Com o objetivo de fortalecer o turismo como vetor de desenvolvimento sustentável, o Sebrae Amazonas, por meio do programa Cidade Empreendedora, iniciou as etapas de elaboração do Plano de Ordenamento Turístico (POT) no município de Silves.
O POT é um documento estratégico que estabelece diretrizes e ações para o desenvolvimento do turismo em determinada área, seja um município, região ou unidade de conservação.
Seu propósito é organizar a atividade turística considerando aspectos ambientais, culturais, sociais e econômicos, garantindo benefícios à comunidade local e preservando os recursos naturais e culturais.
Como parte do processo, foram realizadas reuniões e visitas técnicas a empreendimentos turísticos da região, possibilitando uma escuta qualificada dos atores locais e o mapeamento das potencialidades e desafios do município. O lançamento oficial do POT e sua apresentação à população está previsto para o dia 29 de agosto.
Para o prefeito Paulino Grana, o plano é uma oportunidade estratégica para organizar o turismo local e atrair investimentos, sendo uma alternativa econômica que fortalece os pequenos negócios de forma sustentável e socioeconômica.
“Queremos que o turismo se consolide como uma alternativa de geração de renda para a nossa população, especialmente por meio dos pequenos empreendimentos. O plano chega para nos ajudar a estruturar o setor de forma sustentável, aproveitando nossas potencialidades com planejamento, valorizando nossa cultura e cuidando das nossas riquezas naturais”, destacou o prefeito.
Segundo Luan Menezes, gerente da Unidade de Empreendedorismo no Interior (UEI) do Sebrae-AM, o trabalho em Silves está alinhado à proposta de fomentar economias sustentáveis no interior do estado.
“O Plano de Ordenamento Turístico é uma ferramenta essencial para que os municípios consigam planejar o crescimento do setor de forma estruturada e responsável. Em Silves, identificamos grande potencial turístico, e com esse planejamento, queremos contribuir para que a atividade gere renda, respeite o meio ambiente e valorize a cultura local”, afirmou o gerente.
Ação de saúde foi realizada em Carauari, no Amazonas. Foto: Ricardo Machado
Na quarta-feira (16/7), o deputado estadual Abdala Fraxe (Avante) acompanhou a abertura do Mutirão de Cirurgias Oftalmológicas em Carauari (a 788 quilômetros de Manaus) onde foram executados, até a sexta-feira (18), em torno de 200 procedimentos, alcançando a marca de cinco mil pessoas atendidas nos mutirões realizados com o apoio das emendas impositivas de autoria do parlamentar.
“Iniciamos esse projeto há dois anos e meio, direcionando as nossas emendas para os mutirões e hoje estamos alcançando esse número expressivo, cinco mil pessoas que passaram a ter uma visão melhor e, como consequência, uma qualidade de vida melhor. O sentimento de hoje é de gratidão”, destacou.
Fraxe ressaltou que a população do interior enfrenta dificuldades em buscar atendimento e tratamento oftalmológico na capital em razão de toda logística necessária de transporte, hospedagem e, com a realização dos mutirões, essa necessidade vem sendo amenizada.
“Vamos continuar fazendo esse trabalho com o apoio do Governo do Estado na liberação dos recursos das emendas, das prefeituras municipais, buscando a transformação na vida dos nossos irmãos do interior”, completou.
A ação em Carauari contou com a presença do vice-governador Tadeu de Souza, das autoridades locais, vereadores e do prefeito Airton Siqueira e vice-prefeito José Maria. O Mutirão de Cirurgias Oftalmológicas já percorreu municípios como Eirunepé, Fonte Boa, Nhamundá, Tapauá, São Paulo de Olivença, Humaitá, Anamã, Alvarães, Carauari, Novo Airão, Amaturá, Caapiranga, entre outros.
Pela primeira vez com apoio do Ministério do Turismo, o São João no Parque Anauá, em Boa Vista, entra para o calendário nacional. A 32ª edição do evento, realizado pelo Governo de Roraima, além de contar com mais de 70 atrações e o concurso de quadrilhas juninas, é um espaço para toda a família se divertir.
No total, 180 espaços de empreendedorismo foram disponibilizados e, para garantir a tranquilidade dos visitantes, as forças de segurança estão unidas em um plano integrado.
O projeto Arraial do Anauá 2025, realizado pela Rede Amazônica Roraima, com apoio do Governo do Estado de Roraima, tem como objetivo promover a cultura e tradição junina da região com diversas ações pensadas em todos os públicos.
O manipulador artesanal de açaí deverá respeitar as práticas de manejo do fruto. Foto: Divulgação/Prefeitura de Barreirinha
Tramita no Senado um projeto de lei (PL) que regulamenta o exercício da profissão de manipulador artesanal de açaí e reconhece a atividade como essencial por seu valor econômico, social e cultural. O PL 3.164/2025, de autoria do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), também trata sobre requisitos para a atuação desse profissional.
Segundo o autor, o PL enfrenta os desafios decorrentes da informalidade, o que dificulta o fortalecimento da atividade como vetor de desenvolvimento regional sustentável.
“Este projeto, portanto, dá o devido reconhecimento legal à profissão, valorizando sua importância econômica, social e cultural, especialmente para a região Norte do país, com destaque para o estado do Pará. Ao regulamentar a atividade, promove-se a inclusão social, bem como a contribuição para o desenvolvimento integral das comunidades produtoras”, justifica o senador.
De acordo com o texto, para exercer a profissão, a pessoa precisa ser maior de 18 anos, comprovar residência em área de produção artesanal de açaí ou vínculo com associação, cooperativa ou empreendimento familiar rural e participar, quando disponíveis, de capacitações básicas sobre boas práticas de higiene e manipulação de alimentos.
Em vez dos cursos, o profissional também pode comprovar experiência mínima de um ano na atividade. Por fim, o manipulador artesanal de açaí deverá respeitar as práticas de manejo do fruto e as normas sanitárias básicas aplicáveis à produção artesanal de alimentos.
Valorização cultural
“O açaí é um dos principais produtos da biodiversidade brasileira, constituindo fonte de subsistência e geração de renda para milhares de famílias que atuam no manejo artesanal do fruto. Essa atividade tradicional é marcada, muitas vezes, pela transmissão de saberes locais, técnicas manuais específicas e por um relacionamento sustentável com o meio ambiente”, destaca Zequinha.
Açaí. Foto: Reprodução/IDAM
A proposta define como manipulador artesanal de açaí o profissional que realiza manualmente a colheita, seleção, lavagem, despolpa e preparo do açaí, utilizando prioritariamente técnicas tradicionais de produção.
O projeto determina, ainda, que a atuação deve ocorrer, preferencialmente, em comunidades tradicionais, cooperativas, associações locais ou no contexto de agricultura familiar. Atualmente, o projeto de lei aguarda despacho para análise das comissões.
Neste ano, o evento ocorre de 31 de julho a 3 de agosto, atraindo milhares de pessoas. Foto: Richard Messias/PMBV
Há poucos dias do maior evento da agro de Roraima, a AgroBV, o campo experimental do Centro de Difusão Tecnológica (CDT), localizado na região do Bom Intento, Zona Rural de Boa Vista, segue com as culturas em desenvolvimento para exposições. Neste ano, o evento ocorre de 31 de julho a 3 de agosto, atraindo milhares de pessoas.
Os talhões contam com 16 cultivares de soja, 21 híbridos de milho, duas espécies de sorgo e duas de girassol, além de batata-doce e macaxeira. Para o responsável-técnico pelo campo experimental, Roy Rogeres, os plantios no Centro de Difusão são um importante mecanismo para o desenvolvimento da agricultura no estado, contribuindo para que trabalhadores no campo reduzam custos operacionais.
“Se trata de um laboratório a céu aberto, onde ciência e prática se encontram para transformar a realidade do produtor rural de Boa Vista, do estado e até dos países vizinhos. Temos realizado manejos para melhorar formas e técnicas adaptáveis às condições climáticas da nossa região. Todo esse trabalho vai está disponível na AgroBV para os produtores tomarem as melhores decisões na hora do cultivo”, disse.
Os talhões contam com 16 cultivares de soja, 21 híbridos de milho, duas espécies de sorgo e duas de girassol, além de batata-doce e macaxeira. Foto: Richard Messias/PMBV
Referência em ciência, tecnologia e sustentabilidade no Agro
Plantio de culturas no Centro de Difusão Tecnológica (CDT) representa uma iniciativa que une ciência e sustentabilidade. Além de contribuir para a pesquisa agrícola e a promoção de técnicas inovadoras de cultivo, o centro desempenha um papel fundamental, incentivando a valorização da agricultura. Implantado em 2018, o local funciona como um banco de dados para tomadas de decisões técnicas.
Além de cultivares como soja, milho, sorgo, girassol, dentre outras, o campo experimental também recebe plantio de hortifrúti. Técnicas e culturas adquiridas nos canteiros são apresentadas no “Dia de Campo em Hortifrúti” e contribuem para o cultivo de produtos com mais qualidade que serão destinados à mesa das famílias roraimenses. Durante o ano todo ocorrem testes no local.
O CDT recebe constantemente visita de acadêmicos, produtores e empresários do setor do agro que vêm interessados em conhecer os cases de sucesso aplicados em Boa Vista. Foto: Diane Sampaio/PMBV
Por ser referência em pesquisa e desenvolvimento, o CDT recebe constantemente visita de acadêmicos, produtores e empresários do setor do agro de outras regiões que vêm interessados em conhecer os cases de sucesso aplicados em Boa Vista, os investimentos da prefeitura no setor e a distribuição dos insumos voltadas à agricultura familiar.
Recentemente, uma comitiva composta por 30 estudantes e quatro professores do curso de Geografia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) esteve no centro. Na ocasião, puderam conheceram os projetos em andamento, voltados para o desenvolvimento de técnicas modernas de cultivo, com foco na sustentabilidade e na valorização da agricultura familiar. O grupo também teve acesso às instalações e aos equipamentos utilizados.
Investimentos constantes
Um dos pilares da segurança alimentar e do desenvolvimento sustentável, a agricultura familiar recebe constantes investimentos da Prefeitura de Boa Vista ao longo dos anos. Com políticas públicas voltadas para o trabalho do campo, a atual gestão investiu mais de R$ 62 milhões no setor, fortalecendo a economia local, gerando emprego e renda na capital roraimense.
Reunião técnica preparatória para a audiência pública a ser realizada na Terra Indígena Roosevelt. Foto: Tom Molina/STF
Representantes de aldeias do povo Cinta Larga de Rondônia e Mato Grosso contribuíram com dados e opiniões para organizar uma escuta à população indígena sobre a possibilidade de mineração no entorno do seu território. Será uma ação inédita: pela primeira vez, povos originários serão ouvidos em seu próprio território no curso de um processo judicial do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os diálogos foram realizados em duas reuniões técnicas feitas pelo STF em Porto Velho, nos dias 22 e 23 de julho. Os encontros foram uma etapa preparatória para ouvir os indígenas nas suas aldeias, em data a ser definida.
De forma unânime, as lideranças Cinta Larga concordaram com a escuta de suas comunidades. Órgãos públicos federais e estaduais também colaboraram com informações.
A escuta ao povo Cinta Larga servirá para captar a posição da comunidade quanto à mineração em uma faixa de 10 km no entorno da Terra Indígena Roosevelt. Há uma demanda para que o procedimento seja estendido às terras vizinhas Aripuanã, Serra Morena e Parque Aripuanã, onde também habitam os Cinta Larga.
Os territórios ocupam uma região a leste de Rondônia e a noroeste de Mato Grosso e abrigam quase dois mil indígenas em cerca de 60 aldeias cadastradas. O avanço do garimpo ilegal de diamante e ouro tem aumentado a degradação do meio ambiente e afetado a forma de vida dos indígenas.
A determinação de realizar as reuniões partiu do ministro Flávio Dino, relator do Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 1425370. A disputa judicial se estende desde 2005. No processo, a Agência Nacional de Mineração (ANM) questiona decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) que cancelou as permissões de lavras de recursos minerais e impediu a concessão de novas permissões no entorno das terras indígenas em questão.
Construção e diálogo
As reuniões em Porto Velho foram conduzidas pela assessora-chefe Larissa Abdalla e pelo juiz auxiliar Anderson Sobral, do gabinete de Dino, e pela juíza Trícia Navarro e por Paola Hoffmann, do Núcleo de Solução Consensual de Conflitos (Nusol) do STF.
Conforme Larissa Abdalla, a escuta aos Cinta Larga foi convocada pelo ministro diante da complexidade e do impacto do caso em discussão.
Reunião técnica ajuda a entender previamente a posição do povo indígena. Foto: Tom Molina/STF
“Essa decisão poderia ser proferida num gabinete em Brasília, mas o ministro Dino optou por escutar a etnia e democratizar a construção da metodologia e a forma de implementação da escuta”, afirmou a assessora. Segundo ela, o que se busca é a construção conjunta de uma proposta para viabilizar a participação efetiva do povo Cinta Larga.
O juiz Anderson Sobral destacou que a discussão é um dos processos mais antigos do gabinete de Dino e que há a preocupação de o Judiciário dar uma resposta para a controvérsia. Já Trícia Navarro afirmou que o diálogo e a cooperação interinstitucional propostos contribuem para uma solução que seja efetiva e resolva os problemas dos afetados.
Lideranças
As lideranças indígenas Cinta Larga defenderam que seja mantida a suspensão da mineração no entorno do território. Segundo as declarações, a presença de grandes multinacionais pode impactar a vida no interior da terra indígena, e seria contraditório liberar essa atividade enquanto a exploração de minerais dentro do território continua sem regulamentação, que eles defendem.
Para Gilmar Cinta Larga, um dos coordenadores da etnia na TI Roosevelt, é importante ouvir a comunidade. Ele ressaltou a necessidade de respeitar a organização e a hierarquia já adotada nas aldeias, baseadas em associações que reúnem conjuntos de aldeias. Mauro Marcelo Cinta Larga é contra a mineração no entorno das terras e fez uma defesa da mineração dentro dos territórios e controlada pelos indígenas como forma de gerar renda. Para ele, a escuta deve envolver a comunidade inteira, não só os caciques.
Juarez Cinta Larga disse que uma permissão para mineração no entorno das terras indígenas pode abrir uma brecha para que grandes empresas multinacionais explorem o local, sem benefício nenhum às comunidades. Nacosta Cinta Larga afirmou que já defendeu a mineração dentro da terra indígena, mas que, diante dos problemas associados à atividade, hoje é contra.
Segundo Valdomiro Cinta Larga, a área do entorno já tem atividades de pecuária e muito desmatamento por fazendeiros, levando à grilagem de terras. Ele afirmou que, caso a mineração seja liberada, seu povo só será alvo de mais ameaças. Sobre a escuta, defendeu a ida de autoridades até as aldeias para ouvir as comunidades.
Por sua vez, Elizabete Cinta Larga declarou que o povo sofre com a presença de garimpeiros há mais de 50 anos e demanda a regulamentação da exploração dentro do território.
A coordenadora do Distrito Sanitário Especial Indígena Vilhena, Midiã Cinta Larga, ressaltou que o posicionamento institucional da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) é contrário à exploração mineral. Ao expor sua posição enquanto indígena, disse que a mineração não deve ser liberada nem no entorno e nem dentro do território. Se houver essa autorização, ela afirmou que a comunidade será afetada, com inseguranças sobre a fiscalização da atividade.
A Polícia Federal (PF), em 2020, realizou ações para inibir a venda de diamantes extraídos ilegalmente da Terra Indígena Roosevelt. Homologada em 1991, a reserva ocupada por grupos da etnia Cinta Larga e Suruí era apontada como uma das potenciais maiores reservas de diamantes do mundo, sendo alvo de garimpeiros e madeireiros.Foto: Reprodução/Polícia Federal
Poder público
Abrindo as reuniões, o juiz federal Ricardo Leitão, diretor do Foro da Seção Judiciária de Rondônia, assinalou que a questão é um tema muito sensível no estado e que espera bons frutos das discussões.
Pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a consultora jurídica Alessandra Vanessa ressaltou a posição institucional da pasta contrária a qualquer tipo de mineração dentro dos territórios indígenas e defendeu que a escuta do povo Cinta Larga seja feita a partir da organização da própria comunidade.
Pelo Ministério Público Federal (MPF), o procurador Reginaldo Trindade relatou as violências contra o povo Cinta Larga na região, cometidas há pelo menos 50 anos, resultado da “incompetência e desídia” do Estado brasileiro.
“Vi garimpeiro casando com indígena adolescente ou anciã só para ter acesso ao garimpo. Isso fora entrada de armas, droga, álcool, falsos pastores”, afirmou. “Tudo que não presta e que é terrível tem acontecido ali, e a única instituição que lucra com isso é o crime organizado”. Trindade foi o autor da ação civil pública ajuizada em 2005 que deu origem à disputa judicial discutida agora pelo Supremo.
Também pelo MPF, a procuradora Caroline de Fátima Helpa afirmou que o histórico da população originária ali é triste, envolvendo violências diversas e assassinatos. Segundo ela, a complexidade do caso pede uma abordagem antropológica, e não só jurídica. Helpa defendeu que a comunidade decida a forma de ser consultada.
A reunião também ouviu apontamentos de entidades que atuam no processo como “amigos da corte”, colaborando com informações. Lucas Santos, pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), disse que há 93 processos minerários impactados com a suspensão da atividade no entorno das terras dos Cinta Larga – um quarto relacionado a diamantes, e o restante distribuído entre ouro, cassiterita e outros minerais. Ele manifestou preocupação caso a paralisação seja estendida a outras terras indígenas pelo país.
Ingrid Gomes, representando a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), disse que a entidade se preocupa com a forma como a mineração se desenvolve no entorno de territórios pelo país, com altos índices de desmatamento e degradação ambiental. Também afirmou que as consultas devem respeitar protocolos já estabelecidos e ser livre, prévia e informada.
A reunião técnica também ouviu representantes da Casa Civil da Presidência da República, do Ministério de Minas e Energia, da Advocacia-Geral da União, do Governo de Rondônia, do Tribunal de Justiça de Rondônia, do Ministério Público estadual, da Defensoria Pública estadual, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e da Comissão Arns.
Conflitos
O caso teve início na Justiça em 2005, quando o MPF ajuizou ação civil pública contra o então Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), atual Agência Nacional de Mineração.
Em primeira instância, a Justiça Federal em Rondônia cancelou todas as autorizações de lavra ou de pesquisa mineral no interior das áreas habitadas pelos indígenas. Depois de recursos, o TRF-1 ampliou a restrição para proibir a mineração no entorno dos territórios em um raio de 10 km.
Em 2023, o então relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, negou seguimento ao ARE apresentado pela ANM ao Supremo. Ele entendeu que há comprovação do dano e dos efeitos negativos do garimpo sobre a população indígena na área e que essas conclusões não podem ser revistas no recurso. Em seguida, a agência questionou a decisão individual por meio de agravo interno.
Atividade de parteiras tradicionais na comunidade Deus é Pai, em Tefé, no Amazonas. Foto: Pilar Olivares
Murtinha tinha apenas seis anos quando ouviu o chamado para ser parteira. Com os ouvidos colados na porta do quarto de seus pais, a menina escutava os gritos da mãe grávida. Os gritos eram devido às dores provocadas pelas contrações que precedem o rompimento do saco amniótico – a bolsa que, até então, protegia o irmão de Murtinha no útero materno.
Mesmo sem a permissão do pai para entrar no cômodo, pois, segundo ele, “um parto não era coisa pra criança ver”, a garota encontrou um jeito de ajudá-los. “Levanta ela do chão”, ordenava Murtinha do lado de fora, “deixa ela passar um tempinho em pé”, “agora dá um suculão na cintura dela que ela vai ter o filho”.
As instruções saíam fácil, e na voz da menina, a segurança de uma parteira experiente. Finalmente, Murtinha ouviu a bolsa estourar, deitaram a mãe no chão e o bebê nasceu. Já se passaram mais de 60 anos desde então. Hoje Murtinha é uma senhora de 72 anos.
A parteira, nascida e criada em Fernandes Belo, vila do município de Viseu (PA), acumula mais de 2.500 partos, realizados em cinco décadas de ofício, e é uma das auxiliares de parto mais respeitadas do lugar. Ela, Cheiro de Jirau, de 61 anos, e Barbatimão, de 56 anos, são as três protagonistas da dissertação de Neidivaldo Santana Cruz, pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Linguagens e Saberes da Amazônia (PPLSA), da UFPA, Campus Bragrança, cujo trabalho buscou analisar a representação social e as múltiplas vozes das parteiras tradicionais de sua cidade natal, no nordeste do estado.
Para preservar as identidades das suas interlocutoras, o pesquisador não utilizou seus nomes reais. Murtinha, Cheiro de Jirau e Barbatimão são codinomes e fazem referência aos vocábulos mais evocados no momento das entrevistas com cada uma, explica Neidivaldo Cruz.
Entre os saberes tradicional e científico
Neidivaldo Santana Cruz também é formado em Enfermagem e atua na área. Esse fato acrescentou uma nova camada de significados à sua investigação.
“A minha formação acadêmica em Enfermagem é hospitalar, envolve equipamentos, procedimentos técnicos e suporte de uma equipe. No saber-fazer das parteiras, são elas com seus ritos e rituais para o partejar em qualquer condição: uma cama, uma rede, um chão de um quarto coberto por lençóis ou esteiras confeccionadas com a palha natural de palmeiras”, explica.
Para o pesquisador adentrar no mundo das parteiras tradicionais, foi necessário ir além de suas experiências prévias, embasadas no conhecimento científico. Neidivaldo adquiriu novos saberes com as relações geracionais estabelecidas com as mulheres da comunidade.
De acordo com o autor do estudo, parteiras como Murtinha, Cheiro de Jirau e Barbatimão cumprem um papel fundamental em suas comunidades. Isso porque, nas comunidades tradicionais da Amazônia, sobretudo aquelas consideradas de “difícil acesso”, o nascimento ainda está relacionado ao espaço doméstico.
Foto: Neidivaldo Santana Cruz
Em Fernandes Belo, por exemplo, antes da transformação dos postos de saúde em Unidades Básicas de Saúde (UBS), a presença de médicos e enfermeiros era bastante rara. Nessa época, ainda nos anos 1990, as parteiras Murtinha e Cheiro de Jirau chegavam a realizar uma média de três partos ao dia.
Ainda hoje permanece a confiança da população no trabalho das parteiras e a procura das gestantes por seus serviços. É comum o acompanhamento das gestantes a cada 15 ou 30 dias, tanto durante a gravidez quanto no puerpério, isto é, após o parto, mesmo daquelas que optam pela realização do pré-natal na UBS.
Neidivaldo explica em sua dissertação que esse reconhecimento popular desafia a lógica da sociedade ocidental bastante presente no campo da saúde, segundo a qual, as ideias de modernidade e tradição se opõem. Para quem vive nas comunidades, “tradição” não é sinônimo de atraso, mas um elo com o passado. A tradição é a manifestação da ancestralidade que alicerça as identidades. Sem ela, Fernandes Belo não existiria, assim como outras tantas comunidades amazônidas.
Solidariedade e reconhecimento movem as parteiras
“As narrativas [das parteiras] mostram um saber-fazer constituído pela observação e experimentações cotidianas. Há, entre elas, um sentimento de pertença e de solidariedade ao disponibilizarem seu tempo para atender a parturientes sem receber nada em troca, a não ser o reconhecimento da comunidade”, explica Neidivaldo Santana Cruz.
Essas mulheres, além de parteiras, também se definem como trabalhadoras rurais, mães, donas de casa, casadas e viúvas, contam que seus conhecimentos são “sussurrados em seus ouvidos”. Uma delas, a Cheiro de Jirau, afirma estar sempre acompanhada de uma entidade (cabocla Mariana) que a auxilia durante os partos. Em suas narrativas, Cheiro de Jirau afirma que a vocação para ser parteira também é um “dom”, um “chamado” que vem acompanhado de obrigações para com a sua comunidade.
Fato é que, após tantos anos e inúmeros partos realizados, nunca foi perdida uma vida sequer nas mãos das parteiras. Por isso o pesquisador dá ênfase às relações delas com a natureza, com seus saberes sobre cura e com suas cosmovisões.
Nesse sentido, as parteiras tradicionais são também “conselheiras, curadoras da família e dos necessitados” e, sobretudo, “detentoras de um saber essencial para a sobrevivência de suas comunidades”. Esse saber-fazer envolve, por exemplo, conhecer a posição da criança e o tempo para movimentá-la na barriga da mãe, o que significa um entendimento sobre massagens e plantas medicinais – como as cultivadas no quintal da casa de Murtinha (alfazema, alecrim, pimenta etc.).
Viabilizar o reconhecimento das parteiras como agentes públicos da saúde sempre foi o maior objetivo de Neidivaldo: “Com os resultados da pesquisa, o Estado pode elaborar políticas públicas que reconheçam a importância das parteiras em comunidades distantes de Unidades Básicas de Saúde ou mesmo hospitalar”.
Em um país como o Brasil, que, entre outros recordes, detém a posição de segundo maior número de cesáreas no mundo (Ministério da Saúde) e onde cerca de 45% das mulheres são vítimas de violência obstétrica na rede pública (Fiocruz), valorizar o ofício de parteiras tradicionais como Murtinha, Cheiro de Jirau e Barbatimão parece um caminho viável para garantir a saúde das mulheres em muitos territórios amazônicos.
Sobre a pesquisa
A dissertação ‘A Representação Social e as Múltiplas Vozes das Parteiras de Comunidades Tradicionais do Nordeste do Pará, Amazônia Brasileira’ foi defendida por Neidivaldo Santana Cruz, em 2024, no Programa de Pós-Graduação em Linguagens e Saberes da Amazônia (PPLSA), Campus Bragança, com orientação da professora Joana d’Arc de Vasconcelos Neves e coorientação do professor Francisco Pereira de Oliveira.
*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Jornal Beira do Rio, da UFPA, edição 175, escrito por Gabriela Cardoso
Incêndio na floresta amazônica. Foto: Christian Braga/Greenpeace
As florestas tropicais cobrem cerca de 50% do continente sul-americano e estão concentradas principalmente na Amazônia (74%) e na Mata Atlântica (12%). Juntos, esses biomas abrigam mais de 26% de todas as espécies de árvores nomeadas e 10% de todas as espécies nomeadas de plantas e vertebrados na Terra. No entanto, estes ecossistemas estão cada vez mais ameaçados pela intensificação do regime de fogo, frequentemente associados a mudanças no clima e no uso da terra, incluindo extração madeireira e fragmentação florestal. Atualmente, 2,4 milhões de km² da extensão original das florestas da América do Sul já foi desmatada.
As informações fazem parte de um mapeamento histórico feito pelo professor Divino Silvério, docente da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) campus Capitão Poço, junto aos pesquisadores Eddie Lenza, Letícia Gomes, Lucas Paolucci, Paulo Brando e Marcia Macedo. Divino Silvério lidera o capítulo “Fogo nas Florestas Tropicais da América do Sul: Examinando o Passado para Entender o Presente e Prever o Futuro”, que integra o livro “Fogo nas florestas tropicais da América do Sul”, publicado pela editora Springer.
Segundo o professor, os novos regimes de fogo trazem desafios para a conservação dessas florestas, pois a maioria das espécies destes ecossistemas não está adaptada à incêndios frequentes e intensos. A raridade de incêndios naturais no passado fez com que as árvores também não precisassem desenvolver resistência ao fogo. Na Amazônia e na Mata Atlântica, as árvores normalmente possuem casca mais fina do que em outras florestas, tornando-as mais vulneráveis aos incêndios.
É o caso de árvores conhecidas popularmente como louro-seda; canela-de-veado e cedrilho.
“A baixa frequência de incêndios historicamente permitiu que essas florestas mantivessem sua estrutura e diversidade, mas mudanças recentes nos regimes de fogo estão desafiando essa estabilidade”, diz o pesquisador.
A capacidade de algumas espécies nascerem novamente também é prejudicada. Segundo o professor, a capacidade de rebrotar após um evento de fogo também é uma adaptação importante. “Embora muitas espécies rebrotem após o fogo, esses brotos tendem a morrer nos anos seguintes à perturbação e não se tornam plantas maduras”, explica Divino Silvério.
O desmatamento em larga escala está reduzindo a quantidade de chuvas em algumas regiões. Essa alteração, combinada com temperaturas mais altas e maior frequência de secas, intensifica a vulnerabilidade das florestas a incêndios de grandes proporções. Segundo o pesquisador, é um ciclo perigoso em que o desmatamento amplifica os efeitos das mudanças climáticas que, por sua vez, aumentam o risco e a severidade dos incêndios, ameaçando ainda mais a biodiversidade, o estoque de carbono e os serviços ecossistêmicos dessas florestas.
Impacto direto na fauna
O fogo não afeta apenas a sobrevivência das plantas, mas também seu crescimento e reprodução. Estas mudanças podem impactar diretamente nas populações animais e humanas que dependem das flores, frutos, sementes e demais recursos florestais. Na fauna, os efeitos diretos e de curto prazo dos incêndios incluem mortalidade, emigração forçada e redução do sucesso reprodutivo das espécies.
O pesquisador diz que há estudos sobre a possibilidade de animais maiores tenham mais sucesso escapando de incêndios. Mas pequenos mamíferos, aves, cobras e jabutis podem sofrer mortalidade direta por estresse térmico, asfixia por dióxido de carbono, estresse fisiológico ou predação durante o processo de fuga. Como algumas plantas frutíferas são especialmente vulneráveis aos incêndios, isso pode reduzir a abundância de grandes vertebrados frugívoros e até causar extinções locais de espécies associadas a florestas primárias.
“Os animais mediam processos ecológicos-chave que estão diretamente relacionados à recuperação natural das florestas, incluindo dispersão de sementes, controle de herbívoros, ciclagem de nutrientes e decomposição. Ao alterar as comunidades animais, os incêndios também podem afetar essas interações planta-animal, desencadeando retroalimentações que reduzem a resiliência das florestas ao fogo”, diz.
Aumento de problemas respiratórios
Além da enorme perda da biodiversidade, os incêndios podem causar poluição severa do ar, resultando em sérios problemas respiratórios e até mesmo mortes. Pesquisas anteriores indicam que os incêndios em paisagens são a principal causa de morte de cerca de 10.000 pessoas por ano na América do Sul, número que quase dobra durante os anos de El Niño.
Divino Silvério explica que a política de desmatamento zero e a restauração florestal são intervenções chave para reduzir a ocorrência de incêndios em florestas tropicais. Estas são ações importantes para políticas eficazes de manejo do fogo e conservação. Mas não só isso.
O pesquisador cita três medidas urgentes que precisam ser implementadas para mudar esse cenário.
Sistemas de alerta precoce e monitoramento de longo prazo dos impactos dos incêndios nos ecossistemas;
Investir em novas tecnologias para a agricultura familiar que possam servir como alternativas ao uso do fogo;
Implementação eficaz das leis de manejo do fogo.
Livro
Todos esses dados fazem parte do capítulo “Fire in South American Tropical Forests: Examining the Past to Understand the Present and Predict the Future” (título original em inglês), integrante do livro “Fire in the South American Ecosystems”, editado por Alessandra Fidelis e Vânia R. Pivello. O livro possui 14 capítulos, a maioria escrita por pesquisadores sul-americanos.
Segundo o professor Divino Silvério, os pesquisadores realizaram uma revisão ampla, sistemática e integrada da ecologia do fogo nas florestas tropicais da América do Sul, analisando o conhecimento existente sobre alterações nos regimes históricos de fogo, mudanças no uso da terra, e os impactos ecológicos na região. Além de indicar medidas urgentes e sinalizar questões sobre o tema que ainda necessitam de mais estudos.
“O livro preenche uma lacuna importante ao trazer uma síntese sobre o que a gente sabe e estuda sobre os efeitos do fogo. Nós ainda não tínhamos um livro-base sobre a ecologia de fogo para América do Sul, que abordasse os diferentes ecossistemas da região”, diz Divino Silvério.
Reunião solene da academia no Teatro Guaporé. Foto: Divulgação
Por Júlio Olivar – julioolivar@hotmail.com
A Academia Rondoniense de Letras (ARL) comemora 10 anos de fundação em agosto e, para celebrar, lança uma edição especial da revista Karipuna Kult (KK). A versão virtual já está disponível (segue PDF), e a impressa será distribuída gratuitamente no próximo mês.
A publicação com 56 páginas traz um pouco da história da ARL, uma galeria de imagens e produções textuais e imagéticas dos acadêmicos. Sob a responsabilidade do escritor William Haverly Martins, fundador emérito da academia, a revista foi possível graças a uma parceria com o Ministério Público Estadual.
Desde sua fundação em 2015, a ARL participou de momentos importantes, como o lançamento da antologia “Prismas singulares” e a publicação da KK. Além de produções literárias, artísticas e científicas, a academia esteve à frente de debates e ações para preservar a memória rondoniense, incluindo o pedido de tombamento da primeira casa de alvenaria ainda em pé em Porto Velho e a revitalização de jazigos históricos, como o do poeta Vespasiano Ramos (1884/1916).
A ARL tem um motivo adicional para comemorar: o presidente Diego Vasconcelos anunciou que, em breve, será inaugurada a sede própria da instituição, localizada na antiga Assembleia Legislativa de Rondônia. Esse espaço permitirá reuniões adequadas e a preservação do acervo da academia.
Para os próximos anos, a ARL planeja projetos como uma feira estadual do livro, concursos literários e projetos pedagógicos para promover a literatura em Rondônia.
Júlio Olivar é jornalista e escritor, mora em Rondônia, tem livros publicados nos campos da biografia, história e poesia. É membro da Academia Rondoniense de Letras. Apaixonado pela Amazônia e pela memória nacional.
Pesquisa integra técnicas de visão computacional e inteligência artificial. Foto: João Cláudio/Acervo pessoal
Desenvolver um sistema de controle e monitoramento da evolução tática de jovens futebolistas foi o objetivo de uma pesquisa realizada em Manaus, no Amazonas. Integrando técnicas de visão computacional e inteligência artificial, o projeto ‘Desenvolvimento do talento no Futebol: Implementação de um sistema de monitoramento da evolução tática de jovens jogadores’ foi coordenado pelo pesquisador João Cláudio Braga Pereira Machado, doutor em Educação Física e coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Futebol (NEPFut), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
A pesquisa foi realizada em colaboração com Edjard de Souza Mota, professor do Instituto de Computação (IComp) da Ufam, e propôs a criação de um sistema que pode beneficiar treinadores, membros de comissões técnicas, preparadores físicos e cientistas do esporte.
João Cláudio explica que no processo de desenvolvimento a longo prazo de jogadores de futebol, torna-se importante utilizar instrumentos de avaliação que permitam acompanhar a evolução tática dos atletas. Com as informações obtidas, por meio do sistema desenvolvido no projeto, os treinadores podem planejar e ajustar suas sessões de treinamento, de modo a potencializar a formação dos jogadores.
“Conseguimos superar desafios técnicos importantes e consolidar uma solução inovadora que permite não apenas a detecção e rastreamento de jogadores e da bola, mas também a análise automatizada de métricas táticas fundamentais, como área, largura, comprimento da equipe, posse de bola e ações com bola”, disse o pesquisador.
A pesquisa teve o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), no âmbito do Programa de Apoio à Fixação de Jovens Doutores no Brasil, chamada nº 003/2022, parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Pesquisadores analisaram os jogadores com ajuda de inteligência artificial. Foto: João Cláudio/Acervo pessoal
Metodologia
O sistema é executado em diferentes etapas. A primeira diz respeito a validação de métricas aplicadas em campo. A segunda fase trata-se da avaliação do comportamento e desempenho tático dos jogadores e equipes, utilizando informações sobre o posicionamento dos jogadores durante a partida de futebol.
Foram avaliados vídeos dos jogos em campo, que passaram por um pré-processamento e detecção de dados por meio de técnicas de visão computacional e inteligência artificial.
O pesquisador afirma que o sistema criado no projeto é flexível, podendo atender às necessidades de jogadores em diferentes estágios de formação.
“Na base, será possível identificar necessidades individuais para aprimorar ao longo de sessões de treino, bem como identificar como os jogadores estão respondendo ao treino. No futebol profissional, será possível customizar análises de acordo com ideias de jogo do treinador, fornecendo ao clube relatórios específicos e detalhados”, relatou.