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Mais de 400 mil passageiros devem passar pelo Aeroporto de Belém durante o Círio 2024 

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Foto: Roberto Castro/MTur

Uma tradição de cultura e fé leva a Belém, no Pará, todos os anos, uma multidão para acompanhar a padroeira da cidade durante o Círio de Nazaré. A romaria marca um dos períodos em que a capital paraense recebe o maior número de turistas, que lotam as ruas expressando sua devoção e agradecimento à santa católica.

De acordo com o Aeroporto Internacional de Belém, mais de 400 mil passageiros devem embarcar e desembarcar nos 2.900 voos previstos para o destino no período – um aumento de 25% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando 319 mil viajantes passaram por lá.

Leia também: Confira 14 curiosidades sobre o Círio de Nazaré

O ministro do Turismo, Celso Sabino, ressalta a importância da celebração para a capital paraense.

Para o festejo católico, entre os dias 10 e 15 de outubro, a empresa aérea Gol realizará 16 operações extras entre Belém (BEL), Santarém (STM), São Paulo/Guarulhos e Rio de Janeiro/RIOgaleão, o que resulta em um aumento de 6.696 assentos, aproximadamente 40% a mais em comparação com junho de 2024, mês de baixa temporada.

Já a Latam Airlines realizará, durante o décimo mês do ano, 50 operações para a capital paraense durante a festividade. Os principais trechos são entre Brasília (DF), Fortaleza (CE), Guarulhos (SP), Manaus (AM) e Macapá (AP) e Belém.

A companhia aérea Azul também aumentará a frequência de voos. Serão 30 operações extras, a partir de 8 de outubro, para atender os turistas que participarão do Círio de Nazaré. As principais rotas são partindo de Macapá (AP), Manaus (AM), Fortaleza (CE) e Confins (BH).

Realizado há mais de 200 anos, o Círio de Nazaré foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Iphan e declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. O tema deste ano é “Perseverar na oração com Maria, Mãe de Jesus”, alinhado ao pedido do Papa Francisco para que 2024 seja um ano dedicado à oração.

Foto: Reprodução/Agência Belém

Casa do Turismo

Pelo segundo ano consecutivo, o Ministério do Turismo marcará presença na celebração, com um espaço especial localizado na Avenida Nazaré, uma das principais vias por onde passa a procissão em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré.

A Casa do Turismo foi criada para receber convidados, incluindo parlamentares e outras autoridades, numa ação que faz parte da estratégia de ampliar a promoção do Norte do Brasil e, especialmente, de Belém, que será palco do maior evento de sustentabilidade do mundo, a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em novembro de 2025.

Celso Sabino enfatiza que a Casa do Turismo contribui para consolidar Belém como uma porta de entrada da Amazônia. “Nossa presença aqui é estratégica. O Círio é um dos maiores eventos de turismo religioso do Brasil, e nossa meta é atrair cada vez mais turistas para a região Norte do país”, aponta o ministro.

Previsão – De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e a Secretaria de Turismo do Estado, a capital paraense deverá receber, durante o Círio deste ano, 89 mil turistas, o que movimentará R$ 189 milhões na economia do estado. Segundo a pesquisa, os principais meios de hospedagem desses visitantes são hotéis (39,3%), casas de parentes (33,1%) e casas de amigos (19,8%).

História de Fé

A história do Círio começa em 1700, com o achado da imagem de Nossa Senhora de Nazaré pelo caboclo Plácido, às margens de um riacho próximo ao local onde foi construída a Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré. A devoção à Virgem foi crescendo, e em 1793 ocorreu a primeira procissão em homenagem à padroeira dos paraenses. Desde então, o Círio acontece anualmente, reunindo um número crescente de fiéis.

*Com informações do Ministério do Turismo

GT vai aprimorar ações de gestão e adaptação às mudanças climáticas em terras indígenas

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Foto: Mário Vilela/Acervo Funai

Equipes técnicas da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) se reuniram no início de outubro para começar à implementação de um Grupo de Trabalho (GT) permanente com foco no aprimoramento do plano de ação e gestão de crise climática nas terras indígenas. O objetivo é utilizar o atual cenário, em que o Brasil enfrenta a pior seca em 75 anos, para diagnosticar e estruturar medidas mais eficazes de prevenção e combate aos efeitos das emergências climáticas nos territórios tradicionalmente ocupados.

A Funai e o MPI atuam para a proteção das terras indígenas para assegurar a autonomia dos povos e preservar o meio ambiente e as culturas e línguas indígenas. Por isso, o plano em elaboração será pautado no respeito aos direitos indígenas e nas diretrizes da Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial Indígena (PNGATI).

Os povos indígenas representam 5% da população mundial e são responsáveis por proteger 80% da biodiversidade do planeta, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). O número mostra a harmonia que os indígenas têm com o meio ambiente, promovendo práticas sustentáveis que fazem das terras que tradicionalmente ocupam verdadeiras ilhas de vegetação nativa.

Foto: Divulgação

Com a criação do GT, Funai e MPI esperam envolver também outros órgãos e instituições técnico-científicas para trabalhar com informações mais precisas e garantir maior efetividade das ações de adaptação às mudanças climáticas, causadas pelo desmatamento florestal, queima de combustíveis fósseis, garimpo ilegal e outras ações que ameaçam o modo de vida sustentável dos povos indígenas.

Incêndios

De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), foram contabilizados 931 incêndios na Amazônia, Pantanal e Cerrado até 22 de setembro. Cerca de 79% desses incêndios foram extintos (479) ou controlados (261) com as ações do Governo Federal, que contam com mais de 3,5 mil profissionais e 29 aeronaves em operação.

*Com informações da Funai

Para 59% dos brasileiros entrevistados no DataSenado, incêndios são causados para criar desordem

Foto: Jader Souza/ALE-RR

Os incêndios florestais ocorridos neste ano no Brasil são provocados principalmente por ações criminosas para promover a desordem, na opinião de 59% dos brasileiros. A estimativa é revelada em pesquisa do Instituto DataSenado publicada no dia 7 de outubro. O levantamento foi solicitado pela presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA), senadora Leila Barros (PDT-DF).

Para a chefe do Serviço de Pesquisa e Análise do DataSenado, Isabela de Souza Lima Campos, responsável pela análise dos dados coletados, a correlação feita pelos entrevistados entre as queimadas e o propósito de causar tumulto pode ser fruto da conscientização ambiental, da mobilização de grupos sociais e do consumo de notícias.

A pesquisa escutou por telefone 1.220 cidadãos de 16 anos ou mais de todo o Brasil, com margem de erro média de 1,7 ponto percentual.

Gravidade

O trabalho também revelou que quase a totalidade da população (97%) considera os incêndios ocorridos nas últimas semanas semana “muito graves”.

O levantamento ainda mostra que 15% dos brasileiros declararam ter apresentado nos últimos 30 dias problemas de saúde, como asma, bronquite ou pneumonia — isso representa cerca de 25,4 milhões de pessoas. 

A fumaça gerada pelos incêndios florestais libera grandes quantidades de poluentes no ar, como partículas finas e gases tóxicos, que podem agravar problemas respiratórios, especialmente em pessoas com condições preexistentes, como asma e bronquite. Além da poluição causada pela fumaça, a seca prolongada em várias regiões pode contribuir para agravar tais condições de saúde.

Os meses de agosto e setembro tiveram a maior quantidade de focos de incêndio no Brasil no período dos últimos 14 anos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Já em julho, foi o pior em 19 anos.

Segundo Isabela Campos, os senadores podem utilizar as informações da pesquisa para priorizar a concepção de políticas públicas e ações de conscientização sobre o tema.

“Esses dados podem guiar a comissão na elaboração de estratégias que visem não apenas à prevenção dos incêndios, mas também à responsabilização de ações ilícitas, promovendo um ambiente mais seguro e sustentável […] A identificação de que 59% dos entrevistados acreditam que os incêndios são provocados por ações criminosas indica uma preocupação com a segurança e a proteção do meio ambiente”. 

Para a senadora Leila Barros, o tema dos incêndios é urgente e complexo, e exige ação do Legislativo. Além de comprometer as florestas, a vida dos animais e a saúde humana, o fogo acelera as mudanças climáticas e ameaça a economia nacional, afirmou a presidente da CMA em sessão de debates temáticos no Plenário do Senado em setembro. Ela ressaltou que as tragédias ambientais não podem ser vistas como fato corriqueiro e conclamou os parlamentares a colocar o meio ambiente no centro da agenda legislativa.

Projetos

No mês de setembro, os senadores apresentaram sete projetos que tratam do combate a incêndios e que são analisados na CMA. Desses, seis buscam endurecer penas para o crime. 

É o caso do Projeto de Lei (PL) 3.589/2024, do senador Fabiano Contarato (PT-ES), que dobra o período de reclusão para quem praticar incêndios. Segundo a Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605, de 1998), atualmente a pena é de dois a quatro anos. Outra proposta em análise na CMA é o PL 3.522/2024), do senador Marcos do Val (Podemos-ES), que busca aumentar a prisão para o período de três a seis anos. Já o PL 3.517/2024, do senador Jader Barbalho (MDB-PA), classifica como crime hediondo os incêndios intencionais em áreas rurais.

Também com objetivo de agravar as punições, o PL 3.417/2024, do senador Humberto Costa (PT-PE), aumenta a pena em um terço para casos em que esse crime é cometido por duas ou mais pessoas. O texto está em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Aguarda envio para as comissões do Senado o PL 3.775/2024, que equipara a ato de terrorismo provocar incêndios florestais que causem terror generalizado. De autoria do senador Jorge Kajuru (PSB-GO), o projeto estabelece que o incêndio que for considerado ato de terrorismo poderá imputar ao criminoso uma pena de 12 a 30 anos de prisão.

Proposições legislativas:

*Com informações da Agência Senado

‘KDaBerlinda’: aplicativo oficial ajuda na localização das procissões do Círio de Nazaré

Foto: Divulgação/Agência Pará

Já está disponível para atualização e download, a versão 2024 do aplicativo “KDaBerlinda”, que há 13 anos é referência em localização da berlinda que leva a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré em todas as procissões do Círio de Nazaré. Entre as novidades da atualização está um sensor de proximidade no mapa que, ao ser ativado, alerta os usuários quando a Berlinda estiver a 500 metros de distância.

Leia também: Berlinda do Círio: entenda a importância do símbolo que carrega a imagem de Nossa Senhora de Nazaré

Outra inovação é a nova área dedicada a informações sobre a cidade e os principais pontos turísticos de Belém. Além disso, o app agora oferece um histórico de horários de saída e chegada da Berlinda em todas as romarias dos anos anteriores (desde 2012), baseado em Pontos de Interesse (POIs) previamente mapeados na cidade, proporcionando um panorama detalhado das edições passadas.

Ao acessarem o app, os usuários poderão utilizar molduras e fazer selfies personalizadas para registrarem nas redes sociais o momento único na caminhada das romarias; baixar imagens dos cartazes das edições anteriores da festa; a agenda com locais das partidas e das chegadas; horários de procissões e romarias oficiais; tradução para o inglês; além de ter acesso a uma galeria com fotos da festa.

O aplicativo disponibiliza ainda a notificação “push” atualizando tudo o que acontece durante o trajeto de Nossa Senhora de Nazaré, sem que o celular precise ser desbloqueado.

Desenvolvido pela Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado (Prodepa), o aplicativo conecta a tradição religiosa com a conveniência da tecnologia há 13 anos oferecendo vários recursos adicionais que enriquecem a participação dos usuários, como fotos, cartazes, galeria de vídeos, link para transmissões ao vivo das principais emissoras, dentre outras funções.

No app, a localização da berlinda é exibida através de um mapa de navegação que mostra o trajeto e pontos de referência ao longo do percurso. Utilizando tecnologia GPS, um sistema de georreferenciamento coleta as coordenadas em tempo real, transmitindo as informações via rede celular para o Data Center do Estado localizado na Prodepa, na Avenida Augusto Montenegro. Este ano, a Prodepa terá novamente a parceria da operadora Claro, que dará o suporte de transmissão dos dados.

Foto: Divulgação/Agência Pará

Antônio Sousa, diretor de procissões da Diretoria da Festa de Nazaré ressalta a parceria entre a Prodepa e a diretoria há 12 anos. “Mostrar em tempo real as 14 romarias do Círio no exato momento em que elas acontecem é muito importante para orientar os romeiros e fiéis a se programarem ao logo de todos os percursos e uma ferramenta importante para a nossa diretoria e órgãos de segurança pública para calcular tempo, horário de determinados percursos, horários de saída e de chegada, entre outros”, ressalta.

“É muito gratificante ver que nosso trabalho é bem recebido e reconhecido pela população. Isso mostra como a tecnologia pode se integrar com tradições culturais e religiosas e ser uma aliada na preservação e promoção do evento”, destaca Gustavo Costa, Diretor de Desenvolvimento de Sistemas (DDS) da Prodepa.

Como baixar

O app “KDaBerlinda” já está disponível gratuitamente para download e pode ser acessado de forma gratuita nas plataformas Android, iOS, e navegador web, com aplicações ajustáveis, que se adaptam ao tamanho da tela. Em todas as plataformas são utilizadas as mesmas funcionalidades, seja em computador, tablet ou celular. O app iniciará oficialmente a sinalização da localização da imagem peregrina em 9 de outubro de 2024, como o início da primeira romaria da quadra nazarena, o “Translado dos Carros”.

*Com informações da Agência Pará

Desempenho de clones de café canéfora será estudado em Roraima e no Amazonas

Foto: Cássia Pedrozo

A Embrapa Roraima, em parceria com a Embrapa Amazônia Ocidental, aprovou um projeto na Chamada “Embrapa/Consórcio Pesquisa Café Nº 22/2024 – Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na Cafeicultura”. Este é o primeiro projeto de pesquisa aprovado para Roraima e Amazonas, marcando a entrada dos estados no Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café.

A liderança é da pesquisadora da Embrapa Roraima, Cássia Ângela Pedrozo, mas conta com a participação direta de outros pesquisadores e analistas da Embrapa Roraima e da Embrapa Amazônia Ocidental, bem como com a colaboração de pesquisadores da Embrapa Café e de empresas parceiras.

O projeto, intitulado “Redução de impactos negativos causados por estresse térmico no cultivo de Coffea canephora, pela seleção de clones adaptados às condições climáticas do norte da Amazônia Ocidental”, terá início em janeiro de 2025 e duração de 48 meses.

A pesquisa tem como objetivo desenvolver estudos que sustentem a validação de variedades clonais de café canéfora para as condições edafoclimáticas do Amazonas e do cerrado de Roraima, bem como transferir tecnologias de manejo já consolidadas para a cultura.

Como resultados principais propõem se a extensão de recomendação de variedades clonais para cultivo nos dois estados componentes e capacitações e atualização tecnológica de agentes multiplicadores, quanto ao manejo da cultura.

Espera-se que as informações e resultados gerados com o desenvolvimento das atividades de pesquisa e transferência de tecnologias possam colaborar para o desenvolvimento sustentável e consciente da cafeicultura no norte da Amazônia Ocidental.

*Com informações da Embrapa Roraima

O triste mapa das eleições da Amazônia

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Walace SO*

Queridas e queridos das beiras e beiradas dos nossos rios, do açaí com mandi, do dominó de fim de tarde e do tacacá ao anoitecer. O primeiro turno das eleições terminou, infelizmente o que ele nos mostra é que nossa região é uma das mais contaminadas com o vírus da indiferença com o meio-ambiente. Gaia a Mãe Terra grita e pede socorro com a violência que sofre pela mão do bicho homem. Não adiantam a seca, as queimadas ou todo sofrimento que nossa região sofre com a selvageria climática. Parece que o povo da nossa terra está contaminado e caiu na loucura ao invés de reagir e defender a natureza.

Todos os sete estados da Amazônia Legal, assim como no resto do Brasil esqueceram de refletir e debater sobre a pauta climática e do meio ambiente. Do resto do Brasil já era de se esperar, contudo é alarmante que todos os partidos políticos de centro, direita e esquerda da nossa região não tenham se preocupado com essa pauta. Assim, vemos nossos rios e florestas agonizado as mãos do garimpo ilegal, da grilagem e do avanço o boi e da soja.

O mapa que se desenha é triste, não pela ignorância da polarização política, que fica evidente com a “porteira aberta e a boiada” invadindo nossa terra com o falso discurso de progresso, apoiado em uma guinada quase que total ao extremismo de direita e fundamentalismo religioso/negacionista. Mas da indiferença total e negação da realidade que vivemos a cada dia, anos após ano.

Elegemos defensores da exploração da derrubada floresta, do mercúrio que sangra nossos rios, mata nossos peixes, adoece comunidades ribeirinhas e dos povos originários. Aliás, o que vimos é uma leva de religiosos, policiais, militares e outras figuras que não têm ligação ou vontade de debater e propor políticas de proteção ao nosso maior tesouro, a Amazônia, sua cultura e seu povo.

Foto: Divulgação

Não tivemos a preocupação dos partidos e dos candidatos em apresentar propostas sobre o tema, o que vimos foram priorizar pautas de costumes, moral e ideologias que não representam a realidade de nossa terra ou que realmente poderão propor o progresso sustentável que ela precisa. Vimos o desejo de impor suas vontades como pautas prioritárias ao invés do debate e mostrarem que realmente importa.

Assim deixo aqui um poema do nosso poeta maior Thiago de Mello, que está em um texto antológico que expressa toda importância de nossa terra e seu significado no livro Amazônia, pátria das águas para que possamos refletir.

Pois então vamos remando
na água negra transparente.
Vem comigo descobrir
as fontes verdes da vida.
Mas contigo travo amor,
para com dor aprender
Vem ver comigo o rio e suas leis.
Vem aprender a ciência dos rebojos,
vem escutar o canto dos banzeiros,
o mágico silêncio do igapó
coberto por estrelas de esmeralda.
Mar Dulce, o rio de Orellana,
Marañon. O Guieni dos índios aruaques.
Parauaçu dos tupis.
O Grande rio das Amazonas.
Eu venho desse reino generoso,
onde os homens que nascem dos seus verdes,
continuam profundamente irmãos
das coisas poderosas, permanentes,
como as águas, os ventos e a esperança.
São trezentos e cinquenta milhões de hectares,
são setenta bilhões de metros cúbicos de madeira em pé.
Um terço da reserva mundial de florestas.
Malagueta, murupi,
camapu, cajuarana,
todo o segredo da selva
no travo de um cumarim.
Munguba, morototó, louro itaúba,
Açacu, acariquara, mogno,
cedro, quaruba, pau mam, faveira,
sucupira, angelim, pau de andiroba.

Foto: Chico Batata

Para aqueles que vivem nossa cultura e compreendem nossas águas e importância fica o link com o texto integral do Instituto Moreira Salles:

Amazônia, pátria das águas

Um dia seremos gigantes de verdade, e esse dia chegará quando assumirmos a importância das águas, do ribeirinho, dos Povos Originários, dos Quilombolas e da Floresta que chamamos de Amazônia.

Bora refletir e resistir.

Sobre o autor

Walace Soares de Oliveira é cientista social pela UEL/PR, mestre em educação pela UEL/PR e doutor em ciência da informação pela USP/SP, professor de sociologia do Instituto Federal de Rondônia (IFRO).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

IBGE divulga detalhes do Censo Indígena de 2022: saneamento básico é um dos desafios

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Foto: Reprodução/Instagram @oguajajara

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados do Censo Indígena de 2022 no evento ‘Censo Demográfico 2022 Indígenas: alfabetização, registros de nascimentos e características dos domicílios, segundo recortes territoriais específicos’ em 4 de outubro. A pesquisa, que utilizou dados do censo nacional realizado em 2022, mostrou pequenos avanços na alfabetização de indígenas e no acesso a saneamento básico.

Leia também: Censo 2022 aponta que índice de alfabetização entre indígenas sobe, mas segue preocupante

O Brasil tem 1.693.535 pessoas indígenas, o que corresponde a 0,83% da população total do país. Os dados apresentados comparam a evolução entre 2010 e 2022 em diversos cenários. Segundo o IBGE, houve um aumento da população vivendo em Terras Indígenas (TI), passando de 567.582 em 2010 para 689.532 em 2022 (+ 21%).

O Censo também mostrou um aumento na alfabetização de pessoas indígenas. Em 2022, 84,9% (1,0 milhão) das 1,2 milhão de pessoas indígenas de 15 anos ou mais eram alfabetizadas, quando em 2010 eram 76,6%. Porém, esse número é abaixo da média nacional, que foi de 93,0% em 2022. Indígenas mulheres e os mais idosos são os que mais sofrem com o analfabetismo.

Dentro das Terras Indígenas, a taxa de analfabetismo também diminuiu, caindo de 32,3% em 2010 para 20,8% em 2022, fato ressaltado pelos técnicos responsáveis pela aplicação do Censo.

Dados de saneamento preocupam

Diferente dos dados de alfabetização, que tiveram uma melhora importante, os números com relação ao saneamento básico apresentam desafios. Em 2022, a maioria (69,1%) dos indígenas que moravam em domicílios particulares permanentes convivia com pelo menos uma situação de precariedade ou de ausência de saneamento básico relacionados a abastecimento de água, destinação de esgoto ou destinação de lixo. Ao todo, eram 1,1 milhão de indígenas nessa situação.

Em TIs, 95,6% dos moradores indígenas não possuíam algumas das condições adequadas de saneamento. Esse número equivale a 120,4 mil domicílios com 545,7 mil pessoas indígenas. Os números mostram ainda que 17,3% dos domicílios com pelo menos um indígena não possuíam uma das três situações de mais precariedade, ou seja, não contavam com saneamento básico, que envolve o abastecimento de água, destinação de esgoto ou destinação do lixo.

Segunda a pesquisadora, a distância geográfica e a adaptação dos serviços de saneamento às terras indígenas são os principais responsáveis para os baixos números de precariedade no saneamento básico.

Importância dos dados

Os dados do ‘Censo Demográfico 2022 Indígenas: Alfabetização, registros de nascimentos e características dos domicílios’, referentes ao intervalo entre 2010 e 2022, são um importante instrumento para a criação de políticas públicas voltadas aos indígenas, com base em informações concretas sobre a realidade econômica e social brasileira.

É fundamental promover a participação efetiva da população indígenas na formulação e implementação das políticas públicas que os impactam, por meio de instrumentos como a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI). O Ministério dos Povos Indígenas seguirá trabalhando incansavelmente para promover o bem viver dos povos indígenas, respeitando suas realidades específicas e sua autodeterminação.

*Com informações do Ministério dos Povos Indígenas

Saiba quais estratégias e técnicas o Corpo de Bombeiros de MT usa no combate aos incêndios florestais

Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso

Diariamente, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso combate incêndios florestais usando técnicas e estratégias que são fundamentais para garantir uma ação eficiente contra o fogo que atinge cidades mato-grossenses.

Os bombeiros fazem o combate direto quando há condições favoráveis, como direção do vento e fácil acesso ao local, que garantem tanto a efetividade quanto a segurança das equipes em campo. Nessas ações, os militares usam sopradores, abafadores e mochilas costais com água e, em alguns casos, caminhões-pipa e caminhonetes com kit combate.

Todos estes equipamentos são usados em conjunto para extinguir diretamente o fogo ou para direcionar as chamas para regiões já atingidas, rios ou áreas alagadas para que a extinção dos incêndios seja natural.

O Corpo de Bombeiros também usa aviões para auxiliar no combate direto e diminuir a intensidade das chamas, contribuindo para o avanço das equipes. Além disso, os aviões são usados para o reconhecimento de área, enquanto os helicópteros do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) são usados para a infiltração de equipes em áreas de difícil acesso.

“Temos à nossa disposição aviões do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, que já lançaram mais de 5 milhões de litros de água. Isso contribui muito para nossas ações porque, assim, conseguimos combater com eficiência o fogo, diminuindo sua propagação e garantindo a proteção do nosso meio ambiente”, diz o tenente-coronel.

Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso

Quando não há acesso algum aos incêndios, as equipes fazem a construção de aceiros com máquinas para evitar que as chamas atinjam uma área maior. No Pantanal, por exemplo, há muitas áreas alagadas e turfas, o que dificulta a chegada dos bombeiros militares até os incêndios, por isso há mais de 30 máquinas na região que fazem estes aceiros e também abrem estradas.

Outra técnica indireta é o contrafogo, que consiste em colocar fogo em pontos estratégicos para impedir o avanço das chamas. Esta técnica, entretanto, só deve ser feita pelo Corpo de Bombeiros Militar e demais órgãos federais e estaduais capacitados, uma vez que para o contrafogo é necessário que as condições climáticas sejam favoráveis, evitando o descontrole das chamas, que podem culminar em um novo incêndio florestal.

“O contrafogo é a última estratégia que usamos quando os demais tipos de combate não têm efetividade. É muito perigoso e só pode ser feito pelos militares capacitados porque é preciso ter monitoramento constante para assegurar que o fogo não se alastre para outras regiões. Inclusive, durante o período proibitivo, o uso da técnica por quem não é autorizado é caracterizado como crime, por conta do perigo de dano ambiental”, explica o tenente-coronel.

Crime ambiental

O uso irregular do fogo durante o período proibitivo é crime, conforme prevê a Lei Federal de Crimes Ambientais e, neste ano, mais de 20 pessoas já foram presas e 112 foram indiciadas pela Polícia Judiciária Civil. Além disso, somente neste ano o Governo de Mato Grosso já aplicou mais de R$ 80 milhões em multas.

*Com informações da Secom-MT

Manual para identificação de doenças de café Robustas Amazônicos é criado por pesquisadores no Acre

Foto: Divulgação/Embrapa Acre

Como forma de auxiliar cafeicultores do Acre, pesquisadores da Embrapa Acre produziram a circular técnica “Manual para identificação e manejo das doenças de Coffea canephora no Acre”. A publicação é um guia prático com ilustrações que permitem a identificação e manejo das doenças dos cultivos de cafés Robustas Amazônicos. Voltada para técnicos e agricultores,  contempla os principais agentes causadores de doenças nas raízes, galhos, folhas e frutos dos cafezais, bem como os sintomas para auxiliar no processo de identificação das patologias.

Segundo o pesquisador da Embrapa Acre e um dos autores da publicação, Amauri Siviero, com a expansão da cafeicultura no estado, a tendência é que os cafezais sejam mais afetados por doenças, como consequência, aumenta a demanda para identificar, diagnosticar e fazer o manejo adequado dos cultivos. 

Desde a década de 1980, a Embrapa Acre trabalha com a cultura do café Arábica (Coffea arabica) e do café Canéfora (Coffea canephora) no Acre. As pesquisas incluem a avaliação do material genético em campo, como forma de disponibilizar aos agricultores variedades com boa produtividade e resistentes a pragas e doenças. Atualmente, a  espécie mais cultivada no Acre é a Coffea canephora, plantada por clones, os chamados cafés clonais, que incluem as variedades Robustas e Conilon, conhecidos como Robustas Amazônicos. O clima acreano favorece o desempenho dessa cultura.  

Doenças do café

O trabalho de pesquisa envolveu análises  realizadas em laboratório  e observações de campo em experimentos conduzidos na Embrapa Acre e em áreas de cultivo comercial no estado. De acordo com Siviero, duas doenças merecem destaque: a antracnose e a queima do fio. Ambas atacam de maneira agressiva e geram impactos econômicos. Já outras doenças como pequenas manchas ou defeitos que dão nas folhas ou no fruto,  não possuem a mesma importância econômica. 

Também estão descritas no manual doenças como o tombamento de mudas, mal de quatro anos, ferrugem do cafeeiro,  mancha de olho pardo, mal-rosado, seca dos ponteiros, mancha de phoma, mancha de ascochyta e mancha-aureolada.

O pesquisador explica que as medidas de controle variam de acordo com os agentes  que causam as doenças, que pode ser um fungo, uma bactéria ou um nematóide. Ele pontua ainda que, com o manual, os produtores terão orientação para tomar as medidas de controle necessárias.

Para o cafeicultor Vanderlei de Lara, um dos principais desafios como produtor de café é aumentar a qualidade da produção para, assim, conseguir um melhor preço. Segundo ele, a Embrapa auxilia com as melhorias através das pesquisas para o aumento da produção.

O agricultor explica que entre as principais medidas para o combate das doenças do café está a prevenção. “Eu busco sempre fazer a prevenção para essas doenças que atacam o café. Uma das medidas que tomo é fazer o controle na hora certa, para combater e evitar a propagação de qualquer praga ou doença”, destaca.  

Café no Acre

Com maior importância agronômica, econômica e social, a cafeicultura no Acre tem elevado a geração de empregos no campo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), através do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) realizado no mês de julho de 2024, a produção do grão no estado deve aumentar 1,3% em relação a 2023. 

A produção de café no Acre, na safra de julho/2024, é de 2.894 toneladas. Além disso, a área destinada à colheita nesta safra apresenta 1.091 hectares. A produtividade média no estado está prevista em 2.653 quilos por hectare.

O  “Manual para identificação e manejo das doenças de Coffea canephora no Acre” está de acordo com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável). Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma coleção de 17 metas globais estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas e contam com o apoio da Embrapa para que sejam atingidas. 

*Com informações da Embrapa Acre

Nove espécies de peixes entram em período de defeso no Amazonas; veja a lista

Foto: Divulgação/Idam

O Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) alerta aos pescadores artesanais amazonenses sobre o início do período de defeso de nove tipos de peixes amazônicos:

  • tambaqui,
  • capari,
  • surubim,
  • pirapitinga,
  • mapará,
  • sardinha,
  • pacu,
  • aruanã,
  • aruanã preta
  • e matrinxã.

A iniciativa visa resguardar a reprodução das espécies nos rios da Bacia Amazônica. A primeira espécie a entrar no defeso foi o tambaqui, na última terça-feira (1º/10), período que se estende até 31 de março de 2025. Já os demais têm pesca proibida entre 15 de novembro deste ano a 15 de março de 2025.

A gerente de Aquicultura e Pesca (Geape) do Idam, Karen Alves, explica que o defeso tem como objetivo a manutenção dos estoques pesqueiros, além de evitar a extinção de espécies. A gerente também informa que durante o período, tanto pescadores artesanais quanto aqueles que trabalham com a venda do produto, precisam estar atentos à legislação.

“Orientamos que os pescadores usem os apetrechos adequados e não capturem as espécies protegidas pelo defeso para reprodução, como garantia às próximas safras. No que diz respeito à comercialização desses pescados, reforçamos que os vendedores adquiram somente os peixes oriundos da piscicultura e estejam atentos, também, em relação à documentação do produto”, alertou a gerente.

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Além de chamar atenção do pescador para o período de defeso, o instituto orienta, ainda, que, no período, os trabalhadores busquem a Superintendência Federal de Pesca e Aquicultura (SFA) para regularizar o Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP). Já em relação ao seguro defeso, o instituto reforça que a solicitação pode ser realizada nas próprias colônias de pescadores.

*Com informações do IDAM