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Porto Velho, encoberta por fumaça, segue com a pior qualidade do ar do país

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Porto Velho amanheceu novamente com a pior qualidade do ar do país, no dia 14 de agosto, de acordo com a empresa suíça que mede os níveis de poluição do mundo, a IQAir. Uma ‘nuvem’ densa cobriu a cidade desde às primeiras horas da manhã.

Medidores da IQAir registraram que o Índice de Qualidade do Ar (IQA) marcava 557, considerado ‘perigoso’, o último grau de classificação da plataforma. A classificação varia entre ‘Bom’, ‘Moderado’, ‘Insalubre para grupos sensíveis’, ‘Insalubre’, ‘Muito insalubre’ e ‘Perigoso’.

Quando maior o IAQ, mais poluído e danoso é o ar. No início do mês Porto Velho também esteve na liderança com os piores índices. No entanto, à época a capital alcançou o IQA de 272. Ou seja, em menos de duas semanas, o número duplicou e subiu para índices ainda mais preocupantes.

Imagens de satélite mostram Rondônia no centro dos focos de queimadas. Em meio a um período de seca extrema, Rondônia bateu recordes de focos de queimadas: o mês de julho foi o pior em quase duas décadas.

Foto: Reprodução/IQAir

O cenário de seca e queimadas excessivas contribuem para colocar Porto Velho entre os piores índices de qualidade do ar do país. Especialistas relacionam as novas frentes de desmatamento, avanço das pastagens no sul do Amazonas e as queimadas na região como os principais responsáveis pela péssima qualidade do ar.

A umidade da capital registrada está em 23%, menos da metade do ideal que é entre 50 e 60%. Segundo o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam)

Um dos principais poluentes do ar na capital de Rondônia é o PM2,5, uma partícula inalável ultrafina que é mais difícil de ser eliminada no organismo. A concentração dessa partícula em Porto Velho está 40,8 vezes maior que o valor anual recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa partícula é resultante, sobretudo, de fumaça de incêndios ou da queima de combustíveis fósseis.

Foto: Tiago Frota/Rede Amazônica

Imagens de satélite mostram a formação e a distribuição das ‘nuvens’ de fumaça, que se formam, em grande parte, no Sul do Amazonas. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado registrou quase 3 mil focos de queimadas apenas nos primeiros dez dias de agosto.

Consequências na saúde

A pneumologista Ana Carolina explica que a diminuição da umidade do ar e o aumento da concentração de partículas finas (PM 2,5) na atmosfera, devido à poluição e redução de chuvas, podem causar ou agravar diversas doenças respiratórias na população, as mais comuns são:

  • Asma
  • Bronquite alérgica
  • Doenças relacionadas ao cigarro
  • Pneumonia
  • Tuberculose
  • Rinite e sinusite alérgica

Também há o aumento de doenças infectocontagiosas, (viroses e gripes). Além disso, crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias crônicas são os grupos mais vulneráveis.

Dicas para enfrentar o tempo seco

  • Beba bastante água (cerca de dois litros por dia ou 10 copos de água de 200 ml). Ela hidrata todos os órgãos, inclusive pele e mucosa;
  • Umidifique o ar em casa. Você pode colocar uma bacia com água no ambiente ou uma toalha umedecida para minimizar os efeitos do ar seco, do ar poluído;
  • Lave os olhos com soro fisiológico ou com colírio de lágrima artificial;
  • Mantenha a casa limpa, evitando o acúmulo de poeira;
  • Evite praticar exercícios físicos das 11h às 17h
  • Proteja-se ao máximo do sol e evite o ressecamento das mucosas e pele.

*Com informações da Rede Amazônica RO

IBGE divulga novo limite leste do Sistema Costeiro-Marinho adequado à Amazônia Azul em Macapá

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará no dia 27 de agosto o novo limite leste do Sistema Costeiro-Marinho do Brasil, em consonância com a Amazônia Azul. O lançamento será realizado no Seminário de Gestão Costeira e Marinha, no Auditório do Pavilhão de Conhecimento, no Parque de Exposições da Fazendinha, em Macapá (AP).

O Seminário é uma ação conjunta do IBGE com o Departamento de Oceano e Gestão Costeira do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com apoio do Projeto TerraMar (MMA/GIZ/IKI), da Secretaria Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM) da Marinha do Brasil, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amapá e de atores locais do gerenciamento costeiro. O Seminário terá transmissão online pelo portal IBGE Digital.

O recorte busca atender às expectativas de diferentes setores da sociedade interessados em um mapeamento que abranja a área marítima sob jurisdição brasileira, com a utilização da Amazônia Azul – região que compreende a superfície do mar, águas sobrejacentes ao leito do mar, solo e subsolo marinhos contidos na extensão atlântica, que se projeta a partir do litoral até o limite exterior da Plataforma Continental Brasileira.

Essa adequação representa um aumento em área de mais de 4 milhões de km2 em relação ao Mapa de Biomas e Sistema Costeiro-Marinho do Brasil, compatível com a escala 1: 250 000, publicado em 2019, e que adotava como limite leste a extensão dos Grandes Ecossistemas Marinhos brasileiros. Não houve, no entanto, alteração na porção continental, onde se encontram os ambientes costeiros como dunas, mangues e restingas, formações pioneiras que se formaram sobre os sedimentos marinhos ao longo do litoral brasileiro.

Na divulgação, serão disponibilizados: uma nota técnica com os procedimentos para o desenvolvimento do traçado na porção marítima, dado vetorial em formato shapefile e mapa em PDF. Esses produtos constituem documentos para a representação de um recorte físico-biótico do país, contribuindo para a gestão sustentável da biodiversidade costeira e marinha, desde a sua popularização na educação básica até o apoio no estabelecimento de políticas públicas.

Segue o convite publicado pela Agência de IBGE de Notícias:

*Com informações do IBGE

Projeto quer transformar Stonehenge da Amazônia em um parque para visitações

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O Amapá abriga um sítio arqueológico único no país que intriga a ciência desde sua descoberta no fim do século 19. Localizado em uma área remota da Amazônia, o Sítio Rego Grande 1 ou “Stonehenge da Amazônia” foi construído por indígenas há cerca de mil anos, segundo o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa).

Leia também: Rochas milenares eram usadas como calendário solar por povos indígenas; Conheça Stonehenge da Amazônia, no Amapá

De acordo com pesquisas realizadas desde 2005 no local, o sítio no município de Calçoene servia como observatório astronômico e local para cerimônias religiosas e funerais de figuras importantes na época.

Para o pesquisador Lúcio Costa Leite, do Núcleo de Pesquisa Arqueológica (NuPArq) do Iepa, o sítio é diferente de todos os outros encontrados no país.

A estrutura do sítio é formada por conjuntos de blocos de rocha granítica (127 no total), com vários tamanhos e organizados em diversas composições que somam 30 metros de diâmetro. Alguns dos blocos possuem evidências claras de formatação como lascamentos nas bordas.

Algumas rochas chegam a 4 metros de altura e pesam cerca de 4 toneladas. O pesquisador informou não haver a confirmação de um local de onde as rochas foram tiradas, mas disse que existem áreas no igarapé Rego Grande, que fica na região, existem rochas similares e com algumas partes que “parecem ter sofrido interferência humana”.

Como havia uma variação de povos na época, o Iepa informou que não é possível afirmar qual o povo indígena que construiu o local, mas indícios como pinturas nas peças de cerâmica, apontam similaridades com as do povo Arawak, que tem como descendentes os indígenas da etnia Palikur, habitantes da atual fronteira do Amapá e a Guiana Francesa.

Foto: Rafael Aleixo/Rede Amazônica

Observatório astronômico

Durante escavações da equipe de arqueologia do NuPArq foi verificado que as rochas não tombaram com o passar dos séculos, indicando um trabalho minucioso durante a construção.

“O que a gente viu foi que elas (rochas) foram construídas e colocadas nessa posição onde elas permanecem desde a sua construção. Tem calçamento, profundidades diferentes e outros blocos de rocha que são colocados ao redor para formar um calço de modo que as pedras não se movimentassem com a ação do tempo”, acrescentou o pesquisador.

A equipe de arqueologia constatou que a posição de cada rocha não se repete. O fenômeno do solstício de Inverno (entre 21 e 23 de dezembro) e de verão (entre 21 e 23 de junho) podem ser observados no local através das sombras projetadas nas rochas.

Segundo o pesquisador, existe um fenômeno chamado de megalitismo amazônico ou megalitismo atlântico, onde há a ocorrência de vários sítios, inclusive ao longo de toda extensão do Amapá. O Sítio Rego Grande 1 é conhecido desde o fim do 19, quando Emílio Goeldi realizou uma expedição pelo Rio Cunani, em Calçoene.

Foto: Divulgação/NuPArq

Goeldi foi um zoólogo suíço que dirigiu o antigo Museu Paraense a partir de 1894. Um ano depois, realizou expedições pela Amazônia, incluindo em áreas do norte do Amapá, que na época pertencia ao Pará.

O NuPArq informou que os achados em Calçoene possuem características próprias e uma “assinatura própria”. São poços funerários com câmaras laterais em formato de bota com placas de granito como se fosse um mausoléu.

As urnas são chamadas antropomórfa pelos pesquisadores (forma que atribui características ou aspectos humanos a animais, deuses, elementos da natureza). Nelas, foram encontrados restos mortais.

Sobre o termo “Stonehenge da Amazônia”, que faz referência à famosa estrutura megalítica no Reino Unido, Lúcio disse que não gosta da comparação, uma vez que o sítio do Amapá é uma criação única e autêntica do povo da Amazônia.

Parque do Solstício

O projeto para a criação de um parque para receber turistas e expor o histórico do local foi aprovado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.

Atualmente o sítio é uma base de pesquisas do Iepa e permanece fechado para visitações – com exceções das agendadas previamente. A proposta da criação foi apresentada pelo NuParq/Iepa e aprovada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

*Por Rafael Aleixo, da Rede Amazônica AP

3 amazônidas que participaram do ‘Programa Silvio Santos’

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Um dos maiores apresentadores da TV no Brasil, Silvio Santos morreu no dia 17 de agosto, aos 93 anos. Além de ser o fundador e dono do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), Silvio teve uma trajetória empresarial de décadas de sucesso que deu origem ao Grupo Silvio Santos (GSS), hoje um conglomerado bilionário.

Com 114 emissoras em todo o país, o SBT alcança atualmente 70 milhões de lares. Ao longo dos anos, passaram pela programação atrações que marcaram a história da televisão brasileira, como ‘Topa Tudo Por Dinheiro’ e ‘Roda a Roda”, ambos apresentados por Silvio, e o ‘Domingo Legal’ — comandado por Gugu Liberato, morto em 2019.

Porém, é inegável que o programa ‘Silvio Santos’, que vai ao ar todos os domingos é uma das marcas registradas do artista. Em setembro de 2022, Silvio deixou de apresentar sua atração por motivos de saúde.

Para celebrar a vida e carreira de um dos moires comunicadores do país, conheça alguns amazônidas que passaram pelo palco do ‘Pprograma Silvio Santos’:

Joelma

Um dos quadros mais famosos do Programa Silvio Santos era o ‘Jogo das Três Pistas’, que colocava duas celebridades em uma disputa contra o tempo. Em um dos episódios, a convidada foi a cantora paraense Joelma, que na época havia acabado de deixar a Banda Calypso. Confira o episódio:

Cantora acreana

Em 2016, a cantora acreana Iana Sarquis se apresentou ao lado da filha no quadro ‘Levanta-te’. Durante a conversa no palco, o apresentador ficou admirado ao descobrir que a dupla era do Acre.

A música que ela e a filha cantaram foi ‘Emoções’, de Roberto Carlos. O mesmo sentimento que ela guarda ao reviver esta lembrança, oito anos depois.

“Muito brincalhão, ele deixava a gente super à vontade. As memórias, a minha filha lembra até hoje. Ela viu [a notícia da morte], está super arrasada, porque lembrou do dia que a gente foi ao programa. E foi uma aventura, ele brincou com ela, conversou, e ela lembra disso e guarda com muito carinho. Com certeza vamos guardar no coração para sempre”, disse a cantora.

Foto: Arquivo Pessoal

Miss Amazonas

Outra amazônida famosa que interagiu com Silvio Santos foi a ex-miss Amazonas Carolina Toledo, que também participou do ‘Jodo das Três Pistas’.

“Eu lembro do dia que eu peguei o avião e estava indo encontrar com o maior ícone da televisão brasileira, o próprio Silvio Santos. Na época, em 2015, eu havia sido convidada como Miss Amazonas para participar de um game e ser entrevistada pelo próprio. Gente, que honra, que privilégio, que experiência incrível, da qual eu nunca vou esquecer”, disse.

Foto: Reprodução/SBT

Seca em Rondônia: é possível atravessar a pé em trechos do rio Jaru

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Seca do rio Jaru em 2024. Foto: Reprodução/Rede Amazônica RO

O nível do rio Jaru, que banha a cidade rondoniense de mesmo nome, chegou a 3,47 metros no dia 10 de agosto. Segundo a Defesa Civil do município, o rio estava mais de 20 centímetros abaixo do que era esperado para esse período do ano. Em alguns trechos, é possível atravessar a pé.

Embora esteja apresentando uma redução em seu nível desde o final do mês de julho, o atual nível ainda não é considerado estado de emergência, apenas se ficar abaixo de três metros. Atualmente o rio está em estado de observação.

Imagens mostram que em alguns trechos do rio é possível enxergar a areia do fundo e as pedras. No entanto, a Defesa Civil explica que em outros pontos o volume de água é maior. Essa oscilação ocorre em razão da tipografia do rio.

Apesar disso, a seca do rio nesta proporção não é comum nesta época do ano. E ele não é o único: os principais rios de Rondônia estão com níveis abaixo da média histórica, segundo informações da Defesa Civil Estadual.

Mas o que causa essa escassez? Segundo o engenheiro hidrólogo e pesquisador em geociências pelo SGB, Marcus Suassuna, dois fatores são determinantes:

Foto: Edson Gabriel

Oceano Atlântico Norte mais aquecido que o normal, e mais quente que o Atlântico Sul.
Fenômeno El Niño, que causa atrasos no início da estação chuvosa e enfraquecimento das chuvas iniciais do período.

De acordo com a estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) que observa a precipitação em Jaru (RO), não ocorrem chuvas significativas há mais de dois meses. O último registro foi feito em maio, quando choveu 44 mm no mês.

A Defesa Civil alerta a população para que adote os cuidados necessários para evitar acidentes, principalmente em relação ao descarte de lixo e a navegação que acaba sendo comprometida com a baixa das águas.

*Com informações da Rede Amazônica RO

‘Casa do Governador’ vai ser transformada em ponto turístico no Amapá

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Foi anunciado, na última semana, o início das obras para a requalificação da Residência Oficial do Governo do Amapá, que está localizada no no Centro de Macapá (AP). A antiga ‘Casa do Governador‘, que estava fechada há mais de 10 anos, será transformada no ‘Parque Residência’.

O novo local vai contar com restaurantes, galerias, cafeteiras, playground para crianças e ambientes de contemplação. A estrutura da casa será substituída por uma nova e mais moderna, mas preservando a história do local para expor aos turistas.

A previsão para a entrega do local totalmente revitalizado é no prazo de um ano. A construção será feita em uma única etapa, através da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinf).

O secretário de Estado da Infraestrutura, David Covre, disse que o plano surgiu após diversas conversas com a comunidade.

“Depois de um ano e meio de gestão, de um intenso trabalho para a elaboração do projeto e captação dos recursos, a gente consegue lançar. Essa obra vai transformar essa antiga residência oficial em uma área de grande estrutura de desenvolvimento da economia criativa”, informou.

Foto: Marcia do Carmo/GEA

O governador do estado, Clécio Luís, disse que o ambiente será preservado, mas completamente restaurado, resgatando a história do Amapá.

*Por Isadora Pereira, da Rede Amazônica AP

Sensores apontam que poluição no ar do Acre está acima do aceitável pela OMS

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Segundo dados da plataforma Purple Air, que reúne dados de sensores instalados em todo o Acre, as medições se mantêm acima do considerado preocupante na maioria das cidades do Estado. Ainda de acordo com o monitoramento, o índice em Rio Branco chegou a 99 µg/m3 na quinta-feira (15).

Conforme o monitoramento, índices acima de 250 µg/m3 são classificados como alerta para emergência em saúde, com probabilidade de afetar toda a população em 24h de exposição.

A exposição à poluição atual acima de 24h traz riscos ao público em geral e os grupos sensíveis podem sofrer efeitos mais graves para a saúde.

De acordo com o site Purple Air, de 55-150µg/m³ público em geral pode sofrer efeitos à saúde após 24 horas de exposição. Os grupos sensíveis, podem sofrer efeitos mais graves para a saúde.

Com o medidor instalado no campus da Universidade Federal do Acre (Ufac), a capital acreana oscilou durante toda a manhã desta quinta, entre 67 e 99 µg/m3. Ambos os índices estão muito acima do aceitável, oferecendo riscos à população vulnerável pela exposição acima de 24h.

Até as 10h desta quinta, a cidade de Brasiléia também apresentava um número muito acima do considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com 88 microgramas de partículas por metro cúbico (µg/m3). A OMS considera aceitável 15 µg/m3.

Outros municípios aparecem com poluição acima do aceitável: Cruzeiro do Sul (32µg/m3), Porto Acre (56µg/m3), Santa Rosa do Purus (22µg/m3), Assis Brasil (59µg/m3), Sena Madureira (55), Brasiléia e Epitaciolândia (24) e Manoel Urbano (56). Os demais municípios não constam com monitoramento na plataforma.

Os índices constatados pela plataforma são atualizados em tempo real e alteram com o passar das horas.

O professor Willian Flores, da Universidade Federal do Acre (Ufac), doutor em Ciências de Florestas Tropicais que a média para esta quinta está acima de 60µg/m3. “Considerando a média das últimas 24 horas, está em 61µg/m3, o que é um valor bem alto, bem acima do que recomenda a Organização Mundial de Saúde”, comenta.

O professor explica que o período seco e a cultura de queimadas na região norte, contribuem para a piora na qualidade do ar.

Com o aumento das queimadas, a população fica exposta a poluentes por períodos prolongados, e é exatamente isso que traz efeitos à saúde. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a corporação atendeu 2.227 ocorrências relacionadas a focos de calor no último mês, sendo o maior índice nos últimos três anos.

Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica

“Já percebemos que crianças e idosos são fortemente afetados. As pessoas que fazem tratamento de saúde já começam a não ter uma resposta adequada a esses tratamentos. Então, mesmo jovens passam a se sentir mais cansados nesse período, mesmo sem estar sob uma condição de esforço físico. Isso é reflexo justamente dessa poluição atmosférica”, ressaltou em entrevista à Rede Amazônica Acre.

Queimadas em julho


O Acre teve o maior número de queimadas no mês de julho em oito anos com 544 focos detectados até o dia 30 de julho, de acordo com o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O mês acumula a maior quantidade de queimadas no ano.

Os registros do ano, entre janeiro e o dia 30 de julho, somam 10% do total de 2023, já que no ano passado foram 6.562 focos detectados.

Com o índice, o estado é o 15º em todo o país e o 6º da região Norte, na frente apenas do Amapá. O número também é a terceira maior marca da série histórica iniciada em 1998.

Em 2023, o mês de julho acumulou 212 focos de queimadas no Acre. Ou seja, o estado teve um aumento de 156% no mês em um ano.

O índice preocupa principalmente por conta da tendência de aumento que o levantamento mostra a partir do mês de agosto.

No monitoramento do Inpe, em 19 dos 25 anos pesquisados, a quantidade de queimadas ficou acima de 1 mil focos no oitavo mês do ano. Em 2023, o número ficou em 1.388 naquele mês.

De junho a julho, o número de queimadas também teve aumento. Nos últimos 30 dias, o salto foi de 438%, saindo de 101 focos.

Naquele mês, o Acre também registrou aumento em relação ao ano anterior, já que em junho de 2022 foram 31 focos registrados.

*Por Helen Monteiro, da Rede Amazônica AC

Glocal Amazônia 2024: evento posiciona bioma no centro do debate sobre sustentabilidade

Foto: Divulgação/Acervo FRAM

Com o intuito de colocar o bioma amazônico no centro das principais discussões sobre sustentabilidade, a segunda edição da Glocal Experience na Amazônia ocorre entre os dias 22 e 24 de agosto de 2024 no Centro Histórico de Manaus (AM).

O evento proporciona diálogos com potências de relevância nacional e internacional sobre soluções sustentáveis, inovação sistêmica, negócios de impacto, bioeconomia e outros temas essenciais para o bioma amazônico, que afetam a sociedade brasileira de modo geral.

Os debates promovidos pela Glocal Amazônia 2024 serão divididos em cinco macrotemas:

  • 1- Brasil no centro das discussões, que abordará a COP 30 realizada na Amazônia em 2023, o G20, queimadas e estiagem;
  • 2 – Conectividade, infraestrutura e educação;
  • 3 – Saúde e segurança;
  • 4 – Saneamento básico, equidade social e cultura;
  • 5 – Bioeconomia.

Estes macrotemas são guias para os painéis, palestras, workshops e demais atividades que ocorrerão nesta edição da Glocal Amazônia.

As atividades serão realizadas em três espaços, no entorno do simbólico Teatro Amazonas. São eles:

  • Palco Glow: Localizado no Largo de São Sebastião, neste espaço ficarão as atrações culturais, música e manifestações artísticas.
  • Palco Glocal:  Localizado no Contemporâneo Eventos, na região do Teatro Amazonas, o espaço sediará painéis e debates pertinentes às temáticas da experiência Glocal.
  • Glocal Lab: O Glocal Lab será no Palácio da Justiça, com experiências imersivas, palestras, No espaço também terá o Glocal Estúdio e Tecnoglocal.

Confira algumas das atrações já confirmadas:

Sobre o Acelera Amazônia

A Glocal Experience Amazônia faz parte do projeto Acelera Amazônia 2024 e tem o apoio da Apa Móveis, Prefeitura de Manaus, Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), Amazonastur e Governo do Amazonas. Idealização e operação: Dream Factory. Realização: Fundação Rede Amazônica (FRAM).

A Glocal Experience nasceu em maio de 2022 com sua primeira edição no Rio de Janeiro. O encontro busca se tornar anual e tem a intenção de ser realizado em cada Estado da Amazônia. Em 2024, Manaus (AM) recebe o evento pela segunda vez.

Atlético Rio Negro Clube: museu mostra o sonho de garotos que se fez realidade

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Elson Judá de Oliveira Assayag, Amazonino Armando Mendes (então governador do Amazonas) e Abrahim Baze. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Por Abrahim Baze – literatura@amazonsat.com.br

O torcedor Rio Negrino que tiver interesse em conhecer a história de um dos mais importantes clubes sociais e esportivos do Amazonas é só visitar o museu lá instalado. São mais de três mil e oitocentas pecas entre manuscritos, documentos, fotografias, livros de atas, troféus, medalhas, móveis, reportagens de jornais, revistas e até objetos pessoais de atletas que ajudaram a construir com sua participação os momentos de glória do clube que, desde sua fundação, marcou um período importante da história esportiva no Amazonas. O museu foi inaugurado em 13 de novembro de 1993 e recebeu o nome de um antigo diretor Rubens Samuel Benzecry em homenagem póstuma.

Resultado de 15 anos de pesquisa levantando, recuperando e restaurando objetos, o clube preservou seu acervo. Todas as peças e objetos ali encontrados têm uma história ligando personagens que participaram do clube.

O Atlético Rio Negro Clube tem sua história intimamente ligada ao futebol. Foi fundado no dia 13 de novembro de 1913, na casa da família Nascimento, na Rua Henrique Martins hoje Lauro Cavalcante (em Manaus/AM), sonho de um grupo de jovens adolescentes que gostavam de se reunir para jogar futebol. O idealizador do clube foi Schinda Uchôa, à época com dezesseis anos. No decorrer dos anos, Schinda Uchôa, na época residindo na cidade do Rio de Janeiro, retornou a Manaus para receber o título de Presidente de Honra do Clube. Porém, o passo importante para sua fundação foi dado por outro fundador: Manoel Affonso do Nascimento, que cedeu o porão de sua residência para a fundação da agremiação.

Abrahim Baze, Amazonino Armando Mendes e Elson Judá de Oliveira Assayag. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Edgar Lobão, o mais velho do grupo com dezenove anos, foi o primeiro presidente do clube. O pai de Manoel Affonso do Nascimento, Paulo Ferreira do Nascimento, entrega as taças de cristal bacará de propriedade da família para brindar com vinho do Porto a criação do clube.

Nasce assim, desta forma, a festa mais tradicional do clube: ‘Porto de Honra’, que tradicionalmente foi executado sempre no dia do aniversário do clube. A família Nascimento é a maior responsável pelo surgimento da agremiação, sendo que, a matriarca Maria Affonso do Nascimento foi sua eterna madrinha. Foi ela que contribuiu com o suporte para que o Clube fosse fundado. Foi nesse mesmo dia que Maria Affonso do Nascimento presenteou na pessoa de seu filho, Manoel Affonso do Nascimento, um broche de brilhante que lhe pertencia. O que foi vendido um a um dos brilhantes para comprar os primeiros equipamentos que eram importados da Inglaterra.

Mas é o esporte o principal motivo da existência e manutenção do clube e é, sobretudo, a ele que se refere a maior parte das peças do Museu do Rio Negro. Histórias de títulos, pioneirismo, de craques e figuras intimamente ligadas ao clube. Um fantástico acervo, dificilmente encontrado em outro clube de futebol. Memórias registradas com detalhes reveladores, uma verdadeira viagem ao passado de uma cidade encravada em plena floresta amazônica.

O voleibol surgiu no Amazonas através do Atlético Rio Negro Clube, por exemplo. Em 1928, os atletas Ésio, Heitor, Lúcio, Edwuino, Euclides e Arthur formaram o primeiro time de voleibol do clube. Em 30 de dezembro de 1930 o esporte já estava consolidado e conquista o Campeonato Norte/Nordeste em Recife.

O Clube foi campeão da taça Luiz Martins, com os seguintes atletas: Augusto Brito, Jacob Melo, Januário Nóbrega, Agnaldo, Renato Sá de Andrade e Humberto Ponzi. Figuras importantes do cenário político do Amazonas foram atletas de voleibol do Rio Negro, Arthur Virgílio Filho, Leopoldo Amorim da Silva Neves (pudico), Adalberto Ferreira do Vale (este destacou-se no time do Santos em São Paulo).

Amazonino Armando Mendes e Abrahim Baze. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

O Clube também teve tradição em regatas, sendo campeão desse esporte em 1922. A competição se deu na baía do Rio Negro, foi em comemoração ao primeiro século de imigração francesa para o Estado do Amazonas, patrocinada pelo Consulado da França em Manaus.

Porém, é o futebol que tem o maior número de recordações. A foto do primeiro time campeão amazonense de 1921 tem lugar especial. Antes disso, não havia campeonato estadual, os times se enfrentavam entre si, em torneios de onde saia os campeões.

O primeiro campeonato amazonense de tênis de quadra também foi realizado pelo Atlético Rio Negro Clube sob o patrocínio da Federação Amazonense de Desportos Atléticos (FADA), em 1949, ocasião em que o clube foi campeão.

O Atlético Rio Negro Clube também foi o único clube amazonense, cujo, um diretor seu foi presidente de um clube nacional. Hilton Gonçalves, seu ex-diretor de esporte foi presidente do Flamengo de 1946 à 1947 e de 1957 à 1960. A carta de renúncia dele para o Rio Negro, encontra-se na parede do Museu, junto a uma carta do ex-presidente do Flamengo, Augusto Veloso.

Esportes Olímpicos nasceram no clube

Na área de esporte de competição, o Rio Negro manteve equipes de handebol (infanto-juvenil, juvenil, júnior e adulto) nos naipes masculinos e femininos. Natação (mirim, petiz e sênior). Triathlon, voleibol, (infantil, juvenil, infanto-juvenil e adulto) masculino e feminino. Futebol (infantil, juvenil, júnior e profissional), futebol feminino de campo e de areia, além do basquete. O primeiro título de beisebol foi conquistado em 1920 e de esgrima em 1923, o basquete em 1931 e o tênis de mesa em 1940.

No futebol profissional começou a conquista em 1921, seguindo-se nos anos 1923, em 1927, 1931, 1932, 1938, 1940, 1941 e 1943. Em 1945 à 1959 o clube ficou afastado do futebol. O próximo título veio em 1962, 1965, 1968, 1971, 1974, 1975, 1977, 1979, 1981, 1982 e 1985. O Rio Negro foi Tetra Campeão Amazonense nos anos de 1977, 1988, 1989 e 1990, data em que encerramos a pesquisa.

Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Quem não conhece a história da Miss amazonas, Miss Brasil e Vice Miss Universo, Terezinha Morango? Mas não é só Terezinha Morango que merece destaque, tais como: Edna Frazão Ribeiro, a primeira Miss Amazonas pelo clube, em 1929; com destaque também para Maria Amália, que conquistou o título estadual pelo clube em 1949; e finalmente Ane César, a última Miss Amazonas candidata pelo Clube, em 1987.

O Atlético Rio Negro Clube também têm tradição na vida cultural, uma vez que grandes escritores que foram membros do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas e da Academia Amazonense de Letras foram diretores, tais como: Genesino Braga, Álvaro Maia, Manoel Bastos Lira, Arlindo Porto, Moacir de Andrade, Aristophano Antony, Max Carpenthier, Robério Braga, Jurandir Batista de Sales, Gebes Medeiros e tantos outros nomes.

Sobre o autor

Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Panela de barro indígena de Roraima recebe reconhecimento de Indicação Geográfica

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O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) publicou nesta terça-feira (13) o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP), para a região de Raposa (RR), produtora de panelas de barro. É a primeira IG do estado de Roraima. A região faz parte do território da Comunidade Indígena Raposa I, inserida na área demarcada do Território Indígena Raposa Serra do Sol, localizada no município roraimense de Normandia.

Com esse registro, o Instituto chega a 127 IGs reconhecidas no Brasil, sendo 89 IPs (todas nacionais) e 38 DOs (28 nacionais e 10 estrangeiras).

Na mídia

Para comprovar que o nome geográfico Raposa se tornou conhecido pela produção de panelas de barro, requisito fundamental da IP, um elemento-chave do processo está em notícias publicadas pela imprensa.

Uma reportagem veiculada no site G1 informa que as “ceramistas da Comunidade Raposa I, no município de Normandia, sentem orgulho da arte secular e passam a cultura de geração para geração”. O texto acrescenta que “os indígenas não conseguem definir uma data de quem iniciou primeiro a tradição, mas garantem que o trabalho começou há muito tempo, ainda no século 19”.

Por sua vez, a Revista Xapuri Sócio Ambiental afirma que a “produção das panelas de barro da Raposa não é só cultura material, ela permeia o campo do sagrado, como sempre é nas culturas indígenas. Com a permissão da Vovó Barro, um espírito da natureza, colhe-se a argila e a ensaca”.

Foto: Reprodução/Rede Amazônica-RR

Estudos


Também foram apresentados trechos de uma tese de Doutorado que descreve as tradições, a cultura local e a forma de produção das panelas de barro, através da “convivência durante alguns períodos na Comunidade Indígena Raposa I, participando de ações voltadas para a produção cerâmica e momentos de festividade, como o Festival das Panelas de Barro”. O estudo também aborda “a relação cultural, social e cosmológica que evidencia o modo de vida e o pensamento que gira em torno do barro nas ‘Terras de Makunaimî'”, que se refere à localidade de Raposa.

As comprovações mostraram ainda que a produção de panelas de barro, iniciada na coleta da matéria-prima e seguindo tradições e rituais específicos até a modelagem feita de forma manual, é uma tradição local na Comunidade de Raposa, estabelecida ao longo de gerações.

Uma das principais características do produto é sua resistência térmica, que pode alcançar até 1000ºC, o que é possível graças ao conhecimento e ao saber fazer das artesãs, que passa de mãe para filha através dos anos, mostrando ser uma atividade essencialmente feminina na Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

*Com informações do INPI