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Plano para transformar área em que vivia o ‘Índio do Buraco’ em parque nacional é aprovada pelo STF

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Foto: Reprodução/Funai

Com o objetivo de preservar a memória do ‘Índio do Buraco‘ e de seu povo, considerado extinto, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou, no dia 11 de setembro, o Plano de Trabalho para a criação do Parque Nacional Tanaru, em Rondônia.

O indígena, último integrante da etnia, viveu sozinho e em completo isolamento por quase 30 anos, até sua morte em 2022. Leia a íntegra da decisão.

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A etnia do ‘Índio do Buraco’ nunca foi identificada, assim como a língua que falava. Ele recebeu esse apelido por escavar grandes buracos, do tamanho de uma pessoa, nas palhoças que construía. Também passou a ser chamado de “Tanaru”, em referência à Terra Indígena Tanaru, localizada no sul de Rondônia, onde viveu.

Depois da morte do indígena, surgiu a preocupação: o que fazer com a terra dele e como manter viva a memória desse povo, já que não há mais ninguém?

A TI possui cerca de 8 mil hectares e se espalha por quatro municípios de Rondônia: 

  • Chupinguaia, 
  • Corumbiara, 
  • Parecis 
  • e Pimenteiras do Oeste.

A Funai mantém a região protegida por portarias de restrição de uso que têm validade até este ano. Em sua decisão, Fachin autorizou a prorrogação da proteção “até a total conclusão do cronograma de criação do Parque Nacional Tanaru”.

Entidades e órgãos governamentais, como Ministério dos Povos Indígenas, o ICMBio, o Ministério dos Direitos Humanos e Iphan, debateram estratégias e concluíram que a criação de um Parque Nacional seria a melhor solução para a destinação da área.

Uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental foi requerida pela Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Brasil (APIB) no STF. Ela é uma ferramenta jurídica usada para garantir direitos essenciais que sustentam o ordenamento jurídico brasileiro, como o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à dignidade humana.

O Ministro Fachin homologou o plano por considerar que ele “guarda consonância com o dever-garantia fundamental de proteção da organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, insculpida no art. 231 da Constituição da República de 1988, bem como tutela o patrimônio ambiental, cultural e arqueológico” do povo Tanaru.

O parque criado a partir da decisão deve ser uma unidade de conservação de proteção integral. O relator, Edson Fachin, classificou a criação da área como um instrumento de reparação da violência histórica sofrida pelos povos originários, especialmente pela comunidade Tanaru.

O Plano de Trabalho foi elaborado em parceria com a APIB e outros órgãos federais, e prevê etapas detalhadas para a criação do Parque Nacional.

A União deve “informar, semestralmente e de modo minucioso, o cumprimento de cada uma das etapas do projeto”.

Disputas pela área

Em novembro de 2022, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, de forma cautelar, a preservação da Terra Indígena (TI) Tanaru, a área onde vivia o único indígena. Na decisão monocrática, Fachin ordenou que a Funai informasse qual destinação deveria ser dada ao território.

Em dezembro de 2022, o Ministério Público Federal (MPF) orientou fazendeiros a não invadirem a área como forma de proteção, após identificarem pessoas transitando na TI. Na época, as notificações entregues aos fazendeiros alertaram que os invasores poderiam responder por crimes, como dano qualificado.

Terra Indígena Tanaru em Rondônia. Foto: Reprodução/ISA

Quatro meses após a morte do indígena, o MPF voltou a recorrer à Justiça contra a União e a Funai, buscando obrigar os órgãos federais a transformar o território onde Tanaru viveu em uma área pública de proteção socioambiental.

Em janeiro de 2023, câmeras escondidas pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) registraram fazendeiros invadindo a palhoça onde o “Índio do Buraco” vivia, momentos após o sepultamento do indígena, que demorou cerca de três meses para acontecer.

Quem era o ‘Índio do Buraco’?

índio do buraco, em rondônia
Registro raro do “Índio do buraco”. Foto: Divulgação/Funai

Em junho de 1996, o “Índio do Buraco”, também conhecido como Tanaru, foi visto pela primeira vez por homens brancos em Rondônia. Vinte e seis anos depois daquele “contato”, o indígena foi encontrado morto em seu território, em agosto de 2022.

Saiba mais: Relembre a história do “índio do buraco”, símbolo da resistência dos indígenas isolados

O homem, conhecido por viver sozinho e isolado na densa floresta Amazônica, morreu como o último homem de seu povo, sem que sua etnia e sua língua fossem descobertas. O indígena resistiu ao contato com o homem branco até sua morte.

O ‘Índio do Buraco’, apesar de ter vivido isolado por mais de 30 anos, nem sempre esteve só. Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai) os últimos membros do seu povo foram mortos em 1995.

O indígena era conhecido como “Índio do Buraco” porque fazia escavações em suas palhoças. Ninguém chegou a descobrir o motivo e real utilidade delas.

Pesquisa avalia espécies de cândida na rede de esgoto hospitalar em Manaus

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Foto: Patrícia dos Santos Souza/Acervo pessoal

Realizar a vigilância epidemiológica das espécies de cândida em efluentes clínicos (rede de esgoto hospitalar) e avaliar a carga fúngica em um hospital de Manaus (AM) foram os principais objetivos de uma pesquisa apoiada pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), realizada no âmbito do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic).

A pesquisa conquistou o 1º lugar na 10ª Jornada Científica da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP). Intitulada ‘Vigilância Epidemiológica de espécie de cândida em efluentes clínicos: avaliação da carga fúngica em um hospital da cidade de Manaus’, a pesquisa foi desenvolvida pela estudante Patrícia dos Santos Souza, graduanda do curso de Farmácia, sob orientação do doutor em Biodiversidade e Biotecnologia e pesquisador Walter Oliva Pinto Filho, e coorientação da biomédica e mestre em ciências farmacêuticas, Vanessa de Sá Pinheiro, ambos da FVS-RCP.

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Segundo a pesquisadora a proposta foi compreender como esses microrganismos circulam nesse ambiente e identificar possíveis riscos relacionados à resistência antifúngica. O estudo tem contribuição social relevante, pois ajuda a compreender como a cândida circula em ambientes hospitalares e em efluentes, o que poderá auxiliar na prevenção de surtos, no controle de infecções e até orientar políticas públicas relacionadas ao manejo e tratamento desses resíduos, além do que os resultados podem impactar diretamente no controle de infecções hospitalares e na qualidade de vida da população.

Coleta e análise da pesquisa

Durante a pesquisa, foram coletadas amostras no esgoto do hospital, seguido do isolamento e identificação das leveduras com equipamentos de rotina em microbiologia, como microscópio, pipetas, autoclave, estufas de incubação e meios de cultura, que possibilitaram o isolamento e a manutenção das amostras.

Para a caracterização das espécies de cândida, foram aplicados o microcultivo, que permite observar as estruturas do fungo, e o auxonograma, utilizado para avaliar a assimilação de diferentes açúcares.

Os resultados foram analisados quanto à frequência das espécies de cândida e à carga fúngica presente nos diferentes pontos de coleta e revelaram elevada carga fúngica no efluente bruto, com predominância de Cândida albicans, seguida por espécies não albicans, como C. tropicalis e C. parapsilosis.

pesquisa cândida esgoto hospitalar manaus
Foto: Patrícia dos Santos Souza/Acervo pessoal

Leia também: Região Norte ainda vive cenário crítico de saneamento básico, aponta levantamento do Trata Brasil

Cepas resistentes em ambientes hospitalares

A pesquisadora destaca que algumas espécies de cândida são reconhecidas pela resistência antifúngica em ambiente hospitalar. Os efluentes podem funcionar como rota de disseminação dessas cepas para o meio externo, representando risco para a saúde pública.

“Já foram observados indícios de resistência a determinados antifúngicos utilizados na prática clínica, o que reforça a necessidade de monitoramento constante”, disse Patrícia dos Santos.

Esses microrganismos podem chegar ao meio ambiente, atingir a comunidade e até retornar ao ambiente hospitalar, perpetuando um ciclo de contaminação.

“Ao revelar a presença de cândida resistente nos efluentes, a pesquisa fornece dados que podem subsidiar melhorias no tratamento de resíduos hospitalares e auxiliar na elaboração de medidas preventivas para a cidade”, explica a pesquisadora.

A longo prazo, a expectativa é de que a pesquisa abra espaço para outros estudos na área, contribuindo para a criação de protocolos de monitoramento e fortaleça medidas de controle mais eficazes contra a resistência antifúngica.

*Com informações da Fapeam

Expofeira 2025 projeta o Amapá como vitrine para investimentos

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Foto: Divulgação

Por Olímpio Guarany

A 54ª Expofeira do Amapá mostrou, com números robustos, que o evento deixou de ser apenas festa e tradição para se consolidar como plataforma de negócios e vitrine das potencialidades do estado. Em nove dias, foram movimentados mais de R$ 1 bilhão, um resultado que projeta o Amapá como destino competitivo para investimentos em diferentes frentes.

Os destaques incluem a negociação da Mina Tucano (R$ 582 milhões), os contratos com o Banco da Amazônia (R$ 139 milhões) e o Plano Safra (R$ 139,5 milhões), além da presença inédita do setor de petróleo e gás, que atraiu executivos da Petrobras e de outras empresas. O agronegócio, a mineração, o turismo, a gastronomia e o entretenimento conviveram em um ambiente de oportunidades, apoiado por 587 empresas expositoras e um público rotativo de 2,6 milhões de pessoas.

Mas o sucesso da Expofeira não se explica apenas por seu formato moderno. Ele é resultado de um estado que vem fazendo o dever de casa. Nos últimos anos, o Amapá avançou em políticas estruturantes: aprovou o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), implementou a governança das águas, consolidando o plano de utilização dos recursos hídricos e investiu em infraestrutura e segurança — o evento registrou zero ocorrências graves em todo o período.

expofeira do amapá
Foto: Divulgação

Esse esforço já se reflete no mercado de trabalho: proporcionalmente, o Amapá foi o estado que mais gerou empregos nos últimos dois anos no Brasil, evidenciando que há ambiente favorável para negócios e geração de renda.

Outro ponto relevante é a abertura para o mundo. A edição de 2025 reuniu mais de 100 empresários nacionais e estrangeiros, delegações do Platô das Guianas e da Câmara de Comércio Brasil-China, além da cobertura de veículos como Valor Econômico e Brazil Journal.

Essa exposição nacional e internacional amplia a percepção do Amapá como uma nova fronteira econômica e ambiental da Amazônia.

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Com organização reconhecida, ações de sustentabilidade — 131 toneladas de resíduos recolhidos, coleta seletiva e banheiros climatizados — e forte presença digital, a feira reafirma que o estado tem condições para acolher investimentos de grande porte sem perder o compromisso com a conservação.

A Expofeira 2025, mais do que um grande evento, foi um termômetro do dinamismo econômico do Amapá.
A soma de negócios expressivos, governança ambiental e social e abertura ao capital privado indica um caminho claro: o Amapá está pronto para transformar seu imenso patrimônio natural em desenvolvimento sustentável, atraindo investidores que queiram crescer junto com esta nova fronteira da Amazônia.

Sobre o autor

Olimpio Guarany é jornalista, documentarista e professor universitário. Realizou expedição histórica, navegando o rio Amazonas, desde a foz até o rio Napo (Peru), por onde atingiu o sopé da cordilheira dos Andes (Equador) no período 2020-2022 refazendo a saga de Pedro Teixeira, o conquistador da Amazônia (1637-1639). Atualmente é apresentador do programa Amazônia em Pauta no canal Amazon Sat.

*O conteúdo é responsabilidade do colunista

Nova espécie de dinossauro descoberta atrai expedição científica ao Maranhão

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Reinício das escavações podem identificar os vestígios do dinossauro até então desconhecido. Foto: IFMA

O pacato vilarejo de Conceição, localizado no município de Coroatá, Maranhão, recebe uma expedição científica internacional em busca de novos fósseis, após a descoberta na região de uma nova espécie de dinossauro, o espinossauro. Os pesquisadores estarão em terras tupiniquins até o dia 14 de setembro.

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À frente dessa equipe está uma das maiores autoridades mundiais no estudo de dinossauros: o doutor Paul Sereno, da Universidade de Chicago, além de professores e estudantes do Instituto Federal do Maranhão (IFMA). Um pesquisador do Instituto teve papel fundamental nessa descoberta, o professor Rafael Lindoso, do Campus São Luís – Monte Castelo, que já havia atuado no projeto que catalogou, em 2019, outro gigante maranhense: o Itapeuasaurus cajapióensis.

Nova espécie de dinossauro
Professor Rafael Lindoso: “descobrimos restos de um animal realmente espetacular e inédito para o Brasil e para América do Sul”. Foto: IFMA

Leia também: Paleontólogos se unem no Pará para colaboração em estudo de fósseis de dinossauro gigante encontrado no Maranhão

“Estou muito animado com esta expedição, porque agora vocês encontraram ossos aqui, o que é sempre divertido. Ossos de dinossauro novinhos em folha. Encontramos alguns que vocês também podem ver. O Maranhão tem muitos ossos de dinossauros, tem uma história para contar e está começando a ganhar destaque agora. Então, é um momento realmente emocionante para os cientistas e para o público também”, disse o doutor Paul Sereno.

Sereno explicou qual é o próximo passo da pesquisa. “O próximo passo é limpar os ossos e visualizá-los, capturá-los em três dimensões. E então juntar o esqueleto, estudá-lo e fazer um anúncio. Vocês vão ouvir sobre isso porque este é um dinossauro espinossauro muito interessante que estamos obtendo às margens do Rio Itapecuru. Acreditamos que será um dos dinossauros mais famosos do Brasil”, disse.

O professor Rafael Lindoso explicou que esse local com fósseis onde a expedição está nesse momento foi descoberto em 2016, a partir de uma expedição conjunta entre o Instituto Federal do Maranhão e a Universidade Federal do Maranhão. “Descobrimos restos de um animal realmente espetacular e inédito para o Brasil e para América do Sul. Hoje, depois de alguns anos de estudo, nós descobrimos que ele é o indivíduo mais completo já descoberto em toda a América do Sul, depois de alguns espécimes terem sido destruídos durante o incêndio no Museu Nacional”. 

Paul Sereno: “o Maranhão tem muitos ossos de dinossauros, tem uma história para contar”. Foto: IFMA

E realmente essa descoberta é espetacular. Por volta de 2018, depois de uma visita ao Laboratório do Paul [Sereno] para inventariar esse material – e de algumas conversas – o professor Rafael convenceu Sereno a vir ao Maranhão, para fazer uma nova escavação. “A gente tem observado novos elementos fósseis que nos permitirão compreender melhor esses ambientes do passado”, detalhou Lindoso. 

A pesquisa é ímpar e traz um impacto ainda não vivenciado no país. “Nós temos um animal hoje na paleontologia que é motivo de grande debate: o espinossauro. Tem causado polêmica, porque – pela primeira vez – os paleontólogos têm se deparado com um animal que tem adaptações em torno de um animal semi-aquático, por vezes alguns paleontólogos debatendo se o animal seria um mergulhador de grandes profundidades e, talvez, esse nosso material, traga luz para essa questão tão amplamente debatida no mundo”, refletiu.

O professor do IFMA falou, ainda, sobre a rotina da equipe de pesquisadores. “A gente leva meses para se organizar. Através de mapas geológicos, a gente define os locais de coleta, a gente busca referências, estudos de descobertas prévias a respeito dessa família de animais”.

Reinício das escavações podem identificar os vestígios de um animal até então desconhecido. Foto: IFMA

“Tem todo um trabalho logístico. É muito complicado, que envolve desde a burocracia até a organização de aluguéis de carros e de botes, aferição da profundidade do rio, se está adequado ou não, e isso leva muito tempo. Foram várias reuniões ao longo desses últimos meses para que a gente pudesse então chegar em campo, montar um acampamento base, organizar os locais para a compra de combustível, para água, suficiente para manter uma equipe dessa por uma semana, às vezes duas semanas”, detalhou.

Umas das bolsistas no projeto da expedição e aluna do curso de Biologia do Campus São Luís – Monte Castelo, Thaiane Almeida, reconhece que o grupo, de certo modo, está fazendo história. “É muito importante para contribuir na história dessa construção evolutiva mesmo desses animais, para compreender melhor como eram eles aqui. Como era a morfologia (estudo da anatomia) deles e como isso afeta todos os aspectos do desenvolvimento evolutivo. Como estudante de Biologia, é extremamente gratificante estar aqui para poder contribuir com essa história, com esses achados. É extremamente extraordinário estar conseguindo trabalhar com toda essa equipe, que é uma equipe fantástica, conta com profissionais excelentíssimos, tanto brasileiros quanto estrangeiros”, concluiu.

*Com informações do Instituto Federal do Maranhão (IFMA)

Projeto pioneiro otimiza produção conjunta de espécies amazônicas em agroflorestas

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O objetivo do projeto é que esses agentes biológicos melhorem a saúde do solo e das plantas desde a fase de viveiro. Fotos: Defarm

Uma Pesquisa desenvolvida pela Unidade Embrapii Instituto Senai de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa), em Três Lagoas (MS), em parceria com a Natura e a Solubio, é pioneira na aplicação de bioinoculantes em culturas perenes amazônicas, dentro de um sistema agroflorestal.

O projeto Dêfarm desenvolveu e testou, em casa de vegetação, combinações de microrganismos benéficos (consórcio de bioinoculantes) para fortalecer o crescimento de mudas de dendê, cacau e açaí, no município de Tomé-Açu (PA).

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Projeto pioneiro otimiza produção consorciada de espécies amazônicas em agroflorestas
O objetivo é que esses agentes biológicos melhorem a saúde do solo e das plantas desde a fase de viveiro. Fotos: Defarm

“O objetivo é que esses agentes biológicos melhorem a saúde do solo e das plantas desde a fase de viveiro, ajudando agricultores a adotar práticas mais sustentáveis e regenerativas, especialmente na região amazônica em Sistema Agroflorestal, que combina dendê com outras espécies como açaí e cacau”, explica a coordenadora da Unidade Embrapii e chefe de pesquisa do ISI Biomassa, Layssa Aline Okamura

Esses microrganismos foram multiplicados com tecnologia on farm, ou seja, produzidos localmente, em biofábrica instalada no ISI Biomassa. O uso de bioinsumos produzidos localmente é uma abordagem mais acessível, sustentável e de baixo carbono. A iniciativa une a produtividade sustentável, boas práticas e eficiência, gerando impacto positivo ao meio ambiente, nas comunidades locais e no desenvolvimento de produtos em sintonia com novas práticas de consumo mais responsáveis.

A iniciativa une a produtividade sustentável, boas práticas e eficiência, gerando impacto positivo ao meio ambiente. Fotos: Defarm

“Projetos Embrapii permitem a criação de uma rede interdisciplinar de desenvolvimento de novas tecnologias , acelerando o processo através do networking entre empresas e pesquisadores. Quando se tem diferentes especialistas de referência em cada área envolvida no processo, podemos mitigar os riscos da inovação, expandir oportunidades, além de levar ao mercado uma tecnologia com alta confiabilidade”, afirma Simone Vieira, gerente de desenvolvimento técnico na Solubio.

A pesquisa teve o investimento de R$ 1.411.312,00, sendo 50% (R$ 570.437,00) de recursos não-reembolsáveis aportados pela Embrapii. O estudo envolveu nove pesquisadores de diferentes áreas de atuação: bioprocessos, biotecnologia, microbiologia, enzimologia, estatística e fisiologia vegetal. A iniciativa também gerou dados inéditos sobre a resposta de mudas em fase de estufa à aplicação de consórcios microbianos.

Inovação sustentável

Para a indústria, o projeto demonstra a viabilidade de soluções biológicas e sustentáveis que podem ser replicadas e escaladas em diferentes contextos. Já para a sociedade e o meio ambiente, o projeto contribui com a redução do uso de insumos químicos, com o fortalecimento da agricultura regenerativa, com o incentivo à conservação da biodiversidade e do solo, além de promover geração de renda e autonomia para agricultores na região amazônica. Em 2025, a iniciativa foi vencedora da categoria Projetos de Valor – P&D, da Prêmio Embrace da Natura

Sobre a Embrapii

A Embrapii é uma organização social que atua em cooperação com instituições de pesquisa, públicas ou privadas, para atender ao setor empresarial, com o objetivo de fomentar a inovação na indústria. Para isso, conecta pesquisa e empresas, e divide riscos, ao aportar recursos não reembolsáveis em projetos que levem à introdução de novos produtos e processos no mercado. Para ter acesso ao modelo, a empresa deve apresentar seu desafio tecnológico à Unidade com a competência técnica que se enquadra às necessidades de seu projeto. A Embrapii possui contrato de gestão com o Governo Federal, por meio dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Educação, da Saúde e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Idam viabiliza primeira autorização para pesca manejada de pirarucu na RDS Amanã

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Pesca manejada de pirarucu. Foto: Bernardo Oliveira

Os pescadores da Comunidade Nova Jerusalém do Acará, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Amanã, em Maraã (AM), assistidos pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), receberão, ainda em setembro, autorização para atuarem na pesca manejada de pirarucu no complexo de lagos do Acará e Atapi 2.

Leia também: Com manejo sustentável, pirarucu recupera estoque natural na região do Médio Solimões

O plano de manejo, elaborado pela equipe técnica da Unidade Local (UnLoc) Idam/Tefé, em parceria com o Programa Manejo de Pesca, do Instituto Mamirauá e Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), visa beneficiar 41 famílias com uma produção de 8 toneladas já na primeira pesca, o que representará um faturamento bruto de R$ 41 mil.

“Esta autorização de pesca do pirarucu foi emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), sendo a consolidação de um trabalho de cinco anos consecutivos de contagens de pirarucus nos lagos”, explicou a engenheira de pesca da UnLoc Idam/Tefé, Maria José Mendonça.

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Plano de manejo do pirarucu

Segundo a técnica, o plano de manejo foi concluído este ano pela equipe e, posteriormente, foi encaminhado à Sema, gestora da Unidade de Conservação, para análise e prosseguimento na emissão da anuência do plano.

“Após a anuência, a Sema encaminhou ao Ibama para análise e emissão da primeira autorização de pesca do pirarucu, com uma cota experimental de 160 unidades a serem capturadas até novembro, como é previsto pela legislação vigente”, explicou.

A técnica ressaltou que a equipe irá, este mês, a RDS Amanã para entregar a autorização aos beneficiários e informou que, na ocasião, será realizada a Oficina de Monitoramento e Boas Práticas de Manipulação do Pescado para capacitar os pescadores.

manejo de pirarucu no amazonas
Foto: Divulgação/IDAM

Legislação

O decreto estadual 36.083/2015, que regulamenta a pesca manejada do peixs no estado do Amazonas, permite a pesca manejada do pirarucu em Unidades de Conservação Estaduais, em áreas de Acordo de Pesca.

A Portaria IBAMA nº 22, de 20 de fevereiro de 2025, instituiu o Programa Arapaima, com o objetivo de promover o manejo sustentável do pirarucu (Arapaima gigas) e conservar os ecossistemas de várzea no estado do Amazonas, visando o fortalecimento do manejo, a rastreabilidade, a conservação ambiental, a bioeconomia e o apoio à vigilância comunitária.

Leia também: Ibama cria ‘Programa Arapaima’ no Amazonas para incentivo ao manejo do pirarucu

A espécie é protegida pela Instrução Normativa nº 34 de 2004, que proíbe a pesca anual do pirarucu na Bacia Amazônica, no período de 1º de dezembro a 31 de maio. Já a Instrução Normativa nº 1, de junho de 2005, proíbe a pesca, o transporte, a armazenagem e a comercialização do pirarucu em todo o estado, durante o período de 1º de junho de a 30 de novembro. A mesma Instrução Normativa autoriza a pesca em áreas manejadas situadas em Unidades de Conservação.

*Com informações da Agência Amazonas

Startup do Amapá que monitora peixes com IA vai representar o Brasil no exterior

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Foto: Divulgação/Bactolac

A startup amapaense Bactolac vai representar o país na Web Summit, que será realizada no mês de novembro, em Portugal. A empresa participou em agosto deste ano, em Florianópolis (SC), do Prêmio Sebrae Startups 2025 e venceu na categoria Agro e Negócios do Campo.

Durante o evento no Brasil, foi apresentado o SisBactolac, que é uma plataforma integrada onde é possível saber – através de análise de imagem – o peso e crescimento de peixes.

Leia também: Startup usa IA para identificar peso e comprimento de peixes na Amazônia

Como funciona o SisBactolac?

A plataforma funciona como solução para a Aquicultura na Amazônia, pois identificou que é possível diminuir os principais problemas enfrentados pelo setor atualmente.

O sistema foi criado para evitar problemas que acabavam gerando perdas na produção, como a falta de digitalização e automação, tomada de decisão ineficiente e a baixa adoção de tecnologias. A plataforma integrada une três pilares centrais:

  • Gestão inteligente via WhatsApp: democratiza o acesso à tecnologia mesmo para produtores com pouca familiaridade digital;
  • Hardware de análise de água: fornece dados em tempo real e aumenta a precisão no manejo;
  • Biometria por análise de imagem: permite avaliar o crescimento dos peixes sem causar estresse, garantindo maior produtividade.

Uso de Inteligência artificial

Foto: Divulgação/Bactolac

A empresa usa uma espécie de biometria automatizada em peixes. Por meio de uma análise computacional de imagens, os técnicos da empresa conseguem captar dados dos animais sem precisar fazer o manuseio direto.

A tecnologia gera o fortalecimento da indústria pesqueira e da saúde dos organismos aquáticos. Para isso, é necessário fazer biometrias em um intervalo de 15 dias ou de 30 dias. A análise produz dados do desempenho dos peixes e a quantidade de ração que ele precisa ingerir.

Prêmio Sebrae Startups 2025

Startup amapaense vai representar o Brasil em evento internacional
Foto: Divulgação/Bactolac

Startup amapaense vai representar o Brasil em evento internacional — Foto: Bactolac/divulgação

O Prêmio Sebrae Startups 2025 foi realizado no mês de agosto em Florianópolis e reuniu várias startups do país. No evento, foi citado o quanto o mercado da aquicultura apresenta crescimento nacional e internacional. A startup amapaense está entre as 10 mais conceituadas empresas com potencial inovador, venceu em 1º lugar na categoria Agro e Negócios do Campo, foi premiada com R$ 50 mil e a viagem para o Web Summit em Portugal.

O CEO da Bactolac, Antônio Carlos Freitas Souza, explicou que a conquista é fruto da busca por qualidade e confiança de que a startup pode contribuir e muito com o desenvolvimento da Aquicultura.

“Saímos do Amapá com a convicção de que poderíamos transformar a aquicultura brasileira. Hoje, essa conquista nacional é fruto de uma parceria estratégica com o HUB CNA, que acreditou no nosso potencial desde o início. Juntos, estamos provando que inovação de qualidade pode nascer em qualquer lugar do Brasil”, disse.

*Por Josi Paixão, da Rede Amazônica AP

Ministro da Justiça e Segurança Pública autoriza uso da Força Nacional para combate a crimes na Amazônia

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ICMBio e Força Nacional. Foto: Reprodução/ICMBio

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, autorizou o uso da Força Nacional na Amazônia pelo período de 90 dias (a partir de 11 de setembro). A medida tem como objetivo reforçar o combate a crimes ambientais na região.

A portaria foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira e define Manaus (AM) como cidade-sede da operação.

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Os agentes da Força Nacional vão atuar no âmbito do Plano Amazônia: Segurança e Soberania – Plano Amas em ações voltadas a três frentes:

  • Enfrentamento a ilícitos ambientais, transnacionais e conexos
  • Proteção à fauna, à flora e às populações tradicionais
  • Atividades e serviços essenciais para manter a ordem pública e proteger pessoas e bens

O Plano Amas é uma iniciativa criada pelo governo federal em 2023 com investimento de R$ 318,5 milhões em recursos do Fundo Amazônia para reforçar a fiscalização e a inteligência na floresta. O investimento prevê ainda a compra de helicópteros, lanchas blindadas, viaturas e drones.

Força Nacional no combate a crimes

O emprego da Força Nacional deve ocorrer em articulação com os órgãos de segurança pública e defesa social dos estados brasileiros, bem como com os órgãos e entidades públicas responsáveis pela proteção do meio ambiente, sob a coordenação da Polícia Federal.

No documento, Lewandowski não especifica a quantidade de agentes designados para as ações na região amazônica, mas define que o número vai obedecer ao planejamento definido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

força nacional em brasília
Foto: Reprodução

Historicamente, a região amazônica sofre com crimes relacionados ao tráfico de drogas e o garimpo ilegal. No último dia 28, um grupo foi preso por envolvimento com garimpo ilegal, lavagem de dinheiro e exploração de trabalhadores em condições análogas à escravidão no interior do Amazonas.

No dia seguinte, em outra ação, 8 mil pés de maconha plantados em pontos estratégicos da floresta foram destruídos durante operação da Polícia Federal.

Crimes ambientais também fazem parte da rotina amazônica. Embora os índices de queimada tenham apresentado redução em julho e agosto, a preocupação permanece. No último mês, mais de 30 brigadistas atuaram para conter incêndios em terra indígena no sul do Amazonas.

Trabalho reforça CCPI/Amazônia

A chegada de agentes da Força Nacional à região impulsiona os trabalhos do novo Centro de Cooperação de Polícia Internacional (CCPI/Amazônia) em Manaus. A unidade também integra o Plano Amas.

O centro promove a colaboração entre os nove países amazônicos e os nove estados brasileiros que compõem a Amazônia Legal.

Saiba mais: Centro internacional em Manaus une forças de nove países para combater crimes na Amazônia

Agentes de segurança dos demais países da Pan-Amazônia também poderão ser integrados às atividades. Organismos multilaterais como a Interpol, Ameripol e Europol serão convidados a se somar aos esforços, permitindo assim um fluxo diário e permanente de dados de inteligência e a pactuação de operações e investigações conjuntas.

Pesquisa busca identificar diversidade de moscas amazônicas em coleções científicas do Brasil e do Peru

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Foto: Luana Barros, Elifas Brandão e Matheus Soares

Uma pesquisa busca identificar a diversidade da fauna de moscas amazônicas depositadas em coleções científicas do Brasil e do Peru. A pesquisa é apoiada pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). O projeto foi realizado no âmbito do Programa de Apoio à Fixação de Jovens Doutores no Brasil, chamada nº 003/2022, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Durante a pesquisa intitulada ‘Guardado, mas desconhecido: um estudo sobre a fauna amazônica de Diptera (Insecta) armazenada em coleções científicas, com ênfase em famílias selecionadas’, foi feito o estudo taxonômico das seguintes famílias: Anthomyzidae, Chloropidae, Clusiidae, Dolichopodidae, Hybotidae, Periscelididae, Richardiidae, Ropalomeridae e Scenopinidae.

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A equipe do projeto teve acesso às coleções científicas do Brasil e do Peru. A ideia era acelerar o processo de descrição de espécies amazônicas e mostrar a grande variação na morfologia dessas moscas em uma ação de popularização da ciência.

O projeto foi coordenado por Rosaly Ale-Rocha, doutora em Ciências Biológicas, e executado também pela bolsista de pós-doutorado Luana Machado Barros e alunos de graduação e pós-graduação que fazem parte do Laboratório de Sistemática de Diptera.

Rosaly afirma que “é importante desmistificar a ideia que se tem sobre insetos, especificamente as moscas, que costumam ser encaradas como prejudiciais aos seres humanos”.

Leia também: Animais e morte: entenda como cinco espécies amazônicas se relacionam em diferentes perspectivas com a morte

O estudo também qualificou recursos humanos no Amazonas, com a participação de doutores, estudantes da graduação e pós-graduação em atividades de campo e de laboratório no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

“Nossos dados apontam para a descrição de aproximadamente 50 espécies novas de moscas, além de manuscritos que ainda serão produzidos com o material biológico levantado durante a execução do projeto”, explicou.

Ação de popularização das pesquisas sobre as moscas

Para despertar o interesse da população sobre as moscas da Amazônia, foi desenvolvida uma ação de popularização sobre a importância desses animais no meio ambiente e a necessidade de conservá-los.

A atividade aconteceu em uma escola pública no centro de Manaus. Durante esse evento, ocorreu exposição de insetos amazônicos e uso de jogos didáticos com informações sobre esses animais.

Foto: Luana Barros, Elifas Brandão e Matheus Soares

Segundo a coordenadora, a conservação da biodiversidade está diretamente relacionada ao grau de conhecimento que se tem sobre o assunto. Portanto, é necessário inventariar e identificar essas espécies, uma vez que os insetos formam um grupo de grande funcionalidade para os ecossistemas, com influência na polinização, decomposição da matéria orgânica e reaproveitamento de nutrientes.

“O conhecimento da biodiversidade e sua importância estimula a responsabilidade pela preservação ambiental, o que deveria ser responsabilidade de todos, tendo em mente as gerações futuras”, explicou Rosaly Ale-Rocha.

*Com informações da Fapeam

Roraima é incluído ao Sistema Interligado Nacional: ‘Não existe mais diferença’, afirma Lula

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Presidente Lula aciona o início da energização do Linhão Manaus – Boa Vista, parte da iniciativa federal Brasil Conectado e Soberano. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou, no dia 10 de setembro, o início da energização do Linhão Manaus – Boa Vista, parte da iniciativa federal Brasil Conectado e Soberano. A operação marcou o início do processo de conexão de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O evento ocorreu na sede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em Brasília (DF).

A Linha de Transmissão Manaus – Boa Vista completa o mapa energético do Brasil, com a integração de Roraima, o último estado da Federação que estava isolado. Para isso, foram investidos R$ 3,3 bilhões em aproximadamente 725 km de extensão, em circuito duplo de 500 quilovolts (kV), desde a Subestação Eng. Lechuga, no Amazonas, à Subestação Boa Vista, na capital de Roraima, com uma seccionadora (ponto de apoio intermediário) em Rorainópolis.

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O presidente Lula lembrou que, desde o governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, o objetivo era concluir a interligação do sistema. “Acho que este sistema interligado seja, possivelmente, modelo para o mundo. Poucos países têm o sistema interligado como nós temos”, declarou.

“Junto com a energia de qualidade, Roraima vai ter internet de qualidade, a chamada banda larga que todo mundo fala, que é uma internet mais rápida. Vai ter em qualquer lugar. Qualquer jovem de Roraima vai ter o mesmo acesso à internet que as pessoas têm em Paris, Londres, São Paulo e Rio de Janeiro. Estamos orgulhosos de estarmos aqui hoje no ONS para dizer que Roraima está ligado ao restante do Brasil, não existe mais diferença. Essa energia e a internet vão chegar até os indígenas, porque não queremos ninguém fora”, disse Lula.

“Roraima tem uma possibilidade extraordinária de comércio exterior com Suriname, Guiana, Trinidad Tobago e Caribe. Significa que o começo do funcionamento deste linhão vai permitir que Roraima tenha três vezes mais energia do que precisa hoje”, acrescentou Lula.

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Confiabilidade do sistema em Roraima

Com a integração, Roraima passa a ter maior segurança energética, confiabilidade no suprimento e condições favoráveis de crescimento econômico. O empreendimento representa um marco para o setor elétrico e para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. A substituição gradual das usinas térmicas por energia limpa e renovável reduz as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em mais de 1 milhão de toneladas de CO₂ por ano, além de gerar uma economia superior a R$ 500 milhões anuais nos custos com combustíveis fósseis.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou que a obra é a mais importante da história de Roraima. “Além da segurança energética, é um giga (mil megawatts) que atende, praticamente, quatro vezes o que precisa Roraima”, pontuou.

“Além de histórica e importante do ponto de vista da sustentabilidade, é uma obra de desenvolvimento econômico para a gente manufaturar as riquezas que este belo estado de Roraima produz e que, hoje, não tem segurança energética e quantidade de energia firme para desenvolver o estado, além do conforto e da segurança aos hospitais, clínicas e segurança energética do povo de Roraima. É o Brasil 100% interligado”, afirmou Silveira.

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Escoamento

O Linhão Manaus-Boa Vista assinala uma virada na matriz energética do Estado, tornando-a mais limpa e renovável. Com a estabilidade proporcionada pela interligação, diversas usinas térmicas serão desligadas, garantindo economia relevante para o setor elétrico. A interligação permitirá o escoamento de 700 megawatts (MW) de futuras Usinas Hidrelétricas (UHEs) inventariadas em Roraima para o SIN.

“Estamos descarbonizando a Floresta Amazônica, o que é histórico para o mundo, estamos garantindo segurança energética ao Brasil. Já somos interligados ao Paraguai, por meio da maior usina de integração da América Latina, que é a Itaipu Binacional. Somos interligados à Argentina e ao Uruguai. Ano passado, exportamos energia, 426 milhões de energia à Argentina e 296 milhões ao Uruguai”, complementou Alexandre Silveira.

Redução de encargos

Atualmente, o abastecimento do estado dependia fortemente da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), um encargo pago para subsidiar os sistemas isolados. No balanço ambiental, o impacto é expressivo: a geração térmica será reduzida em cerca de 50%, evitando a emissão de mais de 1 milhão de toneladas de CO₂ por ano. Com a interligação, haverá redução superior a R$ 500 milhões por ano nesse custo, um benefício não só para o estado, mas para todos os consumidores.

Benefícios 

O consumidor terá acesso a energia estável, renovável e barata. A substituição das usinas termelétricas reduzirá custos e emissões de GEE, além de melhorar a qualidade de vida da população.

Durante a fase de construção da linha de transmissão, foram gerados cerca de 3.000 empregos diretos, distribuídos entre canteiros de obra e escritórios, além de muitos outros indiretos decorrentes da cadeia produtiva necessária para fornecer os insumos utilizados.

*Com informações do Planalto