Malária: o problema de saúde pública mais grave da Colômbia

Foto: Reprodução/Agência Brasil 

A malária é uma doença infecciosa que afeta principalmente áreas tropicais, em especial a Amazônia. Na América Latina, a Colômbia ocupa o terceiro lugar no número de casos de malária, após o Brasil e a Venezuela, com 10% do número total de casos relatados. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 21% da população do país sofre anualmente com a doença. Pesquisadores da Escola de Microbiologia da Universidade de Antioquia, localizada na capital do país, realizaram estudo para entender como os mosquitos se proliferam no país e tomar medidas para que casos assim diminuam.

Segundo artigo publicado por Gilberto Álvarez Uribe, membro da Organização Panamazônica de Saúde, a malária é atualmente um dos problemas de saúde pública mais graves na Colômbia. Mais de 90% dos casos da doença na Colômbia são limitados a 70 municípios, o equivalente a 7% do total de municípios da Colômbia. As regiões de Urabá, Baixo Cauca e Alto Sinú, todas na região Norte e amazônica do país, relataram o maior número de casos de malária.

Segundo artigo publicado na revista científica PLOS ONE, pelos pesquisadores da Universidade de Antioquia, três espécies de mosquitos são os principais transmissores da doença no país: Anopheles nuneztovari, An. Albimanus e An. Darlingi. Cada espécie tem suas próprias características, a exemplo da Albimanus que é muito predominante em regiões costeira, e principalmente na Costa do Pacífico.

A espécie Darlingi está associada a ecossistemas ribeirinhos, principalmente no rio Orinoco, no sul da Venezuela, onde o transbordamento do rio cria lagoas, habitat essencial para que os mosquitos ponham seus ovos. A pesquisa sugere que a falta de regulamentação para atividade de mineração ilegal de ouro e desmatamento na região propicia o aumento dessas espécies.

O estudo mostra que o desmatamento, a antropização e o crescimento das cidades é uma importante fonte de crescimento das populações da espécie Anopheles nuneztovari e An. Albimanus. A pesquisa afirma que estudos como esse são importantes para antecipar surtos e entender como essas espécies se comportam. Pesquisas como essa conseguiram antecipar o potencial de surtos de Ebola na Angola.

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