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Entenda a importância da ingestão de líquidos durante atividades físicas no calor da Amazônia

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O calor chegou na região amazônica. Com os termômetros variando de 33 a 35 graus na Amazônia, a perda de líquidos e sais minerais durante as atividades físicas fica ainda mais intensa. Por isso, com a chegada da época mais quente do ano na região, a nutricionista da Policlínica Metropolitana do Pará, em Belém, chama a atenção da população aos principais cuidados que devem ser tomados para manter a saúde e a hidratação em dia.

A nutricionista Alessandra Macedo alerta que com o verão amazônico chegando é preciso cuidado e uma boa hidratação já que 45 a 75% do peso do corpo é de água. “É por isso que em elevadas temperaturas e atividades físicas, se faz necessário um consumo de água adequado. A recomendação geral é de pelo menos 2 litros de água por dia para um adulto saudável”, explicou.

A profissional também dá outra dica. Para calcular o consumo de água ideal, basta multiplicar o peso do corpo por 35 ou 40 ml, e o resultado é a quantidade que deve ser consumida diariamente. O alerta também é válido para quem pratica atividades físicas.

Foto: Rogério Uchoa/Agência Pará

Riscos

No entanto, a nutricionista chama a atenção para consumo inadequado de água que pode levar ao risco de desidratação, onde os principais sintomas são: sede intensa; boca seca; fadiga; tontura; mudança da elasticidade da pele; alteração na cor da urina. Além disso, há risco de queda de pressão arterial, observada quando a pessoa percebe tontura ao se levantar da posição deitada para em pé.

“Por isso, use garrafinhas de água nos espaços que você mais permanece durante o dia, como quarto, sala, cozinha, academia e trabalho. Pequenos cuidados ajudam muito na sua saúde”, finaliza a profissional.

*Com informações da Agência Pará

‘Belém: capital do Turismo do G20’: série apresenta experiências turísticas da cidade

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Em setembro, a cidade de Belém, capital do Pará, será palco da reunião de ministros do Turismo do G20. A escolha da cidade para sediar o encontro reflete o reconhecimento da riqueza do estado e destaca o potencial turístico de toda a Região Norte. Conhecida por sua diversidade, cultura vibrante e belezas naturais, Belém está se preparando para receber turistas e participantes desse evento global.

Para receber os visitantes nessa jornada cultural, o Ministério do Turismo está empenhado em garantir que Belém esteja pronta para impressionar a todos. Além de apoiar melhorias na infraestrutura turística e investimentos na rede hoteleira local, o ministério lançará uma forte campanha promocional para mostrar ao mundo o que o Pará tem de melhor.

O MTur apresentará uma série de vídeos promocionais em suas redes sociais, destacando o turismo, a diversidade e a pluralidade da região. Com a assinatura “Belém: capital do Turismo do G20”, os vídeos têm o objetivo de mostrar ao mundo a singularidade e a riqueza cultural de Belém, enfatizando suas tradições, festivais, gastronomia, música, além das belezas naturais da Amazônia.

Em oito capítulos, os turistas poderão viver verdadeiras experiências e sentir toda a atmosfera que envolve a cultura e as tradições paraenses. Perceber como é fazer um passeio de barco até a Ilha das Onças, atravessando a Baía do Guajará até a casa de um morador ribeirinho ou, ainda, sentir a energia ao se banhar em águas que cortam a Amazônia com um banho de cheiro perfumando por ervas e plantas locais.

O paladar estará sempre à prova, pois em cada novo episódio, a culinária paraense, com origem na cozinha indígena marajoara e dos povos da floresta, se fará presente trazendo a força do açaí ou a delicadeza do sabor dos seus peixes. As delícias da Cairu, com destaque para o carimbó, sabor premiado como o melhor sorvete do Brasil, também marcam presença.

Leia também: Sorvete de açaí feito no Pará é eleito um dos mais icônicos do mundo pela segunda vez

A vida urbana pujante da cidade também será destacada, com espaços como a Casa na Mata, palco para artistas locais exporem fotografias, esculturas e toda a diversidade amazônica, ou o Ôvibe, que reúne música, entretenimento, cultura, arte e moda autoral agitando todos que chegam ao local.

Então se prepare e embarque nessa viagem à capital do Turismo do G20. Embarque na energia paraense e na vibrante atmosfera de valorização cultural de Belém como um destino turístico de destaque no cenário internacional.

Confira o primeiro vídeo da série:

*Com informações do Ministério do Turismo

Resoluções da ANA que declaram situação de escassez hídrica nos rios Madeira e Purus entram em vigor

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A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) publicou no Diário Oficial da União as resoluções nº 202/2024 e nº 203/2024 que declaram respectivamente a situação crítica de escassez quantitativa dos recursos hídricos no rio Madeira (RO/AM) e no rio Purus (AC/AM) e seus afluentes: os rios Acre e Iaco.

Ambos os normativos entraram em vigor no dia 31 de julho e têm sua vigência até 30 de novembro com o objetivo de intensificar os processos de monitoramento hidrológico dessas bacias, identificando impactos sobre usos da água e propondo eventuais medidas de prevenção e mitigação desses impactos em articulação com diversos setores usuários de água.

As declarações também buscam comunicar aos governantes e à população a gravidade da situação de seca na região, permitindo que instituições gestoras e diferentes usuários de recursos hídricos no rio Madeira e na bacia do rio Purus adotem medidas preventivas para mitigar os impactos nos diversos usos da água.

Além disso, elas buscam sinalizar aos usuários que a ANA, se necessário, poderá alterar regras de uso da água e condições de operação de reservatórios estabelecidas em outorgas emitidas pela Agência, entre outras medidas.

A vigência de ambas as declarações poderá ser prorrogada, mediante análise técnica, caso persistam as condições críticas de escassez de recursos hídricos nas bacias do Madeira e do Purus. Esses documentos também poderão ser suspensos, caso ocorram condições hidrológicas mais favoráveis que levem à elevação dos níveis d’água do rio Madeira ou do rio Purus e seus afluentes: o rio Acre e o rio Iaco.

De acordo com os institutos de climatologia, as chuvas acumuladas nas bacias do rio Madeira e do rio Purus ao longo do período chuvoso, de novembro de 2023 a abril de 2024, foi caracterizada por precipitações abaixo da média, tendência que continua no atual período seco.

As anomalias negativas de chuva afetaram os níveis dos rios da região, que se mantêm próximos aos valores mínimos históricos. Como resultado, os usos da água estão sendo impactados, especialmente aqueles que dependem de níveis adequados nos corpos hídricos, como a navegação e a geração hidrelétrica, além do abastecimento público de água.

Os cenários hidrometeorológicos para este ano indicam a possibilidade de serem atingidos níveis de criticidade semelhantes ou piores aos enfrentados em 2023, razão pela qual as propostas de Declaração de Situação de Escassez Quantitativa de Recursos Hídricos no rio Madeira e na bacia do rio Purus foram aprovadas com o objetivo de alertar os gestores estaduais e municipais e demais usuários de água a respeito da situação, subsidiando a adoção de medidas necessárias.

O transporte aquaviário desempenha um papel crucial no desenvolvimento econômico e social da Região Amazônica, particularmente na Hidrovia do Rio Madeira. Além de possibilitar o escoamento de cargas – incluindo produção agrícola, alimentos, medicamentos e combustíveis –, os rios são as principais vias de acesso para muitas comunidades amazônicas, permitindo o deslocamento para serviços essenciais, como saúde e educação.

Segundo a Lei nº 9.984/2000, que criou a Agência, compete à ANA “declarar a situação crítica de escassez quantitativa ou qualitativa de recursos hídricos nos corpos hídricos que impacte o atendimento aos usos múltiplos localizados em rios de domínio da União, por prazo determinado, com base em estudos e dados de monitoramento”.

Rio Madeira

O rio Madeira é um dos afluentes do rio Amazonas pela margem direita e possui uma área de drenagem de 1,42 milhão de quilômetros quadrados, sendo que 43% dessa área está em território brasileiro e 57% em território estrangeiro (7,6% no Peru e 49,4% na Bolívia). O período chuvoso na bacia se estende normalmente de novembro a abril, enquanto o período seco vai de maio a outubro, sendo este um mês de transição. A chuva média anual é da ordem de 2.088mm, a vazão média de longo termo é de 34.425m³/s e a disponibilidade hídrica de 8.074m³/s em sua foz, segundo relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil de 2021, editado pela ANA.

Duas importantes usinas hidrelétricas estão localizadas no rio Madeira: Jirau e Santo Antônio. Ambas operam a fio d’água – ou seja, as vazões que chegam são praticamente iguais às que saem dos reservatórios – e totalizam potência instalada de 7.318MW, o que corresponde a 6,7% do Sistema Interligado Nacional (SIN).

O rio Madeira serve, ainda, como importante hidrovia usada para transporte fluvial de carga e passageiros, com trecho navegável de 1.060km entre Porto Velho (RO) e Itacoatiara (AM) e volume transportado de 6.538.079 toneladas em 2022, o que corresponde a 9,2% do total transportado por vias interiores no Brasil, conforme estatístico aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ). O Madeira também é utilizado como manancial de abastecimento de água de Porto Velho, com cerca de 460 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Rio Purus

A bacia do Purus cobre aproximadamente 368.000km² e se localiza dentro dos limites territoriais do Brasil e Peru, com mais de 90% de sua bacia inserida no Amazonas e no Acre. O rio Purus nasce no território peruano nas regiões de Ucayali e Madre de Diós e entra no Brasil no município de Santa Rosa do Purus (AC). Em seu percurso, o curso d’água possui um extenso número de meandros e milhares de lagos distribuídos em uma gigantesca planície de alagamento e tem sua foz no rio Solimões entre os municípios amazonenses de Anori e Beruri.

Declaração de escassez hídrica

Esse instrumento foi utilizado pela primeira vez em 2021 na Região Hidrográfica do Paraná, por meio da Resolução ANA nº 77/2021. Naquele cenário, a RH do Paraná – que ocupa 10% do território brasileiro, abrangendo áreas de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal – vinha acumulando chuvas abaixo da média, impactando negativamente os volumes armazenados nos reservatórios.

Essa situação colocou em risco o atendimento dos usos múltiplos da água, especialmente a geração hidrelétrica, o que poderia comprometer todo o Sistema Interligado Nacional e a navegação. Por isso, a ANA emitiu a primeira Declaração de Escassez Hídrica.

*Com informações da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico

Jovens indígenas e ribeirinhos mostram a realidade da Amazônia através de plataforma on-line

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Um banco de imagens com mais de 700 fotos da Amazônia e uma startup de impacto social, feito por e para jovens indígenas e ribeirinhos, além de fotógrafos entusiastas que vivem na região. Essa é a ideia da empresa ‘Amazônia Stock’, produzida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), via Programa de Apoio à Inovação Tecnológica – Finep (Tecnova II), em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

O coordenador da startup e mestre em Design de Artefatos Digitais, Ricardo Alessandro Regis Tavares, afirmou que diferentemente do mercado internacional, que utiliza taxas de administração muito altas, a plataforma eleva o valor compartilhado com os fotógrafos em 25% e compartilha 20% com as comunidades cadastradas do interior da Amazônia, que atualmente se encontram nos rios Negro e Solimões, além de comunidades do Acre. O restante do valor é reinvestido para esforço de marketing, vendas, aprimoramento da tecnologia e dos recursos humanos.

A ideia para criar a plataforma surgiu da necessidade de suprir a carência da produção fotográfica autoral na hora de criar e veicular alguma peça publicitária.

O Amazônia Stock está em operação, sendo possível adquirir fotos e, também, vendê-las. Para este último caso, basta realizar o cadastro no site, criar o perfil e subir fotos produzidas em algum lugar da Amazônia Legal.

Experiências

Os relatos sobre a experiência dos fotógrafos e comunitários ribeirinhos são bastante diversos.

“Alguns jovens têm apreciado a participação por se sentirem bastante valorizados, com olhar sobre suas culturas, conhecimentos ancestrais e modo de vida. Outros sentem que com o equipamento e a plataforma, podem ter voz para suas ambições ou simplesmente para se expressarem de forma visual, por meio da arte da fotografia”, afirma Ricardo Alessandro.

Modelo de negócio social

O mercado internacional domina cerca de 80% do segmento fotográfico. Com esse modelo de negócio social e de economia criativa, a plataforma propõe um conteúdo totalmente nacional e da Amazônia, para que o valor das vendas fique no Norte do país, promovendo a economia circular.

Foto: Reprodução/Nathalie Brasil.

Dados da plataforma

O projeto já faturou, aproximadamente, mais de R$ 86 mil em acesso a novos recursos e vendas de fotos até o momento, desde o seu lançamento oficial no final de 2023, em apoio às oficinas de fotografia em duas novas localidades em Benjamin Constant (distante a 1.121 km da capital) e no Lago do Acajatuba, localizado em Iranduba (a 27 quilômetros da capital).

O Programa Tecnova II visa selecionar propostas empresariais para subvenção econômica à pesquisa e desenvolvimento de processos e/ou produtos inovadores no Amazonas, que envolvam significativo risco tecnológico associado a oportunidades de mercado dentro dos temas delimitados no edital.

*Com informações da Fapeam

Palmeira buriti é alternativa sustentável para o isopor na construção civil

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O isopor, conhecido cientificamente como poliestireno expandido, é um polímero muito presente na nossa vida. Para além de bandejas, quentinhas e caixas térmicas, o isopor também é utilizado em painéis térmicos na construção civil.

Contudo, o isopor não é biodegradável e seu amplo uso para isolamento térmico apresenta riscos para a preservação do meio ambiente. Pensando nisso, pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) desenvolveram um substituto biodegradável para o poliestireno na construção civil.

O nome da patente é ‘Isopor da Amazônia: Fabricação de Painéis com Pecíolos Inteiros e Resíduos’, e a coinventora, Alessandra Batista, do Departamento de Ciências Florestais da Esalq – USP, conta mais sobre o que é e como foi o desenvolvimento.

Miriti

Alessandra conta que o isopor da Amazônia, ou miriti, já é um material utilizado principalmente para artesanato, mas que seu uso em escala industrial ainda não havia sido pensado: “O material que a gente trabalhou é conhecido popularmente na Amazônia como miriti, ele é muito empregado na fabricação de artesanato local por ser um material de extrema leveza. Esse material vem do pistilo da folha de uma palmeira que é o Buriti, uma palmeira muito abundante na Amazônia”.

A equipe que Alessandra faz parte passou a investigar mais profundamente o miriti e as propriedades que ele apresenta:

Painéis térmicos

Investigando os possíveis usos do miriti, os pesquisadores fizeram algumas descobertas e tiveram também que aprimorar o refino do material: “Como era um material inovador, ainda não havia estudos e a gente foi aprendendo como trabalhar com esse material. Para chegar na construção de um painel, precisamos fazer todo um processamento desse miriti, fazer todo um desdobro para que ele tivesse faces retas, para que pudéssemos fazer a colagem desse material. Durante esse percurso nós percebemos que havia uma perda muito grande de material, cerca de 50% do material era perdido nesse processamento”, conta Alessandra.

Foi então que surgiu a ideia da patente: “Nossa, mas a gente quer agregar um valor sustentável, mas ainda assim perdemos 50%? Foi então que surgiu a ideia da patente, de produzir um painel sem que precisássemos desdobrar todo o meriti e perder esse 50%”, expõe a pesquisadora.

Próximos passos

Feitas as análises em laboratório e fechada a patente, Alessandra Batista explica que o próximo passo é produzir em escala industrial: “Hoje a academia nos deu todo o suporte da construção metodológica, das análises e de todo o processo para gerar a patente, mas precisamos também fazer mais. Porque se pensarmos em trazer isso para a comunidade, não podemos só ter resultados em nível laboratorial, precisamos de avanços em nível industrial. Então, fazer parceria com empresas que estejam mais interessadas nesse tipo de inovação para trazer essa construção em escala industrial”, finaliza a pesquisadora e inventora.

*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Jornal da USP, escrito por J. Perossi

Abatedouro flutuante de jacaré recebe licença ambiental no Amazonas

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Uma comitiva de autoridades do Amazonas desembarcou em Tefé no último dia 19 com um objetivo claro: avançar no processo de viabilização do manejo participativo e sustentável do jacaré. A agenda cumpriu um passo decisivo tanto para a conservação da espécie quanto para a geração de renda para as famílias locais.

Recepcionada pelo diretor-geral do Instituto Mamirauá, João Valsecchi, e pelo coordenador do Programa de Manejo da Fauna, grupo responsável pelo projeto, Diogo Franco, a comitiva seguiu até a comunidade de São Raimundo do Jarauá, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, onde foi recebida pelo presidente da associação de moradores, Adelson Oliveira.

A agenda do dia foi marcada pela entrega da licença ambiental para o funcionamento do abatedouro PLANTAR, uma estrutura flutuante construída pelo Instituto Mamirauá para o abate e pré-beneficiamento de jacarés.

O Deputado Estadual Sinésio Campos e o presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), Juliano Valente, fizeram a entrega dos documentos de licença. Estiveram ainda presentes autoridades do IBAMA, do MAPA, da UFAM e da Prefeitura de Tefé, essenciais nesta etapa do programa de manejo do jacaré do Amazonas.

João Valsecchi, diretor-geral do Instituto Mamirauá comemorou: “É uma vitória muito grande da pesquisa, da ciência, da comunidade, que foi parceira em todas as etapas. É uma vitória de todas as instituições aqui presentes e de todos os envolvidos”.

Conservação e sustentabilidade

A licença ambiental do abatedouro simboliza um marco na conservação dos jacarés, uma vez que o manejo sustentável é também uma estratégia de mitigação da caça ilícita e predatória. Diogo Franco, coordenador técnico do projeto, enfatizou a importância da regulamentação rigorosa do manejo do jacaré pelas comunidades tradicionais.

A presença no evento de Jorge Carvalho, personalidade respeitada no Médio Solimões, entre comunidades, técnicos e pesquisadores, e parceiro do Instituto Mamirauá há décadas, reforçou a importância da união entre conhecimento tradicional e científico. Conhecido carinhosamente como Tapioca, contou em sua fala que “o trabalho com jacarés começou em 1994, mostrando aos pesquisadores. Só tenho a agradecer ao Mamirauá“. Tapioca iniciou a colaboração com o Instituto Mamirauá como parceiro e depois como assistente de campo e tem um papel histórico nos programas de manejo. Desde os anos 90, quando os primeiros estudos de manejo de jacaré e pirarucu começaram, essa colaboração entre ciência e conhecimento tradicional tem sido fundamental para o desenvolvimento de estratégias inovadoras de conservação.

Entraves

Apesar de pioneiro no Brasil, o manejo comunitário de jacaré na RDS Mamirauá enfrentava entraves burocráticos. Em junho deste ano, um amplo debate na Assembleia Legislativa do Amazonas, conduzido pelo Deputado Estadual Sinésio Campos, destacou a urgência e relevância do projeto. “Este é um projeto vital para a conservação e para a economia local”, declarou o deputado. Na agenda de entrega da licença, em julho, Sinésio Campos lembrou que “somos parte da natureza” e enalteceu o papel das comunidades tradicionais: “quem preserva a natureza são vocês”, afirmou.

Juliano Valente, presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), mencionou a sua surpresa quando teve conhecimento dos entraves burocráticos que o projeto sofria há anos. Daí em diante, determinou uma reviravolta na pauta, dando a prioridade necessária para que o processo caminhasse ao mesmo tempo que todas as exigências legais fossem cumpridas. “O IPAAM tem sido fundamental para garantir que cada etapa do processo de manejo siga os mais altos padrões ambientais”, afirmou Valente durante a cerimônia de entrega da licença.

Joel Araújo, superintendente do IBAMA, ressaltou que a autorização de manejo é proporcional à contagem dos indivíduos na natureza, garantindo que o processo seja sustentável. “Este projeto é um exemplo de como podemos conciliar conservação e desenvolvimento econômico”, comentou Joel.

A licença ambiental do abatedouro avança, enfim, para a etapa de conclusão dos trâmites legais, que enfrentaram uma longa jornada. Abates experimentais autorizados pelo Ibama foram realizados em 2004, 2006, 2008 e 2010. Estes pilotos serviram como base para a criação de legislação específica para o manejo de jacarés. Finalmente, em 2020, foi realizado um abate com plano de manejo e abatedouro licenciado próprio para jacarés, atendendo a todos os pontos da legislação estadual. A nova licença atende a todos os critérios, e permitirá que processo avance também em outras instâncias. Quanto à licença, o superintendente do Ibama sinalizou positivamente: “O Ibama aguarda a solicitação do manejo do jacaré do Instituto Mamirauá dentro dos critérios legais de sustentabilidade. E tão logo possa será emitida a autorização”.

Estrutura de abate: um modelo para a Amazônia

A estrutura de abate do jacaré é robusta, adaptada ao clima amazônico e equipada com três áreas distintas, destaca Diogo Franco, do Instituto Mamirauá. A primeira é destinada à higienização dos animais, utilizando água clorada e detergente biodegradável. Cinco profissionais capacitados trabalham na recepção dos jacarés machos, subadultos e capturados fora do período de reprodução.

Na segunda área, outros cinco profissionais realizam o abate de forma indolor, transportando os animais para a terceira área através de um trilhamento aéreo. Nesta terceira área, a carne é separada e pré-beneficiada. João Valsecci, diretor do Instituto Mamirauá, ressaltou que “a estrutura flutuante de abate é um projeto modelo para a Amazônia, pensada para testar o que poderá ser replicado em outras reservas do bioma onde o manejo seja viável do ponto de vista conservacionista”.

Manejo sustentável

O Instituto Mamirauá, pioneiro na criação da primeira estrutura flutuante de abate de jacarés licenciada no Brasil, assessora comunidades no desenvolvimento de atividades que promovem a conservação da biodiversidade e geram renda para populações ribeirinhas.

Esta iniciativa trabalha com a conservação das espécies de jacarés na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, monitorando ninhos e indivíduos para garantir uma cota sustentável de retirada. O processo inclui monitoramento anual de ninhos e contagem de indivíduos, com cotas de abate estabelecidas em no máximo 15% do total contado, respeitando o tamanho dos animais e as áreas de reprodução. Fêmeas não são abatidas. Esse processo visa manter saudável a população de jacarés na reserva, assegurando que indivíduos não sejam capturados em áreas de reprodução. Em especial, o manejo é uma forma eficaz de combate à caça ilegal e predatória.

O programa, coordenado pelo zootecnista Diogo de Lima Franco, proporciona uma alternativa econômica para as comunidades ribeirinhas, similar ao bem-sucedido manejo do pirarucu, que combina geração de renda com conservação.

A atividade legalmente reconhecida desde 2011, envolve a criação de planos de manejo, capacitação das comunidades em boas práticas de vigilância, abate, beneficiamento e comercialização, e o desenvolvimento de infraestrutura apropriada. O Instituto Mamirauá também facilita a articulação entre grupos manejadores e órgãos reguladores.

A geração de renda sustentável através do manejo de jacarés contribui para a diversificação econômica local e a segurança alimentar das comunidades, garantindo ao mesmo tempo a proteção das áreas de nidificação e a estabilidade das populações de jacarés. A iniciativa promove um modelo de conservação que beneficia tanto o meio ambiente quanto as comunidades que dele dependem, fortalecendo as parcerias e o desenvolvimento local sustentável.

As autoridades da comitiva e as lideranças comunitárias

A comitiva de autoridades, recebida por dezenas de comunitários e pela equipe do Instituto Mamirauá, foi composta pelo Deputado Estadual do Amazonas Sinésio Campos, Juliano Valente (IPAAM), Joel Araújo (IBAMA), Dionísia Campos (MAPA), Ronis da Silveira (UFAM), Euclides Queiroz (Engenheiro de Pesca da Secretaria de Produção de Tefé), além de outros representantes do IBAMA e IPAAM.

Um grande número de comunitários recebeu a comitiva, a exemplo de Adelson Oliveira, Elane Carvalho Marques e Jorge Carvalho, o Tapioca, lideranças do São Raimundo do Jarauá.

O Instituto Mamirauá contou com a presença do Diretor-geral, João Valsecchi, do líder do projeto Diogo Franco e equipe.

O evento marcou um momento de celebração e otimismo para a comunidade de São Raimundo do Jarauá e para a conservação do jacaré-açu. Com a licença ambiental formalizada e em mãos, a expectativa é de que o primeiro manejo ocorra no primeiro semestre de 2025, já com a autorização do Ibama.

*Com informações do Instituto Mamirauá

Pesquisadores iniciam inventário com dados da Floresta Amazônica

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Uma equipe de pesquisadores de diversas universidades brasileiras deu início a um inventário da Floresta Amazônica, com o levantamento de informações que vão desde sequenciamento de DNA, a fotos e sons de espécies vegetais e animais.

A base de dados dará subsídios para a automatização do reconhecimento de espécies por uma inteligência artificial utilizada pela equipe Brazilian Team na competição XPrize Florestas Tropicais.

Formado majoritariamente por brasileiros, o grupo se estruturou em 2019 pela necessidade de reunir diferentes expertises em busca das melhores contribuições para disputar a competição global de mapeamento de florestas tropicais.

“Começamos com um grupo pequeno e aos pouquinhos fomos acrescentando pessoas. Por exemplo, eu como botânico não conhecia ninguém da área de robótica, então fui atrás para achar um dos maiores especialistas de robótica e cheguei ao Marco Terra. Assim foi também para a parte de bioacústica, de DNA e tudo mais”, relembra o coordenador do grupo Vinícius Souza, que é botânico e professor na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP).

Juntos, os integrantes da equipe passaram a se dedicar às soluções tecnológicas que permitiriam avançar na disputa. Chegaram a uma combinação de sensores, podadores e armadilhas adaptados a drones e um robô terrestre, capazes de coletar DNA ambiental e atuar em rede para envio das informações a uma inteligência artificial que identifica as espécies.

A equipe desenvolveu também um protocolo que envolve abordagem modular para identificar sons, além de laboratórios de mochila para análise de DNA ambiental em qualquer local.

Apesar de toda a tecnologia agrupada e adaptada para acessar lugares remotos nas florestas e captar a maior quantidade possível de amostras científicas, o grupo identificou que havia uma lacuna a ser preenchida para identificar e validar as espécies: a base de dados.

Apesar de haver amostras e listas de espécies amazônicas em coleções científicas, o material não era completo o suficiente para ensinar uma inteligência artificial a fazer a identificação instantânea.

Um dos exemplos citados pela equipe são os insetos da Amazônia. Acredita-se que apenas 10% das espécies locais são registradas pela ciência.

“Por volta de 90% das espécies de insetos que existem aqui na Amazônia ainda não foram catalogadas, não foram descritas, não tem um nome científico. A ciência ainda não conhece, mas pode ser que a população local, a comunidade local conheça”, reforça Simone Dena, bióloga especialista em bioacústica e professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Inventário

A solução proposta para este problema foi iniciar um inventário de espécies amazônicas e hospedá-lo, inicialmente, em coleções científicas ou em bancos de dados de ciência-cidadã, até o fim da competição. Segundo os pesquisadores, a ideia é que isso venha a ser disponibilizado em uma plataforma pública

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Até as semifinais, o Braziliam Team levantou 50 mil imagens de espécies amazônicas, 16 mil sons e sequenciou o DNA de 624 árvores, 384 insetos e 117 peixes, que foram classificados e inseridos na base de dados que alimenta a inteligência artificial utilizada na última prova aplicada às seis equipes finalistas.

O teste consistia em explorar 100 hectares de Floresta Amazônica, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro (AM), e coletar material por 24 horas, para serem processados em até 48 horas.

Painel

Diferentemente do grupo brasileiro, a também finalista norte-americana Map of Life, formada por representantes de uma iniciativa global, já existia antes da competição. O grupo surgiu em 2012, a partir da união de pesquisadores das universidades de Yale e do Colorado, com o objetivo de criar um painel online para reunir o maior levantamento mundial sobre a distribuição de espécies vivas no planeta e suas mudanças.

Ao longo dos anos, a ferramenta evoluiu para integrar todos os tipos de dados, modelos de detecção remota e Inteligência Artificial. Com o concurso, o grupo de pesquisadores buscou aprimorar a análise rápida dos dados, em outra frente, relacionando de forma refinada as informações disponíveis em escala local, com as previsões projetadas por instituições globais.

Com uma ampla base de dados mundial, que reúne informações de mais de 15 mil espécies no Caribe e América do Sul, 4,5 mil espécies nos Estados Unidos e Canadá e outras mais de 6,1 mil espécies no Sudeste Asiático, o grupo também enfrenta a escassez de informações científicas a respeito da Amazônia brasileira.

Ao longo do concurso, a equipe também precisou pesquisar a biodiversidade da maior floresta tropical do mundo e conseguiu identificar 598 espécies de vertebrados, dos quais 218 foram documentados pela equipe; mais de 500 espécies de aves amazônicas e centenas de espécies de vegetação, das quais mais do 80 são samambaias endêmicas na Amazônia.

Mudanças Climáticas

Em termos tecnológicos, os pesquisadores utilizam drones equipados com captura de imagens de alta resolução e sensores acústicos que transmitem as informações para a base de dados, onde os cientistas refinam e publicam as espécies identificadas no painel online.

Atualmente, o foco principal das pesquisas é nas mudanças ocorridas em espécies de plantas, vertebrados terrestres e em alguns grupos de insetos, motivadas pelo aumento da temperatura global. Segundo o coordenador do grupo e professor na Universidade de Yale, Walter Jetz, o principal objetivo é avaliar o processo de perda da biodiversidade de acordo com os parâmetros da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) estabelecida pela Organização das Nações Unidas desde a Eco 92, ocorrida no Rio de Janeiro.

Jetz conta que o trabalho realizado pela iniciativa foi responsável, inclusive, pelo ajuste nos percentuais de preservação dos biomas terrestres e marítimos para 30% no acordo global, em 2022.

Inovação

Para o concurso, os principais ajustes promovidos pela equipe foram o desenvolvimento de técnicas que possibilitam a análise do e-DNA (amostra ambiental com informações genômicas de diversas espécies) em locais remotos e a ampliação da capacidade de captação de dados em diferentes biomas, para atender especificidades da Floresta Amazônica.

Para os dois grupos de pesquisadores, o prêmio de US$5 milhões (mais de R$25 milhões) para o primeiro colocado poderá viabilizar um aprofundamento das pesquisas e, no caso da equipe brasileira, a construção de uma plataforma nacional para reunir essas informações.

De acordo com os integrantes do Brazilian Team, se vencerem, esses valores serão revertidos em investimentos a favor da ciência.

“Depois que a gente coletar esses dados precisamos armazenar em locais que de fato salvaguardem esses materiais tanto das imagens e informações das espécies, quanto DNA, ou sons. Então, a gente vai precisar de infraestrutura inclusive para manter esses acervos, para comprar, por exemplo, um servidor e fazer a manutenção de uma coleção científica que receberá esse material”, conclui Carla Lopes.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Agência Brasil, por Fabíola Sinimbú e Fábio Pozzebom (em viagem a convite do Instituto Alana)

Outros atrativos turísticos em Ponta de Pedras além das praias paraenses

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Conhecida por suas belas praias, a comunidade de Ponta de Pedras, localizada no meio do caminho entre Santarém e a vila de Alter do Chão, no Pará, pode começar a ofertar diferentes atrativos para os turistas. As falésias, o lago e a ponta do Tapari são locais com acesso fácil pelo rio Tapajós a partir da comunidade.

A proposta de ofertar diferentes opções de lazer além das praias e dos pratos da culinária a base de peixe aos visitantes é do projeto de extensão ‘Geodiversidade Amazônica’, coordenado pela professora Deize Carneiro Adams, do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa): 

Ao longo da excursão, os participantes aproveitaram para fazer fotos e vídeos para o concurso ‘Juntos para Cuidar’. Jovens de Óbidos, Juruti e Santarém e da comunidade de Ponta de Pedras aproveitaram a excursão para produzir material para o concurso, que busca estimular a produção artística entre o público jovem e promover a conservação ambiental por meio da geoconservação.

Foto: Lenne Santos

Recentemente, a equipe do projeto, composta por geógrafos e geólogos, além de alunos de Ciências da Terra, Ciências da Computação e diversos outros cursos de graduação, integraram excursão geológica na qual visitaram as falésias e a ponta e o lago do Tapari, este último localizado na margem direita do rio Tapajós, perto da confluência com o rio Amazonas.

Na excursão, os jovens da comunidade receberam explicações científicas sobre as duas formações geológicas: as falésias e o lago do Tapari.

“Essa excursão fluvial foi a prévia do que poderá ser uma excursão geoturística em alguns pontos turísticos aqui de Ponta de Pedras, como o lago do Tapari, a região das rochas e as falésias ao longo do rio Tapajós. A proposta é trazer para a comunidade conteúdos sobre a Geociência que possam se tornar atrativos geoturísticos e, com isso, gerar renda no futuro”, explicou a coordenadora do projeto, Deize Carneiro Adams.

O geólogo Livaldo de Oliveira Santos detalhou a formação conhecida como Alter do Chão: “Aqui nós temos arenito com intercalações de argilito; esse material pode variar de uma cor amarelada até esbranquiçada. Essa formação possui uma permeabilidade e uma porosidade, e isso significa que através das recargas das chuvas nós vamos ter infiltração dessa água nesse solo, então nós vamos ter a formação do aquífero Alter do Chão”.

O Padre Edson, da paróquia de Óbidos, que integra o ‘Movimento dos Focolares’, um dos parceiros do projeto ‘Juntos Para Cuidar’, também integrou a excursão fluvial: 

A única professora da comunidade de Ponta de Pedras, Cenilda Inez da Silva Mafra, diz que está confiante com o projeto:

Falésias e lago do Tapari podem ser mais dois atrativos turísticos
Foto: Lenne Santos

“Acredito que esse projeto é de suma importância, tanto para nós da comunidade, quanto especificamente para o turismo na comunidade, no nosso município. Tudo aquilo que está ao redor desse projeto, que é cuidar do meio ambiente, vem trazer para nós uma grande experiência que nós vamos levar para outros lugares, para outras comunidades também”.

A excursão fez parte das atividades do concurso de artes ‘Juntos para Cuidar em Ponta de Pedras’, desenvolvido pelo projeto em parceria com Associação Nossa Senhora das Graças de Ponta de Pedras e o Movimento dos Focolares. Durante o trajeto os jovens foram convidados a registrar por meio de fotos e vídeos, utilizando os aparelhos de telefone celular, as paisagens com o objetivo de lançar um novo olhar para o lugar em que vivem, estudam e trabalham.

*Com informações da Universidade Federal do Oeste do Pará

Cartilha educativa aponta importância da preservação das praias no Pará

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O grupo de pesquisa que atua no Laboratório de Insetos Aquáticos do Xingu (LEIA-X) do Campus Altamira da Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com a Secretaria Municipal da Gestão do Meio Ambiente (SEMMA) de Altamira, produziu a cartilha Nossa Praia Sempre Limpa. O produto tem o objetivo de conscientizar a população para a necessidade de redução da quantidade de resíduos sólidos lançados na água e no solo durante as atividades de lazer nas praias da região.

Para a distribuição dos exemplares da cartilha, a praia Massanori foi a escolhida tendo em vista a movimentação em sua reinauguração, já que a praia é considerada o novo cartão postal do município. O intuito é conscientizar banhistas, comerciantes, atletas e demais usuários das praias do município sobre o descarte de lixo na praia.

Além do material informativo, o grupo também participa de ações de limpeza e instalações de lixeiras na praia, além de conversas com os banhistas, buscando conscientizá-los. 

Como forma de beneficiar o meio ambiente, o projeto busca “evitar que resíduos deixados pela população entrem nos rios e prejudiquem os organismos aquáticos, que as churrasqueiras causem incêndios e que as garrafas de vidro poluam os ecossistemas aquáticos e causem ferimentos tanto na fauna quanto nas pessoas que frequentam as praias”, explica a professora Karina Dias.

Fotografia mostra três pessoas reunidas conversando na areia de uma praia. Duas delas estão sentadas em cadeiras e uma está agachada. Uma das pessoas segura a cartilha e folheia.
Foto: Divulgação/UFPA

Sobre a cartilha

O material expõe a importância de manter o espaço turístico limpo, apresentando informações das Leis Federais n° 9.605/1998 e n° 10.381/2024, que proíbem fogueiras e churrasqueiras nas praias e o consumo de bebidas em garrafas de vidro. A personagem ‘Tina’, criada para chamar a atenção de crianças, traz mais detalhes sobre a Lei Estadual 10.381/2024.

Para Karina, a cartilha é importante “para que as pessoas se atentem da importância de recolher o seu lixo e das leis que estão dispostas, mas, principalmente, para que consigamos tocar o coração das crianças para a importância de se manter uma praia limpa”.

*Com informações da UFPA

Projeto Harpia registra novo filhote de gavião-real em reserva no Amazonas

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Projeto Harpia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) registrou um novo filhote de gavião-real (Harpia harpyja) na Reserva Florestal Adolpho Ducke, localizada no quilômetro 26 da rodovia AM-010, sendo a base de pesquisa mais antiga do Instituto.

A pesquisadora do Inpa e coordenadora do Programa In Situ do Projeto Harpia, Tânia Sanaiotti, ressalta que só tem a celebrar com esse novo registro.

Sanaiotti diz, ainda, que haverá um concurso para escolher o nome do novo filhote.

Oficina do Projeto gavião-real na SNCT 2023. Foto: Valeria Nakashima/Acervo Inpa

O registro do novo filhote foi realizado pelo fotógrafo Carlos Tuyama e a professora Cristina Tuyama, que são membros da equipe do Projeto Harpia em Rondônia e por duas semanas visitaram as áreas em que estão os ninhos de gavião-real. Durante a visita foi instalado um novo sistema para monitoramento por câmeras-trap no dossel da floresta. 

Desde 2010, um dos ninhos de gavião-real, em uma árvore Angelim-pedra, vem sendo acompanhado na Reserva Ducke e em 2012, este ninho foi o primeiro a receber a câmera-trap para monitoramento remoto da reprodução de Harpia no Brasil. A tecnologia que permite o estudo da dieta e do comportamento reprodutivo do casal de forma bastante eficiente foi instalada durante o trabalho de doutorado de Francisca Helena Aguiar da Silva. 

Ao longo dos 14 anos de monitoramento, o casal produziu quatro filhotes com sucesso e dois filhotes foram marcados com equipamento de identificação, anilha do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave) e transmissor. O filhote de 2015 se dispersou, já o filhote de 2023 está sendo monitorado por satélite e ainda utiliza o ninho, que já ocupa uma área de quatro quilômetros quadrados (4Km²) da Reserva Ducke. 

Educação Ambiental

Oficina do Projeto Gavião-real nos 70 anos do Inpa. Foto: Mariana Tuesta/PCE/Inpa

O Projeto Harpia além de pesquisa e reabilitação dos animais, também tem atuação em capacitação e educação ambiental, organizando atividades educativas nas comunidades e participando de mostras de ciência e tecnologia. Para manter a tradição, o Projeto Harpia participou da comemoração dos 70 anos de instalação do Inpa. 

Sanaiotti relembra que o projeto sempre colabora com atividades de popularização científica, especificamente, nos eventos que acontecem no Bosque.

Sobre o Projeto Harpia

Carlos Tuyama e Cristina Tuyama em campo. Foto: Francisca Helena Aguiar da Silva//Projeto Harpia

Com o nome de “Programa de Conservação do Gavião-real” (PCGR), o projeto vinculado ao Inpa surgiu em 1997, após a descoberta de um ninho de gavião-real (Harpia harpyja) numa floresta próxima à região de Manaus. No ano de 1999 foram estabelecidas algumas metas para ampliar a identificação, mapeamento e monitoramento de ninhos. O objetivo era estudar a biologia dessa espécie na Amazônia Brasileira com a participação de voluntários dispostos a enfrentar o desafio de conservar esta ave de rapina.

Atualmente, o projeto conta com o apoio de pesquisadores parceiros, voluntários, estudantes e bolsistas para a realização da coleta de dados, projetos de educação ambiental e divulgação de informações no entorno de ninhos. Além disso, diversos ninhos de gavião-real são monitorados na Amazônia e Mata Atlântica. 

*Com informações do Inpa