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Cadeira inspirada em saberes indígenas auxilia partos em Rondônia

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Cadeira ‘Elisa’. Foto: Reprodução/Rede Amazônica RO

Uma cadeira. Um equipamento simples, sem motores ou tecnologia embarcada, está mudando a forma como mulheres vivenciam o parto na rede pública de saúde de Porto Velho (RO). Criada pela psicóloga Sônia Marini, a cadeira ‘Elisa’ permite que gestantes adotem posições mais naturais e confortáveis durante o trabalho de parto, favorecendo a gravidade e respeitando os ritmos do corpo.

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A inspiração para a criação da cadeira veio de uma combinação de vivências pessoais e referências culturais indígenas. Sônia via nos corredores da maternidade de Porto Velho a dificuldade de algumas mulheres em trabalho de parto e relembrava também o sofrimento envolvendo os partos da própria mãe.

“Percebi que faltava alguma coisa, daí eu lembrei da minha história, que a minha mãe teve os filhos de cócoras, mas também dos povos originários daqui, daí eu fui pesquisando os povos originários. Ela surge dessa necessidade. Eu queria deixar a mulher mais confortável”, explica a psicóloga.

A cadeira é construída com estrutura de ferro e alças de tecido impermeável, pensada para oferecer segurança e liberdade de movimento. Sem motores ou botões eletrônicos, ela permite que a mulher fique com os pés firmes no chão, podendo se levantar ou mudar de posição conforme a necessidade. O equipamento recebeu esse nome em homenagem ao primeiro bebê que nasceu através dele.

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Mas como a cadeira funciona?

Ao permitir que a gestante adote posições verticalizadas, como a de cócoras, a cadeira ajuda a ampliar o canal pélvico e facilita a descida do bebê. Essa postura reduz a pressão sobre a região lombar, melhora a oxigenação e acelera a dilatação do colo do útero. Além disso, a liberdade de movimento ajuda a aliviar a dor e diminui a necessidade de intervenções médicas.

Cadeira 'Elisa'. Foto: Reprodução/Rede Amazônica RO

“Com a Elisa, o tempo [de parto] abreviou a ponto de, por exemplo, algumas pacientes, de segundo filho, estando com três ou quatro centímetros, irem à ‘expulsão’ em uma hora ou 40 minutos, sem lacerações importantes, sem aparecimento de edemas importantes e sem uso de qualquer medicamento para ajudar”, exemplifica a médica obstetra e ginecologista, Márcia Rocha.

A cadeira Elisa também é utilizada em sessões de fisioterapia pélvica durante o pré-natal, auxiliando gestantes na preparação corporal para o parto. Seu formato permite trabalhar posturas, respiração e consciência muscular, fundamentais para fortalecer a região pélvica e reduzir tensões que podem dificultar a passagem do bebê.

“O colo do útero, ele dilata em até 10 centímetros, mas quando o bebezinho passa pelo colo do útero, ele ainda passa por toda a estrutura muscular. Se essa estrutura tiver vulnerável, tiver enfraquecida e tensionada, esse bebezinho ele vai passar lacerando ali a musculatura. A gente precisa trabalhar toda essa parte muscular e estrutural. Na vivência com a cadeira Elisa, a gente vê assim já um cenário totalmente diferente de trabalho de parto. Esse trabalho de parto, ele tem sido muito mais confortável”, comenta a fisioterapeuta Rebeca Meira.

Adesão da rede municipal

A cadeira ‘Elisa’ passou a ser usada na Maternidade Municipal Mãe Esperança de Porto Velho este ano, como parte da política de humanização do parto. A estrutura foi aprovada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Rondônia (Crea), garantindo segurança para uso na rede pública.

Segundo a direção da unidade, de janeiro a abril deste ano foram realizados mais de 400 partos normais, número 62% maior que o de cesarianas no mesmo período.

O equipamento também é utilizado na rede particular de saúde. Em uma das unidades, estima-se que cerca de 80 crianças tenham nascido com auxílio dele, nos primeiros seis meses de 2025.

*Por Beatriz Maciel, da Rede Amazônica RO

Acordo prevê ações de educação e saúde para povos indígenas e comunidades tradicionais em Apuí

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Foto: Divulgação/MPF-AM

Por meio de um acordo, o Ministério Público Federal (MPF) coordenou a formalização de um Termo de Cooperação e Compromisso para responder às demandas de educação, saúde e o atendimento da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) no município de Apuí e região, no Amazonas. As propostas foram apresentadas por lideranças indígenas e comunidades tradicionais da região.

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Além do MPF, assinaram o documento representantes da gestão pública e lideranças locais, incluindo a Secretaria de Educação, a Coordenação Geral Pedagógica, a Secretaria de Saúde, o Conselho municipal de Saúde, Funai, o Conselho Distrital de Saúde Indígena/Distrito Sanitário Especial Indígena, a Organização dos Povos Indígenas do Alto Madeira e a Organização Indígena Quatro Penas.

Acordo prevê ações conjuntas

Durante a reunião que formalizou o acordo, realizada nos dias 16 e 17 de julho, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) de Apuí se comprometeu a iniciar a implementação da educação escolar indígena e ribeirinha nas comunidades e aldeias do Rio Aripuanã em 2026.

A secretaria ainda se responsabilizou pela instalação de uma escola indígena na aldeia do Rio Sucunduri, após diálogo com Icmbio e Funai, com previsão para o início das aulas no próximo ano.

Além do compromisso com a parte de infraestrutura da escola, a Semed garantiu que realizará um processo seletivo simplificado para regularizar a contratação de professores indígenas e ribeirinhos da região, a fim de acabar com contratos temporários e precários.

Para as refeições escolares, a Secretaria vai disponibilizar uma chamada pública para compra de produtos tradicionais de ribeirinhos e indígenas até o final deste ano

acordo foi assinado pelo mpf com foco em educação e saúde em apuí
Apuí. Foto: Reprodução/Prefeitura de Apuí

Na área da saúde, as demandas sobre saúde indígena e ribeirinha levantadas durante a Assembleia serão encaminhadas ao 15° ofício do MPF, especializado em populações indígenas e comunidades tradicionais. Além disso, uma atuação coordenada do atendimento médico na região dos rios Aripuanã e Sucunduri será objeto de articulação no acordo.

Leia também: Vacinação contra raiva se torna obrigatória em Apuí após um caso confirmado; entenda

Ainda será proposto uma assinatura de Termo de Cooperação entre os municípios de Apuí, Novo Aripuanã, Manicoré e a Sesai, visando atendimento de saúde integrado aos povos Indígenas e ribeirinhos. Apesar de algumas aldeias e comunidades pertencerem aos territórios de Novo Aripuanã e Manicoré, elas estão mais próximas da sede de Apuí, o que facilitaria a assistência.

A Funai explicou que já está em andamento a criação de um plano de atendimento e etnodesenvolvimento emergencial para os povos de Apuí e região neste ano.

O MPF assumiu a responsabilidade de acompanhar a execução do Termo de Cooperação e Compromisso em todas as suas áreas de atuação. Em caso de descumprimento dos compromissos estabelecidos, poderão ser adotadas medidas extrajudiciais e judiciais para assegurar o cumprimento do acordo.

*Com informações do MPF

Farinha de peixe é desenvolvida no Amazonas para substituir trigo em receitas saudáveis

Foto: Francisco Carioca/Rede Amazônica AM

Estudantes do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) criaram alimentos inovadores à base de tambaqui, peixe de água doce típico da Amazônia. Um dos destaques é a farinha de peixe, que substitui a farinha de trigo em bolinhos e salgadinhos.

A iniciativa busca oferecer opções mais saudáveis e ricas em nutrientes, como salgados e doces proteicos, voltadas especialmente para públicos que precisam de alimentação reforçada, como atletas.

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Os projetos são realizados em Presidente Figueiredo, na Região Metropolitana de Manaus, e têm como foco o uso de tecnologias que aumentem o valor nutricional dos alimentos, substituindo ingredientes tradicionais por alternativas mais saudáveis.

A estudante de Engenharia de Aquicultura, Karolina Flores Nascimento, desenvolveu um salgadinho proteico que já foi apresentado em outros estados e até fora do país.

“Eu fiz um salgadinho proteico à base de pescado. A gente fez a introdução de mais proteína. Já foi para vários lugares do Brasil, eu levei para Colômbia e ele é muito saboroso e proteico também”, afirmou.

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Segundo os alunos, os produtos têm apelo nutricional e podem contribuir para a saúde da população, além de valorizar ingredientes da região amazônica.

Agna Belai, mestranda em Biotecnologia, disse que os resultados serão publicados em artigos científicos. “A gente vai lançar nossos artigos comprovando que esses produtos elaborados com pescado da nossa região amazônica têm qualidade suficiente para trazer benefício à saúde da população”, contou

Farinha de peixe passou por diversos testes

Um dos alimentos desenvolvidos contém até 80% mais proteína do que os salgados comuns, de acordo com as estudantes. A farinha de peixe é o principal ingrediente e passou por diversos testes até chegar à fórmula atual. Ingrid Chayanne, do curso de Aquicultura, explicou o processo.

Foto: Francisco Carioca/Rede Amazônica AM

“A partir dele a gente faz as misturas com os adicionais. A gente fez vários testes até chegar a esse ponto que nós temos agora, a mistura para o bolinho instantâneo à base de farinha de peixe que é a nossa proteína principal”.

Além da parte técnica, os alunos também são incentivados a desenvolver habilidades empreendedoras. O projeto busca prepará-los para criar negócios próprios e atender às demandas do mercado com produtos inovadores e saudáveis.

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A coordenadora do curso de Nutrição do Ifam em Presidente Figueiredo, Thyssia Bonfim, afirma que a substituição da farinha de trigo pela farinha de pescado representa um avanço importante.

“Um público que está na academia e precisa de um alimento com maior fonte de nutrientes, com maior concentração de proteína, ele vai obter aqui porque a gente conseguiu inclusive substituir 100% a farinha de trigo, que é um ingrediente quase sem nutrientes, pela farinha de pescado”, esclareceu.

*Por Francisco Carioca, da Rede Amazônica AM

Investimento em obras da rodovia BR-364 no Acre são de mais de R$ 800 milhões, anuncia Lula

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Foto: Ítala Batista/Rede Amazônica AC

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, na sexta-feira (8), o investimento de mais de R$ 800 milhões para recuperação da BR-364, rodovia que corta o estado e está em péssimas condições de conservação.

As obras vão acontecer nos lotes 1, 2, 7 e 8 da rodovia. Ao todo, serão mais de 318 km de estrada. O governo federal vai investir cerca de R$ 870,9 milhões nesse projeto.

“Sabemos o que significa pro estado ter uma estrada ruim. Estamos aqui hoje para dizer ao povo acreano que depois de [fazerem] obras sem respeitar as técnicas, porque o dinheiro não dava, estamos aqui para dizer que faremos uma estrada que suporte o inverno amazônico”, disse Renan Filho, ministro dos Transportes, em evento no Acre.

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Durante a solenidade, foi assinada a ordem de serviço que autoriza o começo das manutenções. As obras na BR-364 são importantes para ajudar no transporte da produção local, melhorar a mobilidade das pessoas e fortalecer a ligação do Acre com outros estados.

Lula desembarcou em Rio Branco com uma comitiva de ministros por volta das 9h45 (horário local). Esta é a primeira vez do presidente no Acre neste mandato. Ele foi recebido pelo governador Gladson Camelí no Aeroporto Plácido de Castro, na capital.

Os ministros da Educação, Camilo Santana; do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; de Transporte, Renan Filho; de Planejamento e Orçamento do Brasil, Simone Tebet; de Minas e Energia, Alexandre Silveira; e de Desenvolvimento e Assistência Social, Welington Dias; além do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (ApexBrasil), Jorge Viana, acompanharam o presidente.

Do aeroporto, o presidente seguiu de helicóptero com o governador Gladson Camelí para a Casa de Acolhida Souza Araújo, que atende ex-hansenianos na capital, e depois para Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre), empresa referência nacional na produção de castanhas.

A primeira programação da cerimônia foi a entrega de títulos definitivos. Cerca de 1,4 mil famílias vão receber os títulos e autorizações de uso da terra, segundo o ministro Paulo Teixeira.

Os documentos garantem o direito de morar e produzir em áreas rurais de vários municípios do Acre. Também serão criados três novos assentamentos:

  • PA São Pedro do Icó, em Sena Madureira
  • PA Edileuza Menezes, entre Bujari e Rio Branco
  • PDS Assis, entre Porto Walter e Cruzeiro do Sul

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Trechos recuperados da rodovia

As obras vão acontecer em dois trechos principais da rodovia:

Lotes 1 e 2 – Esse trecho vai da divisa do Acre com Rondônia, passa por Rio Branco e chega até Bujari.

  • São 156,4 km no total.
  • Consórcio MSM/CSM V será responsável pelas obras.
  • Lote 1 tem 98,6 km e vai custar R$ 196,2 milhões.
  • Lote 2 tem 57,8 km e o valor é de R$ 170,9 milhões.

Lotes 7 e 8 – Ficam no Vale do Juruá, entre Feijó e Rio Gregório.

  • A empresa LCM Construção e Comércio vai cuidar dessa parte.
  • Lote 7 terá 69,9 km recuperados, com investimento de R$ 264,6 milhões.
  • Lote 8 cobre mais 60,4 km e vai custar R$ 239 milhões.
lula anuncia investimentos em rodovia no acre foto Ítala Batista Rede Amazônica Acre
Lula anuncia investimentos em rodovia no Acre. Foto: Ítala Batista/Rede Amazônica AC

Histórico de visitas ao Acre

Lula não esteve no estado durante os primeiros quase três anos de governo. Durante seus dois mandatos como presidente da República (2003 – 2010), o político esteve no estado em poucas ocasiões, sempre relacionadas a agendas de infraestrutura e programas sociais.

Entre as visitas oficiais, destacam-se:

  • Janeiro de 2006: Lula inaugurou a ponte binacional sobre o Rio Acre, que liga o Brasil ao Peru, e anunciou convênios para assentamentos rurais em todos os municípios do estado.
  • Julho de 2008: Fez uma escala técnica de cerca de 15 minutos no Aeroporto Internacional de Rio Branco durante uma viagem oficial à Bolívia, quando tratou do andamento das obras da BR-364.
  • Agosto de 2009: Visitou Rio Branco para entrega de unidades habitacionais do programa Minha Morada.

Após o fim do mandato em 2010, Lula retornou ao Acre como ex-presidente em algumas ocasiões, como em novembro de 2015, quando participou de eventos em Brasiléia, Assis Brasil e Rio Branco, incluindo inaugurações e encontros sobre cadeias produtivas sustentáveis. Contudo, essas visitas não tinham caráter oficial do governo federal.

*Por Renato Menezes, da Rede Amazônia AC

Amazon On 2025 discute futuro digital da Amazônia com foco em inclusão e sustentabilidade em Manaus

Foto: Diego Oliveira/Acervo Portal Amazônia

Com foco em soluções tecnológicas, inovação e sustentabilidade, o Amazon On 2025 reunirá, nos dias 20 e 21 de agosto, em Manaus (AM), representantes do poder público, setor privado e sociedade civil para debater o futuro digital da Amazônia.

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Segundo o presidente da Anatel, Carlos Manuel Baigorri, o evento vai detalhar os caminhos para levar conectividade significativa a uma das regiões mais desafiadoras — e estratégicas — do Brasil.

“Nosso papel será o de articular e catalisar esforços, mas também de promover o diálogo entre o setor público, o privado e a sociedade civil”, afirmou.

Leia também: Amazon On 2025 reunirá, em Manaus, o setor de tecnologia e inovação para debater soluções sustentáveis na Amazônia

Segundo ele, a Anatel já vem incorporando a agenda de sustentabilidade à sua estratégia. Para além do acesso à internet, a conectividade é vista como um motor de preservação ambiental e inclusão social. A atuação da Agência tem buscado estimular projetos de infraestrutura com baixa pegada ambiental, incentivando o uso de tecnologias que respeitam o ecossistema amazônico.

Para Baigorri, o principal desafio ainda é a infraestrutura. Soluções como o uso do FUST, o compartilhamento de estruturas e projetos como o Norte Conectado estão entre as estratégias adotadas para mitigar os gargalos.

Amazon on 2024 Foto: Diego Oliveira/Acervo Portal Amazônia
Foto: Diego Oliveira/Acervo Portal Amazônia

Tecnologia também é foco do Amazon On 2025

A expansão do 5G, da Internet das Coisas (IoT) e da inteligência artificial também surge como aliada da inclusão e da sustentabilidade. Segundo Baigorri, essas tecnologias podem conectar comunidades remotas a serviços essenciais, como educação e saúde, e fortalecer redes de monitoramento e fiscalização ambiental.

Com metas que preveem 95% da população com acesso à internet até 2027, a Anatel tem intensificado parcerias e ações que resultaram na expansão da banda larga em localidades da região Norte, inclusive com fibra ótica implantada por meio do leilão do 5G.

Relembre: Amazon On: evento debate unificação entre tecnologia e sustentabilidade na Amazônia

“Estamos simplificando normas, promovendo a regulação responsiva e incentivando o uso eficiente do espectro. Porque a conectividade significativa empodera as comunidades com ferramentas que ampliam o acesso à informação e a repercussão de suas demandas”.

O legado do Amazon On 2025, na visão da Anatel, será a consolidação de compromissos e parcerias concretas que viabilizem redes ativas e comunidades realmente conectadas. “A região precisa ser protagonista na agenda digital do país”, defendeu Baigorri.

E essa transformação, segundo ele, já é percebida no dia a dia de quem vive na Amazônia: seja em uma escola conectada, no acesso ao comércio digital ou em uma videochamada entre avós e netos separados pela distância.

Construção de ponte binacional entre Brasil e Bolívia é autorizada pelo Governo Federal

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Projeto da ponte entre Brasil e Bolívia. Foto: Divulgação/Ministério dos Transporte

O Governo Federal autorizou o início das obras da Ponte Binacional entre Guajará-Mirim, em Rondônia, e Guayaramerín, na Bolívia. A ordem de serviço foi assinada em uma cerimônia realizada no Teatro Estadual Palácio das Artes, em Porto Velho, no dia 8 de agosto, com presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro dos transportes, Renan Filho.

Leia também: Ponte Binacional: entenda o que é o empreendimento entre Brasil e Bolívia

“O tempo da espera acabou. E a espera nesse caso foi muito longa. Porque desde 1903, quando o Brasil assinou um tratado de anexação do Acre, estado aqui vizinho, nós assumimos com a Bolívia o compromisso de fazer a integração dos nossos povos, da nossa infraestrutura”, discursou Renan Filho.

Construção da ponte binacional

A estrutura será construída sobre o rio Mamoré e terá 1,22 km de extensão. A travessia, atualmente feita por balsas, será substituída por uma ligação rodoviária permanente entre os dois países.

O projeto integra o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) e será executado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), em parceria com o governo boliviano.

O investimento total é de R$ 421,398 milhões e inclui os projetos básico e executivo, acessos terrestres e o complexo de fronteira. A empresa responsável pela obra será o Consórcio Mamoré, vencedor da licitação anunciada em julho. O prazo estimado para conclusão é de dois anos e meio a três anos.

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ponte binacional

O presidente Lula e a comitiva presidencial chegaram ao Teatro Estadual Palácio das Artes por volta de 17h (horário local). No evento também estava o presidente da Bolívia, Luis Arce, o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes e o vice-governador de Rondônia, Sérgio Gonçalves. O governador do estado, Coronel Marcos Rocha, não esteve presente na cerimônia.

“Hoje é um dia muito especial para o povo boliviano, porque torna-se realidade um sonho desejado, que é a construção da ponte que liga Guajará-Mirim a Guayaramerín. Essa obra vai além da infraestrutura, é um símbolo da irmandade entre os nossos povos [tradução livre]”, comemorou o presidente Luis Arce.

Em sua fala, o presidente Lula defendeu investimentos em educação, ciência, livros e formação profissional como prioridade para o país. Esta é a primeira vez que o presidente visitar Rondônia no atual mandato. Em sua fala, ele afirma que deve voltar em breve.

“Eu queria também agradecer as pessoas que estão lá fora e dizer para vocês que eu demorei dois anos e meio para vir aqui. Dois anos e meio, porque a gente estava tentando reconstruir o desmantelamento que tinha sido feito nesse país. [..] E eu vou voltar aqui se Deus quiser para inaugurar o hospital universitário” , prometeu.

Ibama autoriza pesca legal do pirarucu em quatro áreas da Terra Indígena Vale do Javari

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Foto: Divulgação/Ibama

A captura e o comércio legal do pirarucu foram autorizadas para quatro entidades que atuam na Terra Indígena (TI), Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas. As autorizações forma emitidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no dia 4 de agosto.

Segundo o Ibama, o manejo sustentável do pirarucu segue regras legais que protegem a espécie e garantem que a pesca ocorra de forma regular.

Leia também: Com autorização inédita, mil quelônios manejados poderão ser vendidos legalmente no Amazonas

No total, foram autorizadas 649 unidades de pirarucu, com peso estimado em 51,9 toneladas, podendo gerar até R$ 415 mil em receitas para as comunidades. Além da carne, o aproveitamento comercial pode incluir o couro, a carcaça e as vísceras do peixe.

Foto: Divulgação/Sepror AM

Confira as as entidades que foram autorizadas pelo Ibama

  • Associação dos Produtores Rurais e Preservadores da Comunidade São Rafael;
  • Associação Marubo do Médio Curuçá;
  • Cooperativa de Preservação Etnoambiental Autônoma dos Kanamaris da Aldeia São Luiz;
  • Organização Geral dos Mayuruna.

O manejo do pirarucu é feito de forma sustentável, com base em normas legais que protegem o peixe e regulam a atividade.

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As autorizações concedidas pelo Ibama abrangem várias áreas e aldeias da Terra Indígena Vale do Javari. São elas:

  • Rio Itacoaí – Complexo Lacustre de São Rafael (Comunidades de São Rafael e São Gabriel): 154 unidades de pirarucu;
  • Médio Javari e Marubo do Médio Curuçá (Aldeias São Sebastião, São Salvador, Txonâwaiyá, Nova Página e Volta Grande): 90 unidades;
  • Médio Javari – Kanamari (Aldeias São Luís, Santo Euzébio Kohanã, Vista Alegre e Caxias): 191 unidades;
  • Rio Pardo, Baixo e Médio Rio Curuçá e Médio Javari (Aldeias Nova Esperança, Terrinha/Mayuruna, Bela Vista/Kulina Pano, Bucuác Mananpi, Lar Feliz, Fruta Pão, Flores, Lago Grande): 216 unidades em 51 lagos.

Dicionário Tupi Mondé: a resistência linguística do povo Cinta Larga

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Foto: Reprodução/Funai

O povo Cinta Larga, em Rondônia, destaca-se por ser uma das poucas etnias indígenas brasileiras em que a língua materna, o Tupi Mondé, ainda é predominante no cotidiano das aldeias: uma “legado” que é passado de geração para geração há milhares de anos.

Em alusão ao Dia Internacional dos Povos Indígenas, o Grupo Rede Amazônica conversou com representante da etnia Cinta Larga, Itxalee OyGoyan Cinta Larga, de 18 anos, que desenvolveu um projeto para criar um dicionário que “traduz” o Tupi Mondé para a língua portuguesa. O projeto foi apresentado em março na 23ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia na Universidade de São Paulo (USP).

“No meu contexto, é falado o Tupi-Mondé tanto em casa quanto em outros lugares. Temos indígenas que saem das comunidades pra trabalhar, então eles acabam aprendendo o português para se virar. Mas dentro das aldeias, a língua é muito mais forte e preservada. A oralidade está em todos os momentos”, relata.

A língua Tupi-mondé é falada por quatro etnias no estado de Rondônia, são elas: Cinta Larga, Paiter-Suruí, Zoró e Gavião.

Leia também: Língua de povo indígena na Amazônia é considerada a mais difícil do mundo

Pelo projeto, o estudante foi premiado com três reconhecimentos nacionais. Segundo Itxalee OyGoyan, o idioma é parte essencial da identidade do povo e ainda é transmitido com naturalidade pelas gerações mais velhas, o que garante sua continuidade.

O exemplo dos Cinta Larga é especialmente relevante num cenário em que muitas línguas originárias estão em risco de desaparecimento diante da crescente influência do português e da perda de tradições orais entre outras comunidades indígenas.

Preservar a língua Tupi Mondé é resistir

De acordo com o indígena, preservar o idioma vai muito além das palavras: é manter viva a história e o modo de vida do seu povo.

“Nós temos uma riqueza muito grande. Preservar o idioma garante que o nosso passado e presente não sejam apagados no futuro. Por isso, aprendemos e ensinamos para os mais novos”, declara.

O esforço do jovem faz parte de um movimento mais amplo de valorização das línguas indígenas no Brasil. Especialistas alertam que muitas delas estão em risco de extinção, e iniciativas como essa se tornam fundamentais para manter viva a diversidade cultural dos povos originários.

O cenário é semelhante entre o povo do professor licenciado em Ciências Sociais, Edir Cinta Larga. Ele destaca que 98% dos indígenas ainda falam a língua materna. Para ele, a preservação vai além da comunicação: é uma questão de sobrevivência cultural.

“Eu diria que o povo são 98% falantes da língua materna. Existe esse 2% que são mestiços que não falam, mas entendem. Ainda assim, nossa língua é presente e usada no dia a dia”, afirma Edir.

Leia também: Conheça cinco línguas indígenas extintas na Amazônia

Tupi Mondé é lingua dos cinta larga Foto: Reprodução/Funai
o Tupi MoTupi Mondé é lingua dos cinta larga Foto: Reprodução/Funaindé

Uma língua, múltiplas formas de ver o mundo

A língua Cinta Larga pertence à família linguística Tupi-Mondé, dentro do tronco Tupi, uma das ramificações mais expressivas entre os povos indígenas do Brasil. Para Edir, a principal característica da língua vai além da gramática ou fonética, está na forma própria como o povo interpreta o mundo.

“Acredito que a característica da nossa linguagem é a nossa maneira própria de denominar e descrever o que faz parte do nosso mundo interno. Cada subgrupo do nosso povo, Mãn, Kaban e Kakin, tem suas variações. Apesar de sermos do mesmo povo, temos diferenças regionais, inclusive na forma de nomear as coisas”, explica.

A ameaça de extinção de línguas indígenas é uma realidade preocupante no Brasil. Segundo a Unesco, a cada duas semanas uma língua indígena desaparece no mundo. Edir reforça que a perda de um idioma tradicional é o desaparecimento de uma forma de entender o mundo.

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“Perder a linguagem é perder sua identidade, perder suas características, sua base. Sem a linguagem, não tem como você se identificar com uma etnia, com aquele povo. Também se perde a forma de transmitir conhecimento, de se comunicar”, afirma.

Do ponto de vista científico, o desaparecimento de uma língua implica a perda de séculos de saberes acumulados, especialmente sobre o meio ambiente, medicina natural, manejo da floresta e espiritualidade.

Celebrar o Dia Internacional dos Povos Indígenas é reconhecer a importância dos povos originários, não apenas como guardiões de florestas e terras, mas como detentores de saberes ancestrais que enriquecem a identidade e a diversidade do Brasil.

*Por Beatriz Rodrigues, estagiária sob supervisão de Jaíne Quele Cruz, da Rede Amazônica RO

Termo de Cooperação Técnica para manutenção de status sanitário da febre aftosa é assinado por estados da Amazônia

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Foto: Alice Leão/Secom-AC

A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf) e a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) assinaram, no dia 7 de agosto, o Termo de Cooperação Técnica que institui o Plano de Contingência Para Proteção da Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, recentemente reconhecida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

O documento prevê ações conjuntas envolvendo os três estados para a manutenção do novo status sanitário. Participaram da assinatura o diretor-presidente da Adaf, José Omena, e os presidentes do Idaf, José Francisco Thum, e da Idaron, Júlio César Peres.

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“O impacto disso é uma segurança para os nossos rebanhos e tornar a vigilância ainda mais ativa, para que mal nenhum atinja nossos rebanhos. E a gente mostre para os outros países que estamos consolidados com as orientações do Ministério da Agricultura e Pecuária, junto com as agências de defesa agropecuária”, destacou José Omena.

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Foto: Alice Leão/Secom-AC

Termo institui Plano de Contingência

O principal objetivo do plano de contingência é estabelecer ações de prevenção a uma possível ocorrência de febre aftosa em zonas ou países adjacentes, estabelecendo um fluxo coordenado de ações entre os estados que compõem a zona, mapeando e registrando pontos de vulnerabilidade para animais e produtos de risco, protegendo a zona livre da doença de ameaças externas e viabilizando respostas rápidas, baseadas em dados atualizados de risco.

O documento prevê, ainda, a instituição de uma Comissão Interestadual da Zona Livre Sem Vacinação, composta por representantes do Serviço Veterinário Oficial do Amazonas, Acre e Rondônia e da iniciativa privada ligada ao setor, em cada um dos estados.

Após a assinatura do termo, em que cada um dos estados que compõem a zona livre de febre aftosa sem vacinação se compromete a cumprir as medidas necessárias à manutenção do status sanitário, o plano será apresentado à OMSA. O conjunto de ações nele previsto garante preservar a condição sanitária alcançada, além de conquistar a confiança dos mercados no agronegócio nacional e internacional.

Leia também: Roraima conquista status histórico de Estado livre de febre aftosa sem vacinação

No dia 29 de julho, em Brasília, o Amazonas recebeu do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) o documento que chancela o status sanitário internacional de livre de febre aftosa sem vacinação. O certificado foi entregue ao diretor-presidente, José Omena.

O documento havia sido entregue pela OMSA ao Brasil em maio, em Paris, onde está sediada a organização internacional. Agora, o Mapa entregou o certificado individualmente a cada um dos 22 estados que evoluíram para o novo status sanitário, que passa a abranger todas as regiões.

Na prática, o novo status representa para os pecuaristas redução de gastos com vacinação, além de possibilitar a abertura de novos mercados, colocando o Amazonas e o restante do país em um novo nível de produção, possibilitando o desenvolvimento do setor de produção de proteína animal.

*Com informações da Agência Amazonas

Colheita da Soja: mais de R$ 900 milhões devem ser movimentados em Roraima em 2025

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Foto: Reprodução/Acervo Secom RR

A Colheita da Soja no Cerrado de Roraima é um dos grandes marcos econômicos do estado anualmente e, em 2025, deve movimentar mais de R$ 900 milhões segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Roraima (Aprosoja-RR). Este ano a abertura acontece entre 8 e 9 de agosto.

O agronegócio de Roraima celebra o período com a expectativa de produção de 430 mil toneladas e conta com a presença de produtores, técnicos e lideranças, com o objetivo de fortalecer o setor agrícola da região.

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Roraima tem plantações do grão em propriedade de oito municípios, que iniciaram a colheita da safra ainda em julho. A estimativa é baseada em uma média de 55 sacas por hectare, com uma área plantada de 132 mil hectares ao todo, um aumento de 16 mil hectares em relação ao ano passado.

O diretor-presidente da Aprosoja-RR, Murilo Ferrari, explica que, da produção de Roraima, cerca de 40% é processada no estado, em torno de 170 mil toneladas. O restante é levado para outras regiões do Brasil.

A produção no estado ocorre nos seguintes municípios:

  • Boa Vista
  • Alto Alegre
  • Cantá
  • Bonfim
  • Mucajaí
  • Caracaraí
  • Rorainópolis
  • e São João da Baliza.

“Enquanto o cenário nacional é de retração nos investimentos, Roraima segue em crescimento. O estado se firma como nova fronteira agrícola”, destacou Murilo Ferrari.

Produção da soja em Roraima

Dados do Governo de Roraima de 2024 fazem um comparativo desse crescimento desde 2018, quando o estado possuía uma área plantada de grãos de 56.887 hectares e produção de 223.092 toneladas de grãos, incluindo soja, arroz e milho; mas chegou ao fim de 2024 com área de cultivo de grãos de 152.533 hectares e 640.005,9 toneladas de produção de grãos.

“Isso representa respectivos aumentos de mais de 168% na área plantada e aproximadamente 187% na produção de grãos entre 2018 e 2024”, apontou o governo.

A soja segue como o grão com maior destaque: a área plantada em 2018 era de 37.670 hectares e produção de 105.780 toneladas de soja, saltando para o cultivo de 116.174 hectares e produção de 415.315,1 toneladas do grão até outubro de 2024.

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Segundo informações levantadas pela Aprosoja Brasil, a soja é a principal cultura agrícola do país. Dados da Embrapa, por exemplo, apontam que o uso do solo no Brasil é de 8% para a agricultura (grãos – 60 milhões de hectares) e, destes, a soja ocupa 3,5% (33 milhões de hectares).

A soja se tornou a principal espécie cultivada em Roraima, entre outros fatores, por sua grande adaptação às condições edafoclimáticas. Mesmo em áreas de primeiro ano de plantio, apresenta alta produtividade, fato esse que não ocorre em outros locais de expansão agrícola, onde tradicionalmente cultiva-se o arroz em áreas de abertura.

Abertura Oficial da Colheita da Soja 2025

A Abertura Oficial da Colheita da Soja no Cerrado de Roraima – Safra 2025 acontece nos dias 8 e 9 de agosto, promovida pela Aprosoja-RR em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Roraima (FAERR) e o Governo de Roraima.

O governador do estado, Antonio Denarium, convidou os interessados a conhecer e participarem do evento.

A programação começou na noite do dia 8 com uma palestra do pesquisador Daniel Barcelos Vargas, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), sobre produção tropical de alimentos e desenvolvimento nacional.

Colheita da soja roraima 2025 palestra abertura
Foto: Reprodução/Governo de Roraima

Neste sábado (9) o evento segue na Fazenda Ouro Verde, localizada na RR-206, zona Rural de Alto Alegre, com visitação aos estandes de patrocinadores e colheita simbólica da soja.

O evento conta ainda com a cobertura do Grupo Rede Amazônica em Roraima. O diretor executivo Joel Cristian Gomes destacou que o objetivo é “mostrar que Roraima produz com eficiência, profissionalismo, respeito ao meio ambiente e aos povos originários. É uma forma de atrair ainda mais investimentos e mostrar o potencial da agricultura no estado”.