A jornalista Paula Cristina segue sua aventura na Amazônia no ‘Narrativas Femininas pelo Mundo‘, mas dessa vez explorando os sabores exóticos de algumas plantas, animais e até insetos nativos.
O episódio dois, transmitido pelo Amazon Sat neste domingo (7), tem como protagonistas quatro mulheres com muita coisa em comum: desde muito cedo começaram a trabalhar e aprenderam a usar os sabores regionais ao seu favor, além do amor expressado pela Amazônia e tudo que ela pode oferecer.
Amazônia, Ivete, Iraci e Clarinda ensinam como a valorização dos sabores da terra pode manter a cultura viva e gerar renda na região.
Clarinda Ramos é chef de cozinha Sateré-Mawé e fundadora da primeira casa de comida indígena do Brasil. Ela viu no dia a dia de seu povo uma forma de apresentar ao mundo um pouco da sua cultura e expressar o que, segundo ela, é um ato de resgate dessa cultura.
Paula Cristina relata o que sentiu ao experimentar os produtos diversificados deste episódio, desde as cachaças apresentadas por Amazônia, feirante a mais de 50 anos do Mercado Adolpho Lisboa ao x-caboquinho super recheado de dona Iraci da feira do Parque 10, em Manaus. Essa foi a primeira vez que Paula provou um fruto típico da região: o tucumã.
Ela também experimentou o famoso tacacá de Ivete, uma senhora que era professora e largou tudo para viver da venda do que ela chama de ‘melhor tacacá da região’.
Confira mais detalhes dessa aventura gastronômica:
Programa especial
O ‘Narrativas Femininas pelo Mundo’ ganhou um novo caminho: os episódios que já foram gravados na Amazônia são exibidos pelo canal Amazon Sat. No total, são cinco episódios que reúnem a experiência de Paula pela região.
*Por Karleandria Aarújo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar
O La Niña é um fenômeno atmosférico caracterizado por uma alteração da temperatura das águas do Oceano Pacífico na sua porção equatorial e gera diversas consequências quando se fala de clima. A Amazônia é uma das regiões próximas da Linha do Equador e pode ser afetada diretamente com esse fenômeno.
Assim como o El Niño, esse evento perturba os padrões de circulação atmosférica, modificando a temperatura e a precipitação em várias regiões do mundo. O La Niña na Amazônia provoca o aumento na intensidade da estação chuvosa, ocasionando cheias (enchentes) expressivas de alguns rios da região.
A meteorologista do Instituto Nacional de Metereologia (Inmet), Andrea Mendes, explica para quais meses está previsto as primeiras manifestações do fenômeno, principalmente na região amazônica.
Andrea explica ainda que algumas partes da Amazônia terão previsão de chuvas mais abaixo da média do que em outros locais da região.
O Meteorologista do Laboratório de Modelagem do Sistema Climático Terrestre da Universidade do Estado do Amazonas (LABCLIM/UEA), Leonardo Vergasta, reforça as previsões climáticas, mas enfatiza que os efeitos do La Niña podem se fortalecer em 2025.
“A flora sofre alterações na composição de espécies, com algumas árvores mais resistentes substituindo aquelas que não suportam condições extremas. Isso pode reduzir a capacidade de armazenamento de carbono da floresta e diminuir a produtividade primária, afetando toda a cadeia alimentar. Secas também aumentam o risco de incêndios, devastando grandes áreas e causando perdas de biodiversidade”, comentou Leonardo Vergasta.
Faunaamazônica:quais os impactos?
“A fauna, por sua vez, pode ser forçada a se deslocar em busca de novos habitats e alimentos, aumentando a competição por recursos. A disponibilidade de alimentos diminui com as secas e inundações, afetando herbívoros e predadores. Os ciclos reprodutivos de várias espécies podem ser interrompidos, e o estresse causado por condições extremas aumenta a suscetibilidade a doenças e parasitas. As interações entre espécies também são afetadas, com alterações nas dinâmicas predador-presa e impactos na polinização e dispersão de sementes, essenciais para a regeneração da floresta. A capacidade de resiliência da Amazônia está sendo desafiada pela crescente frequência e intensidade dos eventos extremos, ameaçando a biodiversidade e alterando permanentemente os ecossistemas”, concluiu Vergasta.
*Por Karleandria Araújo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar
A jornalista Paula Cristina, com seu instinto questionador típico da profissão, é a criadora de um projeto que revela as minúcias do cotidiano da mulher brasileira, o ‘Narrativas femininas pelo mundo’. A ideia surgiu pouco a mais de dois anos, quando ela criou uma página no Youtube, com o objetivo de mostrar diversos lugares do mundo através da rica história e saberes de mulheres de cada localidade por onde passasse. E ela chegou na Amazônia.
O primeiro episódio da saga na região se passa no município de Careiro Castanho, no interior do Amazonas. Nele, Paula conta a história de mulheres que trabalham com artesanato e agricultura, mostra a proximidade dessas amazônidas com a natureza e o meio ambiente. Ela contou ao Portal Amazônia quando surgiu a ideia inusitada de produzir o canal.
A jornalista conta que todo o projeto – desde as filmagens, roteiros e edição – é feito por ela e que isso é desafiador.
“Eu tenho trabalhado sozinha desde o processo de preparação da viagem até as gravações e a edição de todo material. Foi bem desafiador no começo, porque mesmo com as experiências em jornalismo, precisei aprender muita coisa do zero e dar conta de desempenhar inúmeras funções. Mas a vontade de pegar a mochila logo e sair por aí documentando essa jornada falou mais alto e tornou esse processo mais natural. Mantenho um estilo espontâneo, sem muitas formalidades, que é como eu gosto de viajar”, explicou.
Estreiano Amazon Sat
O ‘Narrativas Femininas pelo Mundo’ ganhou um novo caminho: os episódios que já foram gravados na Amazônia passam a serem exibidos pelo canal Amazon Sat, com estreia neste domingo (30), às 12h30 (hora Brasília).
No total, são cinco episódios que reúnem a experiência de Paula pela região. No primeiro episódio, quatro munícipes de Careiro Castanho são protagonistas e contam sobre a importância da agroecologia, uma ciência que fornece os princípios ecológicos básicos para o estudo e tratamento de ecossistemas, e o quanto o artesanato com matérias-primas utilizadas no dia a dia pode mudar a história de uma comunidade.
Dona Antônia, por exemplo, tem 64 anos, trabalha com artesanato desde muito jovem. No município amazonense ela aprendeu novas técnicas e produz luminárias, cestos, chapéus entre outros itens. Para ela é motivo de muito orgulho ter peças suas espalhadas em vários países.
Acompanhe o que vai rolar no primeiro episódio:
*Por Karleandria Aarújo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar
O boi-bumbá é o símbolo da manifestação folclórica parintinense, é a principal estrela do espetáculo durante as três noites de Festival. E é do tripa, nome dado ao homem responsável pelo movimento do boi durante a apresentação no bumbódromo, a missão de colocar em movimento a magia amada dessa festa.
O item 10 no Festival Folclórico de Parintins tem como méritos evolução e encenação e os elementos comparativos geometria idêntica, leveza, coreografia e movimentos de um boi real.
O Portal Amazônia conversou com os homens que trazem vida a esse item tão querido pelas galeras: Alexandre Azevedo, tripa do boi Caprichoso, e Batista Silva, tripa do boi Garantindo.
Preparação física
Alexandre, tripa do boi Caprichoso, contou com quais produtos é produzido o item carregado com tanto orgulho por ele, e como é produzida a fumaça que sai de suas narinas na hora do espetáculo.
O tripa do Garantido, Batista, contou que por algumas vezes chegou a ficar com algumas marcas e arranhões no corpo ao carregar o item e relatou ainda alguns segredos, como a matéria prima que é produzido o rabo do item, um produto muito conhecido nas cidades de várzea da Amazônia: a juta.
E quanto ao peso carregado pelos tripas por cerca de 2 horas e 30 minutos no Bumbódromo, em cada uma das três noites de festival?
A assessoria do Garantido informou que o item pesa 14 kg, informação confirmada por Batista. Já o tripa do Caprichoso afirmou que o item carregado por ele pesa de 13 a 15 kg.
Os tripas revelaram ainda, que para aguentar as muitas horas de dança e gingado cênico é indispensável uma boa alimentação e a prática de atividade física.
Orgulho e tradição
Alexandre Azevedo é prova do amor repassado de pai para filho. O talento de Marquinho Azevedo, ex-tripa do Caprichoso, é visto a cada movimento e palavra emocionada do herdeiro.
Batista Silva, tripa que dá vida ao item 10 do garantido, contou como é o critério de permanência no seu posto e definiu como se sente em fazer parte da história cultural da Região Norte.
*Por Karleandria Araújo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar
A Bacia Amazônica é a maior bacia hidrográfica do mundo, com um dos maiores potenciais hídricos do planeta. Rica de numerosas espécies de peixes que impressionam pelo tamanho, cores e quantidade. Fatores que contribuem para os amantes de pesca esportiva, uma modalidade que tem como objetivo principal o lazer e a diversão do pescador.
Sem fins comerciais ou alimentares, o pescador utiliza equipamentos específicos para cada tipo de peixe e de ambiente. Esse tipo de atividade preza pelo respeito à natureza e à vida dos peixes, praticando o pesque e solte ou seja, devolvendo os peixes capturados.
O empresário e pescador esportivo Salomão Rossy é um dos maiores recordistas brasileiros de pesca esportiva e teve seus feitos pesqueiros registrados pela BGFA Recordes, órgão responsável por homologar os recordes derivados da pesca esportiva no Brasil.
Ao Portal Amazônia, o empresário relatou a sua vasta experiência na captura desses ‘monstros do rio’, e algumas curiosidades como a régua especial de medidas e o orgão homologador, além de citar quais foram os anos em que ele teve os maiores índices de recordes.
O recordista conta que ele e sua equipe mais registraram a pesca desses peixes de grande porte no Amazonas não muito longe da capital.
No site oficial da BGFA é possível conferir os recordes de Salomão Rossy já catalogados.
Segundo a BGFA Recordes, na lista mais recente com registros homologados, consta recordes mato-grossenses com a espécie (Hoplias aimara) conhecida popularmente como trairão e registros amazonenses.
Confira a lista de recordistas amazônidas que também figuram nos registros:
Luís Fernando Alves Galan
Data: 10/05/2024
Local: Tabapora (Rio dos peixes) – MT
Espécie: (Hoplias aimara)
Modalidade: Comprimento
Peso / Comprimento: 92 cm
Recorde: Mato-grossense
Luiz Eduardo Quadros Moraes
Data: 05/05/2024
Local: Rio Roosevelt, Novo Aripuanã-AM
Guia: Izaque
Operação: Amazon Roosevelt
Espécie: (Hydrolycus scomberoides)
Modalidade: Comprimento
Peso / Comprimento: 86 cm
Recorde: Amazonense
José Gustavo A. Souza
Data: 05/05/2024
Local: Rio Roosevelt, Novo Aripuanã-AM
Guia: Zaqueu (Japa)
Operação: Amazon Roosevelt
Espécie: (Pellona castelnaeana)
Modalidade: Comprimento
Peso / Comprimento: 55 cm
Recorde: Amazonense
Dinarti Vitor Carli Júnior
Data: 12/05/2024
Local: Rio Teles Pires, Itaúba/MT
Espécie: (Arapaima gigas)
Modalidade: Comprimento
Peso / Comprimento: 143cm
Recorde: Mato-grossense
Como registrar recordes
Quem pode homologar um Recorde?
Qualquer pessoa, de qualquer idade e sexo, desde que Brasileiro ou Sul-Americano e de acordo com as regras de cada categoria específica.
Que espécie de peixe pode ser homologada como Recorde?
Qualquer espécie, sem exceção, de água doce ou salgada, desde que seja uma espécie válida e com um nome científico reconhecido. O peixe deve ser identificável com base em fotos. Também será admitida a homologação de híbridos, caso seja possível identificar as duas espécies padreadoras, de acordo com as características presentes no peixe capturado (híbrido).
Somente posso homologar peixes pescados no Brasil?
Não, para brasileiros não teremos limitações territoriais. Será admitida a homologação de qualquer espécie, pescada em qualquer lugar do mundo.
O que é preciso para se homologar um recorde?
É necessário obter uma régua ou uma balança Oficial BGFA. Cumprir todas as regras determinadas para cada modalidade (Peso ou Comprimento), sem qualquer exceção. Submeter o pedido de homologação à análise da BGFA. Também serão admitidas para aferição de comprimento as réguas da IGFA, apenas. Não será admitida qualquer outra.
Serão admitidos os ‘alicates’ da marca Boga Grip, bem como qualquer balança digital (que não a Oficial BGFA), desde que sejam submetidas aos testes de aferição e autenticação da BGFA.
Paguei a análise do Recorde, ele é automaticamente homologado?
Não. O valor pago destina-se apenas para que seu pedido seja submetido à análise a aprovação da BGFA. Ele não garante que seu recorde será homologado. Caso todas as regras tenham sido seguidas, sem exceção, seu recorde será homologado, sem qualquer custo extra. Caso seu pedido não preencha todos os requisitos, ele será indeferido e não haverá restituição do valor pago.
Paguei a análise do Recorde, ele é automaticamente homologado?
Não. O valor pago destina-se apenas para que seu pedido seja submetido à análise a aprovação da BGFA. Ele não garante que seu recorde será homologado. Caso todas as regras tenham sido seguidas, sem exceção, seu recorde será homologado, sem qualquer custo extra. Caso seu pedido não preencha todos os requisitos, ele será indeferido e não haverá restituição do valor pago.
O que está incluso na homologação?
Inclui a entrada para o nosso Hall da Fama. Uma vez no Hall, você terá seu recorde incluído em nosso site Oficial e perfil do Instagram. Há algumas opções de pacotes de homologação.
*Por Karleandria Araújo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar
Os bois do Festival Folclórico de Parintins, Caprichoso e Garantido, todos os anos empolgam as galeras com alegria e emoção, tomando conta da cidade amazonense no mês de junho.
E o amor pelo boi-bumbá parintinense chega a ser tão intenso que a rivalidade entre as cores vermelho e azul refletem esse sentimento em cada canto da cidade e por onde as torcidas vão. Um amor forte e cheio de histórias ganha novas nuances quando se trata de eternizar esse sentimento, levando muitas pessoas à optarem por registrar na pele em forma de tatuagens.
Paixão azul
Elas manifestam uma identificação, representatividade, cultura e tradição, como o amor de Thiago Barbosa. Não só dele. Na verdade, ele e um grupo de amigos tatuaram o boi Caprichoso no pulso como forma de eternizar sua paixão azulada.
“Fomos a um evento aqui em Manaus que tinha uma tatuadora com catálogo, com vários modelos de tatuagem dos bois. Assim, vários amigos, inclusive eu e meu esposo, topamos fazer juntos. Faz pouco tempo, acho que tem uns três meses. Eu vim morar em Manaus em 2000, a partir daí eu fui ficando um pouco mais próximo do boi, e pouco depois, já estava em um cenário bovino. Em 2018 foi minha primeira vez no Festival de Parintins”, disse o torcedor azulado ao Portal Amazônia.
Thiago aproveitou para dar uma notícia de torcedor com exclusividade a equipe: ele e o noivo irão casar em um famoso bar de simpatizantes do boi Caprichoso em Manaus.
“Inclusive a tatuagem quando eu postei, muita gente perguntou onde que eu fiz e fizeram iguais também. No meu casamento a lembrança ia ser a tatuagem, mas infelizmente a tatuadora não vai estar disponível. Nessa data eu queria que várias pessoas tivessem essa mesma oportunidade de tatuar o seu boi do amor, o nosso Caprichoso na pele. E outra curiosidade também é que meu marido é super Caprichoso e nós vamos casar no reduto do Caprichoso aqui em Manaus. Uma curiosidade legal, porque vai ser o primeiro casamento lá do bar e estamos muito empolgados”, revelou Barbosa.
Paixão vermelha
A torcedora do Garantido, Jasmin Nobre, tem uma longa história com o boi vermelho. Desde muito pequena, o “boi de pano” esteve presente na sua vida. Agora, mais do que nunca, a jovem tem tatuagens do seu boi espalhadas pelo corpo e se diz orgulhosa por ter na pele cada uma delas.
“Fazem dois anos que fiz a minha primeira tatuagem, pois antes disso não tinha muitas inspirações como hoje em dia. Tanto que a primeira foi feita a partir de um desenho de uma blusa que eu tinha, não pensei duas vezes. Sou torcedora desde a barriga mesmo, meus pais sempre foram para Parintins. Eu e minha irmã começamos a ir em 2010, não íamos antes devido sermos muito pequenas”, disse a torcedora.
Jasmin também relata que em sua família havia uma única torcedora do boi contrário, mas que se rendeu aos demais e agora a família é toda vermelha e branco.
“Minha irmã mais nova era torcedora do Caprichoso até um tempinho desse, mas de uns tempos para cá se entrega aos dois. Sempre fomos unidos, nunca tivemos rivalidade”, confessou.
E quem tatua?
A tatuadora Suelen Costa fez parte de forma direta na realização de inúmeros desses sonhos e homenagens. Ela contou que boa parte de seus trabalhos com o tema “bumbás” foi realizada após rumores de um dos itens entrar para um reality show nacional.
“Assim que a Isabelle Nogueira [cunhã-poranga do boi Garantido] foi confirmada como potencial participante do BBB 24, fiquei tão empolgada que fiz um mutirão de votação pra que ela entrasse e caso desse certo iria sortear as artes da minha cartela autoral. Deu muito certo! A procura só aumentou depois disso”, disse a tatuadora.
Suelen lembrou ainda de uma experiência inusitada vivida como tatuadora, em especial na “época bovina”: “Já tatuei duas melhores amigas com adaptações de cartas clow do anime clássico Sakura Card Captors, dos anos 90, voltadas pros seus bois. Adorei tanto a ideia como as experiências. É muito legal quando pessoas próximas têm essa rivalidade saudável”.
Fotos: Suelen Costa/Arquivo pessoal
A tatuadora citou ainda que pretende criar artes maiores, inspiradas nos itens de cada boi. “A cultura é tão incrível que vale a pena exaltar o ano todo”, afirmou.
Suelen como profissional, fez questão de citar alguns informes sobre cuidados para aqueles que ainda irão fazer tatuagens nos dias que se aproximam do Festival: “Eu acabo recusando alguns trabalhos conforme a data do Festival se aproxima, já que a tatuagem recém-feita e o clima quente da ilha não combinam e poderiam resultar numa arte falhada ou mesmo infeccionada. A saúde e sucesso da cicatrização tem que ser priorizada sempre”.
*Por Karleandria Araújo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar
As toadas do bois Garantido e Caprichoso, que disputam o título de campeão no Festival Folclórico de Parintins no Amazonas, são canções que tratam do cotidiano da população da cidade. São elas que conduzem todo o espetáculo apresentado no Festival.
E, ano após ano, o Festival tem ganhado mais espaço no cenário nacional e internacional. O ritmo envolvente, letras com palavras fortes e muitas até com refrãos inteiros em línguas indígenas, tornam cada toada uma canção mágica.
Cantores de renome nacional já foram vozes que entoaram os cantos fora do bumbódromo, dando visibilidade aos autores e aos bois-bumbás. Confira algumas interpretações:
Caprichoso
O boi caprichoso, nomes comoda cantora Alcione estão nessa lista. Ela cantou com David Assayag a toada ‘Boi de negro’.
Vídeo: Reprodução/YouTube – Cultura Acará
Carlinhos Brown também é um dos nomes nacionais que estão nessa lista. Ele foi atração especial na gravação do DVD ‘Centenário de uma Paixão’. O cantor participa na hora da evolução da rainha do folclore e em um feat com David Assayag na toada ‘A cor do meu país’.
Vídeo: Reprodução/YouTube – DVD Boi Caprichoso 2013
Garantido
O boi Garantido soma nomes de cantores populares no país. Como Daniela Mercury e Fafá de Belém, que apresentaram ao mundo por diversas vezes a toada ‘Vermelho’. Quem também já interpretou a canção foi cantora paraense Joelma, que chegou a gravar a música com a participação de David Assayag.
Vídeo: Reprodução/YouTube – Fafá de Belém
A Banda Calypso chegou a convidar David Assayag e Edilson Santana para entoarem a canção ‘Chama Guerreira’ na gravação do DVD de 15 anos da banda.
Vídeo: Reprodução/YouTube – Gravação DVD Banda Calypso
E aí? Conhece mais intérpretes que podem entrar nessa lista?
*Por Karleandria Araújo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar
As benzedeiras da Amazônia fazem parte da vasta história cultural da região. Era uma prática que costumava ser passada de geração para geração, mas os mais jovens tem perdido essa proximidade com a medicina da flora e as rezas usadas para identificar e conter as doenças do corpo e do espírito. Esta forma de cura está perdendo espaço para a medicina convencional e as poucas benzedeiras que ainda restam são procuradas para benzer ‘carne rasgada’, ‘quebranto’, ‘espinhela caída’ ou ‘peito aberto’.
As mulheres benzedeiras sobrevivem a modernidade revelando a potência feminina, assim como a equipe de audiovisual que está produzindo o clipe ‘Mulheres que Benzem’, totalmente composta de mulheres, cujo objetivo é preservar a cultura secular. As gravações começaram no dia 7 de junho e devem encerrar até julho.
O clipe está sendo dirigido pela diretora de cinema indígena Priscila Tapajowara e estrelado pelas cantoras Priscila Castro e Ádria Góes. As gravações iniciais foram feitas no igarapé da comunidade de São Raimundo, no Eixo Forte, em Santarém (PA). A canção ‘Mulheres que Benzem’ é a mais ouvida do álbum de Priscila Castro no Spotify.
“Essa música já é muito conhecida na nossa região, é do artista Wander de Andrade e do Newton Moda, que narra sobre a vida e história e das benzedeiras aqui da nossa região. Essa música fez parte do meu primeiro álbum, que ganhou o Prêmio Amazônia de Música, e é a música mais ouvida no Spotify desse álbum. Então merecia esse clipe, foi escolhida também para reforçar o protagonismo das mulheres amazônicas na manutenção da nossa cultura”, disse a cantora.
Foto: Divulgação
A música ‘Mulheres que Benzem’ no ritual do Boi Garantindo em Parintins?
“Eu conheci essa música há 15 anos. Acho que eu devia ter uns 19 anos quando eu conheci o Wander e a Adria Gosch, que gravou esta canção comigo, ela era esposa do Wander, em memória. Ele me apresentou essa música que já ganhou um festival da canção aqui da nossa região, inclusive já fez parte de algum ritual do Boi Garantido durante o festival de Parintins”, conta Priscila.
“É uma música conhecida e que me apaixonei, até porque a minha vivência também é de uma criança que quando estava ‘desmentida’, que a nossa gente acredita nisso, a minha avó me levava na benzedeira, minha mãe leva minha filha na benzedeira, então eu quis muito gravá-la”.
Para ela, quando tivesse a oportunidade de gravar um áudio, um álbum, essa era uma canção que precisava estar nele. “Eu vou gravar essa música e foi dito e certo. Gravei e convidei a Ádria, porque sem ela não faria muito sentido. A gente já cantou ela em diversos festivais”, completou Priscila.
A cantora relata que o projeto era criar uma equipe especial formada somente com mulheres. Assim, no total, são 30 mulheres que trabalham de forma direta na produção do clipe.
Foto: Divulgação
“A escolha de uma equipe totalmente feminina foi para ser mesmo um marco aqui na nossa região. Nós ainda não tínhamos um clipe produzido completamente por uma equipe totalmente feminina. Então quando eu escrevi o projeto para Lei Paulo Gustavo, para Priscila, a gente pensando aqui em produzir esse projeto juntos, a gente pensou que a gente podia marcar esse território, porque as mulheres aqui do baixo Amazonas já estão produzindo há muito tempo audiovisual e mereciam esse destaque. Então foi algo pensado para o projeto sim, é uma equipe que a gente formou só para fazer esse clipe”, explicou Priscila.
Sobre a vivência
Muito se fala da energia que essas mulheres benzedeiras trazem consigo, em especial no ato da benzeção. Priscila conta como foi poder vivenciar esse momento com toda a equipe.
“No roteiro a gente filma o ritual de benzeção, as mulheres puxadeiras que fazem aquelas massagens que curam a gente das dores do mundo, a gente vem sentindo a partir dessa vivência, a importância do registro da nossa cultura, que isso é ancestralidade pura, e o quanto essas mulheres podem ensinar para nós, mulheres que estamos aqui escrevendo nossa história, o quanto elas são donas das suas próprias histórias. Então, na filmagem a gente sentiu sim uma energia diferenciada, nós estávamos no Rio, só com mulheres, em um momento de benzeção, então não tinha como não sentir uma energia diferenciada no set de gravação”, concluiu.
Foto: Divulgação
*Karleandria Araújo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar
A Amazônia internacional abrange parte do Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (departamento ultramarino francês). Visando manter o seu povo assistido dentro de outro território, boa parte possuem consulados nas capitais do Norte do país, mas você sabe quais serviços são prestados por um consulado e em quais capitais da Amazônia legal fica a sede de cada um?
Consulado é a representação de um determinado país perante as autoridades locais e a comunidade que nela reside. O internacionalista Lucas Orlando explica algumas funções de um consulado e quem pode procurar pelos serviços oferecidos por ele:
“A presença de consulados facilita a cooperação entre os países com a Amazônia, nos permite uma comunicação mais eficiente e a implementação de projetos conjuntos de conservação e desenvolvimento sustentável. Ter consulados na Região Norte, fortalece as relações diplomáticas entre o Brasil e os outros países, promovendo a colaboração em diversos setores e principalmente em questões ambientais e econômicas. Os consulados podem oferecer suporte às comunidades locais, incluindo povos indígenas, promovendo o desenvolvimento sustentável e a proteção de seus direitos. A presença de consulados pode ajudar a promover o turismo sustentável na região, incentivando práticas que beneficiem a economia local sem prejudicar o meio ambiente”, conceituou o internacionalista ao Portal Amazônia.
Lucas, reafirmou ainda a importância que um consulado tem na preservação da natureza, principalmente na região amazônica: “Em suma, a estrutura consular não só apoia os cidadãos dos países representados, mas também contribui significativamente para a preservação e o desenvolvimento sustentável da Amazônia, que é uma prioridade global”.
Quais os principais serviços prestados?
Apoio a cidadãos do país de origem em questões legais, emergências e assistência em casos de perda de documentos;
Facilitação de programas de intercâmbio cultural e educacional entre os países, promovendo o entendimento e a cooperação mútua;
Processamento de pedidos de visto e questões de imigração para pessoas interessadas em viajar ou trabalhar nos países.
Quem pode procurar?
“Pessoas que necessitem de assistência consular, serviços de visto ou outras necessidades relacionadas ao seu país de origem, empresas e investidores interessados em oportunidades de negócios ou projetos de desenvolvimento sustentável na Amazônia e ONGs que buscam colaboração e apoio para projetos ambientais e sociais na região”, esclareceu Lucas.
Onde encontrar?
De acordo com informações da prefeitura de Manaus, por exemplo, dos oito países que compõe a Amazônia internacional somente quatro tem sede na capital amazonense. Confira as encontradas pelo Portal Amazônia:
Manaus
Colômbia
Cônsul: SAUL ALBERTO ROMERO PIÑEROS
Endereço: Rua 20, 651ª Conjunto Castelo Branco – Parque 10
Os bois-bumbás de Parintins, Caprichoso e Garantido, tem uma agenda cheia desde os primeiros meses do ano já em ritmo de preparação para o Festival Folclórico, exemplo disso são os ensaios oficiais que se iniciam após a segunda quinzena do mês de março.
Durante os mais de 50 anos de existência, os bois já levaram um pouco da magia do festival por várias cidades no interior do Amazonas, mas, nos últimos anos, eles começaram a romper as fronteiras do estado – e do país-, apresentando a cultura amazonense a diversos países.
Ao Portal Amazônia, as assessorias dos bois relataram alguns Estados e países já visitados, como uma participação especial em Curitiba (PR), no Festival de Artes Cênicas.
O cantor Edmundo Oran, apresentador do Boi Caprichoso, contou que ambos bois tiveram a oportunidade de carregar “um pedaço de Parintins” para outros países.
“Nós já conhecemos alguns países. Eu tive o prazer de conhecer a Suíça, a Europa, fazer um show representando o Boi Bumbá Caprichoso. Em 2018, nós viajamos para os Estados Unidos para participar de uma feira de cultura, cantamos no Kennedy Center, no Teatro Kennedy Center, em Washington. Fomos uma turma de 60 pessoas, tanto do Caprichoso quanto do contrário [Garantido]. A gente se sente muito feliz em divulgar nossa cultura, divulgar nossa festa, onde quer que estejamos”, afirmou Oran.
Festival São João da Thay, no Maranhão
Pela primeira vez, os Bois Caprichoso e Garantido participaram do Festival São João da Thay, na cidade de São Luís, no Maranhão. Os bumbás puderam participar de um verdadeiro encontro cultural, com o ícone da cultura maranhense: o Bumba meu Boi.
Itens dos dois bois puderam interagir com o público e mostrar um pouco mais da cultura amazônica, enriquecida pela nordestina.
As assessorias também foram questionadas sobre uma possível participação na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá no estado do Pará em novembro de 2025, e informaram que, até o momento, não houve convite por parte da organização do evento.
*Karleandria Araújo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar