Na orla de Santarém, no Pará, iniciativas artísticas têm recebido atenção crescente por meio de intervenções visuais que valorizam a identidade regional e ampliam o espaço urbano como ambiente cultural.
Nos últimos anos, a orla — já símbolo do encontro dos rios Tapajós e Amazonas — passou a abrigar pinturas em telas e murais que celebram a fauna, a flora e o patrimônio local, em esforços que buscam ressignificar áreas públicas por meio da arte.
Uma das iniciativas registradas ocorreu por meio de exposições de pinturas em tela na orla de Santarém, protagonizadas pelo artista plástico Ari Paiva. Essas obras incluem paisagens amazônicas ou representações temáticas que remetem à natureza da região, visíveis no espaço à beira-rio.
A presença dessa arte foi compartilhada em redes sociais por meio de vídeos com trabalhos em acrílico sobre tela exibidos na orla.
Além disso, uma pintura amazônica em muro, também assinada por Ari Paiva, foi destacada como trabalho marcante e elogiado por visitantes e moradores. “Conheci ele na orla de Santarém o trabalho magnífico”, comentou um admirador.
Outros vídeos compartilhados mostram paisagens amazônicas em telas, reiterando o foco temático no patrimônio natural da região.
Restauração de esculturas complementa cenário artístico na orla
A expressão cultural na orla de Santarém vai além da pintura. Em fevereiro de 2023, a Prefeitura iniciou serviços de recuperação e pintura das esculturas, que incluem reproduções de objetos, peixes e mamíferos nativos localizadas ao longo da beira-rio. Essa ação faz parte da manutenção de elementos artísticos e simbólicos já presentes no local.
Panorama das pinturas na orla de Santarém
Elemento
Descrição
Exposições de telas
Realizadas por Ari Paiva, representam paisagens e temas amazônicos e estão expostas à orla
Mural em muro
Obra pintada na orla por Ari Paiva, destacada como trabalho de impacto visual
Restauração artística
Inclui pintura e recuperação de esculturas com fauna local, preservando elementos culturais já presentes na orla
Cultura na Praça
Projeto que integra arte, oficinas e mostras culturais na Praça da Fortaleza, promovendo ocupação cultural de espaços públicos
Orla como atrativo turístico e cultural
A combinação de paisagem, obras visuais e artesanato fortalece o papel da orla como principal espaço público da cidade
Revitalização da Praça da Fortaleza integra cultura e espaço público
Praça Fortaleza do Tapajós após reforma. Foto: Prefeitura de Santarém
Outro aspecto da valorização da orla é a revitalização de espaços adjacentes ao calçadão, como a Praça da Fortaleza, que foi requalificada por meio do projeto ‘Cultura na Praça’. A iniciativa incluiu programação cultural com oficinas, exposições e apresentações artísticas promovidas pela Secretaria Municipal de Cultura (Semc).
O objetivo, segundo a secretaria, é democratizar o acesso à cultura, promovendo cidadania, pertencimento e fortalecendo a economia criativa para artistas e empreendedores locais.
Assim, a orla de Santarém que já era reconhecida como um dos principais cartões-postais do município, também vem atraindo visitantes pela interação com a arte.
O Acre aparece com o maior índice de analfabetismo da Região Norte de acordo com dados do Censo de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 12,1% da população com 15 anos ou mais não sabe ler e escrever. No Dia Mundial da Alfabetização, o índice leva a uma reflexão nos desafios enfrentados no acesso à educação no estado.
O percentual é bem acima da média nacional de 7%. Tocantins (9,1%) e Pará (8,8%) também ficaram entre os piores índices. Já Amazonas e Roraima registraram 6,9% cada.
Criada em 1967 pela Unesco, a data chama atenção para a importância da leitura. Mais do que decifrar palavras, o processo envolve também habilidades que permitem interpretar o mundo, organizar ideias e conquistar independência.
Segundo a pedagoga Virginia de Castro, com a leitura e a escrita é possível interpretar o cotidiano. ”Saber usar essas ferramentas de uma forma útil no dia a dia é essencial no cotidiano”, disse.
Ao Grupo Rede Amazônica, a Secretaria de Educação e Cultura (SEE-AC) explicou que a Educação Infantil é de responsabilidade das redes municipais, mas que o estado atua nos anos iniciais do ensino fundamental por meio do Programa Alfabetiza Acre.
Ainda segundo o órgão a iniciativa atende jovens e adultos, com três mil alunos beneficiados pela modalidade EJA, que oferta oportunidades educacionais a todas as idades.
A porcentagem revelada pelo Censo equivale a mais de 73.835 pessoas que não sabem ler nem escrever no estado, e que necessitam de oportunidade para ter acesso
“Paulo Freire traz que a leitura do mundo precede a leitura da palavra. Conseguimos perceber tudo isso que está acontecendo ao nosso redor, organizar histórias e tomar o nosso espaço no mundo, com nossas próprias interpretações”, acrescentou.
No Acre, cerca de 60 mil pessoas têm algum tipo de deficiência, e o estado também apresenta a maior taxa de analfabetismo desse grupo na região Norte.
Ainda segundo o Censo 2022 do IBGE, 30,7% das pessoas com deficiência no estado não sabem ler nem escrever, enquanto entre quem não tem deficiência o índice é de 9,57%. A pesquisa também mostra que a maioria desse público não completou o ensino fundamental, e apenas 7,8% têm ensino superior completo.
Foto: Divulgação
Cor e gêneros
Além da taxa geral, o Censo também mostra diferenças no analfabetismo quando observados fatores como cor e gênero. No Acre, 85,9% dos analfabetos são pretos ou pardos, o que representa 49 mil pessoas com idade acima de 15 anos. Entre os brancos, o percentual é de 12,3%, cerca de 7 mil pessoas.
Na qualificação por gênero, são 30 mil homens acreanos analfabetos com 15 anos ou mais, número que representa 52,6% do total. Entre as mulheres, o índice corresponde a 47,4%, o que equivale a 27 mil pessoas sem ler e escrever.
Analfabetismo funcional
Quando o assunto é analfabetismo funcional, o Brasil segue no mesmo patamar 2018, com 29% de analfabetos funcionais. O problema é mais comum entre pessoas de 40 a 64 anos, e chega a atingir 51% das pessoas com 50 anos ou mais.
Já em 2024, 59,2% das crianças matriculadas na rede pública de ensino foram alfabetizadas na idade certa. O número vem crescendo, mas ainda está longe do ideal. Para especialistas no tema, os prejuízos da alfabetização tardia vão além de uma questão de tempo.
Além disso, o país também enfrenta um alto índice de analfabetismo funcional. No ano passado, 3 a cada 10 brasileiros de 15 a 64 anos eram analfabetos funcionais.
Ou seja, essas pessoas conseguem apenas ler palavras isoladas, frases curtas, ou apenas identificar números familiares, como contatos telefônicos, endereços e preços.
*Por Jhenyfer de Souza e Giselle Loureiro, da Rede Amazônica AC
O processo de limpeza prepara o ambiente para novos ciclos de cultivo de peixes. Foto: Diane Sampaio/PMBV
Com ações que garantem mais qualidade e segurança alimentar, além de gerar emprego e renda nas comunidades indígenas de Boa Vista, a prefeitura tem atuado diretamente no incentivo à piscicultura, com o projeto Moro-Morí. Em nova etapa da atividade aquícola, o tanque da comunidade São Marcos, localizada na região Baixo São Marcos passa por processo de tratamento da água.
O processo de limpeza prepara o ambiente para novos ciclos de cultivo de peixes, evitando doenças e promovendo um manejo mais eficiente, sustentável e produtivo para os piscicultores. De acordo com o secretário de Agricultura e Assuntos Indígenas, Cezar Riva, o apoio da prefeitura ao Moro-Morí nas comunidades indígenas representa mais do que um incentivo à produção.
Hoje, 14 comunidades indígenas contam com a iniciativa em andamento. Foto: Diane Sampaio/PMBV
“É uma ação de valorização cultural, geração de renda e sustentabilidade. Oferecemos suporte técnico, escavação do tanque, equipamentos, alevinos, rações e acompanhamento constante e capacitação para que os piscicultores indígenas possam desenvolver uma atividade produtiva, fortalecendo a economia local de forma sustentável, em cada comunidade atendida pelo município”, disse.
Durante todo processo de implantação e desenvolvimento da piscicultura nas comunidades indígenas, técnicos da Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas apoiam os produtores com assistência técnica especializada. Segundo o Tuxaua da São Marcos, Cleidson Pereira, seis famílias da comunidade estão envolvidas diretamente no projeto, liderando as atividades.
“Nossa comunidade está muito feliz com o início dos trabalhos voltados para a criação de peixe”, disse o Tuxaua Cleidson Pereira. Foto: Diane Sampaio/PMBV
“Nossa comunidade está muito feliz com o início dos trabalhos voltados para a criação de peixe. Procuramos envolver toda a comunidade, inclusive as crianças para que elas possam dar seguimento a esse projeto e seja difundido cada vez mais na região. Sem o apoio da Prefeitura de Boa Vista, a gente não conseguiria implantar essa atividade, já que o investimento inicial é bem alto”, contou.
Capacitação das famílias
Famílias responsáveis pelo gerenciamento do projeto nas comunidades indígenas participam de curso sobre técnicas de manejo da piscicultura, voltados para a parte teórica e prática. Durante a capacitação, os piscicultores recebem treinamento para a preparação dos tanques, cuidados com a qualidade da água e controle de doenças, da alimentação dos alevinos, o acompanhamento biométrico (medição e pesagem) mensal até o momento da despesca.
No processo, os produtores retiraram cerca de 11 toneladas de peixes dos tanques. Foto: Diane Sampaio/PMBV
Hoje, 14 comunidades indígenas contam com a iniciativa em andamento e mais três serão beneficiadas até o fim do ano. Até o momento, cinco já fizeram a despesca: Serra da Moça, Darora, Campo Alegre, Vista Alegre e Ilha. No processo, os produtores retiraram cerca de 11 toneladas de peixes dos tanques. Parte da produção é consumida na comunidade e a outra parcela é destinada à comercialização.
A Fiocruz Amazônia, em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp-SP) e o Instituto Evandro Chagas (IEC-PA), está realizando um levantamento sorológico inédito ao longo de um trecho de aproximadamente 800 quilômetros da BR-319 – estrada federal que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO) – visando identificar a presença de anticorpos contra patógenos causadores de doenças como leptospirose, hantavirose, febre Oropouche, dengue, febre Mayaro, chikungunya, entre outras.
O objetivo do estudo é avaliar, no contexto do conceito One Health (Uma Só Saúde), como a degradação ambiental pode influenciar a dinâmica de circulação de vírus emergentes e reemergentes na região amazônica. A abordagem considera a saúde humana, animal e ambiental de forma integrada, buscando compreender de que maneira o modo de vida local, a interação com a floresta e as transformações ambientais impactam o risco de doenças.
O trecho em estudo inclui comunidades como Igapó Açu e Realidade, além de diversos pequenos povoados ao longo da rodovia, onde são realizadas expedições periódicas do projeto. Cada expedição dura, em média, 20 dias, tempo suficiente para coletas de sangue, entrevistas com moradores e ações de educação em saúde. Denominado Rede Pampa-BR 319, o projeto começou há três anos e, ao final, pretende apresentar um diagnóstico integrado com dados ecológicos, demográficos e clínicos.
Fiocruz trabalha com parceiros para realizar diagnóstico
O trabalho é coordenado pelo pesquisador em Saúde Pública Pritesh Lalwani, da Fiocruz Amazônia, em parceria com os professores doutores José Luiz Modena (Unicamp-SP), que acompanha o trabalho no Amazonas, e Lívia Martins (IEC-PA), que desenvolve diagnóstico semelhante na região de mineração de Carajás, no sudeste do Pará. O projeto conta com financiamento das Fundações de Amparo à Pesquisa do Amazonas (FAPEAM), de São Paulo (FAPESP) e do Pará (FAPESPA), no âmbito do edital Amazônia+10, do Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap).
Segundo Lalwani, a relevância do projeto está na possibilidade de subsidiar políticas públicas voltadas para a população dessas áreas, a partir do conhecimento direto sobre o estado de saúde das pessoas que vivem nelas.
“A ideia do projeto surgiu de um diálogo sobre o impacto histórico da abertura de estradas no Brasil, que em vários casos esteve associado ao aumento de doenças infecciosas. No caso da BR-319, parte da estrada já é asfaltada, mas há longos trechos sem pavimentação. Queremos entender como as pessoas vivem na região e quais os principais desafios de saúde existentes”, resume.
Foto: Divulgação/Projeto Rede Pampa BR-319
Das amostras humanas analisadas até o momento, mais de 50% das cerca de 300 pessoas testadas apresentaram resultado positivo para anticorpos IgM contra o vírus Oropouche (OROV), indicando infecção recente. O OROV é um arbovírus transmitido principalmente por pequenos insetos do gênero Culicoides (maruim ou mosquito-pólvora) e, até poucos anos atrás, sua ocorrência estava majoritariamente restrita ao bioma amazônico.
No entanto, após uma grande epidemia de OROV na Amazônia brasileira em 2023-2024, surtos passaram a ser registrados em diferentes estados do Brasil e até em outros países da América Latina, aumentando a preocupação com seu potencial de dispersão. Por apresentar sintomas semelhantes aos de outras arboviroses, como febre, dor de cabeça e dores musculares, o OROV pode ser facilmente subdiagnosticado.
O pesquisador ressalta que compreender o impacto das ações humanas sobre o meio ambiente é essencial para antecipar e mitigar riscos sanitários. Embora a relação causal entre degradação ambiental e o surgimento de novas doenças infecciosas ainda esteja sendo investigada, estudos sugerem que mudanças no uso da terra, desmatamento e proximidade maior entre pessoas, animais domésticos e fauna silvestre podem estar associadas ao aumento de doenças zoonóticas.
“Nosso projeto busca gerar evidências concretas para avaliar como esses fatores interagem. Alterações ambientais, como o desmatamento, podem modificar o habitat de vetores e reservatórios, criando condições que favorecem a transmissão de patógenos. Ao entender essas dinâmicas, podemos orientar medidas de prevenção mais eficazes”, explica.
Foto: Divulgação/Projeto Rede Pampa BR-319
O diagnóstico produzido pelo projeto da Fiocruz servirá como linha de base para comparações futuras, especialmente após o recapeamento da BR-319, permitindo avaliar se as mudanças na infraestrutura e no uso da terra vão influenciar o risco e a ocorrência dessas doenças.
“Com esses indicadores, poderemos propor estratégias e fortalecer o acesso do SUS a essas comunidades”, destaca.
Integração institucional
O ILMD/Fiocruz Amazônia vem atuando para ampliar a integração institucional entre grupos de pesquisa em saúde e meio ambiente na Amazônia. Para a vice-diretora de Pesquisa e Inovação da Fiocruz Amazônia, Michele Rocha El Kadri, um diagnóstico organizacional feito entre 2015 e 2016 já apontava a transversalidade dos temas saúde e ambiente nas pesquisas da instituição.
“A análise de vários projetos mostrou que saúde e ambiente eram temas conectados, mas essa conexão nem sempre era percebida de forma explícita. Hoje, essa relação é vivida de forma muito concreta”, avalia.
Para El Kadri, o estudo sobre o impacto causado pelas mudanças climáticas e a degradação ambiental na saúde é uma das oportunidades de alavancar recursos e dar visibilidade as ações desenvolvidas no ILMD no protagonismo da agenda saúde e ambiente na Amazônia.
“Temos uma diversidade muito potente de expertise nos nossos laboratórios que vai desde a pesquisa clínica ao diálogo com medicina indígena, ou desde o desenvolvimento de novos testes diagnósticos à educação ambiental com comunidades. Além disso, somos reconhecidos como instituição de formação de pessoas para o SUS. A questão é como converter nosso capital político e científico em ações concretas na agenda da saúde nos territórios amazônicos. Nossa capacidade de influenciar políticas públicas de alimentação, saúde, saneamento, cultura de paz, etc, passa necessariamente pela nossa capacidade de trabalhar com as pessoas no território”, avalia.
Área de floresta nativa amazônica. Foto: Eufran Amaral
A determinação política, fortalecida pela pressão da sociedade civil e pela diplomacia internacional, é fator decisivo para proteger as florestas na Amazônia brasileira e na Indonésia. A conclusão é de um estudo publicado na revista Conservation Letters, que analisou os aspectos responsáveis pelo sucesso na proteção florestal no Brasil e Indonésia, países que abrigam algumas das maiores áreas remanescentes de florestas tropicais do planeta.
A pesquisa, baseada na metodologia Delphi, buscou ir além das análises quantitativas tradicionais. O estudo envolveu 36 pesquisadores e outros profissionais dos dois países e investigou fatores estruturais e muitas vezes intangíveis – como vontade política, atuação da sociedade civil e pressão internacional – que foram determinantes para as quedas históricas no desmatamento.
Quedas expressivas do desmatamento em décadas recentes
O Brasil reduziu o desmatamento em 84% entre 2004 e 2012, enquanto a Indonésia alcançou uma redução de 78% no período entre 2016 e 2021.
“Nosso objetivo foi entender quais fatores colaboram para a manutenção das florestas – apesar do desmatamento desenfreado, ainda temos mais de dois terços das florestas tropicais do mundo. O Brasil e a Indonésia possuem as maiores áreas remanescentes de florestas tropicais e cada um deles reduziu significativamente o desmatamento em décadas recentes”, declara Joss Lyons-White, pesquisador da Universidade de Cambridge, Inglaterra, e um dos autores principais do artigo.
“O trabalho compara dois contextos distintos, Amazônia e Indonésia, identificando semelhanças, diferenças e combinações ideais de fatores de proteção florestal”, detalha o pesquisador da Embrapa Cerrados, Júlio César dos Reis, um dos coautores do artigo.
Área de floresta e de diversos usos da terra. Foto: Eufran Amaral
Como os especialistas chegaram a um consenso
Para chegar a essas conclusões, o estudo empregou a metodologia Delphi, que envolveu múltiplas consultas interativas com 17 especialistas do Brasil e os 21 na Indonésia (dois participantes têm expertise nos dois países). O processo incluiu rodadas de questionários anônimos e um workshop virtual, permitindo que o grupo refinasse suas visões sem a influência de indivíduos dominantes, comum em discussões presenciais. “Buscamos identificar toda a gama de fatores que mantêm as florestas em pé, a relativa importância de cada um e como eles mudaram ao longo do tempo”, conta uma das autoras, Rachael Garrett, também da Universidade de Cambridge.
A aplicação da metodologia envolveu, inicialmente, uma rodada de perguntas abertas para identificar fatores-chave, seguida da priorização dos cinco mais relevantes entre os 15 mais citados. Na sequência, foi realizado um workshop on-line para discussão e elaboração de modelos regionais. Depois, os participantes responderam a uma nova rodada de avaliação sobre a importância dos fatores nas décadas de 1990, 2000 e 2010. Por fim, foi feita a síntese dos resultados.
O estudo envolveu pesquisadores, agentes públicos e outros profissionais especialistas em conservação florestal na Amazônia Brasileira e na Indonésia com artigos publicados em revistas de alto impacto, participação em painéis ou membros de organizações que atuam na proteção das florestas.
Queimadas normalmente antecedem o desmatamento ilegal. Foto: Eufran Amaral
Pressão social e diplomacia: os motores da vontade política
Os participantes do estudo identificaram a vontade política para fazer cumprir as leis como o fator mais importante para o sucesso na proteção florestal. No entanto, essa determinação não surge no vácuo. “Esse processo é gerado pelos constantes esforços da sociedade civil ao longo do tempo, engajamento público e pressão internacional. Apesar de ser tentador seguir as últimas tendências de conservação, esforços contínuos nessas três áreas são o que fazem a real diferença”, declara um dos principais coautores do artigo: Matthew Spencer, do The Sustainable Trade Initiative (IDH).
Segundo Reis, a expansão agrícola historicamente impulsionou o desmatamento, especialmente entre as décadas de 1950 e 1980, quando o Estado brasileiro, sob o lema “integrar para não entregar”, incentivou a conversão de florestas, em especial na Amazônia, para fins agrícolas.
“Na Região Amazônica, a intensificação da agricultura e a demanda por commodities continuam associadas à perda florestal. Contudo, políticas públicas como o Código Florestal e o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) mostraram que, com vontade política e fiscalização, é possível reduzir a relação direta entre agricultura e desmatamento”, relata o cientista.
Área de floresta e de agricultura. Foto: Eufran Amaral
O cenário na Indonésia se mostrou mais complexo, com uma variedade maior de fatores influentes. Iniciativas do setor privado, como políticas de “desmatamento zero” em cadeias de commodities, somaram-se a ações governamentais, como uma moratória para novas licenças de cultivo de palma de óleo.
Segundo os autores, essa combinação diversa reflete um processo de descentralização e recentralização da governança florestal no país, contrastando com a ênfase mais direta em políticas públicas federais observada no caso brasileiro.
“Ao observar a importância relativa de diferentes fatores ao longo do tempo, a diplomacia internacional e a pressão da sociedade civil destacaram-se claramente como fatores importantes para gerar determinação política para a proteção das florestas. Na década de 2010, por exemplo, quando a Indonésia alcançou suas principais reduções no desmatamento, a vontade política foi percebida como o fator mais importante”, explica Spencer.
O papel vital das comunidades tradicionais e indígenas
O estudo destacou que, na Amazônia brasileira, o reconhecimento dos direitos e territórios tradicionais e indígenas foi considerado outro fator importante para a conservação desde a década de 1990, com sua relevância só aumentando ao longo dos anos.
“O reconhecimento desses direitos pelo estado brasileiro desempenhou um papel crucial no desenvolvimento das condições que culminaram com o sucesso da conservação das florestas entre 2004 e 2012 e formarão uma parte vital do quebra-cabeças para conservar as florestas no futuro”, afirma Rachael Garrett.
Os dados do Censo Demográfico (do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, IBGE, 2022) ilustram a dimensão humana dessa realidade: 5,82% da população brasileira, ou 11,8 milhões de pessoas, residem em Unidades de Conservação (UCs).
Desse total, 282,3 mil são quilombolas e 132,8 mil são indígenas. Um desafio crítico: 40,34% dos domicílios nessas áreas apresentam pelo menos uma categoria de precariedade, como a ausência de saneamento básico. Para Judson Valentim, pesquisador da Embrapa Acre e coautor do estudo, a conservação a longo prazo está intrinsecamente ligada ao bem-estar dessas populações.
“Para garantir a conservação das florestas, é importante que haja renda por meio da valorização dos produtos da sociobiodiversidade a fim de assegurar a qualidade de vida dessas populações, guardiãs desse formidável estoque de recursos naturais”, ressalta.
Foto: Ronaldo Rosa
Um alerta para a COP30
As constatações do estudo chegam às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30, que será realizada em Belém (PA) em 2025. Os pesquisadores acreditam que esse trabalho serve como alerta para diplomatas, políticos e líderes globais. Ele deixa a mensagem de que a conservação das florestas tropicais é possível, mas depende, fundamentalmente, de uma decisão política sustentada, que por sua vez é alimentada pela vigilância constante da sociedade e pela cooperação internacional.
“Políticos, diplomatas, representantes da sociedade civil organizada, profissionais e especialistas devem ter isso em mente e continuar com a luta pela conservação das florestas”, finaliza Garret.
*O conteúdo foi originalmente publicado pela Embrapa
Cunhã-poranga do Garantido Isabelle Nogueira. Foto: Michael Dantas/Acervo SEC AM
A Escola de Samba Presidente Vargas anunciou, na terça-feira (9), que a ex-BBB e influenciadora amazonense Isabelle Nogueira será homenageada no Carnaval 2026 em Manaus (AM). O enredo escolhido leva o título ‘Com Uma Flecha e Um Sonho: Isabelle Nogueira, a Força da Mulher Amazônica’.
O anúncio foi feito em tom de suspense nas redes sociais da agremiação. “O segredo está guardado… mas não por muito tempo. Uma filha da Matinha, do berço da Presidente Vargas para o mundo. Isabelle Nogueira é a nossa homenageada, símbolo da cultura do Amazonas, uma guerreira amazônica que levou a sua raiz, sua gente e sua história para o Brasil inteiro e para além das fronteiras”, destacou o post.
Isabelle, que nasceu e cresceu no bairro Presidente Vargas, antiga Matinha, território também da escola de samba, celebrou a homenagem em vídeos publicados nos stories do Instagram.
“Tô muito feliz mesmo com essa homenagem e carinho. É a escola do bairro em que morei muitos anos. A gente tem umas histórias juntos pra contar, um enredo bem forte, bem orgânico, bem verdadeiro. E também de poder mostrar pra todo mundo que no Amazonas, em Manaus, tem um carnaval muito lindo, com muitas escolas e muitos artistas competentes e maravilhosos. Só gratidão no meu coração”, disse.
Foto: Clarissa Bacellar/Portal Amazônia
A escola também divulgou um vídeo em que Isabelle narra a sua ligação com o bairro. Nele, a manauara fala das memórias de infância no Presidente Vargas, ainda conhecido pelo antigo nome Matinha, da importância da comunidade e do samba.
“Foi aqui, na Matinha, que tudo aconteceu. Essa terra também é o coração da Presidente Vargas, meu berço, minha raiz, parte da minha história. Aqui aprendi que o samba é mais do que dança, é identidade, é resistência e muito amor. Esse chão que me viu nascer hoje me viu honrar minhas raízes. Tenho muito orgulho de dizer que sou parte dessa história”, narrou.
O anúncio da homenagem acontece em um momento especial para a Presidente Vargas. Em 2025, a escola foi campeã do Grupo de Acesso A, somando 268,20 pontos com o enredo “Águas e Florestas – Os Encantos do Sul de Roraima”. A apresentação, que conquistou jurados e público, garantiu o retorno da agremiação ao Grupo Especial do Carnaval de Manaus em 2026.
Além da ligação com a cultura popular do Amazonas, Isabelle também vem conquistando espaço no Carnaval brasileiro. Cunhã-poranga do Boi Garantido, ela estreou como musa da Acadêmicos do Grande Rio no desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, em março deste ano, quando desfilou na Marquês de Sapucaí com uma fantasia em homenagem a Jurema.
Em todo o Amazonas, 31,6% das mulheres já sofreram algum tipo de violência. Essa é uma das estatísticas reveladas pela mais recente atualização do banco de pesquisas do Observatório da Violência contra a Mulher, iniciativa da Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
O assunto veio à tona na Sessão Ordinária, desta terça-feira (02/09), quando a deputada estadual Alessandra Campelo (Podemos) ocupou a tribuna da Casa Legislativa para apresentar dados inéditos levantados pelo Observatório da Violência contra a Mulher.
A pesquisa de opinião, que abrangeu mais de 63 mil pessoas de Manaus e dos municípios do interior, aponta que, em se tratando de violência, o “inimigo” mora em casa. A mostra aponta que 55,1% das mulheres que revelaram ter sofrido algum tipo de violência são casadas ou moram junto com seus companheiros.
De acordo com os números divulgados pelo Observatório, o sentimento de posse também é confirmado na pesquisa, pois 26,5% de mulheres separadas ou divorciadas revelaram ter sofrido algum tipo de violência.
“Antes dessa pesquisa do Observatório da Violência contra a Mulher, a gente não tinha esse dado de como a mulher se sente em relação à violência. Isso vai fazer com que a gente possa elaborar políticas públicas que realmente impactem essa mulher. O objetivo da Procuradoria da Mulher é aperfeiçoar o trabalho legislativo, aperfeiçoar a criação de políticas públicas por meio dessa vivência da realidade da mulher amazônica”, enfatizou a deputada Alessandra Campelo.
Alessandra Campelo informou que o Observatório da Violência contra a Mulher é uma ferramenta perene da Casa Legislativa, visto que foi instituído por meio da Resolução Legislativa nº 1.049, de 02 de julho de 2024.
“Isso é inédito no Amazonas, e preciso agradecer ao presidente Roberto Cidade e a todos os deputados e as deputadas que acreditaram neste trabalho, aprovando a Resolução Legislativa, onde qualquer órgão poderá usar estes dados para a promoção de políticas públicas de proteção às mulheres”, disse a deputada, por ocasião do lançamento do projeto, em agosto de 2024.
Para tornar a comunicação em espaços públicos e privados mais acessível às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o deputado estadual Roberto Cidade (UB), presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), apresentou o Projeto de Lei nº 673/2025, que altera a Lei nº 6.458/2023 e consolida a legislação relativa à pessoa com TEA, estabelecendo critérios mais específicos de atendimento para esse público.
“É importante que façamos as adaptações necessárias para que as pessoas com TEA e suas famílias sejam cada vez melhor acolhidas e pertencentes a todos os ambientes. Elas precisam ser inseridas na sociedade com respeito e empatia. O que nossa emenda propõe é a efetivação prática dos direitos já previstos em âmbito constitucional e legal, mas com uma linguagem mais apropriada, inibindo sobrecargas sensoriais, crises, desistência do atendimento e outras formas de violação de direitos”, destacou o parlamentar.
De acordo com a propositura, os estabelecimentos públicos e privados que prestem atendimento direto à população no Amazonas deverão adotar estratégias específicas de acolhimento e linguagem acessível voltadas às pessoas com TEA, observando parâmetros de comunicação clara, objetiva e literal, evitando ambiguidades, ironias ou figuras de linguagem.
As instruções devem ser diretas, indicando com precisão o que deve ser feito, quando e como, respeitando o tempo necessário para a resposta e compreensão da pessoa com TEA. O texto prevê também o acolhimento de comportamentos característicos do espectro, como repetições, desorganização na fala, desvios de assunto e movimentos repetitivos, sempre com redirecionamento gentil.
A proposta estabelece medidas relacionadas ao ambiente, para que ele seja inclusivo e respeitoso às particularidades das pessoas com TEA, além da formação e capacitação periódica de servidores e funcionários no atendimento, com foco na comunicação, sensibilização e empatia.
O presidente da Aleam também é autor do PL nº 726/2025, que acrescenta ao Art. 32-A da Lei nº 6.458/2023 a obrigatoriedade de que os planos de saúde privados garantam às pessoas com TEA a cobertura integral das sessões de equoterapia, musicoterapia e hidroterapia, sempre que prescritas por profissional de saúde especializado.
“Do ponto de vista regulatório, nosso PL não cria obrigação inédita, mas alinha o âmbito estadual às diretrizes federais e à jurisprudência, coibindo negativas administrativas frequentes e evitando judicialização desnecessária”, afirmou Cidade.
O projeto prevê que a cobertura não poderá ter limitações de quantidade de sessões, desde que haja laudo comprovando a necessidade de acompanhamento contínuo; deverá incluir profissionais e centros de terapias credenciados e regularizados; e seguirá sempre a prescrição individualizada constante em relatório técnico de profissional habilitado.
De acordo com levantamento amostral do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao menos 2 milhões de brasileiros convivem com o espectro autista, número possivelmente subestimado devido à subnotificação e ao diagnóstico tardio.
O Colorau, especiaria de sabor intenso, terroso e até apimentado, é produzido a partir de um fruto conhecido como urucum. O fruto é uma semente de uma pequena árvore nativa das regiões tropicais da América do Sul, o urucuzeiro (Bixa orellana). Para a sua produção são utilizadas apenas as sementes do fruto, inteiras ou moídas.
Conheça o processo de produção do colorau, um dos temperos mais usados nas cozinhas brasileiras e um símbolo da cultura alimentar amazônica:
Origem do fruto
O urucum, do tupi uruku, que significa ‘vermelho’, é um fruto de uma árvore tropical que pode atingir até 6 metros de altura. A árvore produz frutos espinhosos em forma de cápsulas, que abrigam sementes cobertas por um pó vermelho intenso rico em bixina, e com propriedades corantes e antioxidantes.
Foto: Márcio Moia
Antes mesmo da colonização, os povos indígenas já utilizavam o urucum como corante para objetos de cerâmica, conservação de alimentos e corante natural, proteção contra picadas de mosquito e queimaduras de sol e para pintura corporal.
Atualmente, o fruto além de ser um remédio natural também é utilizado como corante em produtos cosméticos e como condimento alimentar.
Existem três formas principais de produzir o colorau a partir do urucum:
1. Extração do pigmento com fubá (sem uso das sementes no final)
Nesse método, as sementes do urucum são misturadas com óleo vegetal, que auxilia na remoção do pigmento das sementes, depois acontece a adição de farinha de fubá e a combinação é misturada até que o pigmento passe totalmente para o fubá. A proporção comum é de uma parte de sementes para três a cinco partes de fubá, dependendo da cor desejada.
Depois que o fubá adquire a cor desejada, coloca-se sal e a mistura é peneirada para tirar as sementes usadas. A partir daí, o colorau está pronto para ser embalado e vendido.
2. Trituração das sementes (sementes fazem parte do produto final)
Foto: Neri9
Dessa maneira, as sementes de ururcum são misturadas com óleo para soltar o pigmento e depois trituradas junto com sementes de milho e sal. A mistura final contém partes das sementes de urucum, e as proporções variam, mas geralmente são utilizadas uma parte de urucum para três a sete partes de milho. Após a moagem das sementes, a mistura é peneirada e está pronta para ser embalada e vendida.
3. Mistura com corante industrial
Nesse processo, usa-se um corante já extraído das sementes de urucum, misturado com óleo, e combinado com fubá e sal. Como o pigmento já vem pronto, é possível ter mais controle sobre a qualidade e a cor do colorau, e a quantidade de corante vai depender da sua concentração.
O colorau de urucum está presente em receitas típicas da Amazônia, como o tacacá (em algumas variações regionais), o pato no tucupi, moquecas de peixe ou camarão, arroz paraense e ensopados com jambu e camarão seco.
Além disso, é usado em temperos caseiros, marinadas e em preparos que exigem um ‘toque de cor’ sem alterar significativamente o sabor.
Colorau e páprica são a mesma coisa?
Embora ambos tenham coloração avermelhada e sejam usados como condimentos, o colorau é feito a partir do urucum e a páprica é feita com pimentão vermelho seco e moído.
Em sintonia com o ‘Setembro Azul‘, mês dedicado à conscientização e à visibilidade da comunidade surda, a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) tem reforçado o apoio à causa por meio de diversas iniciativas.
Matérias legislativas e sessões de debate abordam temas cruciais para a inclusão, como o acesso à educação e a garantia de direitos. A Casa Legislativa reconhece a importância de leis que promovam a acessibilidade e a igualdade de oportunidades para todos, incluindo a regulamentação e o incentivo à profissão de tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Durante todo o mês, leis federais estabelecem datas significativas que reforçam a luta por um mundo mais inclusivo, como a Semana Internacional dos Surdos (20 a 26 de setembro), o Dia Internacional da Língua de Sinais (23/09), o Dia Nacional do Surdo (26/09) e o Dia Internacional do Tradutor e Intérprete (30/9).
No âmbito estadual, e buscando fortalecer a promoção da acessibilidade no Parlamento, a Aleam foi uma das primeiras Casas Legislativas do Brasil a contar com intérprete de Libras, ainda em 2002. O atual intérprete da Casa, Marlison Barral de Azevedo, relembra que somente após a Assembleia implantar o serviço, a língua foi oficializada no Brasil pela Câmara Federal.
“Na época, quando nem se falava em inclusão, a Assembleia deu o primeiro passo nesse sentido. A partir do momento em que a linguagem foi oficializada pela Câmara Federal, a Aleam apenas comunicou que já tinha um intérprete. Avançamos, ganhou a Casa e, claro, a comunidade surda”, recorda.
De acordo com o Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui cerca de 9,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva, sendo aproximadamente 2 milhões surdas. No Amazonas, segundo o mesmo levantamento, há cerca de 140 mil pessoas com deficiência auditiva, das quais aproximadamente 28 mil são surdas.
Buscando ampliar a comunicação e o acesso à informação, a Aleam aprovou a Lei nº 7.321/2025, que tornou obrigatória a utilização de Libras em todas as propagandas institucionais veiculadas por órgãos públicos na televisão e nas redes sociais.
“Além de ampliar a inclusão social e o respeito à diversidade linguística das pessoas surdas ou com deficiência auditiva no Amazonas, queremos garantir o direito à informação e à comunicação nas propagandas institucionais realizadas pelos órgãos públicos”, afirma a deputada Mayra Dias (Avante), autora do projeto que deu origem à norma.
Outras iniciativas de valorização e propagação da Libras também foram aprovadas pelo Parlamento, como a Lei nº 6.254/2023, de autoria do deputado Mário César Filho (UB), que tornou obrigatório o atendimento nas repartições públicas, empresas concessionárias de serviços públicos e instituições financeiras por tradutores e intérpretes de Libras.
Já a Lei nº 6.923/2024, de autoria do deputado Rozenha (PMB), estabeleceu diretrizes para detecção precoce da deficiência auditiva infantil.
“É preciso assegurar que a perda auditiva possa ser identificada e tratada o mais cedo possível, conscientizando sobre a importância da prevenção nos cuidados com a audição”, destaca o parlamentar.
Reforçando o compromisso com a inclusão, a Aleam aprovou ainda a Lei nº 7.314/2025, oriunda de projeto da deputada Joana Darc (UB), que trata da utilização de tecnologia assistiva para atendimento a pessoas com deficiência auditiva em hospitais públicos.
A lei define como tecnologias assistivas o conjunto de recursos e serviços que promovem acessibilidade, autonomia e independência às pessoas com deficiência, assegurando maior inclusão.