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Arara catalina: espécie que ocorre em cativeiro apresenta cor laranja

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Foto: Reprodução/casadospassaros.net

As araras, assim como as onças, são os animais mais conhecidos da Amazônia, mas a fauna amazônica, rica e diversa como é, pode surpreender até mesmo com relação à esses populares animais. No caso das araras, por exemplo, é difícil não pensar nas vermelhas ou nas azuis. Mas e que tal araras laranjadas?

Parece estranho, mas esse é o caso das araras-catalinas. Híbridas, ou seja, resultado do cruzamento entre a arara-canindé (Ara ararauna) e da araracanga (Ara macao), elas pertencem a família Psittacidae e são animais encontrados principalmente em cativeiro, raramente encontras na natureza.

O biólogo Pedro Meloni relatou ao Portal Amazônia algumas curiosidades sobre essa espécie:

O especialista enfatizou ainda que outras espécies podem “hibridizar” e também gerar descendências misturadas.

“As araras, do gênero Ara, também podem hibridizar e gerar proles misturadas. No Brasil temos quatro espécies de grandes araras: arara-canindé (Ara ararauna), arara-vermelha (Ara chloroptera), araracanga (Ara macao) e maracanã-guaçu (Ara severus). Todas ocorrem na Amazônia, mas a abundância de cada espécie vai variar regionalmente, assim como a sobreposição das espécies num mesmo habitat”, explicou.

O biólogo chama a atenção para um acontecimento que pode ter consequência na conservação da espécie:

A coloração do animal se tornou um atrativos para muitas pessoas que buscam animais diferentes para criar como pets. Porém, para esse tipo de animal é necessário seguir regras e orientações.

Entenda: Saiba como criar animais silvestres como pets legalmente

“Embora a ocorrência de arara-catalina seja rara na natureza, parece ser uma espécie muito apreciada em cativeiro por combinar ‘o melhor’ das outras duas espécies. No entanto, criar animais em casa, principalmente aves, é algo muito delicado. Por isso, se optar por ter algum em domicílio, só adquira de locais credenciados e de confiança”, alerta o biólogo.

*Por Karleandria Araújo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar 

Família de goianos se surpreende com tamanho de peixe fisgado em pesca esportiva no Amazonas

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Uma família de pescadores esportivos de Goiás veio à Amazônia, onde está localizada a maior bacia hidrográfica do mundo, em busca dos gigantes dos rios, rica em espécies de peixes, que vão desde os minúsculos artesanais, até o majestoso pirarucu (Arapaima gigas), considerado o maior peixe da Amazônia e do Brasil.

Leia também: Gigantes do Rio Madeira: peixes que surpreendem pelo tamanho

Com uma diversidade de espécies, cores e tamanhos, os rios que banham o Amazonas são um atrativo a parte para a prática do turismo de pesca esportiva, uma modalidade que tem como objetivo principal o lazer e a diversão do pescador. Sem fins comerciais ou alimentares, esse tipo de atividade preza pelo respeito à natureza e à vida dos peixes, praticando o pesque e solte, devolvendo os peixes capturados.

No dia 19 de agosto, a família de turistas goiana visitou o Amazonas em busca de uma aventura pesqueira e, para sua felicidade, a natureza os agraciou com um “monstro” do rio. Segundo o guia de pesca profissional Salomão Rossy, era um Jaú (Zungaro zungaro), de 1,48 centímetros e de 70 quilos. O peixe foi fisgado no Rio Solimões, próximo ao furo do Paracuúba, há 30 minutos de Manaus.

Vídeo: Salamão Rossy/Cedido

Na equipe, estavam o aposentado Valdir Guimarães, a comerciante Julia Guimarães, a médica Michely Guimarães e o esposo, o auditor de controle Eduardo Barbosa, que narraram com entusiasmo o feito ao Portal Amazônia. Michely conta que foi a primeira vez dos pais no Amazonas.

A comerciante Júlia Guimarães, diz que o peixe capturado os deixou emocionados, tanto pelo tamanho quanto pela sua coloração:

Já o “sortudo” da equipe, o aposentado Valdir Guimarães, de 66 anos, contou com empolgação que durante todos os anos como pescador esportivo essa foi a sua primeira experiência de fisgar um peixe tão grande. 

Foto: Salomão Rossy

*Por Karleandria Araújo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar

Ariá: tubérculo é alternativa de alimento e renda durante a seca da Amazônia

Endêmico das Américas do Sul e Central, o ariá (Goeppertia allouia (Aubl.) Borchs. & S. Suárez), é um tubérculo que lembra uma batata, tem um gosto que remete ao milho e a crocância semelhante à da cenoura. Consumido por povos amazônicos há mais de 9 mil anos, seu elevado valor nutricional é indiscutível, afinal, é um dos alimentos que pode fornecer os nove aminoácidos essenciais que o corpo humano é incapaz de sintetizar. Mas, nas últimas décadas, esse produto amazônico perdeu espaço para culturas comerciais e produtos industrializados e se tornou um produto raro nas roças, feiras e mesas dos amazonenses.

Todos esses benefícios, aliados à alta capacidade de adaptação a adversidades climáticas, fazem do ariá uma alternativa de alimento nos períodos de seca na Amazônia, uma vez que é quando acontece a colheita do tubérculo ocorre entre julho a setembro.

Inspirados pelo potencial do ariá e pelas memórias afetivas despertadas durante uma pesquisa que mergulhou na cultura alimentar em torno desse tubérculo, um grupo de pesquisadores indígenas e não indígenas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) está reunindo informações científicas e narrativas culturais para que o amazônida ‘redescubra’ o ariá, resgatando sua importância científica, cultural e econômica.

Um dos objetivos do projeto ‘Diálogos científicos multiculturais sobre a sociobiodiversidade na Amazônia com potencial bioeconômico’ é promover a ressignificação do ariá e estimular o consumo e a produção desse tubérculo amazônico.

A bióloga, Mestre em Microbiologia Agrícola e Doutora em Recursos Naturais Noemia Ishikawa, que coordena o projeto, explica que a gastronomia pode ser o caminho para essa ressignificação, já que, além de altamente nutritivo e resistente às mudanças climáticas, o ariá é muito apreciado por seu sabor diferenciado e pelas opções de preparo, seja simples e prático ao nível doméstico ou em pratos sofisticados da alta gastronomia. 

Bijú de Ariá – Foto: Divulgação/Michael Dantas

A importância do ariá para a cultura alimentar amazônica foi reconhecida pelo Inpa, que escolheu uma exsicata (amostra de planta seca e prensada) do ariá, coletada pela bióloga Marly Castro Lima, como símbolo da coleta de número 300 mil, um marco na história do Herbário Inpa, que completou 70 anos em 2024.

Ao longo de milhares de centenas de gerações, as populações tradicionais manejaram, selecionaram e melhoraram as variedades de ariá. O banco de germoplasma da Estação Experimental de Hortaliças do Inpa guarda uma amostra dessa variabilidade.

Foto: Divulgação/Michael Dantas

Segundo ele, a coleção de material genético do Inpa, aliada ao resgate do plantio de culturas tradicionais como o ariá, podem contribuir para o desenvolvimento de plantas mais adaptadas às mudanças climáticas. 

“Para adaptar uma planta para ser resistente a doenças ou temperaturas mais elevadas, a matéria prima é ter variabilidade genética. O problema é que o mercado e a agricultura moderna produzem uma redução de diversidade genética: nossa dieta é mais pobre do que já foi. Essas coleções são uma segurança de que essa diversidade não se perderá por completo”, explicou.

Potencial nutritivo e culinário

Assim como peixes, carnes, ovos, cogumelos e a tradicional mistura de arroz e feijão, o ariá está entre os alimentos que fornecem os nove aminoácidos essenciais para uma boa nutrição. O tubérculo é classificado como fonte vegetal de proteína de alto valor biológico, daí sua importância histórica para os povos amazônicos: contém de minerais como ferro, potássio, magnésio, zinco, sódio, cálcio, manganês e fósforo, até vitaminas como a tiamina (vitamina B1), riboflavina (vitamina B2), niacina (vitamina B3) e ácido ascórbico (vitamina C).

Na culinária, o ariá é marcante por sua crocância e pela textura e, no cozimento do tubérculo, não há necessidade de acrescentar sal, sendo considerado um ‘sal vegetal’ pelos povos do Alto Rio Negro. O ariá pode ser consumido assado, em mingaus, na fabricação de bebidas, como o caxiri, ou em seu formato mais comum que é cozido.

Foto: Divulgação/Michael Dantas

Para comunidades indígenas, é uma alternativa, também, aos alimentos industrializados e processados, que invadiram a rotina alimentar nas aldeias nos últimos anos.

“A gente já vê uma grande mudança no perfil de saúde dos parentes. Hoje temos pessoas diabéticas, com hipertensão e outras doenças por causa da má alimentação. O resgate do cultivo de culturas como o ariá pode ser o pontapé inicial para a reconstrução de uma estrutura alimentar mais saudável”, afirmou o biólogo Alexandre Tyson Ferreira de Souza, um dos pesquisadores que integra o projeto, e que lidera uma iniciativa para reintroduzir o ariá na cultura alimentar de indígenas Sateré-Mawé da aldeia Nova União, na TI Andirá-Marau, no Amazonas.

Geração de renda: no mercado e nas comunidades tradicionais

Ressignificar a produção e o consumo desse tubérculo amazônico também é uma estratégia para incrementar a geração de renda das comunidades tradicionais durante a seca.  No Alto Rio Negro, o ariá é uma das apostas de indígenas dos povos Bará, Tuyuka e Tukano para se tornar uma nova fonte de renda: eles estão desenvolvendo o caxiri (bebida indígena fermentada) de ariá.

Foto: Divulgação/Michael Dantas

Estudante de 17 anos se inspira na avó para sugerir a pesquisa

A ideia de ressignificar o ariá surgiu da curiosidade de um jovem de 17 anos e da memória afetiva da avó dele. Estudante do ensino médio, Eli Minev-Benzecry propôs o tema após transformar, sob a orientação do professor Valdely Kinupp, do Instituto Federal do Amazonas (IFAM), um campo de futebol em desuso em um Sistema Agroflorestal, tendo o ariá como uma das espécies cultivadas. 

Um dos caminhos escolhidos para a popularização do ariá foi a elaboração de um livro de popularização da ciência com curiosidades, informações científicas e históricas e memórias afetivas em torno deste tubérculo amazônico, resgatando sua importância cultural. 

Eli Minev-Benzecry, e sua avó, Nora – Foto: Divulgação/Michael Dantas

“O livro destaca a parte nutricional, a questão cultural e as tradições que envolvem o ariá, com a intenção de transformá-lo, novamente, em um alimento da mesa do dia a dia”, disse Eli, primeiro autor do livro. Com a participação do Silvio Bará, o  livro  traz conteúdos da região do Alto Rio Negro e será publicado em língua portuguesa e na língua Ye’pâ-masâ (Tukano).

Ariá no Herbário Inpa 

O ariá é um dos 300.000 espécimes que fazem do Herbário INPA, o quinto maior do país e o maior acervo de coletas da Amazônia brasileira. O primeiro exemplar de G. allouia inserido no Herbário INPA, que recebeu o registro número 2696, foi uma doação do Museu Paraense Emilio Goeldi, no Pará.

A espécime foi coletada no dia 13 de janeiro de 1952, pelo taxonomista botânico e fitogeográfico João Murça Pires, um dos orientados do botânico austríaco Adolpho Ducke.

Consumido há mais de 9 mil anos

Segundo evidências arqueológicas, o ariá é consumido nas Américas há mais de nove mil anos. Ele é descrito como alimento tradicional dos povos originários desde os primeiros registros europeus, quando, durante a colonização do Caribe, em 1535, o capitão Gonzalo Fernandes de Oviedo y Valdes relatou que o tubérculo, abundante nas ilhas e terras firmes da região, tinha um sabor incomparável.

Queimadas no Acre tem maior número no mês de julho em oito anos

O Acre teve o maior número de queimadas no mês de julho em oito anos com 544 focos detectados até terça-feira 30 de julho, de acordo com o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O mês acumula a maior quantidade de queimadas no ano.

Os registros do ano, entre janeiro e o dia 30 de julho, somam 10% do total de 2023, já que no ano passado foram 6.562 focos detectados.

Com o índice, o estado é o 15º em todo o país e o 6º da região Norte, na frente apenas do Amapá. O número também é a terceira maior marca da série histórica iniciada em 1998.

Em 2023, o mês de julho acumulou 212 focos de queimadas no Acre. Ou seja, o estado teve um aumento de 156% no mês em um ano.

Queimadas no Acre no mês de julho

Três maiores marcas da série histórica

Foto: Reprodução/g1 Acre/Inp

Com seca e aumento das queimadas, população acreana sofre com a baixa qualidade do ar. O índice preocupa principalmente por conta da tendência de aumento que o levantamento mostra a partir do mês de agosto.

No monitoramento do Inpe, em 19 dos 25 anos pesquisados, a quantidade de queimadas ficou acima de 1 mil focos no oitavo mês do ano. Em 2023, o número ficou em 1.388 naquele mês.

Queimadas no mês de julho no Acre

Últimos três anos

Foto: Reprodução/g1 Acre/Inpe

De junho a julho, o número de queimadas também teve aumento. Nos últimos 30 dias, o salto foi de 438%, saindo de 101 focos.

Queimadas no mês de junho no Acre

Últimos três anos

Naquele mês, o Acre também registrou aumento em relação ao ano anterior, já que em junho de 2022 foram 31 focos registrados.

Por Victor Lebre, g1 AC — Rio Branco

Festribal: saiba quais itens são avaliados no evento considerado Patrimônio Cultural do Pará

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Em 2024 acontece a 30ª edição do Festival das Tribos Indígenas de Juruti no Pará, o Festribal, uma celebração da cultura e dos costumes indígenas que representa a luta dos povos da floresta. 

A festa acontece no Centro Cultural Tribódromo, sempre no último fim de semana do mês de julho ou início de agosto. Desde 2008, o evento é considerado Patrimônio Cultural do Pará e tem o objetivo de resguardar as tradições indígenas para as futuras gerações.

O evento é realizado pelo Ministério da Cultura, Ministério do Turismo, Governo do Estado do Pará e Prefeitura Municipal de Juruti. Uma das maiores manifestações culturais da Amazônia. 

Tribos

Tribo Munduruku – representada pelas cores vermelho e amarelo, a Tribo Munduruku foi fundada no dia 4 de julho de 1993, liderados por Carmen Barroso, Adercias Batista e Jim Jones Batista, com objetivo de resgatar os valores do folclore local, em forma de dança indígena, cênicas e rituais. O nome se deu pelos primeiros habitantes do município de Juruti, onde a festa acontece, que eram os indígenas Munduruku. 

Foto: Reprodução/Instagram/@tribomunduruku

Tribo Muirapinima – representada pelas cores vermelho e azul, a Tribo Mruirapinima foi fundada em 1994, em homenagem à tribo que habitava as margens do Lago Juruti Velho, parte antiga da atual cidade de Juruti. Muirapinima é também o nome de uma árvore comum da região que, por sua beleza e tipo de caule, é considerada de grande valor, madeira de lei.

Foto: Reprodução/Instagram/@tribomuirapinima

Disputas no Tribódromo

As tribos tem cerca de 2 horas e 40 minutos para suas apresentações. A comissão de júri em Juruti é formada por profissionais dos segmentos artísticos, escolhidos de outros estados sendo vetada a Região Norte. 

O júri atribui nota observando quesitos técnicos e artísticos, durante o espetáculo. São avaliados 16 itens:

  • Apresentador
  • Porta estandarte
  • Guardiã tribal
  • Tuxaua
  • Índia Guerreira
  • Pajé 
  • Canto Indígena 
  • Regional  
  • Evolução 
  • Ritual 
  • Alegoria 
  • Tribo originalidade
  • Tribo coreografada 
  • Conjunto 
  • Harmonia 
  • Galera

Curiosidades 

Você sabia que artistas parintinenses do segmento alegórico e de fantasias, como Fernando Carivardo, também se dedicam a fazer arte tribal? Outros nomes que hoje fazem parte do espetáculo dos bois de Parintins, tiveram suas histórias iniciadas em Juruti no Festribal. O levantador de toadas do Garantido, Sebastião Júnior; a cunhã-poranga do Caprichoso, Marciele Albuquerque; e a porta-estandarte do Caprichoso, Marcela Marialva, são outros exemplos.

Todos os anos as tribos escolhem um tema diferente para desenvolver no Festribal, sempre priorizando a cultura e a ancestralidade dos povos originários, além das vivências do dia a dia dos povos ribeirinhos da região amazônica.

*Por Karleandria Araújo, sob supervisão de Clarissa Bacellar

Educadores desenvolvem material didático sobre ‘como abordar temas indígenas na escola’

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O Brasil é Terra indígena’. Essa tem sido a frase latente dos especialistas, indigenistas e indígenas que lutam por respeito a sua terra, cultura e povo. Mas como tornar esse assunto comentado e respeitado pelas próximas gerações? 

A história do Brasil propagada nas escolas pouco conta sobre os povos indígenas que viveram no país antes do período colonial e que resistem. Pensando nessa grande lacuna literária e em como a imagem dos povos indígenas no ensino sofre com estereótipos, o projeto ‘Kurumi’ nasceu. 

Kurumi é um coletivo de arte-educadoras em retomada de raízes indígenas que surgiu após interações da arte-educadora Aiyra Laura Tomé na aldeia do povo Xukuru Kariri, em Palmeira dos Índios, no Estado de Alagoas, enquanto compartilhava histórias com as crianças do coletivo Wetçamy.

Em 2022, em parceria com o historiador e descendente do povo Xukuru-Ororubá, Leonardo Alves, Aiyra lançou a primeira edição da apostila ‘Como abordar temas indígenas na escola’, um guia destinado a auxiliar os professores na implementação de atividades, que abordem a rica diversidade cultural indígena do Brasil.

Hoje, a equipe do projeto é formada por mais dois membros: a educadora Natalia Vieira, o ilustrador e quadrinista Kuriporã e o paraense Victor Laurindo.

Foto: Projeto Kurumi/Cedida

Objetivo na educação 

O principal objetivo é ampliar os horizontes sobre a questão indígena para crianças, promovendo uma educação sensível e inclusiva. O projeto oferece recursos educacionais como livros, guias e apostilas. A ideia é ser uma ponte entre os educadores e as culturas indígenas.

Segundo a equipe, o Kurumi pretende ser referência em didática com ênfase no respeito cultural e produção de conteúdos que desconstruam estereótipos e ampliem a representação nas mídias.

Foto: Projeto Kurumi/Cedida

Kurumi na Amazônia

Na região amazônica, o projeto tem ajudado vários educadores e alunos. A equipe informou que o Pará lidera aquisições dos materiais didáticos especiais, registrando 5,26% das vendas, seguido do Amazonas com 4,74%, Amapá com 3,16%, Roraima com 1,58% e Rondônia com 0,53%.

Grande parte foi adquiridas por professores indígenas e escolas localizadas em contextos aldeados. Isso porque elementos como o mapa criado pelo projeto, que mostra a distribuição dos povos indígenas no Brasil, tem chamado atenção da população.

Dentre os desafios enfrentados, a equipe destaca os obstáculos financeiros e resistência por parte de alguns educadores que se mostram relutantes em alterar suas percepções sobre os povos indígenas. Além da dificuldade em encontrar material indígena como referência para a produção do material didático.

Foto: Projeto Kurumi/Cedida

Para conhecer mais sobre o projeto Kurumi acesse o site oficial: www.projetokurumi.com.

*Por Karleandria Araújo, sob supervisão de Clarissa Bacellar

Narrativas Femininas pelo Mundo: jornalista conhece saberes, tradições e cultura do povo Kambeba

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O quinto e último episódio do programa Narrativas Femininas pelo Mundo especial Amazônia, no canal Amazon Sat apresenta o quanto é valioso o conhecimento das mulheres amazônidas do povo indígena Kambeba, no Amazonas

Diamantina ou Dona Babá é uma indígena que detém conhecimentos da medicina ancestral e natural. Para ela, as flores e plantas medicinais da floresta são fonte de vida e, segundo ela, em sonho ela sabe se o remédio produzido surtirá efeito positivo.

“Quando tem alguém doente na comunidade eu sempre sonho, alguém aparece e diz o que é para mim fazer e se vai fazer efeito, ou diz o que é para mim usar no chá ou na bebida verde”, afirma Dona Babá.

Foto: Paula Cristina/Arquivo pessoal

Na comunidade, outras histórias como a do restaurante de comidas típicas ganharam destaque. Ele existe a cerca de 10 anos e surgiu por meio de parcerias com a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) em 2016. O local ficou entre as dez iniciativas vencedoras do prêmio de empreendedorismo feminino do Instituto Consulado da Mulher.

Para Paula Cristina, roteirista e apresentadora, a experiência de ouvir e ver de perto a realidade das mulheres do povo Kambeba, mesmo em um curto período, gerou lições que lhe marcaram para vida. 

Foto: Arquivo pessoal/ Paula Cristina.

“A minha ida à Comunidade Três Unidos, na Aldeia Kambeba, me trouxe memórias inesquecíveis. Tenho um carinho enorme pela Tauana e pela Tainara, participei de uma festa de formatura e fiquei ouvindo histórias do boto até de madrugada. Neurilene, chefe de cozinha do Restaurante Sumimi, e sua mãe, a matriarca da aldeia, compartilharam a importância do alimento produzido em sintonia com a natureza e das plantas medicinais, que curam doenças que ‘até Deus duvida’. Os cantos ancestrais na voz de Raylene, coisa mais linda e sensível. No final das contas, cada detalhe se une para compartilhar o que muitas mulheres indígenas já compartilham de diversas formas: a importância dos seus saberes, culturas e realidades”, relatou.

Paula disse ainda que “ocupar os lugares de viajante e de jornalista é estar constantemente aberta ao aprendizado, ao diálogo com o que outra pessoa sabe e se dispõe a te contar, não há outro caminho. Viajar, principalmente, é você aprender com pessoas que vivem as realidades daquele espaço e que têm propriedade para contar histórias, seja porque estudaram a respeito, seja porque viveram na prática”.

Acompanhe mais detalhes do episódio:

Vídeo: Reprodução/ YouTube/Narrativas Femininas Pelo Mundo

Programa especial

O ‘Narrativas Femininas pelo Mundo’ ganhou um novo caminho: os episódios que já foram gravados na Amazônia são exibidos pelo canal Amazon Sat. No total, são cinco episódios que reúnem a experiência de Paula pela região.

*Por Karleandria Aarújo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar

Amazonas registra mais de 30 mil notificações de casos suspeitos de arboviroses entre janeiro e junho de 2024

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A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), unidade vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), divulgou no dia 25 de julho, o Informe Epidemiológico das Arboviroses no Amazonas

No Amazonas, no período de 1º de janeiro até dia 25 de julho, foram 30.715 notificados casos suspeitos de arboviroses, sendo confirmados, por critério laboratorial ou clínico-epidemiológicos, 5.593 para dengue, 15 para chikungunya, 63 para zika, especificamente por critério laboratorial, 3.177 casos de febre Oropouche, 124 casos de febre do Mayaro. 

Os dados constam no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e no Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL).

Conforme o informe de arboviroses no Amazonas, segue em 4 óbitos por dengue, sendo 2 em Manaus e 2 em Lábrea. Na lista de municípios do Amazonas com maior quantidade de casos notificados para arboviroses nos últimos 30 dias: Tefé (155), Manaus (130), Jutaí (60), Tabatinga (49), Manacapuru (32), Japurá (30), Guajará (21), Tapauá (15), Envira (11), Humaitá (11) e Iranduba (8).

Foto: Divulgação/FVS-RCP

Prevenção

A melhor forma de evitar as arboviroses é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação de mosquitos transmissores das doenças.

Além dessas medidas, a prevenção contra a Febre Oropouche envolve, ainda, evitar adentrar em locais de mata e beira de rios (principalmente entre 9 e 16 horas), limpeza de quintais, evitando o acúmulo de matéria orgânica e, quando possível, recomenda-se o uso de repelentes.

*Com informações da Agência Amazonas

Portal Amazônia responde: ariramba-de-bico-amarelo é parente do beija-flor?

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Foto: Reprodução/Passaros.org

Você já deve ter visto uma ave pequena e colorida, mas percebeu que não se tratava de um beija-flor? Bem, essa é a ariramba-de-bico-amarelo, que apesar de parecerem beija-flores, não são de uma família tão próxima.

Da família Galbulidae, a ariramba-de-bico-amarelo é uma espécie amazônica, que ocorre ao norte do rio Amazonas, além de estar distribuída por Roraima, Amapá e Pará. Esses pássaros vivem em florestas alagadas, como várzeas e igapós, mas também em florestas de terra firme, e fazem seus ninhos em cupinzeiros nas árvores.

É considerada a menor ave de sua espécie, com 19 centímetros de comprimento. Além do bico, os pés e a região dos olhos também são amarelos. Um fato curioso? A ponta do bico e das unhas são escuros, como se alguém tivesse pintado.

O veterinário especialista em animais silvestres e exóticos com ênfase em resgate de fauna livre, Gabriel Guimarães, contou ao Portal Amazônia que é justamente a cor da ariramba-de-bico-amarelo que causa essa semelhança toda com o beija-flor.

Quando questionado se a espécie é fácil de ser observada em ambiente urbano, o especialista em animais silvestres respondeu que não, mas que não é improvável de acontecer.

“Não é comum. É uma ave com características únicas. Ave de dentro de mata, área alagada. Mas pode acontecer sim, são animais insetívoros, o que difere bastante do beija-flor. Por isso costumam serem encontrados em áreas inundadas, pela maior presença de insetos”, respondeu.

Curiosidades

Gabriel relatou outro um fato curioso sobre a ariramba-de-bico-amarelo: ela é uma das poucas aves do mundo que pode viver em grupos mistos.

O biólogo Pedro Meloni Nassar completa o quadro de curiosidades sobre o pássaro com outro fato interessante sobre as arirambas: observá-las caçando.

“Ficam pousadas em um poleiro, voam para capturar a presa em voo e retornam ao mesmo poleiro. São espécies coloridas e muito bonitas. Apesar de serem, em grande parte, espécies florestais, são de fácil observação após detectadas, pois permanecem imóvel onde estão, permitindo certa aproximação”, completou o biólogo. 

*Por Karleandria Araújo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar

Casa flutuante na Amazônia: Narrativas Femininas pelo Mundo conta a história de Olga D’arc  

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O projeto Narrativas Femininas pelo Mundo, chega ao seu penúltimo episódio gravado na Amazônia. Neste episódio, a jornalista Paula Cristina conta a mudança drástica de vida de Olga D’arc, mulher apaixonada pela natureza. No programa, a socióloga aposentada fala com sorriso no rosto da sua relação com os animais silvestres e da forma simples que leva a vida no Amazonas.

Olga descreve que um dos motivos de se mudar para o Estado foi tentar, de alguma forma, ajudar os povos da região, e que construiu um templo em homenagem ao Pajé Gabriel Gentil, pesquisador na área indígena e colega dos tempos de pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Eu sou apaixonada, pelo Rio Negro, pelas histórias daqui, eu tento postergar a vida da terra, isso que eu gosto de fazer, eu amo a natureza, eu deixo exemplo de que para viver precisamos de coragem e decência na vida, no amor, na paixão, em tudo. Você não precisa de muita coisa para ser feliz”, declara Olga D’arc. 

Foto: Arquivo pessoal/ Paula Cristina.

Paula Cristina relata algumas curiosidades sobre o tempo que passou com Olga como, por exemplo, se teria a coragem que a socióloga teve em abrir mão de uma vida na cidade e ir morar em uma casa flutuante.

“Dona Olga é uma grande mulher que se tornou uma pessoa muito querida em minha vida. De uma sabedoria e personalidade tão autênticas que ultrapassam o que foi dito no vídeo. Acredito que, para além do que ela compartilhou conosco, ela soube escutar seu coração. Conhecer mulheres como a Olga, com personalidades tão diferentes, me faz ir em busca cada vez mais do meu autoconhecimento. Até hoje permaneço com mais perguntas que respostas. E essa é graça da vida e o que faz meu coração bater mais forte, não sei se teria a mesma coragem que Olga, mas tive o privilégio de conhecê-la e de compartilhar sua história com o mundo”, conta Paula. 

O quarto episódio do programa que narra a história de Olga D’arc, é o mais assistido do canal, batendo a marca de mais de 910 mil visualizações. 

Confira o episódio no link abaixo:

Vídeo: Reprodução/YouTube/Narrativas Femininas pelo Mundo

Programa especial

O ‘Narrativas Femininas pelo Mundo’ ganhou um novo caminho: os episódios que já foram gravados na Amazônia são exibidos pelo canal Amazon Sat. No total, são cinco episódios que reúnem a experiência de Paula pela região.

*Por Karleandria Aarújo, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar