai aumentar e a possibilidade de pagar maiores salários também.

Com o desenvolvimento de novos projetos industriais com o uso de capital estrangeiro na região, veremos uma cadeia de alimentação de fornecedores, o que vai criar um cenário positivo em relação a novos salários. 

Sobre o autor

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Comentarista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

1° do Norte: autor amapaense Gian Danton recebe principal título dos quadrinhos no país

Com mais de 30 anos de carreira, Gian Danton consolida posição de Mestre do Quadrinho Nacional entre os principais nomes do país. Título é considerado o mais importante do Prêmio Angelo Agostini.

Leia também

Publicidade