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Quadrinho amazonense busca resgatar episódio esquecido da história do Brasil

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Arte retrata a batalha entre as duas embarcações. Imagem: Divulgação

Uma história em quadrinhos (HQ) produzida no Amazonas revisita um episódio pouco conhecido da Revolução Constitucionalista de 1932: a batalha naval que ocorreu no município de Itacoatiara, no interior do estado. A obra é assinada pelo Black Eye Estúdio, tem lançamento previsto para novembro, e busca valorizar o papel da região Norte em um dos momentos mais marcantes da história política do Brasil.

Leia também: A batalha naval que aconteceu no Rio Amazonas

A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um levante liderado por São Paulo contra o governo de Getúlio Vargas, exigindo a convocação de uma nova Constituição.

No Amazonas, cidades como Parintins aderiram à revolta, improvisando embarcações para tentar alcançar Manaus. A repressão em Itacoatiara impediu o avanço, mas o episódio revelou a força da insatisfação regional.

O quadrinho recria, em imagens cinematográficas, o confronto entre tropas governistas e rebeldes, ocorrido às margens do rio Amazonas.

“A principal mensagem é que temos histórias incríveis de Norte a Sul do Brasil que merecem ser lembradas e transformadas em grandes narrativas. Ao mesmo tempo, queremos reforçar que, apesar da força das imagens, a guerra nunca é bem-vinda — ainda mais quando falamos de uma guerra civil”, explicou o jornalista e roteirista da obra, Emerson Medina.

Além de Medina, o projeto traz artes de Romahs, participação de Beatriz Mascarenhas na revisão, Thais Mannala com a edição e Tieê Santos responsável pela arte final.

O prefácio do quadrinho é assinado pelo jornalista e pesquisador Gonçalo Junior, conhecido por seus estudos sobre cinema, imprensa e quadrinhos.

Segundo Raphael Russo, historiador e integrante do estúdio, o objetivo da obra é destacar a relevância da Amazônia no cenário político nacional.

“A Batalha de Itacoatiara mostra que o movimento de 1932 não ficou restrito ao Sudeste. Ele teve repercussões em todo o país, inclusive na nossa região”, afirmou.

historia em quadrinhos batalha naval amazonas
Trecho de uma das páginas do quadrinho. Foto: Divulgação

Entenda a batalha naval que inspirou o quadrinho

A batalha naval ocorrida em Itacoatiara é considerada a única do século XX antes da Guerra das Malvinas. O confronto aconteceu em 24 de agosto de 1932, durante a Revolução Constitucionalista.

Na ocasião, os navios Ingá e Baependy, que apoiavam os legalistas paulistas, enfrentaram as embarcações Jaguaribe e Andirá, ligadas às forças governistas. O embate aconteceu em frente à cidade de Itacoatiara, às margens do rio Amazonas, e marcou a chegada da guerra civil ao Norte do país.

O doutor em história social Caio Giulliano Paião, explica que o movimento é um exemplo emblemático da capilaridade da Revolução Constitucionalista. Civis e militares da região do Baixo Amazonas, insatisfeitos com a centralização política promovida por Vargas e com a nomeação de interventores federais, decidiram apoiar a causa paulista.

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A tomada dos vapores Jaguaribe e Andirá como embarcações de guerra improvisadas mostra a criatividade e a ousadia dos revoltosos, que pretendiam alcançar Manaus e ampliar o levante no extremo norte do país

Conforme o professor, a chegada dos navios rebeldes Jaguaribe e Andirá, vindos do Pará e ocupados por militares insatisfeitos com o governo de Getúlio Vargas, representava uma ameaça direta à nova administração estadual.

“A chegada dos dois navios que os transportavam podia acender um pavio perigoso para a instalação da nova administração estadual. O prefeito e o vigário da cidade, padre Joaquim Pereira, foram a bordo dos navios rebeldes para tentar evitar um bombardeio”, destaca o especialista.

As negociações não progrediram e, após uma trégua para evacuar a cidade, os navios iniciariam o ataque. É dito que a ação dos dois serviu para ganhar tempo até a chegada dos legalistas. Então, antes do prazo terminar, os navios legalistas realmente chegaram, dando início ao que ficou conhecido como ‘Batalha Naval de Itacoatiara’.

O historiador ainda cita que a população itacoatiarense ficou inquieta com os boatos sobre o confronto. ”Certamente, o medo deve ter se instalado e as informações deviam ser aumentadas e desencontradas, insuflando o pânico. As pessoas temiam morrer no fogo cruzado”.

“A batalha entre os navios rebeldes e legalistas durou cerca de 40 minutos. Boa parte das vítimas, em torno de 60, morreu afogada com o naufrágio dos navios rebeldes. Os sobreviventes nadaram e adentraram a mata. Mais tarde, agricultores chamaram as autoridades para prender os fugitivos. Ninguém queria arrumar problema para si depois do conflito”, relata Paião.

93 anos da Revolução Constitucionalista de 1932

A Revolução Constitucionalista foi um movimento armado liderado pelo estado de São Paulo, que defendia uma nova Constituição para o Brasil e era contra o autoritarismo do Governo Provisório de Getúlio Vargas

Segundo informações da cartilha “A Participação dos Prudentinos no Movimento da Revolução Constitucionalista de 1932”, da Polícia Militar, Getúlio Vargas havia tomado o poder, em 1930, por meio de um golpe e retirou o poder da hegemonia política de São Paulo e Minas Gerais.

O descontentamento paulista aumentava e o governo getulista, que se dizia provisório, já se consolidava no poder e nomeava interventores para administrar os estados. E São Paulo recebia interventores que não eram paulistas e que administravam seguindo determinações da União.

Para o historiador Benjamin Resende, de 89 anos, o momento de estopim do conflito foi quando, em 23 de maio de 1932, jovens foram mortos por agentes ligados a Vargas.

“A situação foi aumentando cada vez mais e chegou em maio de 1932, a turma não aguentava mais. Os estudantes do Largo São Francisco fizeram uma revolta e cinco deles foram mortos, M.M.D.C.A. [Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo e Alvarenga]. Eles falam em quatro, mas são cinco. Então, aí, praticamente São Paulo foi à luta”, avalia Resende

Foi então que, em 9 de julho de 1932, dava-se início à Revolução Constitucionalista, que tinha como objetivo a retomada do poder democrático e a promulgação de uma nova Constituição.

“Com a morte dos estudantes, essa reunião toda se expandiu por todo o Estado de São Paulo. E a função da Revolução de 32 era contra a Constituição que Getúlio fez em 1930, porque ela era uma Constituição antidemocrática”, frisa Resende.

Oficialmente, morreram 943 pessoas na Revolução Constitucionalista de 1932. Os conflitos começaram em 9 de julho – feriado estadual em São Paulo – e foram encerrados em 2 de outubro, quando as tropas constitucionalistas se renderam.

Soldados prudentinos no front de batalha. Foto: Museu e Arquivo Histórico

*Por Lucas Macedo, da Rede Amazônica AM

Não basta ser um adulto

Por Julio Sampaio de Andrade – juliosampaio@consultoriaresultado.com.br

Nair era a quinta dos nove filhos. O pai vivia do plantio de algodão no interior do Paraná. A mãe era professora de uma escola isolada, um tipo de colégio muito simples, de madeira, cujos únicos recursos eram um quadro negro e giz e que reunia quatro ou cinco turmas em estágios diferentes. Nair acompanhava a mãe e aos cinco anos, sozinha, aprendeu a ler e a escrever. Um pouco depois, a própria Nair, em alguns dias, com a sua pequena cartilha, sem que a família soubesse, alfabetizou a irmã caçula.

A vida era de escassez e de muita luta para os onze integrantes da família, mas nunca passaram fome. Nair lembra que uma baguete era dividida pelos onze. Descobriu o mundo da leitura, lia revista Grande Hotel escondida dos pais e frequentava a biblioteca pública. Aos 18 anos, já na capital, Nair teve a sua primeira boneca, um presente de seu namorado. Foi inscrita em um concurso de poesias concorrendo com 4.400 trabalhos e teve o seu selecionado. Ganhou outras premiações em concursos de poesia e de literatura, chegando a publicar 5 livros, enquanto estudava e trabalhava. Um destes empregos foi como como atendente e encarregada de telemarketing, onde formou amizades para toda a vida. Nair é mãe de 4 filhos e lutou com eles enormes desafios, que cada um precisou enfrentar, sempre amparados pela mãe guerreira.

Com um pouco mais de sessenta anos, Nair se aposentou e foi para casa, se isolando de tudo. A família se preocupava, pois ela perdera a vontade de viver, sentindo-se vazia. Não imaginava que ainda poderia ser útil a quem quer que fosse, ela, que a vida toda se sentira assim.

Nair foi salva por um convite de uma de suas amigas dos tempos do telemarketing, que agora era uma empresária e que precisava de alguém qualificado e de confiança. Nair ganhou uma nova vida. Aos 64 anos, iniciou uma nova carreira, em uma nova área e em uma nova empresa, onde diz, aprender e ensinar a cada dia. Passados agora quase seis anos, uma de suas novas formações, foi como coach e mentora, o que lhe qualifica a fazer uso de seu conhecimento e experiência, sem ser invasiva, utilizando o potencial de cada um de sua equipe e dos que a procuram.

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Neste momento, muitas pessoas maduras estão em fase de transição profissional. Alguns estão saindo de empresas por onde estiveram muito anos. Outros vivenciam uma sequência de mudanças, típicas de nossos dias. Há os que buscam uma troca de carreira, visando uma maior realização pessoal. Ou os que precisam de uma grande transformação, mesmo permanecendo na mesma atividade. Há ainda os que sonham com a aposentadoria e os que se desiludiram com ela, saudosos de outros tempos, em que se sentiam mais necessários.

Cada história é única e todas são ricas. De comum, existe algo inerente ao ser humano, que é a necessidade de sentir-se útil, necessário, pertencente à vida. Ao invés de retirar-se para os aposentos (origem da expressão aposentar-se), costuma ser mais realizador buscar um novo tipo de aprendizado: como fazer uso do seu conhecimento em benefício de outras pessoas e contribuir para um mundo melhor. É um tipo de qualificação que nunca termina e que pode fazer do tempo um grande aliado.

Ouço de Breno, um executivo que desfruta da dor e das delícias de quem tem 45 anos e lida com novos questionamentos: “Me sinto um tanto incomodado. Quero ser mais do que um adulto. Quero ser um verdadeiro líder, alguém que some positivamente na vida das pessoas”. Bruno e Nair vivem momentos diferentes de uma trajetória que talvez faça parte de uma Missão comum de todos nós: aprender, realizar e compartilhar. Diferente para cada um será o Propósito, o que toca o nosso coração, que vem de dentro e que é que capaz de nos fazer vibrar, nos qualificando para fazermos isso da melhor maneira que conseguirmos.

E quanto a você? O que faz de você mais do que um adulto? O que a sua história traz de aprendizado e realização? O que faria você feliz em compartilhar?

Sobre o autor

Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Programação esportiva extensa faz parte da Expofeira do Amapá 2025; saiba mais

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A programação da 54ª Expofeira do Amapá vai muito além dos shows. Ela inclui desafios radicais e programação para toda a família também com eventos esportivos.

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Entre as atrações da Expofeira este ano estão motocross, vaquejada, rodeio, pesca esportiva e muito mais.

Expofeira na Rede

A Expofeira na Rede tem o objetivo de valorizar e ampliar o impacto social, cultural, econômico e turístico da tradicional ExpoFeira do Amapá. É uma realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM), com apoio do Grupo Equatorial, Tratalyx e Governo do Amapá.

Garimpo e falta de proteção ambiental ameaçam árvores gigantes no Amapá

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Rio Cupixi, com lama de garimpo onde barreira se rompeu no Amapá. Foto: Divulgação/GTA-AP

Sete árvores gigantes localizadas no Amapá — todas da espécie angelim-vermelho, com mais de 80 metros de altura — correm risco de desaparecer por falta de proteção efetiva e avanço do garimpo ilegal. O alerta foi feito por organizações ambientais que integram a campanha “Proteja as Árvores Gigantes”.

Para Angela Kuczach, articuladora da campanha e diretora-executiva da Rede Pró-UC, mesmo com boa parte do Amapá coberta por unidades de conservação, as árvores gigantes do estado ainda não têm proteção total.

“A gente tem que lembrar que o angelim-vermelho é uma espécie explorada comercialmente. Do ponto de vista madeireiro, todos os dias caminhões saem pelas estradas do Amapá carregados com toras dessa árvore. Ou seja, árvores de grande porte, consideradas gigantes, mas que não estão dentro de unidades de conservação, precisam ser protegidas”, descreveu.

Leia também: Ameaça: garimpo ilegal está a 1 km da segunda árvore mais alta da Amazônia

Onde estão as árvores

No Amapá, as árvores estão distribuídas em três áreas:

  • Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru (RDS Iratapuru), em Laranjal do Jari
  • Floresta Nacional do Amapá (Flona)
  • Assentamentos na região de Maracá-Camaipi

A segunda maior árvore já registrada na Amazônia — com 85,44 metros — está na RDS do Rio Iratapuru.

A RDS permite exploração madeireira autorizada, o que não garante proteção integral às árvores. Por isso, ambientalistas defendem a criação de uma unidade de conservação de proteção total, como um parque estadual, semelhante ao que foi feito no Pará.

Leia também: Maior que o cristo redentor: conheça o Angelim Vermelho, a árvore mais alta da Amazônia

Garimpo ilegal próximo às árvores

A cerca de 1 km da segunda maior árvore, há um garimpo ilegal operando próximo ao garimpo São Domingos, conhecido ponto de mineração clandestina. A atividade coloca em risco direto o santuário das árvores gigantes.

Em novembro de 2024, a Polícia Civil do Amapá realizou uma operação em Laranjal do Jari, apreendendo uma aeronave e interditando um aeródromo usado como base logística para garimpos ilegais no Pará.

Tombamento como patrimônio natural

árvores gigantes são encontradas no amapá
Quarta expedição encontrou novo exemplar de árvore gigante em Mazagão. Foto: Rafael Aleixo/Arquivo GEA

O Ministério Público do Amapá recomendou o tombamento das sete árvores como patrimônio natural. A proposta inclui a criação de uma Área de Preservação Permanente (APP) com raio de 1 km ao redor de cada exemplar, proibindo corte ou exploração econômica.

A recomendação foi aceita pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amapá (Sema), mas ambientalistas afirmam que apenas o tombamento não é suficiente. Eles defendem a criação de uma unidade de conservação de proteção integral.

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Valor científico e climático

As árvores gigantes funcionam como arquivos vivos da história da Amazônia. Seus anéis de crescimento registram dados sobre clima, estoques de carbono e eventos extremos. Uma única árvore pode armazenar até 80% da biomassa de carbono de um hectare.

A pesquisa que identificou os exemplares no Amapá foi feita com tecnologias de sensoriamento remoto e mais de 900 sobrevoos. Apenas 1% da floresta foi mapeada, o que indica que outras árvores gigantes podem ter sido derrubadas antes de serem descobertas.

Árvore mais alta já mapeada no Amapá tem 85,44 metros de altura. Foto: Divulgação/Ifap

O estudo contou com participação de pesquisadores do Instituto Federal do Amapá (Ifap), Universidade Estadual do Amapá (Ueap), e outras instituições nacionais e internacionais.

“Encontrar uma árvore com 60 metros já é raro. Estamos investigando os fatores que causaram esse fenômeno de gigantismo e esperamos encontrar muitas outras árvores gigantes, inclusive maiores que 88 metros”, explicou o pesquisador Robson Lima, da Ueap.

O pesquisador, integrante da equipe do estudo, passou a realizar o monitoramento das árvores após a descoberta.

*Por Rafael Aleixo, da Rede Amazônica AP

Fungos nativos da região Amazônica funcionam como alternativa sustentável para biotratamento da água

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Foto: Ingrid Reis da Silva/Acervo pessoal

Uma pesquisa foi realizada em Manaus (AM), com o objetivo de integrar o diagnóstico da poluição do Igarapé do Mindu e analisar o uso de uma solução sustentável altamente eficaz baseada em fungos nativos da região como alternativa sustentável para o biotratamento da água.

Amparada pelo Programa Biodiversa/Fapeam, a pesquisa intitulada ‘Características Físico-Químicas, Microbiológicas e Utilização de Fungos Filamentosos na Melhoria da Qualidade das Águas do Igarapé do Mindu da Cidade de Manaus’ avaliou o nível de poluição das águas ocasionada pelo despejo de agentes poluentes, por meio de análises físico-químicas e microbiológicas, e verificou a viabilidade da utilização de fungos filamentosos no seu tratamento e melhoria.

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Após a aplicação dos biotratamentos com os consórcios de fungos filamentosos, os resultados foram bastante promissores, demonstrando que a própria biodiversidade local pode ser uma aliada na recuperação ambiental e na melhoria da qualidade de vida nas cidades. Além de trazer benefícios concretos para a saúde pública, reduzir riscos de contaminação e contribuir para a recuperação ambiental de corpos hídricos degradados, como o Igarapé do Mindu.

Foto: Ingrid Reis da Silva/Acervo pessoal

A bacia Hidrográfica do Igarapé do Mindu ocupa aproximadamente 1/4 do território urbano de Manaus. A nascente, localizada na Cidade de Deus, Zona Leste, sofre com expansão urbana desregulada, lançamento de esgoto doméstico e resíduos sólidos.

A coordenadora do estudo e doutora em biotecnologia, Ingrid Reis da Silva, do Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA), explicou que foram realizadas três coletas de água em diferentes pontos do Igarapé do Mindu, abrangendo áreas urbanas com diferentes níveis de impacto ambiental. A água coletada foi analisada em laboratório para verificar a presença de poluentes físico-químicos e microbiológicos, como pH, oxigênio dissolvido (OD), turbidez, DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) e a presença de bactérias indicadoras de contaminação fecal, como a Escherichia coli.

Leia também: Três espécies de fungos da Amazônia são eficazes no combate ao Aedes aegypti, mostra estudo

Análise da água

Os resultados revelaram um alto nível de poluição da água. Os valores de oxigênio dissolvido, um dos principais parâmetros indicativos da qualidade da água, essencial para a sobrevivência de organismos aeróbios, variaram entre 2 e 3 mg/L, muito abaixo do valor mínimo exigido de 5 mg/L para águas doces de classe II, segundo a Resolução Conama 357/2005.

Já os níveis de Demanda Bioquímica de Oxigênio ultrapassaram 47 mg/L em alguns pontos, enquanto o limite aceitável é de 5 mg/L. Esses valores indicam alta carga de matéria orgânica presente na água. Além disso, a concentração de coliformes termotolerantes chegou a 3 x 10⁵ UFC/100 mL, o que representa um risco à saúde pública e torna a água imprópria para uso humano ou recreativo.

pesquisa fungos água
Foto: Ingrid Reis da Silva/Acervo pessoal

Fungos filamentosos

Após o diagnóstico, foi aplicado o processo de biorremediação, utilizando fungos filamentosos da Coleção Microbiológica do CBA, especialmente dos gêneros TrichodermaFusarium e Beauveria. Esses fungos foram organizados em consórcios e incubados com a água contaminada por um período de 10 dias, em condições controladas de temperatura e agitação.

“Ao final do tratamento, realizamos novas análises dos mesmos parâmetros para avaliar a eficácia dos consórcios fúngicos na melhoria da qualidade da água. Os resultados demonstraram uma redução significativa nos níveis de contaminação, especialmente nos indicadores microbiológicos e na carga orgânica da água”, detalhou a pesquisadora.

*Com informações da Fapeam

Embrapa: severa crise financeira alcança eixo indutor da revolução verde no Brasil

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Foto: Marizilda Cruppe

Por Osíris M. Araújo da Silva – osirisasilva@gmail.com

Uma das grandes responsáveis pela transformação da produtividade da agropecuária brasileira, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem um novo desafio: apoiar o produtor na transição para uma agropecuária mais verde, regenerativa, conservacionista e de baixo carbono. “Passamos por um novo momento em que, além de falarmos que podemos aumentar a produção e a produtividade com sustentabilidade, precisamos comprovar com métricas. A Embrapa tem um papel importante, por ser um grande articulador, um novo indutor e facilitador da revolução verde”, diz a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, no cargo desde 2023, período em que tem focado em inovação tecnológica e na atração de novos talentos para a instituição.

De acordo com o site da empresa, o caminho, por conseguinte, passa por desenvolver e transferir novas tecnologias aos 5 milhões dos produtores brasileiros, quer sejam os bioinsumos, a calculadora da pegada de carbono, ou a integração lavoura-pecuária-floresta, ou em levar indicadores para mostrar a sustentabilidade da agropecuária brasileira. “Mas temos também de avançar, estimulando os produtores de forma que possam ser recompensados por adotarem práticas mais sustentáveis”, defende. Saliente-se que a Embrapa foi fundamental para o agronegócio e a agricultura familiar darem salto de produtividade, mas novos desafios surgem como a nova revolução verde em curso no setor, do alimento à energia.

A Embrapa, historicamente, teve papel fundamental no estímulo à produção agropecuária. Desde sua criação, o país passou de importador para grande exportador de alimentos resultante de um processo de desenvolvimento de tecnologia avançada aplicável em qualquer tipo de clima e solo, ou seja, para a agricultura tropical. Foram tecnologias para aumentar a produtividade, o chamado efeito “poupa terra”, que permitiram expandir em 140% a área plantada e em 580% produção de grãos nos últimos 50 anos. Segundo Silvia Massruhá, “hoje passamos por um momento em que, além de mostrarmos que podemos aumentar a produção e a produtividade com sustentabilidade, precisamos comprovar isso com métricas. Vejo que, neste novo momento, a Embrapa tem um papel importante por ser um grande articulador, um novo indutor e facilitador da revolução verde”.

Na prática, a Embrapa, afirma sua presidente, pode ser um novo indutor, oferecendo o portfólio de tecnologias, participando desse movimento de agricultura sustentável. Por exemplo, com a fixação biológica de nitrogênio, o plantio direto, os sistemas integrados de lavoura, pecuária e floresta (ILPF), os sistemas agroflorestais, os sistemas consorciados, a recuperação de florestas e o próprio incentivo aos bioinsumos. São maneiras de incentivar o melhor aproveitamento do solo e com a visão de agricultura regenerativa, adotando práticas mais sustentáveis. Em relação a terras degradadas, a empresa vem trabalhando na recuperação com pastos e práticas sustentáveis ou sistemas agroflorestais, a depender da região. Está em curso o programa de recuperação de pastagens degradadas (mais de 160 milhões de hectares mapeados), com a meta de converter 40 milhões de hectares de pastos em dez anos.

A empresa, ressalta a presidente Silvia Massruhá, vem realizando estudos com o cruzamento de informações dessa área possível de ser recuperada com o zoneamento agrícola de risco climático, para mapear qual a maior aptidão agrícola de cada área. O Ministério da Agricultura tem apresentado o projeto no mundo todo para captar recursos. A Embrapa entra com tecnologias. A partir do cruzamento de dados das pastagens com o zoneamento, “veremos quais são as tecnologias mais adequadas que podemos aplicar. Já existe um embrião que começamos a testar no Rio Grande do Sul este ano junto com Banco do Brasil e a Cooperativa Central Gaúcha. Programas que, em síntese, garantem ao Brasil continuar a manter liderança na produção mundial de alimentos ao lado de gigantes como China e Estados Unidos”, salienta.

A Embrapa, entretanto, vive um dos momentos mais dramáticos de sua riquíssima e frutífera história. A empresa registrou, em 2024, déficit orçamentário geral de aproximadamente R$ 200 milhões. Para 2025, a situação não deverá melhorar. A previsão é de que o orçamento para custear a atividade dos pesquisadores na ponta seja ainda mais reduzido. A narrativa de sucesso da empresa, tantas vezes celebrada, parece estar em rota de colisão com a realidade atual. Nas últimas semanas, a Embrapa voltou às páginas dos jornais e às redes sociais, não pelas suas inovações, mas pelas preocupações com o esvaziamento orçamentário, a perda de protagonismo e os sinais de crise institucional. E, como em outras ocasiões, reaparecem propostas de “salvação” com uma tônica preocupante: o financiamento com recursos privados e a colagem das atividades de pesquisa às demandas diretas das empresas e do setor privado.

A crise atual da Embrapa, apontam pesquisadores e analistas especializados, não pode ser resolvida simplesmente com o aporte de fundos privados e redirecionando seus esforços para demandas privadas. Isso equivale a amputar sua capacidade de pensar o futuro, de atuar em áreas negligenciadas pelo mercado, de liderar missões nacionais de interesse estratégico. Instituições como a Embrapa, as universidades públicas, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para citar algumas, foram desenhadas para isso: ocupar o espaço em setores de alta tecnologia em que o mercado não entra essenciais ao crescimento econômico do país.

Enquanto isso, atingem volumes nunca antes imaginados na história brasileira recursos orçamentários da União comprometidos com Emendas Parlamentares, fundos partidários, viagens internacionais bilionárias, fundos sociais sem retornos planejados, crescimento de déficits monumentais em empresas públicas como os Correios. O populismo orçamentário no Brasil hoje refere-se a uma conduta do governo que prioriza a expansão do gasto público e a construção de um discurso eleitoral para 2026, mesmo que isso resulte em desequilíbrio fiscal e altas taxas de juros, prejudicando a confiança e a previsibilidade necessárias para o crescimento econômico sustentável. Críticos sustentam que essa estratégia, embora destinada a agradar ao eleitorado, não é acompanhada por reformas estruturais ou cortes de gastos compensatórios, levando a um quadro de “gastança” em detrimento da responsabilidade fiscal e do bom funcionamento da economia.

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Projeto para captação de água da chuva leva tecnologia sustentável para famílias da Ilha do Combu

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Foto: Izabela Nascimento/Semas PA

O Projeto Água para Todos, fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) e a empresa New Fortress Energy (NFE), foi vencedor do 13º Prêmio ESG da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil – Seccional Pará (ADVB-PA), na categoria Social – Médias e Grandes Empresas, no dia 28 de agosto. 

O projeto é uma solução baseada na natureza (SbN) que tem como objetivo o aproveitamento da água da chuva, com sua transformação em água potável, por meio de um sistema inteligente de captação, filtragem, desinfecção e abastecimento.

A iniciativa está levando tecnologia sustentável para famílias da Ilha do Combu, em Belém, promovendo acesso a água de qualidade e impacto direto na melhoria da qualidade de vida da comunidade. A primeira fase do projeto prioriza a implantação da solução nas escolas e empreendimentos da sociobiodiversidade, liderados por coletivos ribeirinhos da ilha.

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O projeto é parte da implementação do componente climático do licenciamento ambiental, cujas ações ESG desenvolvidas pela New Fortress no Pará têm foco no bem-estar e desenvolvimento de comunidades resilientes. A empresa opera um terminal de gás natural (GNL) desde abril de 2024 e afirma que o gás natural representa uma fonte de energia de transição, com menor impacto ambiental e maior segurança energética.

projeto na ilha do combu pará
Ilha do Combu. Foto: Reprodução/Agência Sebrae de Notícias

Leia também: Conheça um dos lugares mais visitados em Belém: a Ilha do Combu

Projeto conta com parcerias

A rede de parcerias de implementação do projeto também articula a integração com a Pluvi Soluções Ambientais Inteligentes, Prefeitura de Belém, por meio das Secretarias Municipais de Meio Ambiente (Semma), de Saúde (Sesma) e de Educação, Ciência e Tecnologia (Semec), Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio do Núcleo de Meio Ambiente (Numa), e Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM).

“Os investimentos da New Fortress Energy no Pará vêm sendo construídos com muito talento, dedicação e respeito às normas mais rigorosas de ESG. Projetos como o Água para Todos, no Combu, e o Aquavila, no Salgado, em apoio à ostreicultura, têm na parceria com a Semas uma inspiração e um apoio técnico essencial. Essa sinergia garante que as ações tenham impacto real nas comunidades e promovam transformação social e ambiental”, destacou o diretor de Relações Externas e Governamentais da NFE, Paul Steffen.

*Com informações da Semas PA

Expofeira na Rede: saiba quais são as ações da Fundação Rede Amazônica em 2025

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A Fundação Rede Amazônica (FRAM) lançou o projeto ‘ExpoFeira na Rede‘, durante a 54ª Expofeira do Amapá, com ações culturais, educativas e de comunicação multiplataforma.

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Reforçando a Expofeira como espaço de integração entre negócios, turismo e desenvolvimento sustentável, saiba quais são as ações da FRAM:

Expofeira na Rede

A Expofeira na Rede tem o objetivo de valorizar e ampliar o impacto social, cultural, econômico e turístico da tradicional ExpoFeira do Amapá. É uma realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM), com apoio do Grupo Equatorial, Tratalyx e Governo do Amapá.

Mapa da Expofeira 2025: sabia onde são os shows, pavilhões, parques e áreas de alimentação

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Foto: Arthur Costa/Governo do Amapá

A 54ª Expofeira do Amapá começou no dia 30 de agosto e segue até 7 de setembro, no Parque de Exposições da Fazendinha, em Macapá. O evento, realizado pelo Governo do Estado, reúne negócios, sustentabilidade, cultura e lazer, consolidando-se como o maior da história do estado.

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Para orientar o público, foi divulgado o mapa oficial do espaço, com detalhes sobre a localização de shows, pavilhões, parques e praças de alimentação.

Estrutura da Expofeira

O parque foi dividido em áreas específicas para melhor organização do público e dos serviços oferecidos. Logo na entrada, os visitantes encontram o setor de concessionárias e feirão de veículos, além do pavilhão da agricultura irrigada e do Mercadão do Produtor.

expofeira 2025

Leia também: 54ª Expofeira tem aplicativo oficial com foco em segurança, inclusão e negócios

Na parte central, fica o espaço destinado à ExpoAmazônia, feira voltada à bioeconomia, sustentabilidade e novas tecnologias para o desenvolvimento regional. Perto dessa área estão também os galpões de paisagismo e economia solidária, além de pavilhões reservados a empreendedores locais e caravanas de oportunidade.

As famílias têm à disposição a Mini Fazenda, o setor de currais e o Parque de Diversões, que este ano conta com uma roda-gigante com vista para a Arena Rio Amazonas, onde acontecem os principais shows da programação. As praças de alimentação estão distribuídas em diferentes pontos, garantindo acesso rápido a opções gastronômicas variadas.

O espaço ainda oferece áreas de leilões, boates e camarotes, além do Galpão do Empreendedorismo, com espaços de inovação e oficinas voltadas a novos negócios.

Destaques do mapa

Entre os pontos destacados no mapa oficial do evento estão:

  • Arena de Shows e Rodeios, palco das grandes apresentações musicais e culturais;
  • ExpoAmazônia, espaço central dedicado à sustentabilidade, inovação e bioeconomia;
  • Mini Fazenda, que oferece contato direto com animais e atividades educativas;
  • Roda-Gigante e Parque de Diversões, com brinquedos e atrações para todas as idades;
  • Pavilhões de Empreendedores e Economia Solidária, com exposições de negócios locais;
  • Áreas de Alimentação, distribuídas em diversos pontos do parque;
  • Currais e Leilões de Gado, voltados ao agronegócio;
  • Heliponto e Postos Médicos, para situações de emergência.

Leia também: Fundação Rede Amazônica lança projeto “ExpoFeira na Rede” e amplia visibilidade do maior evento cultural e econômico do Amapá

Expofeira na Rede

A Expofeira na Rede tem o objetivo de valorizar e ampliar o impacto social, cultural, econômico e turístico da tradicional ExpoFeira do Amapá. É uma realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM), com apoio do Grupo Equatorial, Tratalyx e Governo do Amapá.

Mascote da Expofeira: bezerra nasce durante evento no Amapá e encanta visitantes

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Bezerra nasceu durante a Expofeira e passou a representar o evento como mascote. Foto: Sal Lima/GEA

Agora a 54ª Expofeira do Amapá tem uma mascote: uma bezerra da raça Nelore, saudável e cheia de vida. O nascimento aconteceu no Parque de Exposições da Fazendinha, em Macapá, na madrugada do dia 31, e marcou simbolicamente o início da feira, considerada a maior vitrine de negócios do estado.

Para celebrar, o Governo do Estado lançou uma campanha para escolher o nome da mascote. A proposta é que o nome represente o orgulho e a esperança.

“A feira trouxe negócios, cultura, oportunidades e agora, também vida. Queremos que a população participe escolhendo um nome bonito e simbólico”, afirmou Beatriz Barros, secretária de Desenvolvimento Rural.

A edição de 2025 da Expofeira no Amapá conta com atrações diversificadas — superando 500 eventos culturais, incluindo gastronomia, parque de diversões, atrações esportivas e shows nacionais gratuitos. Uma das inovações é a instalação de uma roda-gigante com vista panorâmica para o palco da Arena Rio Amazonas, reforçando o ambiente de integração e entretenimento.

O nascimento da bezerra

Durante o parto, a equipe veterinária esteve de plantão para garantir a saúde da mãe e da bezerra. “O parto durou cerca de cinco horas. Foi normal, mas demorado. Estamos acompanhando os dois de perto para garantir bem-estar e uma vida longa”, explicou Carlos Napoleão, médico veterinário da Secretaria de Desenvolvimento Rural.

A escolha do nome será feita por meio das redes sociais do governo do Estado. A população poderá sugerir opções e votar na final. O resultado será divulgado nos próximos dias, durante a programação oficial da feira.

Quem quiser conhecer a mascote pode visitá-la no pavilhão dos animais, no curral coberto de número 28.

mascote bezerra Expofeira Amapá
Foto: Cleito Souza/GEA

Expofeira 2025

Com o tema “Amazônia Sustentável e Desenvolvida”, a 54ª Expofeira do Amapá começou no sábado (30) e vai até 7 de setembro. Organizado pelo Governo do Estado e pela Associação dos Músicos e Compositores do Amapá (AMCAP), o evento é o maior da história, com área 46% maior que a edição anterior.

São 482 empresas expositoras e expectativa de movimentar mais de R$ 600 milhões em negócios. A segurança foi reforçada em 35%, e os serviços de urgência e emergência também foram ampliados.

A feira sedia ainda a 1ª ExpoAmazônia, evento que prepara o Amapá para a COP 30, com foco no desenvolvimento sustentável e na economia verde.

Expofeira na Rede

A Expofeira na Rede tem o objetivo de valorizar e ampliar o impacto social, cultural, econômico e turístico da tradicional ExpoFeira do Amapá. É uma realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM), com apoio do Grupo Equatorial, Tratalyx e Governo do Amapá.