A leve retomada econômica verificada nos últimos meses de 2017 pode ser impactada com os feriados prolongados em 2018. Em todo país, a estimativa de perda chega a R$ 2,1 bilhões por conta dos intervalos oficiais, sendo R$ 945 milhões só no comércio.
No Amazonas, a projeção é que comércio varejista amazonense também amargue prejuízos. Isso porque entre feriados nacionais, estaduais e municipais durante os dias úteis, Manaus deve ter uma média de 14 intervalos e se forem imprensados, as folgas durante a semana podem chegar até 22 dias.
A saída de algumas empresas para driblar essa longa parada é negociar com os trabalhadores. Segundo o vice-presidente da Federação do Comércio do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Frota, as folgas prolongadas são uma preocupação por impactar na queda de movimentação e desempenho da atividade varejista.
“Atrapalha porque a cada feriado prolongado o comércio não fatura, a indústria paralisa e o Estado não arrecada. E nesse momento em que a crise ainda está presente, o comércio precisa trabalhar”, afirma.
Foto: Walter Mendes / Jornal do Commercio
Na avaliação do empresário, a estimativa é que as maiores perdas de faturamento aconteçam em feriados que caem na sexta-feira. Ele comenta que nesses intervalos, a maioria dos amazonenses aproveita o período para viajar e sair da cidade. “Um boa opção seria transferir o feriado imprensado de sexta-feira para a segunda a fim de não atrapalhar a sequência da semana e assim reduzir as perdas”, analisa Frota.
Conforme projeção, quando o feriado é na quarta-feira, o comércio perde 50% das vendas e na segunda, a retração no faturamento chega a 70%. “Datas comemorativas como o Dia das Mães, considerada a segunda melhor em vendas para o comércio, também deveria entrar para o calendário oficial de feriados do país, isso alavancaria as vendas”, acrescenta.
Apesar do recuo nas vendas nestes intervalos oficiais, a expectativa do setor é positiva para o próximo ano, em relação a 2017. “Neste ano já observamos uma leve retomada na economia e em 2018 também teremos o calendário político, que definirá impasses e certamente refletirá positivamente no país”, destaca o vice-presidente da Fecomércio.
De acordo com o presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Ataliba Antônio Filho, a saída de algumas empresas para driblar as longas paradas é negociar com os trabalhadores. “Em algumas intervalos vão ter acordos para não parar a atividade, principalmente na área do varejo”, frisa.
Além disso, as tradicionais estratégias de promoções, descontos e facilidades para atrair os consumidores também deverão dar fôlego nas vendas. Segundo Ataliba, a estimativa de perdas por conta das sequências de feriados no próximo ano podem chegar a casa dos bilhões para o país. “A projeção de entidades de classe apontam prejuízos de R$ 2,1 bilhões entre as atividades do comércio e indústria. Se considerarmos só o comércio, a média é de R$ 945 milhões”, disse o empresário.“Estamos em um ano importante de retomada econômica e essas paradas causam preocupação porque vão afetar as atividades produtivas, em especial o varejo que depende de movimentação para ter receita”, reforça o presidente da ACA.
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Ano que vem
Durante 2018 dos 10 feriados nacionais, dois caem em dias que podem ser emendados ao fim de semana. Como o de Corpus Christi, celebrado em 31 de maio e Proclamação da República em 15 de novembro que cairão em uma quinta-feira. Já os que caem na terça-feira que podem ser imprensados com a segunda são o dia 13 de Carnaval e 1 de maio quando se comemora o Dia do Trabalhador.
O mês de setembro deve garantir uma longa folga para os amazonenses, por conta do feriado estadual do dia 5 numa quarta-feira e o feriado da Independência (7) na sexta. O Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, na terça-feira é outro feriado estadual que também cai em dia útil. Mais uma data festiva deve dar folga a muitos trabalhadores da capital, é o caso da celebração de Manaus à categoria de Província, comemorado em 24 de outubro, quarta-feira.