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La Niña 2024 responde pela severa crise climática que se abate sobre a Amazônia

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Por Osíris M. Araújo da Silva – osirisasilva@gmail.com

A região amazônica, especialmente os estados do Amazonas, Roraima, Rondônia e Acre vêm enfrentando secas extremas nesses últimos dois anos, levando ribeirinhos a enfrentar longas caminhadas para encontrar água, recurso essencial à vida. O rio Madeira registrou, na terça-feira (27), a cota de 1,37m em Porto Velho (RO), a segunda menor marca da história, desde 1967, atrás apenas da observada em 2023, quando atingiu 1,10 m.

Em condições normais, o nível médio do rio esperado para esta época do ano seria de 3,80 m. A informação é do Boletim de monitoramento hidrológico divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), disponível na página do Sistema de Alerta Hidrológico da calha do Madeira. Em Tabatinga, tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Peru, com o rio Solimões sem calagem, o porto fluvial não oferece condições para atracação de barcos. Institutos de pesquisas convergem na conclusão de que a região enfrenta novo período de seca extrema causado pelo fenômeno La Niña, que deve chegar na região entre setembro e novembro deste ano, conforme estimativa do Centro de Previsão Climática dos Estados Unidos (CPC/NCEP).

Durante o evento, a temperatura do Oceano Pacífico na região tropical fica abaixo da média, e esse esfriamento provoca uma série de efeitos climáticos, que incluem chuvas mais intensas na Ásia e condições mais secas em algumas áreas da América do Sul. Com 70% de probabilidade de ocorrência este ano, o setor produtivo está altamente preocupado com os impactos do choque climático sobre os preços de bens de consumo e industriais, bem como em relação à logística de transporte e distribuição dos produtos. Medidas emergenciais foram adotadas pelo Porto Chibatão com a instalação autorizada pela Marinha do Brasil de um píer flutuante provisório em Itacoatiara, no Amazonas, para atenuar os efeitos da estiagem. Com área de 300 mil metros quadrados, está apto a movimentar, por meio de 150 postos de emprego gerados, 540 contêineres por dia de navios de cabotagem para balsas que prosseguirão o transporte da carga até Manaus.

De acordo com informes da Comunicação Social – Coordenação de Extensão do INPA, “mudanças climáticas na região amazônica têm influenciado o aumento significativo dos eventos extremos como secas e enchentes, que por sua vez têm afetado o ciclo hidrológico do bioma”. Conclusões são do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Jochen Schöngart, durante a participação na 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em junho deste ano. “A magnitude de cheias e de secas severas na Amazônia tem implicações grandes, não só para os ecossistemas, mas também para as pessoas, afetando a segurança alimentar e hídrica das populações ribeirinhas que dependem das áreas alagáveis que são conectadas as rede fluvial da Amazônia”, frisa.

Ciclo hidrológico, de acordo o pesquisador, “é o processo contínuo de circulação da água entre os diferentes ecossistemas da da natureza como a atmosfera, os oceanos, os rios, os lagos, as geleiras e os lençóis subterrâneos”. A Amazônia, salienta, “é caracterizada por altos índices pluviométricos, com chuvas intensas ao longo do ano, principalmente durante a estação, entre dezembro e maio. A umidade excedente é absorvida pela vegetação, que realiza a evapotranspiração, ou seja, joga a água para a atmosfera, formando nuvens e contribuindo para o regime de chuvas na região. Entretanto, o aumento das secas somado ao desmatamento tem resultado em impactos negativos no ciclo hidrológico local e regional”.

Para Schöngart, as mudanças no ciclo hidrológico na região têm gerado impactos significativos para as populações ribeirinhas, destacando-se “a inundação de áreas habitadas; o nível dos rios que afetam a pesca, a agricultura e outras atividades tradicionais; saúde e segurança; e a perda de recursos naturais. Por conseguinte, é crucial investir em educação, pesquisa e tecnologia para mitigar os efeitos das mudanças climáticas”. A Amazônia “demanda grande investimento para desenvolver tecnologias inovadoras para adaptar as populações e os manejos tradicionais, garantindo a sobrevivência e a segurança hídrica e alimentar no contexto das mudanças do clima, que são responsáveis pelas alterações do ciclo hidrológico na Amazônia”, ressalta.

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Amazônia Azul: IBGE divulga novo limite leste do Sistema Costeiro-Marinho, em Macapá

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no dia 27 de agosto o novo limite leste do Sistema Costeiro-Marinho do Brasil, em consonância com a Amazônia Azul. O lançamento foi realizado no Salão Nobre do Palácio do Setentrião, localizado no centro da capital amapaense, Macapá, em evento transmitido online pelo IBGE Digital e para um auditório lotado com mais de duzentas pessoas, em evento conduzido pelo coordenador-geral do Centro de Documentação e Disseminação de Informações e Coordenação de Comunicação Social do IBGE, Daniel Castro.

Representando o presidente Marcio Pochmann, Flavia Vinhaes, diretora executiva do IBGE, destacou que o estudo “é importante para o Brasil, para a Amazônia e ao Amapá, que é o novo limite leste do Sistema Costeiro-Marinho do Brasil, fruto de um projeto conjunto com a Marinha do Brasil e o Ministério do Meio Ambiente, e que reflete o interesse da Presidência em desenvolver outros projetos que podem vir por meio de um grande plano de trabalho contemplando, por exemplo, o Produto Interno Bruno (PIB) do mar, mensurando a economia azul”.

Flavia ainda chamou atenção para o fato de que “mais da metade da população brasileira vive em até 150 km do litoral, onde se encontram 16 capitais brasileiras. Assim as atividades ligadas ao mar, como a energia renovável do oceano, a biotecnologia marinha, se constituem como objetos de estudo e mensuração. O litoral é diverso e desigual. O Brasil precisa conhecer o potencial econômico que banha a sua costa”.

No lançamento houve publicação de nota técnica no site do IBGE com os procedimentos para o desenvolvimento do traçado na porção marítima do limite leste do Sistema Costeiro-Marinho do Brasil, incluindo dado vetorial em formato shapefile e mapa em PDF. Após o lançamento, foi realizado um seminário sobre o Sistema, em uma ação conjunta do Instituto com o Departamento de Oceano e Gestão Costeira do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com apoio do Projeto TerraMar (MMA/GIZ/IKI), da Secretaria Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM) da Marinha do Brasil, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Governo do Estado do Amapá e de atores locais do gerenciamento costeiro.

Ana Paula Prates, diretora do Departamento de Oceanos e Gestão Costeira do Ministério do Meio Ambiente, destacou que trabalhou “há muito tempo com toda essa vastidão do território marinho do Brasil, mas faltava ter lá no mapa do IBGE, essa demonstração para a sociedade entender e conhecer todo o tamanho do território que temos sob jurisdição brasileira. Ele é maior que a própria Amazônia, não à toa o termo Amazônia Azul. Este mapa é uma das grandes entregas, que representa este momento, em parceria com o IBGE”.

Maurício Coelho Rangel, Contra-almirante da Marinha, ressaltou o trabalho de mais de vinte anos da Marinha “a trazer aos brasileiros a importância do mar e da Amazônia Azul. Anos atrás, a população prestava atenção na Amazônia Verde. Junto com o IBGE e outros institutos, tivemos o trabalho de voltar os olhos para uma região de onde podemos tirar R$ 1 trilhão, o que representa quase um quinto do nosso PIB”.

André dos Santos Abdon, diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA), ressaltou a parceria com o IBGE. “O IEPA sempre foi referência com a questão de estudos do conhecimento, para chegarmos até agora. O IBGE nos traz este instrumento de saber importantíssimo a uma área tão delicada, que é a nossa questão costeira. Buscamos a cooperação de todos os órgãos, para apresentar não só esta divulgação, mas as demais que envolvem a região”.

A diretora de Geociências do IBGE, Ivone Lopes Batista, o coordenador de Meio Ambiente, Therence Sarti, e a chefe de Setor do Meio Biótico do IBGE, Luciana Temponi, formaram a equipe técnica que apresentou o novo limite do Sistema Costeiro-Marinho adequado à Amazônia Azul aos presentes na capital amapaense e para aqueles que acompanharam a transmissão remota via IBGE Digital.

Eles buscaram atender às expectativas de diferentes setores da sociedade interessados em um mapeamento que abranja a área marítima sob jurisdição brasileira, com a utilização da Amazônia Azul – região que compreende a superfície do mar, águas sobrejacentes ao leito do mar, solo e subsolo marinhos contidos na extensão atlântica, que se projeta a partir do litoral até o limite exterior da Plataforma Continental Brasileira.

Essa adequação representa um aumento em área de mais de 4 milhões de km2 em relação ao Mapa de Biomas e Sistema Costeiro-Marinho do Brasil, compatível com a escala 1: 250 000, publicado em 2019, e que adotava como limite leste a extensão dos Grandes Ecossistemas Marinhos brasileiros. Não houve, no entanto, alteração na porção continental, onde se encontram os ambientes costeiros como dunas, mangues e restingas, formações pioneiras que se formaram sobre os sedimentos marinhos ao longo do litoral brasileiro.

Ivone destacou que “este novo produto é de extrema importância ao mapeamento oficial do país. É o sistema costeiro-marinho agora integrado à Amazônia Azul, compreendendo um vasto território e uma grande variedade de ecossistemas, contemplando a área marinha sob a jurisdição brasileira até o limite exterior da plataforma continental. O monitoramento adequado dessa porção do território, a partir de uma cartografia oficial, é fundamental para garantir a preservação destes ecossistemas e orientar decisões estratégicas nesta porção do território. Impactando diretamente em nossa economia, na segurança e no meio ambiente. A divulgação representa uma base precisa e confiável para análise territorial, para delimitação de áreas de proteção e para identificação de zonas de interesse econômico e estratégico”.

Therence Sarti, coordenador do Meio Ambiente, salienta que “é importante termos instituições como o Governo do Estado do Amapá, a Marinha e o Ministério do Meio Ambiente, e o IBGE, que é o responsável pelas informações e dados geográficos e estatísticos do Brasil. É importante para termos este diálogo com as instituições a respeito dos dados e informações ambientais, pois existe uma demanda muito grande por dados ambientais”.

Por sua vez, a chefe de Setor do Meio Biótico do IBGE, Luciana Temponi, apresentou a forma como foi elaborado o Sistema Costeiro-Marinho adequado à Amazônia Azul. Luciana destacou que “a partir de agora estamos alinhados com outras instituições do governo e de pesquisa no que se refere à área jurisdicional brasileira. É um ganho relevante para o Brasil, envolvendo questões políticas, econômicas, bem como de proteção e conservação. Com o reconhecimento internacional de parte da Amazônia Azul, permitindo a expansão das águas jurisdicionais brasileiras, e a recomendação da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM) sobre o uso desse limite, a atualização do Sistema Costeiro-Marinho nas publicações oficiais do país se tornou urgente”.

Orleno Marques da Silva Júnior, Coordenador estadual do Programa de Gerenciamento Costeiro do Amapá explicou que a presença do IBGE, do Ministério do Meio Ambiente e de outros órgãos, mostra como o Amapá é visto a nível nacional

Orleno Marques da Silva Júnior, Coordenador estadual do Programa de Gerenciamento Costeiro do Amapá, explicou que “a presença do IBGE, do Ministério do Meio Ambiente e de outros órgãos, mostra como o Amapá é visto a nível nacional e reconhece o trabalho dos nossos pesquisadores em trabalhos voltados à área costeira. Isso mostra como órgãos como o IBGE estão atentos aos nossos trabalhos”.

Para o evento, o IBGE lançou um folder especial, com informações sobre a Amazônia Azul e o Sistema Costeiro-Marinho, e um mapa do Brasil com o novo limite leste destacado.

Após o evento, o mapa vai ser exposto em diferentes locais públicos do Estado. Os personagens do IBGEeduca, Bel e Pedro distribuíram estes materiais aos presentes, contendo informações sobre o estado do Amapá, Amazônia Azul e relacionados ao Sistema Costeiro-Marinho.

Amazônia Azul e o Sistema Costeiro-Marinho

É um espaço geográfico com cerca de 5,7 milhões de metros quadrados que engloba a superfície do mar, águas sobrejacentes ao leito do mar, solo e subsolo marinhos. e que representa a principal a via de transporte do comércio exterior do país, além de abrigar grande biodiversidade marinha, incontáveis recursos naturais, como nossas reservas de petróleo e gás.

Mais que um ambiente marinho, um conceito político-estratégico por ser, além de patrimônio nacional, fonte de riqueza e vida, exigindo proteção, preservação e exploração e exploração de forma sustentável.
Na borda leste, o recorte traz o traçado da Amazônia Azul, o que representa um aumento de 3 323 856,93 km², em relação ao Sistema Costeiro-Marinho. A área deste sistem é de 2 477 476, 68 km² e, com essa inclusão, passa a ter 6 801 323,61km²

O novo limite configura um recorte geográfico importante para geração de estatísticas que dizem respeito ao ambiente costeiro-marinho e uma base para delimitação futura dos ecossistemas marinhos, e a adequação do Sistema Costeiro-Marinho à Amazônia Azul representa uma oportunidade para divulgação para a população dessa área como pertencente ao território nacional.

*Com informações do IBGE

BNDES aprova R$160 milhões para trabalho de startup no reflorestamento da Amazônia

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$160 milhões para projetos de reflorestamento biodiverso da startup Mombak. Serão novas florestas em municípios do Pará, gerando empregos diretos e indiretos, fortalecendo a cadeia de reflorestamento da região e do Brasil, e recuperando algumas das áreas mais degradadas da Amazônia, localizadas no cinturão conhecido como Arco do Desmatamento. 

O BNDES atua em parceria com o Ministério do Meio Ambiente para transformar o Arco do Desmatamento no Arco da Restauração, reconstruindo seis milhões de hectares nas áreas desmatadas até 2030 e mais 18 milhões até 2050 — totalizando 1,65 bilhão de toneladas de carbono removidos da atmosfera. Lançado na COP 28, no final do ano passado, o Arco já recebeu investimentos de R$ 1 bilhão do Fundo Amazônia e do Fundo Clima, além das operações de financiamentos com empresas privadas, como a Mombak.

A iniciativa visa a recuperação de áreas degradadas em biomas críticos, com impacto significativo na conservação ambiental e no desenvolvimento sustentável. A operação da Mombak tem foco no estado do Pará e, como em todo o Arco, o plantio será realizado com espécies de vegetação nativa. Como co-benefícios, o projeto ajuda a reverter a perda da biodiversidade, melhora a qualidade das águas e tem um impacto positivo nas comunidades onde atua.

“Ainda existe um preconceito em relação ao restauro de floresta, ainda se pensa que é uma atividade essencialmente ecológica e não comercial. A operação com a Mombak é exemplar porque mostra que já existe uma cadeia econômica do restauro no Brasil. E o BNDES atua como referência, demonstrando que o Arco da Restauração, além de salvar a floresta, é um negócio econômico e próspero”, diz a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello.  

O financiamento à Mombak contempla R$80 milhões em recursos do Fundo Clima e outros R$80 milhões por meio do BNDES Finem. A Mombak já levantou aproximadamente R$1 bilhão para investir em projetos de restauração do bioma amazônico. Em apenas um ano, a empresa plantou três milhões de árvores no município de Mãe do Rio, no Pará, gerando empregos diretos e indiretos e fortalecendo a economia local e a cadeia de reflorestamento. Por meio de um modelo de parcerias rurais com pecuaristas, outras áreas degradadas também estão sendo restauradas em municípios do Pará.

Para Peter Fernandez, CEO e cofundador da Mombak, o financiamento é um marco para a nascente indústria de remoção de carbono no Brasil: “Restaurar florestas com o apoio do BNDES mostra que o mercado tem grande potencial de construir um futuro climático sustentável e com desenvolvimento socioeconômico”. 

Além dos impactos ambientais positivos, o reflorestamento permitirá a geração de créditos de carbono para o mercado voluntário internacional, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nº 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima) e nº 15 (Vida Terrestre) da ONU.

Estratégias conjuntas de combate às queimadas são traçadas com estados da Amazônia Legal

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Com o objetivo de alinhar estratégias ao combate às queimadas no estado, o governo de Rondônia participou da reunião ordinária do Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública (Consesp), realizada em Maceió (AL), nos dias 27 e 28 de agosto. O evento, promovido pelo Ministério da Justiça, reuniu secretários de segurança dos estados da Amazônia Legal para discutir e alinhar estratégias e ações conjuntas voltadas à proteção da floresta Amazônica, com foco no combate às queimadas, que têm assolado a região.

Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, o combate às queimadas exige a união de esforços entre todos os estados da Amazônia Legal e governo federal. “Essa reunião do Consesp é fundamental para traçarmos estratégias eficazes”, ressaltou.

A Amazônia enfrenta desafios cada vez mais sérios devido ao aumento das queimadas, que têm devastado áreas significativas de floresta em Rondônia e em outros estados da Amazônia Legal. Durante a reunião, os secretários discutiram uma série de medidas para enfrentar essa crise ambiental, e proteger a biodiversidade da região.

O titular da Sesdec, Felipe Bernardo Vital ressaltou a importância da cooperação entre os estados e o governo federal para enfrentar os desafios de forma eficaz.

Ações de combate

As discussões incluíram propostas como o reforço das operações conjuntas de combate às queimadas, a ampliação do uso de tecnologia para monitoramento em tempo real das áreas de risco, e o aumento das penalidades para crimes ambientais. Além disso, os secretários debateram a importância de ações preventivas, como campanhas educativas voltadas às comunidades locais, para reduzir as práticas que contribuem ao início dos incêndios.

Representantes do Ministério da Justiça, presentes no encontro, reafirmaram o compromisso do governo federal em apoiar os estados da Amazônia Legal, na proteção da floresta. Durante a reunião foram definidas medidas que deverão ser implementadas visando reverter a situação atual e garantir a preservação da Amazônia para as futuras gerações.

*Com informações do Governo de Rondônia

Ingá

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Foto: Reprodução/frutasraras.com

Inga é um gênero de plantas da família Fabaceae, conhecidas pelos nomes comuns de ingá ou ingazeiro, mesmo nome dado ao fruto da árvore. Trata-se de uma longa vagem que contém sementes envolvidas por uma polpa adocicada comestível.

É muito comum nas margens de rios e lagos, sendo encontrada na floresta amazônica, mas o gênero também possui representantes no México, Antilhas e em toda a América do Sul

Seu nome, “Ingá”, tem origem no termo tupi ‘in-gá’, cujo significado é “embebido, empapado, ensopado”. Acredita-se que o nome seja em alusão à consistência da polpa aquosa que envolve as sementes.

A fruta é rica em nutrientes, incluindo vitamina C, vitamina A, cálcio e ferro. Além disso, o Ingá é uma fonte natural de antioxidantes, que ajudam a combater os radicais livres e a prevenir doenças crônicas.

Imagens de satélite revelam mancha de fogo com mais de 500 km de extensão na Amazônia

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Mancha de fogo encobre parte da Amazônia e países da América do Sul. Foto: Reprodução/Windy

Uma mancha de fogo com mais 500 quilômetros de extensão e mais de 400 quilômetros de largura tem avançado sobre a Amazônia, conforme captado pelo satélite europeu Copernicus. Na quinta-feira (29), o fenômeno cobria os estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de áreas do Peru, Bolívia e parte do Paraguai.

Segundo dados do programada BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia registrou mais de 61 mil focos de queimadas de 1º janeiro até sexta (30), enquanto o Pantanal contabilizou quase 9 mil focos. Os dois biomas estão no território que está sendo afetado pela mancha de fogo.

Abaixo, veja a situação dos estados onde a mancha de fogo foi registrada:

  • Mato Grosso lidera em número de focos de incêndio no país, totalizando 24.880 de janeiro a agosto. Nesta sexta-feira (30), o estado também declarou situação de emergência por 180 dias, em resposta ao aumento significativo dos registros de focos de calor e incêndios florestais, com destaque para a região do Pantanal.
  • No Amazonas, o total de focos de incêndio chegou a 14.483 de janeiro a agosto. O estado enfrenta uma crise ambiental grave, causada pela combinação de seca nos rios e queimadas. Todos os 62 municípios do Amazonas foram declarados em estado de emergência na quarta-feira (28).
  • No Mato Grosso do Sul, o fogo tem devastado o Pantanal há mais de três meses, com um total de 9.938 focos de incêndio registrados. O estado foi um dos primeiros a declarar situação de emergência nas cidades afetadas pelos incêndios no Pantanal, ainda em 24 de julho.
  • Rondônia também bateu recordes de queimadas, com o maior número de focos registrados em em um mês de agosto dos últimos cinco anos: 6.223. Nesta semana, o governo estadual implementou uma proibição do uso de fogo em todo o território por 90 dias. Além disso, o governo federal reconheceu a situação de emergência em 18 municípios de Rondônia devido à estiagem.
  • O Acre registrou 2.654 focos de incêndio de janeiro a agosto. O estado declarou situação de emergência ambiental já em junho deste ano devido à diminuição das chuvas e ao aumento do risco de incêndios florestais.

O satélite Corpenicus aponta que a mancha de fogo tem se expandido com o passar dos dias. Na quarta-feira (28), o fogo se concentrava no Amazonas, em Rondônia e no Mato Grosso.

No entanto, o cenário mudou e o mapa mostra que Acre, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia estão formando, agora, um cinturão de fogo. O satélite também mostrou um crescimento de queimadas na região de Novo Progresso, no Pará.

Leonardo Vergasta, meteorologista do Laboratório do Clima (Labclim) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), explicou que a mancha indica uma alta concentração de dióxido de carbono na atmosfera, resultado das queimadas que produzem essa fumaça.

Vergasta também destacou que a falta de chuva intensifica o problema. “Regiões como Mato Grosso e Rondônia estão há mais de 90 dias sem chuva, enquanto o Sul do Amazonas e o Acre enfrentam uma seca de 7 a 21 dias. A ausência de chuva e as altas temperaturas durante a estação seca tornam a vegetação extremamente vulnerável às queimadas provocadas pela ação humana”, explicou.

Controle de queimadas em Apuí, no Amazonas. Foto: Divulgação/CBMAM

Fumaça pode voltar ao sul do país, diz especialista

A pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar, afirmou que os rios voadores — corredores de massas de ar que transportam a umidade da Amazônia para outras partes do país — podem contribuir para a dispersão da fuligem das queimadas. Na semana passada, uma nuvem de fumaça chegou até o sul do Brasil, afetando 10 estados.

“A Amazônia desempenha um papel crucial para o restante do país por meio dos rios voadores. Quando a região está muito seca, isso impacta esses rios voadores. Além de transportar a umidade, as massas de ar também carregam a fuligem, as partículas de aerossóis e outros materiais liberados pelas queimadas”, explicou.

A pesquisadora também destacou os riscos que a Amazônia enfrenta se continuar experimentando ciclos mais frequentes de queimadas.

“E com isso, o impacto é a mortalidade das árvores, tem impacto, ainda, no estoque de carbono, na biodiversidade em si e se esse fogo continuar recorrente, a floresta vai estar mais inflamável, e vai haver um empobrecimento da vegetação, e somente as espécies adaptadas a essas condições vão conseguir se estabelecer nesse lugar”, finalizou.

Governo Federal destinou mais de R$ 450 milhões para combater queimadas e vai contratar brigadistas
O Governo Federal disse que liberou, até agosto deste ano, R$ 405 milhões do Fundo Amazônia para apoiar o Corpo de Bombeiros dos estados da Amazônia Legal. Além disso, R$ 785 milhões do programa União com Municípios foram destinados para ações de combate ao desmatamento e incêndios em 70 municípios prioritários.

Ainda segundo o Governo, o presidente Lula sancionou, em julho deste ano, um projeto de lei que regulamenta o manejo integrado do fogo no país.

No início da semana, o Palácio do Planalto também autorizou a contratação de brigadas federais temporárias para a prevenção e o combate aos incêndios florestais em 19 estados e no Distrito Federal.

A medida foi oficializada por meio de uma portaria do Ibama, que autoriza o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) a estruturar brigadas em um conjunto de cidades brasileiras afetadas pelas queimadas, com estruturas e tamanhos diversos.

Os municípios contemplados estão nos estados do Amapá, Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Maranhão, Tocantins, Pernambuco, Pará, Paraná, Piauí, São Paulo, Roraima, Rondônia e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal.

Segundo o Planalto, as brigadas variam em tamanho e as equipes podem ser compostas por chefes de brigada, chefes de esquadrão e brigadistas — em quantidades que variam entre dez e 25 profissionais, em alguns casos.

*Por Matheus Castro, da Rede Amazônica AM

Seca histórica no Rio Solimões: cota chegou a -94 cm em Tabatinga

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O Rio Solimões enfrenta a maior seca da história. Nesta sexta-feira (30), a cota chegou a -94 cm em Tabatinga (AM), superando a mínima de -86 cm, de 2010. Em 24 horas, a cota reduziu 16 cm. Os dados são apresentados no 35º Boletim Hidrológico da Bacia do Rio Amazonas, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). 

Essa situação crítica no Solimões, que está na cabeceira da Bacia do Amazonas, pode influenciar outros trechos, como o Rio Negro, em Manaus (AM). De acordo com o boletim do SGB, o Negro está na cota de 20,27 m, ou seja, 2,60 m abaixo do normal para a época. São observadas variações diárias de 24 cm. “No baixo Amazonas, onde estão as cidades de Itacoatiara (AM) e Parintins (AM), também existe maior chance de observarmos cotas críticas, visto que o Madeira também está caminhando para níveis históricos”, enfatiza Martinelli. 

Em Porto Velho (RO), o Rio Madeira registra a cota de 1,34 m – a 2ª mínima da história, atrás da marca de 1,10 m registrada em 2023. O Rio Acre, na cidade de Rio Branco (AC), também enfrenta uma seca grave. Nesta sexta-feira (30), foi observada a marca de 1,31 m – a 5ª cota mais baixa já observada.

É importante ressaltar que as cotas indicadas são valores associados a uma referência de nível local e arbitrária, válida para as réguas linimétricas específicas de cada estação.

Os dados gerados a partir da operação do Sistema de Alerta Hidrológico também foram compartilhados, nesta sexta (30), pelo pesquisador Marcus Suassuna, na Sala de Crise da Região Norte, promovida pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

Parceria

O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas.

As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas no Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) e, em seguida, apresentadas na plataforma SACE.

*Com informações de Serviço Geológico do Brasil

Seca avança em Manaus e Rio Negro desce cinco metros só em agosto, aponta Defesa Civil

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O Rio Negro desceu cinco metros somente em agosto em Manaus. Os dados são da Defesa Civil do Amazonas. Neste domingo (1º), o nível do rio está em 19,77 metros.

A previsão do governo do estado é de que, neste ano, o Amazonas tenha uma seca severa nos mesmos moldes ou até pior do que o estado viveu em 2023. Durante a estiagem do ano passado, o Rio Negro alcançou o nível mais baixo dos últimos 120 anos.

Neste ano, Tabatinga, na Região do Alto Solimões, já enfrenta a pior seca da história. No sábado (31), o nível do Rio Solimões chegou em -1,4 metro.

Conforme a Defesa Civil, a estiagem antecipada já afeta 330.099 pessoas em todo o Amazonas, que também enfrenta os impactos das queimadas. No último dia 28, o governo estadual ampliou um decreto situação de emergência para todos os 62 municípios do estado (antes, apenas 20 estavam em emergência).

De acordo com o monitoramento da Defesa Civil, o Rio Negro começou o mês de agosto medindo 25,09 metros. Já no sábado (31), as águas mediam 20,02 metros. Ainda segundo o órgão, entre o sábado (31) e o domingo (1º), o rio desceu ainda mais, chegando a 19,77 metros.

Apesar do problema, pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) acreditam que o rio não deve atingir a cota da seca de 2023, que foi de 12,70 metros. A previsão para este ano é de que o nível das águas fique em torno de 14 a 15 metros, o que já é considerado muito baixo.

Em Itacoatiara, na Região do Médio Amazonas, a situação da vazante é a mesma. O Rio Amazonas começou agosto medindo 10,6 metros e o último registro da Defesa Civil, feito no dia 29 do último mês, aponta que as águas estavam medindo 6,9 metros.

A situação também é crítica em Coari, na Região do Médio Solimões. Lá, o Rio Solimões desceu 5,80 metros no último mês.

*Com informações da Rede Amazônica AM

Artigo produzido no Acre trata de segmentação de corpos hídricos em regiões do Peru

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Os estudantes Emili Bezerra e Quefren Leher, do mestrado em Ciência da Computação, da Universidade Federal do Acre (Ufac), publicaram, em inglês e coautoria, na revista “Sensors” (vol. 24, ed. 16, Qualis A2), artigo que faz uma análise exploratória de técnicas de sensoriamento remoto para monitoramento de lagos nas regiões de Ancash e Cusco, nos Andes peruanos, utilizando modelos de deep learning para segmentação de corpos hídricos.

Entre os modelos analisados estão o DeepWaterMapV2, WatNet e o modelo adaptado WaterSegDiff, que utiliza mecanismos de difusão e transformação especificamente condicionados para segmentação de lagos.

A pesquisa teve como objetivo desenvolver um conjunto de dados com imagens multiespectrais do Landsat-8, capturadas entre 2013 e 2023, para realizar análises quantitativas e qualitativas das técnicas de segmentação.

Os resultados indicaram que as arquiteturas DeepWaterMapV2 e WatNet apresentaram desempenhos equivalentes e adequados para segmentação de lagos, apesar das condições geográficas e atmosféricas desafiadoras do ambiente de alta montanha. O modelo WaterSegDiff demonstrou ser promissor na análise qualitativa, especialmente em contextos mais complexos.

O trabalho foi realizado em coautoria com a professora e coordenadora do Laboratório de Pesquisas Aplicadas em Visão e Inteligência Computacional (Pavic-Lab), da Ufac, Ana Beatriz Alvarez Mamani, com a pesquisadora plena do Pavic-Lab, Thuanne Paixão, e com pesquisadores do laboratório Liecar, da Universidade Nacional de San Antonio Abad de Cusco (Unsaac, Peru), William Isaac Perez-Torres, Diego Armando Uman-Flores, Andres Benjamin Quispe-Quispe e Facundo Palomino-Quispe.

*Com informações de UFAC

Forte São Francisco Xavier volta aparecer com a seca do Rio Solimões no Amazonas

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A seca severa que atinge a região do Alto Solimões este ano revelou um tesouro arqueológico do Amazonas: as ruínas do Forte São Francisco Xavier de Tabatinga. Localizado na margem esquerda do rio, abaixo do terminal hidroviário da cidade, o forte, construído no século XVIII, foi uma peça-chave para o domínio de Portugal sobre a região, em um período marcado pela disputa territorial com a Espanha.

O forte, que desempenhou um papel estratégico na defesa contra as expedições espanholas, estava escondido no fundo do rio, mas agora, com o baixo nível das águas, as ruínas voltaram a aparecer. Nesta sexta-feira (30), o rio atingiu a menor cota registrada na história, com -0,94 metro, em Tabatinga, sendo a maior seca dos últimos 40 anos.

Apaixonado pela região do Alto Solimões, o historiador Luiz Ataíde tem se dedicado por 20 anos a estudar o local, buscando vestígios daquela época. Entre os achados, estão peças de louça e munições usadas pelos militares quando o forte ainda funcionava.

Foto: Divulgação

A luta pela conquista da área de fronteira entre o Brasil, Colômbia e o Peru é marcado por dois momentos histórico, sendo eles: o Tratado de Madri, em 1750, que garantiu a soberania da região ao governo português; e o Tratado de Santo Idelfonso, em 1777, onde a coroa espanhola pede de volta à Portugal a área territorial onde hoje se encontra a região do Alto Solimões.

Para honrar a coragem dos militares, o Exército Brasileiro construiu um memorial que reproduz parte da estrutura do forte. O espaço, que inclui canhões e outras peças da época, pode ser visitado no Museu do Comando de Fronteira Solimões, dentro do Parque Zoobotânico de Tabatinga.

“A ação desses militares apoiados pela população foi de fundamental importância para que esse território se mantivesse nas mãos da coroa portuguesa, o que posteriormente seria Brasil”, explicou o curador do memorial, sargento Bruno.

Apesar de ter sido inundado pelas águas do Solimões em 1932, o Forte São Francisco Xavier continua sendo um símbolo de resistência. Atualmente, está inscrito no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Seca no Solimões

No Amazonas, o percurso do Rio Solimões é dividido em três trechos, chamadas “calha”, e banha 24 cidades do estado. O Alto Solimões, onde se atingiu a menor cota já registrada, é a “porta de entrada” do rio no Brasil. Ele segue descendo rumo as proximidades de Manaus, passando pelas calhas do Médio e Baixo Solimões.

A estiagem severa já impacta todo o estado do Amazonas e fez com que o governo estadual decretasse, na quarta (28), situação de emergência para todos os 62 municípios amazonenses. Para 2024, o governo estadual prevê uma seca severa que pode ser tão grave quanto, ou até pior do que, a enfrentada no ano passado.

*Por Rôney Elias, da Rede Amazônica AM