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Inventário florestal faz parte de capacitação para mulheres extrativistas de babaçu no Amazonas

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Em Canutama, o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) realiza o curso de ‘Boas Práticas à Cultura do Babaçu‘. A capacitação realizada no dia 18 de maio teve como público alvo, exclusivamente, as mulheres extrativistas da Associação Agroextrativista de Mulheres Produtoras Rurais do Babaçu do Sul de Canutama (AAMPRUBSC), localizada na Linha 42 do sul do município.

Durante a capacitação, as participantes tiveram acesso a informações sobre inventário florestal e diagnóstico produtivo das áreas de extrativismo de babaçu. 

“Também serão realizadas demonstração de métodos, além da aplicação prática de como realizar o inventário florestal de palmeiras de babaçu”, disse o engenheiro florestal do Idam, Lucas Lenci.

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Lenci pontuou ainda que o curso possibilitará às participantes a prática da identificação da capacidade produtiva de uma área em relação à cultura do babaçu e, assim, tirar maior proveito da atividade extrativista.

Babaçu

Palmeira nativa da região Norte e do Cerrado, o babaçu é uma árvore extremamente produtiva para o extrativismo que, quando realizado de forma sustentável, garante ao trabalhador rural fonte de renda sem agredir a floresta.

“Além disso, todos os componentes do babaçu podem ser aproveitados. Temos o óleo extraído das amêndoas, com várias aplicações para indústria cosmética, alimentícia, e na fabricação de sabões; o fruto, do qual se pode produzir farinha; e a casca, que também pode ser utilizada para fins energéticos, como a produção de carvão vegetal”, informou o engenheiro florestal.

*Com informações do IDAM

Maior taxa de alfabetização da Região Norte é de Rondônia, aponta IBGE 

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O estado de Rondônia se destacou com a maior taxa de alfabetização da Região Norte: 93,6% da população sabe ler e escrever. Os dados são do Censo 2022 divulgados no dia 17 de maio, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Amapá fica em segundo lugar no ranking, por uma diferença muito pouca: 93,5% da população do estado é alfabetizada.

Em Rondônia, quando o recorte é por município, Porto Velho é o município com a maior taxa de alfabetização: 95,6%, maior que a do próprio estado. Confira o ranking:

Ranking de alfabetização por município em RO

Cidade% de alfabetizados
Porto Velho95,6%
Vilhena95,3%
Ji-Paraná94,4%
Guajará-Mirim94,2%
Ariquemes94,1%
Fonte: IBGE

A porcentagem é calculada com base na população de 15 anos ou mais. Em Rondônia, existem mais de 1,2 milhões de pessoas nessa faixa etária. Ou seja: mais de 79 mil rondonienses não sabem ler ou escrever.

As maiores taxas de analfabetismo estão entre os idosos. De acordo com o IBGE: enquanto a taxa de alfabetização da população com idade 15 e 19 anos é de 98,9%, apenas 72% dos idosos com 65 anos ou mais sabem ler e escrever no estado, quando o recorte é por pessoas acima de 80 anos, a taxa é ainda menor, 57,5% são alfabetizados.

Se o recorte for por raça?

Os indígenas possuem um índice de analfabetismo (13,2%) quase três vezes maior que os brancos (5,3%), já as pessoas pretas são o segundo grupo racial com a maior taxa de analfabetismo: 9,7%.

Por gênero, o Censo 2022 revela que homens e mulheres em Rondônia têm exatamente o mesmo índice de alfabetização: 93,6%.

*Com informações do g1 Rondônia

Rio Acre registra menor nível dos últimos 10 anos para maio em Rio Branco

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Em meio ao inverno amazônico, o nível baixo do rio Acre e a falta de chuvas têm chamado a atenção. Durante 14 dias de maio, choveu apenas 51 milímetros em Rio Branco, capital do Acre. O manancial atingiu 3,15 metros no dia 15, menor marca registrada no mês nos últimos 10 anos. Em comparação com a medição do dia anterior, houve uma redução de 20 centímetros.

A situação contrasta com a vivenciada entre fevereiro e março, quando o Acre passou pela segunda maior enchente de sua história desde 1971, ano em que a medição começou a ser feita. Na época, a inundação provocada pelo Rio Acre fez com que mais de 11 mil pessoas deixassem suas casas.

Conforme balanço da Defesa Civil Municipal, na mesma época no ano anterior, o rio marcava 7,27 metros. Veja abaixo a medição no mesmo dia nos últimos 10 anos.

Ainda segundo o órgão municipal, a média para esse período seria de pelo menos 5,63 metros. O ano em que o manancial apresentou menor marca, antes de 2024, foi em setembro de 2022 quando marcou 1,25 metro. Naquele ano, o rio já estava abaixo dos quatro metros no mês de maio.

O mesmo quadro foi observado em 2016, em maio daquele ano o nível do rio estava em 3,75 metros e em 17 de setembro atingiu a menor cota histórica até então, 1,30 metro.

“Este ano estamos muito mais baixos ainda. A previsão é de que se não houver chuvas nos próximos dias, vamos ter um colapso de água. O nível do rio está baixo porque choveu pouco esse mês. Choveu apenas dois dias esse mês e cada dia o nível baixa mais”, explicou o coordenador do órgão, tenente-coronel José Glácio Marques de Souza.

Caso não chova nos próximos dias, a previsão é que o nível continue diminuindo e fique abaixo dos três metros ainda no mês de maio. O coronel destacou ainda que houve apenas duas chuvas significativas em Rio Branco durante os 14 primeiros dias do mês: a primeira no dia 4 e a segunda no dia 5.

Foto: João Cardoso/Rede Amazônica Acre

“A expectativa é de que baixe. Isso preocupa muito porque está baixando muito rápido. Na última quarta-feira [8] estava com 4,81 metros e na quinta [9] já baixou 45 centímetros”, lamentou.

A Defesa Civil de Rio Branco confirmou que um plano de contingência de escassez hídrica está pronto para ser colocado em prática. Contudo, detalhes sobre quais medidas fazem parte do plano não foram divulgados.

Da segunda maior enchente à ameaça de seca histórica

A situação de maio é bem diferente da vivida na capital acreana há quase três meses. O manancial transbordou no dia 23 de fevereiro e continuou a subir até o dia 6 de março, quando chegou a 17,89 metros. A enchente de 2024 foi a segunda maior já registrada na história do estado desde 1971, quando a medição começou a ser feita.

Somente no dia 11 daquele mês, ou seja, cinco dias depois, o Rio Acre saiu da cota de transbordo, de 14 metros. As cheias de rios e igarapés em quase todo o Acre atingiram 100 mil pessoas, com 19 das 22 cidades do estado (86%) em situação de emergência, áreas sem energia elétrica, aulas suspensas, plantações perdidas e o registro de quatro mortes.

Já em todo o mês de abril, o Rio Acre ficou abaixo dos sete metros na capital, sendo que o maior índice foi marcado no dia 14, 6,42 metros. No mês de maio, o manancial começou medindo 4,89 metros e desde então vem baixando.

*Por Aline Nascimento, do g1 Acre

Tenente-coronel é primeira mulher na história da PM-RR a comandar o policiamento de Boa Vista 

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Pela primeira vez desde a criação da Polícia Militar de Roraima, em 1975, uma policial mulher vai comandar todo o policiamento ostensivo de Boa Vista. O feito inédito em quase 50 anos de história da corporação foi alcançado no dia 16 de maio pela tenente-coronel Cyntya Loureto, que agora chefia o Comando de Policiamento da Capital (CPC).

Em linha hierárquica, acima do CPC está apenas o comando-geral da PM, que tem como comandantes o coronel Miramilton Goiano e a subcomandante coronel Valdeane Alves, que é outra pioneira na PM do estado.

A posse de Cyntya ocorreu um dia depois de que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou uma lei estadual que limitava a participação de mulheres na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros de Roraima – com isso, o direito é igual para todas e todos.

Tenente-coronel Cyntya Loureto – comandante da PM coronel Miramilton. Foto: Divulgação – Secom.

Agora, está sob o comando direto de Cyntya a atuação de 866 policiais militares de oito unidades operacionais da PM, incluindo o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Juntos, eles são responsáveis pela segurança dos mais de 413 mil moradores de Boa Vista.

“É com grande honra e humildade que assumo o papel de primeira comandante do Comando de policiamento da capital. Este momento histórico não é apenas uma conquista pessoal, mas representa um passo significativo em direção à igualdade de gênero e à diversidade em nossas forças policiais”, destacou.

Atualmente, a corporação conta com um efetivo de 2.512 policiais, sendo 523 mulheres – ou seja são apenas 20,82% da instituição. Do total, 83 delas ocupam cargos oficiais – assim como Cyntya, enquanto que 326 homens estão nesses postos.

Ao assumir a função, ela frisou que trata-se de uma oportunidade única na carreira, mas também um desafio que ela encara com dedicação e a certeza de que isso também serve de inspiração para que outras mulheres policiais da PM também assumam papeis de destaque.

“Estar no comando do CPC com certeza abre portas de aspirações de muitas policiais que visam alcançar o reconhecimento profissional e assumir funções de destaque na corporação. Receber uma missão como essas é um grande orgulho pra mim e acredito que pra todas as mulheres. Vou me dedicar ao máximo pra que sejamos bem representadas”.

Comando de Policiamento da Capital responsável pela segurança de Boa Vista. Foto: Divulgação-Secom.

Cabe à comandante-geral do CPC a garantia e preservação da ordem pública na capital. Dentro da estrutura da função, está a responsabilidade de comandar as seguintes unidades operacionais, incluindo policiais considerados de elite do Bope:

  • 1º e 2º Batalhão
  • Companhia Independente de Policiamento de Guarda
  • 1° Esquadrão Independente de Polícia Montada (Cavalaria)
  • Grupamento de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro)
  • Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa)
  • Companhia Independente de Policiamento de Trânsito Urbano e Rodoviário (Ciptur)

“Entrei como soldado da Polícia Militar em 2007. Mas sempre temos a expectativa de galgar funções de maior responsabilidade, mais complexas, e trabalhamos muito para isso. É uma oportunidade que não deixa de ser um desafio. Sou a primeira mulher a assumir essa missão e vou dar continuidade à política de proximidade que a PM já trabalha, enfatizar as ocorrências que têm mais necessidade de atendimento e manter o atendimento de excelência”, declarou a nova comandante da capital.

Cyntya ingressou na PM como soldado, há 17 anos. Depois, passou no concurso público para oficial, quando se tornou tenente em 2009 e se tornou bacharel em Segurança Pública e Cidadania.

Na trajetória na corporação, ela desempenhou ao menos 10 funções de destaque, como comandante do 3º pelotão da 2ª Companhia do 1º Batalhão da PM, subcomandante da extinta Companhia Independente de Policiamento Comunitário (de 2016 a 2018), foi subcorregedora-geral. Antes de se tornar comandante do CPC ela exercia a função de diretora de ensino e pesquisa.

A tenente-coronel substituiu o também tenente-coronel Marcelo Barbosa, que ocupava o cargo desde fevereiro de 2023. No início de abril, ele capotou uma caminhonete oficial da Polícia Militar, onde estava com os dois filhos, de 6 e 14 anos.

A mudança no CPC, conforme o comandante-geral ocorreu por rotina e questões estratégicas. Os comandantes passam por uma análise de perfil, e a tenente-coronel Cyntya teve um trabalho destacado.

“Agradeço a passagem do tenente-coronel Rocha enquanto esteve no comando e desejo boa sorte à nova comandante, que é uma pessoa leal, amiga, capaz e excelente técnica. O protagonismo da mulher na Polícia Militar começou há 25 anos quando lançaram o primeiro concurso, e a consequência é hoje elas assumirem esses postos de comando, assim como ocorreu com a nossa subcomandante-geral, Valdeane Alves”, disse o coronel Miralmilton.

A Polícia Militar de Roraima foi criada em 26 de novembro de 1975 — há 49 anos, mas apenas em 2020 uma mulher chegou à patente de coronel, e em 2022 na função de função de subcomandante-geral da corporação, segundo cargo mais importante da instituição.

*Com informações de g1 Roraima

Pesquisadores descobrem carta do fim do século 19 no Amapá atribuída a Cabralzinho

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Pesquisadores que atuam no Centro de Memória do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP) encontraram em um dos processos estudados, uma carta atribuída a Francisco Xavier da Veiga Cabral. O general Cabralzinho tem desde 2021 o nome no Livro de Heróis da Pátria.

Cabralzinho foi tido como herói na disputa entre o Brasil e a França pela então região do Contestado Franco-Brasileiro, no Amapá. Segundo relatos históricos, ele teria derrotado, com o apoio de outros brasileiros, uma guarnição de invasores franceses à Vila do Espírito Santo, atual município de Amapá.

O documento é de um processo sofrido por Cabralzinho pela tentativa de articular uma fuga de companheiros que estavam presos, de acordo com Marcelo Jaques, historiador do TJAP.

“É um processo do final do século 19, um pouco antes de Cabralzinho ter toda essa atuação que teve na situação do Contestado Franco-Brasileiro. A fuga tem a ver com essa atuação política dele, porque era uma figura polêmica e controversa, e muito historiadores até duvidam do heroísmo dele”, descreveu o historiador.

Ainda segundo o historiador, Cabralzinho era suspeito de integrar um plano para depor o então governador do Pará, Lauro Sodré, eleito pelo Congresso Constituinte Paraense em 23 de junho de 1891.

Outros fatores

Entre arquivos, artefatos e objetos que fizeram parte da construção da história também está um dos documentos mais antigos no acervo, um livro de registo dos escravos que chegavam à Vila Mazagão de 1841.

“Nele constam, por exemplo, a aptidão para o trabalho, a idade, o proprietário desses escravizados e os valores que eram atribuídos a eles. A importância disso tudo é fazer com que esses arquivos sejam colocados à disposição da sociedade através de pesquisas, por exemplo”, informou Michel Ferraz, museólogo do TJAP.

Foto: Jorge Júnior/Rede Amazônica

Centro de Memória

O Centro de Memória do TJAP foi inaugurado em 2019 com o objetivo de preservar e difundir a memória institucional da Corte de Justiça amapaense. Localizado na entrada do Palácio da Justiça, o memorial exibe objetos, livros notariais e processos judiciais emblemáticos provenientes de diversas fases do Judiciário no território amapaense.

O espaço está localizado na Sede do TJAP, na Rua General Rondon, nº 1295, no Centro de Macapá. Aberto das 7h30 às 14h, disponível para visitação do público.

Veja a carta de Cabralzinho na íntegra:


Amigo Bellarmino.

Sinto profundamente os desgostos que tens passado nessa masmorra, eu ca fico sem novidades maior, graças a Deus.

A tua família vai regularmente, a tua senhora já deu à luz a uma creança e foi bem sucedida.
Os nossos chefes tem protegido com toda hombridade a tua família que está recebendo uma pensão.
O portador d’esta é um amigo meu que vai haí só e somente para os trazer desse inferno, vai a meu mandado exclusivamente, podem vir como estão, sem susto, que vem para junto de sua família. Fiz o mesmo ao Manoel Ludgero, ao Vicente Paula de Oliveira, Raymundo Jose de Valentim, Sergio Manoel da Conceição, Manoel Ribeiro da Silva, Hilario dos Passos Pinheiro, Henrique José Lopes, João Periquito, Lourenço Joaquim Praxedes, a todos diz que empreguem todos os meios de embarcarem-se com esse amigo e venham com coragem, pois que Deus protege os seus filhos.

Abraçem o amigo que muito os estima.

Cabralzinho.

*Por Rafael Aleixo e Addan Vieira, do g1 Amapá

Projeto busca viabilizar manejo florestal sustentável com ajuda da tecnologia

Viabilizar o manejo florestal sustentável na Amazônia e aumentar o rendimento da indústria de base florestal da região com a ajuda da tecnologia são os objetivos de um projeto do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia de Madeiras da Amazônia (INCT), apoiada via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

O projeto do INCT Madeiras da Amazônia é coordenado pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), Niro Higuchi, doutor em engenharia florestal. Além de ser amparado pela Chamada INCT, o estudo é fruto da parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por intermédio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Fapeam.

Segundo o pesquisador, há um baixo rendimento da indústria madeireira na Amazônia, com cerca de 70% de uma tora de árvore sendo desperdiçado. Isso afeta diretamente na consolidação do manejo florestal sustentável na região, surgindo a necessidade de uma série de iniciativas para mudar esse cenário, incluindo o uso da tecnologia.

Ele acrescenta ainda que a idade média das árvores da Amazônia é de 490 anos. A mais antiga possui 1.400 anos e o atual modelo de exploração florestal tem retirado em torno de 20 metros cúbicos de madeira em tora por hectare, dos quais menos de 30% são transformados em produtos.

Foto: Kevin Moraes/Decon Fapeam

“Podemos encurtar o tempo necessário para se obter resultados, e colocar os dados em uma escala maior. É algo fundamental, porque apenas o nosso trabalho de campo não é suficiente para ampliar esse conhecimento”,

comenta Higuchi, lembrando que todas as coletas são feitas com o uso da tecnologia, incluindo ferramentas desenvolvidas pela própria equipe da pesquisa.

A previsão é que se crie um algoritmo que permita a descrição do inventário das árvores, com resultados mais precisos e imagens obtidas remotamente, detalhando informações que podem servir de referência para análises do crescimento e desenvolvimento de florestas manejadas.

A base do programa de pesquisa é uma estação experimental do Inpa, conhecida como ‘ZF2’. Localizada a 90 km a noroeste de Manaus, a região possui 23 km de estrada não pavimentada. O projeto conta com um processo de capacitação em suas equipes.

“Nós temos a capacitação formal, por meio da pós-graduação, como o Programa de Ciências de Florestas Tropicais (Inpa/MCTI) e também a capacitação informal para alunos do ensino fundamental, do ensino médio e professores. Além disso, temos treinamentos para a Polícia Federal, o Instituto ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade) e o Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas)”, pontuou Niro Higuchi.

Indicadores da qualidade

Foto: Kevin Moraes/Decon Fapeam

O coordenador do INCT explica também que os estudos de indicadores da qualidade desse tipo de manejo podem ajudar também a entender a dinâmica das “florestas perturbadas e não perturbadas naturalmente”, aquelas impactadas pela seca e pela chuva convectiva (chuva rápida ou de verão) ou que são exploradas pelo homem em diferentes níveis.

Com relação às outras potencialidades geradas a partir deste estudo, novas tecnologias poderão ser aplicadas na confecção de instrumentos musicais, como o ukulele. E ainda na fabricação de diferentes peças na construção civil e no setor moveleiro. Tais artefatos são criados com base em resíduos madeireiros, toras de pequenos diâmetros, árvores naturalmente caídas e outras espécies de árvores amazônicas.

*Com informações da Fapeam

Cacique Raoni entrega carta sobre proteção das florestas e dos povos originários ao Papa

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Um encontro movimentou o Vaticano no dia 16 de maio. O Cacique Raoni entregou para o Papa Francisco uma carta com o pedido de ajuda no trabalho de conscientizar os políticos brasileiros sobre a importância da preservação do meio ambiente e dos povos originários.

O líder indígena viajou para a sede da igreja católica para participar do seminário “Da crise climática à resiliência climática”, promovido pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais e realizado de 14 a 17 de maio na Casina Pio IV.

Em seu discurso, o Papa sublinhou que “os dados sobre as mudanças climáticas pioram a cada ano e portanto, é urgente proteger as pessoas e a natureza”. Francisco parabenizou “as duas Academias por liderarem este esforço e produzirem um protocolo de resiliência universal. As populações mais pobres, que pouco têm a ver com as emissões poluentes, precisarão receber maior apoio e proteção”.

Foto: Reprodução/Vaticano

Os pobres são os que mais sofrem com as mudanças climáticas

“A destruição do ambiente é uma ofensa a Deus, um pecado que não é apenas pessoal, mas também estrutural, que coloca seriamente em perigo todos os seres humanos, especialmente os mais vulneráveis, e ameaça desencadear um conflito entre gerações”, disse o Papa, que perguntou: “Estamos trabalhando em prol de uma cultura da vida ou de uma cultura da morte?”

Estamos diante de desafios sistêmicos distintos, mas interligados: as mudanças climáticas, a perda da biodiversidade, a degradação ambiental, as desigualdades globais, a insegurança alimentar e uma ameaça à dignidade das populações envolvidas. Se não forem abordados de forma coletiva e urgente, esses problemas representam ameaças existenciais para a humanidade, para outros seres vivos e os ecossistemas.

“Mas que seja claro: são os pobres da Terra que mais sofrem, apesar de serem os que menos contribuem para o problema. As nações mais ricas, cerca de um bilhão de pessoas, produzem mais da metade dos poluentes que retêm o calor. Contrariamente, os três bilhões de pessoas mais pobres contribuem com menos de 10%, mas arcam com 75% das perdas resultantes. Os 46 países menos desenvolvidos, em sua maioria africanos, são responsáveis por apenas 1% das emissões globais de CO2. Ao invés disso, as nações do G20 são responsáveis por 80% dessas emissões”.

*Com informações do Vatican News

Paratleta amapaense bate recorde e conquista título mundial inédito no Japão

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A amapaense Wanna Brito segue fazendo história no paradesporto brasileiro. Nesta sexta-feira, 17, a paratleta conquistou a medalha de ouro no lançamento de club F32 (paralisados cerebrais), do Mundial de Atletismo em Kobe no Japão.

O título inédito foi garantido com a quebra do recorde da prova na competição, com a marca de 26,66m, que anteriormente era de 24,45m, da tunisiana Maroua Ibrahmi, registrada em Dubai 2019. Wanna Brito já havia sido medalhista de prata em Paris 2023.

“Deu certo, conseguimos repetir o que a gente estava treinando. No meio da prova, comecei a sentir muito frio e precisei ficar batendo na perna para esquentar. Mas depois consegui me recuperar e fazer o lançamento do ouro. Sou muito grata a tudo. Estou muito emocionada”, completou Wanna, diagnosticada com paralisia cerebral no momento do parto.

Wanna Brito no Mundial de Atletismo KOBE 2024, no Kobe Sports Park (Japão). Foto: Alessandra Cabral/CPB

Com o resultado o Brasil fechou o primeiro dia de competição com três medalhas as outras duas foram conquistadas com Petrúcio Ferreira, nos 100m da classe T47 (amputados de braço) e com o bronze da paulista Giovanna Boscolo também no lançamento de club.

A paratleta destaque do Amapá, que segue no Mundial do Japão para busca mais uma medalha para o Brasil, na prova do arremesso de peso em sua categoria, conta com apoio do Governo do Estado e integra a Secretaria de Estado do desporto e Lazer (Sedel).

Wanna Brito começou a competir há 4 anos e ascendeu no cenário mundial em Marrocos e Paris, em 2023, onde conquistou as primeiras medalhas internacionais. Além dos treinos físicos, a paratleta recebe acompanhamento psicológico. Apesar de novata, ela demonstra experiência em competições de alto nível e já se tornou um dos principais nomes do país no Mundo.

Giovanna Boscolo e Wanna Brito. Foto: Alessandra Cabral/CPB

Mundial de Kobe

O Campeonato Mundial de Atletismo Paralímpico de Kobe, acontece até 25 de maio. A competição estava marcada para 2021, mas por conta da pandemia de Covid-19, o Comitê Paralímpico Internacional adiou o evento para o ano de 2024. A delegação brasileira é composta por um total de 85 pessoas, entre atletas, atletas-guias, comissão técnica e áreas de apoio.

*Com informações do Governo do Amapá

Cientistas aprimoram metodologia para reduzir impacto da mineração na Serra dos Carajás

Cientistas validaram em laboratório uma metodologia que contribui para formar crostas ricas em ferro, ecossistemas únicos em biodiversidade da região amazônica da Serra dos Carajás, no Pará. As conclusões estão publicadas na edição de sexta (17) da revista ‘Frontiers in Microbiology‘ e são fruto de trabalho de pesquisadores do Instituto Senai de Inovação em Tecnologias Minerais, do Instituto Tecnológico Vale (ITV) e das universidades federais do Pará (UFPA) e Fluminense (UFF).

Os resultados mais promissores partiram de tratamentos com adição de açúcar para estimular o crescimento bacteriano e com a introdução de bactérias que utilizam o ferro para obter energia para seu metabolismo. Os cientistas constataram que a atividade desses microrganismos contribuiu para a formação de biofilmes de ferro entre os fragmentos de canga, como são conhecidas essas crostas ferruginosas, provocando a cimentação, ou seja, o endurecimento da superfície.

O experimento buscou reproduzir, de forma acelerada, as condições ambientais que resultaram na formação das cangas ao longo de milhões de anos para verificar possíveis cenários de restauração do ecossistema. Para isso, os pesquisadores expuseram solos ricos em ferro, ao longo de cinco meses, a ciclos de irrigação e ressecamento. As amostras foram submetidas a três diferentes estímulos relacionados à ação de bactérias. Posteriormente, os resultados foram comparados com o tratamento controle.

“Essa pode se tornar uma estratégia para restaurar esses ambientes e deixar a mineração mais responsável ou diminuir seu impacto. Se conseguirmos restaurar essas crostas em campo, conseguimos gerar ambientes para a fauna e para a flora raras”, conta o pesquisador do ITV Markus Gastauer, coordenador do projeto de pesquisa. Segundo ele, a ideia é proteger espécies vegetais que só existem nesse ambiente. “Hoje, em Carajás, temos 38 espécies que só ocorrem ali”, exemplifica.

Atualmente, os pesquisadores estão avaliando a atividade dos microrganismos existentes na região. O objetivo é otimizar o processo de inoculação das bactérias nas crostas selecionando aquelas que podem trazer mais resultados em alterações mineralógicas. O método ainda precisa ser testado em condições reais, fora do laboratório. “Em campo, há outros fatores que influenciam ou podem complicar o processo. No laboratório não chove, por exemplo. É por isso que esses são os próximos passos, para verificar se, em campo, esse método é factível”, conclui Gastauer.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Agência Bori

Exposição revela memórias e incentiva reflexão sobre saúde mental no Amazonas

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O Centro Cultural Palácio da Justiça (CCPJ) recebe a quarta edição da exposição ‘Memórias da Loucura: Reflexão e Arte na Luta Antimanicomial’, em Manaus (AM), a partir de 18 de maio. A exposição reúne cerca de 50 obras criadas por pacientes do Hospital Colônia Eduardo Ribeiro entre 1985 e 1990.

Idealizado por Monique Marie Rothen, Rosangela Aufiero e Socorro Refkalefsky, o projeto incentiva a reflexão sobre a saúde mental e a luta antimanicomial.

A exposição conta com uma programação rica e diversificada, que inclui exposições de obras e rodas de conversas. Toda programação é voltada para a discussão de temas que envolvem saúde mental e conta com a presença de profissionais da área.

Foto: Divulgação/Secretaria de Cultura e Economia Criativa AM

Resgate

Rosangela Aufiero, que faz parte do movimento social Frente Ampliada em Defesa da Saúde Mental e Luta Antimanicomial do Amazonas, e também é psicóloga, tendo trabalhado durante 22 anos no Hospital Psiquiátrico Colônia Eduardo Ribeiro, destacou a importância de preservar estas obras.

Foto: Divulgação/Secretaria de Cultura e Economia Criativa AM

“Nos anos 80, pacientes internos, assessorados por uma equipe de artistas, criaram essas peças que hoje são resgatadas e exibidas ao público para evitar que se percam como muitas outras já se perderam”. afirma Rosângela.

Ela narra sua experiência pessoal, ressaltando a necessidade e importância de dar visibilidade a essas obras que carregam histórias e vivências significativas.

Reflexão e Debate

A exposição não só exibe arte, mas também propõe uma profunda reflexão sobre os modelos de tratamento da saúde mental, desde a institucionalização nos manicômios até os tratamentos modernos.

“Estamos no século da saúde mental”, afirma Rosângela, destacando que antes falar sobre ansiedade e depressão era um tabu. Hoje, a exposição incentiva o público a refletir sobre os manicômios, que podem existir tanto fisicamente quanto dentro das mentes das pessoas, e procurar por saídas de suas dores e medos.

Filme e outras atividades

Uma das grandes novidades desta edição é a produção de um filme sobre a exposição e que será exibido em looping durante o evento. Este filme, produzido com a colaboração da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, valida a importância das obras, além de contar com a contribuição do atual curador das obras, Turenko Beça, e o primeiro curador, Ottoni Mesquita, ambos reconhecidos artistas, que contribuem para a narrativa e valorização das obras expostas.

As atividades paralelas, que incluem rodas de conversa a cada 15 dias, aos sábados, proporcionam uma oportunidade para debates aprofundados com movimentos sociais ligados à saúde mental. Estes encontros têm como objetivo ampliar a compreensão,sensibilização e conhecimento sobre os desafios e avanços na área.

Foto: Divulgação/Secretaria de Cultura e Economia Criativa AM

A quarta edição da exposição ‘Memórias da Loucura’ se apresenta como um espaço de arte, memória e diálogo, crucial para repensar e melhorar o cuidado e o tratamento da saúde mental em nossa sociedade. O evento é uma realização do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

Programação completa:

18/05 – Abertura da Exposição Memórias da Loucura

01/06 – Roda de conversa: “Amazonas, do CPER aos CAPS, desafios e perspectivas” das 9h às 11h

15/06 – Apresentação do Maracatu Quebra Muros do Centro de Atenção Psicossocial CAPS III, Silvério Tundis, das 9h às 11h.

29/06 – Roda de conversa: “Promover e cuidar da saúde mental dos povos da Amazônia” das 9h às 11h

13/07 – Roda de conversa das 9h às 11h

27/07 – Roda de conversa das 9h às 11h

10/08 – Roda de conversa das 9h às 11h

Foto: Divulgação/Secretaria de Cultura e Economia Criativa AM