O palco da Expoferr Show 2025, em Boa Vista (RR), foi tomado pela beleza, carisma e a simpatia das candidatas do tradicional concurso de Rainha da Expoferr, um dos momentos mais aguardados da maior feira agropecuária da Região Norte.
A campeã da 44ª edição é Larissa Pantoja, de 24 anos, que, com muita desenvoltura e presença marcante, conquistou os jurados e o público, levando para casa o título de Rainha Expoferr.
Expofeira na Rede
O projeto Expofeira na Rede é uma realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM), com apoio de Amatur, Dois90, Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi) e Governo de Roraima.
Imagem aérea de queimadas na cidade de Altamira, Estado do Pará. Foto: Victor Moriyama/Greenpeace
A Amazônia pode estar se aproximando de um ponto crítico em que a destruição da floresta provocaria mudanças climáticas irreversíveis, alerta a Climatempo. Às vésperas do início da COP30, que acontece este mês em Belém do Pará, se reacende o alerta sobre o papel decisivo da Amazônia na regulação do clima global. O avanço do desmatamento pode levar o bioma a um ponto crítico, a partir do qual a floresta não conseguiria mais se regenerar –desencadeando um ponto de não-retorno climático.
“Mesmo registrando a redução no ritmo de desmatamento da floresta amazônica, a área total devastada da Amazônia Legal já corresponde a cerca de 20% do bioma. O ritmo diminui, mas a floresta continua sendo derrubada”, ressalta Pedro Regoto, especialista em Clima e Mudanças Climáticas da Climatempo.
Foto: Mayke Toscano/ Gcom-MT
Amazônia
A Amazônia é considerada um dos nove pontos de inflexão climáticos (tipping elements) do planeta – sistemas que, ao ultrapassarem determinados limites, podem sofrer alterações abruptas e irreversíveis, afetando o equilíbrio climático de todo o planeta.
No passado, estudos de modelagem apontavam que o tipping point (ponto de não-retorno) da Amazônia era atingir o limite de 40% de desmatamento. Pesquisas mais recentes, no entanto, indicam que o efeito combinado de desmatamento, das mudanças climáticas e do grande uso de fogo na floresta pode levar a um limiar bem mais baixo, entre 20% e 25%.
“Isso significa que um desmatamento acima desse patamar nos coloca cada vez mais perto de atingir um limite irreversível de degradação, o que pode levar a floresta a se transformar em savana e causar impactos diretos e irreversíveis sobre o clima global”, explica Regoto.
Além da Amazônia, o conceito de tipping elements, definido em 2008 pelo cientista britânico Timothy M. Lenton, inclui o gelo marinho do Ártico , a camada de gelo da Antártida Ocidental, a circulação termoalina do Atlântico Norte, o fenômeno El Niño no Pacífico Equatorial, as monções asiáticas, as florestas boreais do hemisfério Norte e o permafrost – o solo permanentemente congelado do Ártico.
Segundo Regoto, todos esses sistemas estão interligados. “Quando um deles entra em colapso, pode desencadear reações em cadeia em todo o planeta”, explica. “O degelo do permafrost, por exemplo, pode liberar o metano que está aprisionado há milhões de anos – um gás cerca de 80 vezes mais potente que o CO₂ no efeito estufa. Esse processo acelera ainda mais o aquecimento global e cria um efeito dominó climático, que pode escapar do controle humano”.
No caso da Amazônia, o especialista alerta que o ponto crítico está estimado em 40% de desmatamento. “Se a destruição atingir esse patamar, a floresta pode não conseguir mais se regenerar, dando lugar a uma savana. Esse processo alteraria profundamente o regime de chuvas e a temperatura do planeta”, ressalta.
Por isso, Regoto enfatiza que frear o desmatamento já não é suficiente. “Precisamos investir também na recuperação das áreas degradadas da floresta. Somente assim teremos chance de conter as mudanças climáticas de longo prazo”, afirma.
Os efeitos do aquecimento global já são percebidos no Brasil, com diversos recordes anuais na temperatura média. Em 2024, por exemplo, ela foi de 25,02oC, o que representou um aumento de 0,79oC em relação à média histórica de 24,23oC registrada entre 1991 e 2020, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Fenômenos como El Niño e La Niña
Os recordes de calor dos dois últimos anos culminaram com desastres climáticos de grande impacto, como as tragédias no litoral norte de São Paulo e no Rio Grande do Sul. “Fenômenos como El Niño e La Niña sempre existiram, mas agora estão mais intensos e frequentes devido às mudanças climáticas”, destaca Regoto. “O aquecimento global é o principal fator que potencializa esses extremos.”
Foto: Reprodução/Polícia Federal
Se o desmatamento da Amazônia e o degelo nas regiões polares continuarem, o planeta pode caminhar para um cenário de transformações irreversíveis. “Chegaremos a um ponto em que a adaptação será muito mais difícil e custosa. Precisaremos lidar com eventos climáticos cada vez mais intensos e frequentes”, alerta o especialista.
A Climatempo reforça que a ciência já oferece evidências claras: conter o desmatamento e restaurar ecossistemas é essencial para evitar o colapso climático. “A Amazônia é o coração climático do planeta. Proteger e recuperar a floresta é proteger a nós mesmos”, conclui Regoto.
O segundo dia da Expoferr Show 2025, realizada entre os dias 4 a 8 de novembro no Parque de Exposições Dandãezinho – localizado na BR-174 sentido Norte, na zona Rural de Boa Vista – conquistou não só os interessados em negócios, mas também os jovens estudantes.
Com vasta programação educativa e cultural, como a iniciativa da Fundação Rede Amazônica (FRAM), a ‘Juventude na Expoferr’, a feira tem atraído a cada nova edição, mais jovens interessados em conhecer a própria cultura e também já pensar em possibilidades para o futuro.
Confira nesta galeria alguns momentos que marcara o segundo dia:
Dezenas de alunos roraimenses participam de iniciativa da Fundação Rede Amazônica (FRAM), a ‘Juventude na Expoferr’. Foto: Willame SousaJovens puderam conhecer animais essenciais para o crescimento da economia do estado. Foto: Willame SousaAlunos também puderam acompanhar projetos de inovação e tecnologia. Foto: Willame SousaEmpreendedores fazem parte da feira que investe na divulgação daquilo que é produzido em Roraima. Foto: Willame SousaCerca de 300 expositores fazem parte da feira este ano. Foto: Willame SousaUm dos momentos esperados pelos visitantes é o das competições equestres, como a prova de três tambores. Foto: Fernando Oliveira/Secom RRA vigilância sanitária também faz arte da equipe de segurança que monitora o evento. Foto: Divulgação/Sesau RRCorrida de cavalos também faz parte da programação esportiva. Foto: Artur Mucajá/Secom RROs leilões bovinos movimentam a economia local. Foto: William Roth/Secom RRShow de Natanzinho Lima encerrou o segundo dia. Foto: Artur Mucajá/Secom RR
O projeto Expofeira na Rede é uma realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM), com apoio de Amatur, Dois90, Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi) e Governo de Roraima.
A maior e mais tradicional feira agropecuária do Norte do Brasil, a Expoferr Show 2025, é realizada entre os dias 4 a 8 de novembro no Parque de Exposições Dandãezinho, localizado na BR-174 sentido Norte, na zona Rural de Boa Vista.
Pela primeira vez, a Expoferr é realizada pelo Governo de Roraima com recursos do Governo Federal, repassados pelo Ministério do Turismo.
A expectativa é que mais de 500 mil pessoas passem pela feira e que o volume de negócios durante os cinco dias de evento chegue à marca de R$ 1 bilhão em prospecção.
Confira nesta galeria alguns momentos que marcara o primeiro dia:
A Expoferr Show 2025 começou no dia 4 de novembro. Foto: Willame SousaA Fundação Rede Amazônica está presente em mais uma edição da feira. Foto: Willame SousaLeilões de gado são parte da programação que atrai investidores ao estado. Foto: Willame SousaAções educativas e de orientação de empreendedores também fazem parte do evento. Foto: Divulgação/Secom RRSegurança foi preparada para atender o público e manter a tranquilidade da feira. Foto: Neto Figueredo/Secom RRDiversos pontos foram montados para serem “instagramáveis” e se tornarem recordação para os visitantes. Foto: Willame SousaDJ Larissa foi uma das atrações do evento que comandou os intervalos da programação musical local. Foto: Willame SousaO público esperado para este ano é de 500 mil pessoas nos cinco dias. Foto: Neto Figueredo/Secom RRShows nacionais, como o de Taty Girl, são muito esperados pelo público. Foto: William Roth/Secom RRShow de Murilo Huff também era um dos esperados para o primeiro dia da Expoferr. Foto: Neto Figueredo/Secom RR
Expofeira na Rede
O projeto Expofeira na Rede é uma realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM), com apoio de Amatur, Dois90, Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi) e Governo de Roraima.
Montaria em touros, corrida de cavalos, prova dos três tambores, laço e vaquejada. Essas são algumas das atrações esportivas programadas para a 44ª Expoferr Show, queacontece no Parque de Exposições Dandãezinho, localizado na BR 174, zona rural da cidade de Boa Vista, capital roraimense, durante o período de 4 a 8 de novembro.
A competição da vaquejada, por exemplo, reúne competidores dos municípios de Roraima e do Amazonas, e movimenta o setor de serviços e o comércio local.
O prêmio chega a 131 mil reais para o campeão e a disputa ocorre nas categorias feminina, mirim, aspirante, amador e profissional, reunindo atletas experientes e novos talentos.
Segundo o organizador e representante da Vaquejada Coco Babaçu, Antônio Mota Neto, o número de inscritos superou as expectativas e mostra como o circuito de vaquejada se tornou um símbolo da Expoferr.
“Participei no ano passado e este ano está superando todas as expectativas. Tivemos 530 senhas antecipadas, um recorde. É a maior festa de vaquejada do momento e está sendo um sucesso total”, afirmou Neto.
Vaquejada na Expoferr 2025. Foto: Artur Mucajá/Secretaria de Comunicação de Roraima
O projeto Expofeira na Rede é uma realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM), com apoio de Amatur, Dois90, Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi) e Governo de Roraima.
Os seis integrantes do Mahku e, ao fundo, os painéis do mural. Foto: Luan Lima Mesquita/Carmo Johnson Projects
O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) abre à visitação pública, a partir deste domingo (9/11), o mural do Movimento dos Artistas Huni Kuin (Mahku), formado por um conjunto de dois painéis que mede 58,9 metros quadrados. Eles traduzem dois mitos e cantos do povo Huni Kuin: o “Kapewë Pukeni” (do jacaré-ponte) e o “Yune Inu, Yube Shanu” (do surgimento da Ayahuasca).
A expressão artística é um convite ao público a conhecer o mundo a partir da visão do povo amazônida. É também meio de comunicação e de resistência e marca a relação entre cultura, arte, ciência e meio ambiente. A pintura ficará exposta como obra permanente no Centro de Exposições Eduardo Galvão, no Parque Zoobotânico do MPEG, em Belém (PA).
O mural integra a programação cultural no Museu Goeldi para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá na capital paraense, a partir da próxima segunda-feira (10/11).
Concebida como um marco cultural e simbólico da presença dos povos indígenas nas discussões globais sobre o clima, a pintura também representa o compromisso do MPEG, desde a sua fundação, em 1866, com o diálogo intercultural, com a pesquisa colaborativa junto a comunidades indígenas e com a proteção do bioma amazônico, integrando conhecimentos científicos e tradicionais.
O mural foi possível a partir da articulação da galeria Carmo Johnson Projects, que representa o Mahku, e conta com o patrocínio da Bloomberg Philanthropies e o apoio do Instituto Peabiru.
Mural é presente dos artistas
Os seis artistas do Mahku pintaram os painéis em meados de outubro e, antes de deixarem o Museu Goeldi, foram recebidos pelo diretor da instituição, Nilson Gabas Júnior, que agradeceu o presente ao fundador do coletivo, Ibã Huni Kuin.
“Às vésperas de iniciarmos nossa programação na COP30, reafirmamos que estamos abertos aos povos originários e tradicionais. Os Huni Kuin fizeram uma arte maravilhosa aqui, que mostra a relação mística com a natureza. Nossa instituição, declarada de forma simbólica como ‘território indígena’, tem buscado uma comunicação que reúne ciência, cultura e arte. Quando nossos visitantes chegarem aqui, vão poder ver esse novo espaço, essa nova confraternização entre povos tradicionais e produção científica”, disse.
Ibã Huni kuin, um dos artistas do mural, sendo recebido pelo diretor do Museu Goeldi, Nilson Gabas Júnior. Foto: Cabron Studios/Carmo Johnson Projects
Ibã Huni kuin (ou Isaías Sales, na segunda língua) é professor, pesquisador, antropólogo e artista de uma aldeia do Acre. Ele percebeu que o uso da sua primeira língua estava diminuindo, que os mais novos não sabiam mais os cantos dos antepassados e que a história de seu povo, baseada na oralidade, estava ameaçada.
“Os nossos conhecimentos são da memória, não tem escritos. Eu já vinha acompanhando as histórias do meu pai, por meio da música e comecei a gravar (os cantos do) meu pai”, disse Ibã, completando que essas gravações se transformaram em um livro escrito em três idiomas.
No entanto, segundo ele, a tradução não dava conta de retratar os cantos Huni Kuin, não havia palavras correspondentes. Daí, surgiu a ideia de pintar e de ensinar os mais jovens a retratarem essas músicas, o que se transformou no coletivo Mahku, fundado em 2012, cujos trabalhos foram expostos em eventos no Brasil e em outras parte do mundo.
A pintura do mural exposto no Museu Goeldi apresenta dois mitos centrais da cosmologia Huni Kuin: o Kapewë Pukenibu, também conhecido como o mito do jacaré-ponte (Kapewë Pukeni), uma narrativa ancestral que relata a origem e a travessia dos Huni Kuin, um povo em movimento entre continentes, em busca de sementes, moradia, conhecimento e terra. Por meio de cantos, é contada a história dessa jornada, onde o povo encontra um jacaré que, em troca de alimento, oferece o próprio corpo como ponte para que o povo atravesse para o outro lado. Esse episódio simboliza o ato de criar conexões entre povos, mundos e dimensões, entre o visível e o invisível.
O mural também evoca o mito Yube Inu, Yube Shanu, que narra o surgimento da ayahuasca, representada pela mulher-serpente do cipó, figura central na cosmologia Huni Kuin. Por meio de cores vibrantes e grafismos tradicionais kenê, o mural traduz os cantos e visões do nixi pae (ayahuasca), expressando temas de cura, transformação e sabedoria. Essa realização marca mais um capítulo do diálogo entre arte, espiritualidade e ancestralidade, reafirmando o papel do Mahku como ponte viva entre mundos — indígena e não indígena, mítico e contemporâneo.
Os artistas do coletivo Mahku
Ibã Huni Kuin (Isaías Sales, 1964, Tarauacá, Acre) – Ibã Huni Kuin é txana, mestre dos cantos na tradição do povo Huni Kuin. Tornou-se professor na década de 1980 e passou a unir os saberes tradicionais de seu pai, Tuin Huni Kuin, aos conhecimentos ocidentais, pesquisando a escrita da tradição junto de seus alunos. Ingressou na Universidade Federal do Acre (Campus Cruzeiro do Sul) em 2008 e, com seu filho Bane, criou o projeto Espírito da Floresta, que deu origem ao MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin.
Cleiber Bane (1983, Jordão, Acre) – Cleiber Bane é artista e membro fundador do MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin, criado em 2012. Suas obras transformam em imagem os cantos tradicionais Huni Meka, que orientam os rituais de ayahuasca e evocam Yube, a anaconda cósmica, mestre do Nixi Pae, além de entidades da floresta. Ele participa ativamente da consolidação do grupo no cenário internacional da arte contemporânea.
Cleudon Sales Txana Tuin (1990, Jordão, Acre) – Cleudon Sales, conhecido como Txana Tuin, é artista e txana (mestre dos cantos) do povo Huni Kuin, e integrante do Mahku. Sua prática artística traduz em pintura os cantos e mitos Huni Meka, utilizando a arte como ferramenta de resistência e comunicação intercultural. É também cofundador do coletivo Kayatibu, centro cultural dedicado à preservação dos saberes ancestrais Huni Kuin por meio da música e da dança. Txana Tuin domina mais de 150 cantos do Huni Meka, transmitidos por gerações de sua família. Participou de exposições importantes como Mirações (MASP, 2023) e Coreografias do Impossível (35ª Bienal de São Paulo, 2023).
Acelino Sales (1975, Jordão, Acre) – Acelino Sales vive e trabalha em Jordão, Acre. Membro do Mahku desde sua fundação, participou da primeira ação coletiva em 2012, quando o grupo pintou a Secretaria de Educação e Cultura de Jordão. Suas pinturas rompem com a lógica física e pictórica tradicional, apresentando visões onde elementos da floresta e do cosmos se fundem em luz e movimento. Participou de importantes exposições, como Histoire de voir (Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris), Mirações (MASP, 2023), Coreografias do Impossível (35ª Bienal de São Paulo, 2023) e da pintura mural de grande escala na fachada do pavilhão central da 60ª Bienal de Veneza – Stranieri ovunque (Estrangeiros por toda parte).
Yaka Huni Kuin (1996, Jordão, Acre) – Yaka Huni Kuin é artista e aprendiz da floresta, nascida na Aldeia Chico Curumin, Rio Jordão, Acre. Filha de Ibã Sales Huni Kuin, também é cofundadora do coletivo Kayatibu, que reúne jovens Huni Kuin em atividades de música e dança, preservando e reavivando saberes e narrativas míticas.
Participou de diversas exposições nacionais e internacionais, entre elas: Ka’a Body: Cosmovision of the Rainforest (Paradise Row, 2021–2022), Moquém Surarî (MAM-SP, 2021), Mirações (MASP, 2022), Les Vivants (Fondation Cartier, Lille, 2022), Coreografias do Impossível (35ª Bienal de São Paulo, 2023), Mupotyra: arqueologia amazônica (MuBE, 2024–2025) e Amazònies: El futur ancestral (CCCB, Barcelona, 2024–2025). Em parceria com sua irmã Rita Huni Kuin, realizou a mostra Entre mundos (Centro Cultural do Cariri, Ceará).
Kásia Mytara (1962, Goiânia, Goiás) – Kásia Mytara é artista Karajá cuja produção explora temas de identidade indígena, resistência, feminilidade, genealogia e cura. Trabalha com cerâmica e pintura, sendo também integrante do Mahku – Movimento dos Artistas Huni Kuin. No coletivo, traduz e pinta os cantos e mitos Huni Meka, originados de visões espirituais vivenciadas em cerimônias de ayahuasca. Casada com Ibã Sales Huni Kuin, fundador e líder do MAHKU, Kásia estabelece uma ponte entre as culturas Karajá e Huni Kuin, expandindo o alcance simbólico e estético do movimento.
*Com informações do Museu Goeldi e Carmo Johnson Projects
Árvore, flores e sementes do cumaru (Dipteryx odorata). Fotos: Catarina de Carvalho, Domingos Cardoso e Tiara Cabral
Um estudo publicado na revista Ecology and Evolution, desenvolvido em parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), alerta para os impactos severos que as mudanças climáticas podem causar em espécies do gênero Dipteryx, da família das leguminosas (Fabaceae).
Essas árvores, distribuídas naturalmente por biomas como Amazônia, Cerrado e Caatinga, possuem papel essencial na manutenção dos ecossistemas tropicais e grande relevância econômica e cultural, sendo amplamente conhecidas pelos nomes populares de cumaru, baru e castanha-de-morcego.
As espécies do gênero Dipteryx ocupam um papel central na vida de comunidades indígenas e ribeirinhas, que utilizam seus frutos e sementes na alimentação, em preparações medicinais e como fonte de renda. Além disso, são amplamente exploradas pela indústria madeireira, devido à alta durabilidade e resistência da madeira, muito valorizada para construção civil e mobiliário.
Segundo o estudo, as perdas econômicas associadas à redução das áreas adequadas para essas árvores podem ultrapassar US$ 597 bilhões em cenários climáticos futuros, um dado que demonstra como os impactos ambientais reverberam profundamente nas economias locais e globais.
Projeções climáticas
A pesquisa utilizou modelagem de nicho ecológico com projeções climáticas para as próximas décadas e estimou perdas expressivas de hábitat para diversas espécies do gênero, o que pode comprometer cadeias produtivas locais, a segurança alimentar de comunidades tradicionais e o equilíbrio ambiental das florestas tropicais.
Os resultados reforçam a necessidade de integrar o conhecimento científico à formulação de políticas públicas voltadas à conservação e à adaptação das espécies às mudanças do clima.
“Por muito tempo acreditou-se que apenas uma espécie, Dipteryx odorata, era utilizada tanto para madeira quanto para coleta de sementes, o que mascarava a exploração de outras espécies igualmente importantes”, explica a botânica ex-bolsista de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional e atualmente pesquisadora de pós-doutorado no JBRJ, Catarina de Carvalho, autora principal do estudo. “Nosso trabalho ajuda a corrigir esse equívoco, oferecendo uma visão mais precisa sobre a distribuição e a vulnerabilidade de todas as espécies do gênero”, complementa.
Catarina de Carvalho e Maristerra Lemes, autoras do estudo sobre os impactos das mudanças climáticas nas espécies amazônica. Foto: Acervo pessoal das pesquisadoreas
Estratégias de conservação
Os resultados indicam que espécies com distribuição geográfica mais restrita estão entre as mais vulneráveis às alterações climáticas. Um exemplo é Dipteryx lacunifera, nativa da Caatinga, que pode perder até 40% de sua área potencial de ocorrência nas próximas duas décadas. Embora as espécies amazônicas demonstrem maior resiliência em alguns cenários, elas enfrentam um conjunto de ameaças crescentes, como o avanço do desmatamento, a exploração seletiva e os incêndios florestais cada vez mais frequentes.
Segundo a pesquisadora do Inpa, coordenadora do Laboratório de Genética e Biologia Reprodutiva de Plantas (LabGen/INPA) e coautora do estudo, Maristerra Lemes, a pesquisa sobre as espécies de cumaru se integra a outras investigações conduzidas no LabGen/INPA com plantas de grande importância socioeconômica na Amazônia, como o cupuaçu (Theobroma grandiflorum), a castanha-do-pará (Bertholletia excelsa), o açaí (Euterpe oleracea) e o mogno (Swietenia macrophylla).
“Esses estudos buscam ampliar o conhecimento sobre a diversidade genética de espécies estratégicas para o equilíbrio ecológico e a bioeconomia da região, além de identificar formas de protegê-las frente aos desafios impostos pelas mudanças climáticas”, ressalta Lemes.
O estudo também analisou eventos climáticos passados, como o Último Máximo Glacial, para compreender a resiliência evolutiva dessas árvores ao longo do tempo. Os resultados apontam que a conservação das espécies do gênero Dipteryx depende da manutenção de ecossistemas saudáveis, com florestas conectadas e manejadas de forma sustentável, além de ações integradas entre os países que compartilham os biomas onde essas espécies ocorrem.
“Desde 2016 temos pesquisado a taxonomia e a evolução das espécies de Dipteryx, e hoje observamos avanços concretos rumo à sua conservação como a avaliação do status de conservação pelo CNCFlora (Centro Nacional de Conservação da Flora), a inclusão das espécies amazônicas no Apêndice II da CITES e a elaboração de pareceres de exploração não prejudicial pelo Ibama”, destaca Catarina de Carvalho.
A pesquisa contou com apoio do Acordo de Cooperação entre o CNPq e o Governo do Estado do Amazonas/Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM- processo 01.02.016301.00757/2022-50), Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ- processos E-26/200.379/2025, E-26/200.380/2025 e E-26/200.153/2023) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq- 314187/2021-9).
O trabalho reforça o papel da ciência e do Inpa na construção de soluções baseadas na natureza para enfrentar os desafios climáticos, destacando a importância da integração entre conservação, conhecimento científico e desenvolvimento sustentável na Amazônia.
Para dançar, sorrir, se emocionar e se divertir, a Expoferr Show 2025 chega a sua 44ª edição com atrações musicais nacionais. Do forró ao batidão, os artistas foram escolhidos para animar ainda mais a festa.
O projeto Expofeira na Rede é uma realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM), com apoio de Amatur, Dois90, Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi) e Governo de Roraima.
Movimento do comércio no Centro de Manaus (AM). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os sobrenomes carregam histórias, tradições e influências culturais de cada região. Na Amazônia, eles carregam traços da diversidade que marca o Norte do Brasil.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), recentemente, lançou o site Nomes do Brasil, onde divulga nomes e sobrenomes mais comuns registrados no país segundo dados do Censo 2022.
Descubra o ranking dos cinco sobrenomes mais populares nos nove estados da Amazônia Legal:
Acre
Silva: percentual de 27,74% da população
Souza: percentual de 10,41% da população
Oliveira: percentual de 8,45% da população
Lima: percentual de 8,00% da população
Santos: percentual de 6,76% da população
Amapá
Silva: percentual de 17,06% da população
Santos: percentual de 13,61% da população
Souza: percentual de 5,76% da população
Costa: percentual de 5,50% da população
Oliveira: percentual de 4,92% da população
Amazonas
Silva: percentual de 16,76% da população
Santos: percentual de 10,52% da população
Oliveira: percentual de 5,77% da população
Souza: percentual de 4,53% da população
Pereira: percentual de 3,39% da população
Mato Grosso
Silva: percentual de 17,80% da população
Santos: percentual de 8,58% da população
Oliveira: percentual de 5,93% da população
Souza: percentual de 5,48% da população
Pereira: percentual de 3,50% da população
Maranhão
Silva: percentual de 23,34% da população
Santos: percentual de 12,57% da população
Sousa: percentual de 10,82% da população
Costa: percentual de 5,67% da população
Pereira: percentual de 5,42% da população
Pará
Silva: percentual de 19,62% da população
Santos: percentual de 11,12% da população
Sousa: percentual de 5,72% da população
Oliveira: percentual 5,37% da população
Costa: percentual de 4,69% da população
Rondônia
Silva: percentual de 16,24% da população
Santos: percentual de 8,85% da população
Oliveira: percentual de 6,93% da população
Souza: percentual de 6,47% da população
Pereira: percentual de 3,51% da população
Roraima
Silva: percentual de 19,76% da população
Santos: percentual de 6,77% da população
Souza: percentual de 5,78% da população
Oliveira: percentual de 5,10% da população
Sousa: percentual de 4,26% da população
Tocantins
Silva: percentual de 19,09% da população
Santos: percentual de 9,71% da população
Sousa: percentual de 8,49% da população
Pereira: percentual de 7,54% da população
Alves: percentual de 6,08% da população
Sobrenomes mais comuns
Como observado, os sobrenomes “Silva” e “Santos” são, então, os mais frequentes nos primeiros lugares dos estados amazônicos brasileiros.
Segundo o IBGE, Silva significa “selva” ou “floresta” e vem do latim. Sua origem está ligada a um lugar geográfico específico. No caso de Silva, é possível que as pessoas que passaram a usar o sobrenome vivessem em áreas florestais ou com abundante vegetação.
Silva é também, hoje, o sobrenome mais popular do Brasil e é bastante comum nos países lusófonos (países que têm o português como língua oficial). O sobrenome também é encontrado na Espanha e na Itália, mesmo que com uma porcentagem menor.
Já o Santos, tem origem portuguesa, espanhola e religiosa. Ele surgiu como abreviação de “Todos os Santos” e era atribuído às pessoas que nasciam em 1º de novembro, data celebrada pelos cristãos como o Dia de Todos os Santos.
Além disso, o sobrenome foi amplamente adotado por cristãos-novos, nome dado aos judeus convertidos ao cristianismo, durante a Inquisição. Com o passar do tempo, Santos se expandiu e tornou-se um sobrenome popular em várias partes do mundo.
E você? Faz parte dessa lista? Veja a lista completa AQUI.
*Por Karla Ximenes, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar
A Exposição-feira Agropecuária de Roraima, Expoferr Show 2025, chega a sua 44ª edição com muitas atrações culturais além da programação de negócios e inovação. Realizada no Parque de Exposições Dandãezinho, localizado na BR 174, Zona Rural de Boa Vista, esta edição ocorre entre 4 e 8 de novembro.
Entre as mais de 50 atrações musicais – entre nacionais e locais -, a programação conta também com a escolha da Rainha Expoferr, uma tradição já esperada pelo público.
Na arena de alimentação: 19h – Anne Louise 20h – Sérgio Barros 21h – Chicão e Banda 22h – Forró Pegada Quente 23h – Thiago Henrique Intervalos com DJ Andrézinho
Foto: Neto Figueredo/Secom RR
05/11 – quarta-feira
Shows musicais: 22h30 – Nattanzinho Lima 00h30 – Assusena Lima 01h30 – Emerson e Fabiano 02h30 – Beijo Cristalino 03h30 – Pipoquinha de Normandia Intervalos com DJ Larissa
Na arena de alimentação: 19h – Euterpe 20h – Giulia Amaral 21h – Fábio Hercules 22h – Matheus Alves 23h – Xote de Boteco Intervalos com DJ Andrézinho
06/11 – quinta-feira
Shows musicais: 22h – Forró Anjo Azul 00h – Renato Poeske 01h – Angélica Rius 02h – Paçoquinha de Normandia Intervalos com DJ Larissa
Na arena de alimentação: 19h – A Vibe é Nossa 20h – Reinaldo Barroso 21h – Banda Dubai 22h – Esporão Mandi 23h – Forró Dinamite Intervalos DJ Chica Loca
Foto: Willame Sousa
07/11 – sexta-feira
Shows musicais: 23h – João Gomes 01h – Manu Batidão 02h30 – Brisiane 03h30 – Estevão Alves Intervalos com DJ Larissa
Na arena de alimentação: 19h – Felipe Exaltação 20h – Japa e Banda 21h – Forró Pega de 3 22h – Nega Ray 23h – Banda Carne Seca Intervalos DJ Chica Loca
08/11- sábado
Shows Musicais: 23h – Zé Felipe 01h – Pablo 02:30 – Martinelli 03:30 – Nadyne Leal Intervalos DJ Larissa
Na arena da alimentação: 19h – Sarah Franco 20h- Forró de Cabra Macho 21h – Banda Caribe Show 22h – Suvaco de Cobra Intervalos DJ Chica Loca
O projeto Expofeira na Rede é uma realização da Fundação Rede Amazônica (FRAM), com apoio de Amatur, Dois90, Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi) e Governo de Roraima.