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Portal Amazônia responde: o que são os peixes das nuvens?

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A natureza sempre encontra uma maneira de surpreender, como por exemplo, os peixes rivulídeos, também conhecidos como ‘peixes das nuvens‘. Essa espécie é pequena, colorida e vive em ambientes aquáticos sazonais, ou seja, em poças que secam durante parte do ano.

Atualmente, devido às alterações ambientais provocadas pelo homem, muitas dessas espécies estão ameaçadas de extinção.

Curiosidades sobre os peixes das nuvens:
 
 

1 – Os peixes das nuvens são conhecidos por cientistas como peixes rivulídeos;

2 – Estas espécies ocorrem em todos os Biomas do Brasil;

3 – Os peixes machos são normalmente maiores e mais coloridos do que as fêmeas;

4 – Os rivulídeos são peixes bem pequenos, raramente chegando a 10 centímetros de comprimento;

5 – Os peixes das nuvens têm esse nome porque se acreditava que eles vinham do céu, junto com a chuva. Na verdade, os ovos desses peixinhos ficam enterrados no fundo das lagoas e eles sobrevivem mesmo após grandes períodos sem água. Quando a chuva volta e as lagoas estão cheias novamente, os ovos eclodem (nascem);

6 – Os ovos podem ficar muitos meses, até anos, sem eclodir. Dentro de aproximadamente um mês, os animais, já adultos, estão aptos para um novo ciclo de reprodução. Eles vivem por, no máximo, nove meses, mas não sobrevivem para verem seus filhos;

7 – Os peixes das nuvens estão desaparecendo por causa de ações humanas, que acabam destruindo suas poças e a vegetação que as protege. Mas quais ações são responsáveis por esta destruição? Formação de pastagens e lavouras, construção de estradas, áreas residenciais, açudes e hidrelétricas, etc.

8 – Os rivulídeos fazem parte de uma das quatro famílias mais diversificadas dentre as 40 famílias de peixes de água doce do País. No Brasil, das 350 espécies de peixes rivulídeos distribuídas em seis biomas (Pampas, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Amazônia), 125 estão ameaçadas de extinção na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas.

Saúde e Desenvolvimento Agrário firmam acordo para aquisição de plantas medicinais via agricultura familiar

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O Ministério da Saúde assinou um acordo de cooperação técnica com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Por meio dele, as pastas do Executivo se comprometem a criar as condições para que produtores da agricultura familiar, assentados, povos e comunidades tradicionais possam fornecer plantas medicinais para uso no Sistema Único de Saúde (SUS), além de outros mercados públicos e privados. O termo foi assinado em maio durante a 24ª edição do Grito da Terra – manifestação que, desde 1994, reúne, em Brasília, os movimentos do campo, da floresta e das águas.

Com a assinatura da parceria, o Ministério da Saúde se compromete a: fomentar pesquisas para estabelecer protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas para uso de plantas medicinais e fitoterápicos; mapear os serviços no SUS que cultivam, dispensam, manipulam e orientam o uso desses insumos em estados e municípios, bem como as experiências de aquisição dos insumos com pequenos agricultores, assentados, povos e comunidades tradicionais, povos de terreiro, de matriz africana e quilombolas.

O assessor especial da Saúde dos Territórios Vulneráveis, Favelas e Periferias do ministério, Valcler Rangel, afirma que os princípios que orientam esse acordo são as formas que a transição agroecológica, a inclusão produtiva e a sustentabilidade podem ser articuladas na atenção à saúde, fortalecendo o SUS. “A ideia é, de algum modo, unir esse conhecimento tradicional e popular, e cruzá-lo com o conhecimento científico, respeitando as particularidades de cada cultura e de cada abordagem do conhecimento”, explica.

Para complementar a estratégia, o MDA se compromete a disponibilizar dados do cadastro nacional da agricultura familiar (CAF); mapear organizações que produzem e comercializam os produtos; e apoiar a qualificação do público beneficiário e dos produtos a serem adquiridos. No campo da inovação, a Fiocruz se compromete a desenvolver estudos, difundir tecnologias sociais, articular estratégias para informar a sociedade sobre o tema e estabelecer acordos internacionais com países que já desenvolvem políticas públicas com plantas medicinais.

O acordo tem duração de quatro anos e inclui plantas medicinais, aromáticas, condimentares, alimentícias convencionais e não convencionais. Além da inclusão dessas populações, essa é uma medida que amplia o acesso seguro aos insumos, o que tem efeitos positivos em relação ao uso sustentável, a conservação da biodiversidade e a segurança e soberania alimentar do Brasil.

Leia também: Estudo analisa nova alternativa de alimentação nutritiva e saudável à base de PANC

Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos

No dia 22 de maio, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, publicou decreto que institui o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Coordenado pela pasta da Saúde, o colegiado vai planejar e executar ações relacionadas à política e ao programa nacional de plantas medicinais e fitoterápicos.

Também participaram do Grito da Terra o Conselho Federal de Farmácia, a FioCruz, o Conselho Nacional de Saúde (CNS), a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e diversos ministérios.

*Com informações do Ministério da Saúde

Lei que flexibiliza concessão de títulos fundiários vai legalizar grilagem na Amazônia Legal, alerta MPF

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O Ministério Público Federal (MPF) alerta que a Lei 14.757/2023 – que flexibilizou as regras para a concessão de títulos de terra pública – vai gerar insegurança jurídica e colaborar para o acirramento dos conflitos no campo e para a grilagem de terras na Amazônia Legal. A norma extingue as chamadas cláusulas resolutivas, que são condições impostas a pessoas que receberam títulos de assentamento concedidos pela União até 2009, para ocuparem terras públicas destinadas à reforma agrária, com finalidade agrícola e social.

Entre as cláusulas, estavam a proibição de venda por dez anos, respeito à legislação ambiental e uso da terra para agricultura, entre outras. Caso essas condições não fossem cumpridas, o título era anulado e a terra devolvida ao poder público. Com a Lei 14.757/2023, aprovada em dezembro, pessoas que não cumpriram essas condições passarão a ter direito sobre as áreas ocupadas irregularmente. Segundo o procurador regional dos Direitos do Cidadão de Rondônia (PRDC), Raphael Bevilaqua, a norma obriga a União a entregar milhões de hectares de áreas públicas na Amazônia Legal, que hoje são de sua propriedade, em benefício de latifundiários e especuladores imobiliários.

“Com a extinção das cláusulas que condicionaram a transferência desses imóveis ao atendimento de certas finalidades públicas, haverá a venda de bem público a particular com dispensa de licitação, por valor inferior ao de mercado, sem a exigência de qualquer contrapartida. Isso equivale a entregar milhões de hectares de imóveis públicos a quem não deu função social à terra, promovendo uma verdadeira antirreforma agrária no Brasil”, destaca Bevilaqua.

O dispositivo havia sido vetado pelo presidente da República, mas o veto acabou sendo derrubado, no último dia 9, pelo Congresso Nacional.

Segundo o PRDC de Rondônia, a lei fere uma série de disposições constitucionais, como o direito à reforma agrária e o princípio da função social da propriedade. Além disso, ela causa insegurança jurídica em relação a essas áreas públicas, muitas delas já em processo de destinação para a reforma agrária. Segundo o procurador, só em Rondônia, mais de 50% das áreas em disputas possessórias e destinadas à reforma agrária são públicas e apropriadas indevidamente com base em títulos nulos. Tramitam no estado pelo menos 130 ações judiciais relacionadas ao descumprimento de cláusulas resolutivas, sendo que ações dessa natureza também foram ajuizadas pelo Incra e pela União em outras unidades da federação.

São casos em que os imóveis que foram vendidos pelo Incra nunca foram efetivamente ocupados por que os adquiriu, mas sim por terceiros sem qualquer relação com o contrato original, ou foram vendidos a outras pessoas antes do cumprimento das cláusulas resolutivas. Há também casos de terras ocupadas por grupos de trabalhadores que atualmente reivindicam de forma individual ou coletiva a propriedade dessas áreas, por usucapião ou com pedidos de regularização fundiária, bem como requisições para incorporação ao Programa Nacional de Reforma Agrária, entre outras situações.

Antirreforma agrária

Outro ponto da lei apontado por Bevilaqua como preocupante é o que prevê, para essa regularização, a atualização dos laudos que atestam o grau de utilização da terra e de eficiência na exploração de acordo com as condições atuais da propriedade, sem a necessidade de vistoria. No entanto, os índices de produtividade que balizam a aferição do cumprimento da função social da terra estão desatualizados – desde 1975 – e seriam incapazes de refletir o que seria a produção razoável a se exigir de um imóvel de grandes dimensões nos dias atuais. Dessa forma, segundo o procurador, a desapropriação para fins de reforma agrária ficará prejudicada.

O PRDC de Rondônia lembra que a floresta amazônica possui 143 milhões de hectares de terras ainda não destinadas ou que apresentam incertezas sobre sua destinação. Isso representa 28,5% do total da Amazônia legal e é o equivalente aos territórios de França, Alemanha e Espanha somados. Toda essa área é potencialmente afetada pela nova lei.

“Não foram preservadas pela Lei sequer as situações em que o domínio esteja sendo questionado nas esferas administrativa ou judicial, que sejam objeto de desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária, nem as áreas sobre as quais recaiam interesses públicos ou sociais, chancelando um verdadeiro saque ao patrimônio público nacional”, afirma o PRDC.

Todas essas ponderações em relação à Lei 14.757/2023 constam de documento encaminhado por Raphael Bevilaqua ao procurador-geral da República a quem cabe analisar se é o caso de acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a constitucionalidade da norma.

Títulos

Entre 1970 e 1980, o Estado Brasileiro promoveu titulações de terras usando diversos tipos de contratos para assegurar a manutenção da atividade agrária (destinação social da terra), o cumprimento das condições de pagamento e a proibição temporária de venda do imóvel rural.

Como fruto dessa prática, áreas da Amazônia passaram a ser exploradas por todo tipo de empreendedores que, muitas vezes, nem sequer tinham qualquer relação com a atividade agrícola: comerciantes, especuladores da Bolsa de Valores, bancos comerciais, fundos de investimento, multinacionais automobilísticas, entre outros. Só em Rondônia, 1,58 milhão de hectares foi destinado a apenas 1,1 mil licitantes.

Nesse contexto, as cláusulas resolutivas serviam para extinguir de forma automática os contratos daqueles que não cumprissem as condições estabelecidas. Hoje, esses contratos existem apenas fisicamente e não têm validade no mundo jurídico, o que resulta num mercado bilionário ilegal de títulos podres, que causam conflitos judiciais e mortes violentas.

Os estados de Rondônia e Pará são os líderes nacionais no número de mortes em conflitos agrários. Segundo o MPF, quase 77% das áreas com disputas fundiárias/possessórias em Rondônia são de terras públicas apropriadas indevidamente por pessoas com base nesses títulos nulos. O MPF defende que essas terras podem ser destinadas para a reforma agrária, sem que haja pagamentos indevidos de indenizações – usando recursos públicos apenas para pagamento de eventuais benfeitorias e não o pagamento pela terra, que é da União.

Íntegra da representação

*Com informações do MPF

Movelaria Comunitária Sustentável é inaugurada em RDS no Amazonas

Uma movelaria comunitária dos moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Igapó-Açú, localizada no Km 260 da BR-319, no município de Manicoré (AM), foi inaugurada no último dia 15 de maio. A instalação da unidade de beneficiamento da madeira, foi realizada em conformidade com as normas legais de construção e meio ambiente, para desenvolver a cadeia produtiva de madeira manejada na RDS Igapó Açú. Este empreendimento, coordenado pela Cooperativa de Manejadores do Igapó-Açú (Coopmaia), tem como objetivo gerar renda para as famílias desta Unidade de Conservação.

A atividade faz parte do projeto ‘Cidades Florestais Madeira-Purus’, executado pelo Idesam e Casa do Rio, e conta com o apoio da SEMA por meio do DEMUC. Este projeto, iniciado em 2020, busca fomentar cadeias produtivas sustentáveis, melhorar a gestão das organizações sociais e reduzir a vulnerabilidade financeira das unidades de conservação situadas no bloco Madeira-Purus, que inclui a RDS Igapó-Açú. A iniciativa é executada pelo Idesam no âmbito do Legado Integrado da Região Amazônica (LIRA), com apoio financeiro do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), do Fundo Amazônia/BNDES e da Fundação Gordon e Betty Moore.

“A movelaria será um ponto focal para beneficiar muitas pessoas, dentro e fora da minha comunidade. Este não era um sonho só meu, mas de meus irmãos, filhos e vizinhos. Não vamos beneficiar apenas a nós mesmos, mas também nosso futuro, nossas crianças, adolescentes e jovens. Quando cheguei aqui no Igapó-Açú, conheci um projeto de movelaria no Careiro que trabalhava com jovens de 12 a 18 anos. Consegui duas vagas para meus irmãos, que se formaram e hoje vivem do que aprenderam lá. Para mim, esta movelaria representa novas oportunidades para nossos jovens”, relata emocionada Dona Mocinha, líder comunitária.

Frederico Felipe, artista e articulador comunitário e Rodrigo Silveira, designer marceneiro, ambos apoiadores da movelaria, pretendem deixar ideias de produtos e protótipos encaminhados para que a comunidade possa produzir de forma autônoma. Além de incentivar a criatividade, a ideia dos voluntários é proporcionar rentabilidade para que as pessoas possam permanecer na região com retorno financeiro e simbólico.

Segundo Robert Viana, técnico florestal do Idesam, o projeto está intimamente ligado à conservação da floresta e ao uso sustentável dos recursos, aliado ao objetivo de gerar renda para as famílias e comunidades. “Essa iniciativa traz bem-estar, novas oportunidades, conhecimento e tecnologias aplicáveis aos produtos da sociobiodiversidade, agregando valor aos recursos abundantes, mas que devem ser conservados”, explica Viana.

O impacto social do projeto inclui a criação de produtos que agregam valor e geram renda, além de envolver a comunidade e a escola mais próxima, em discussões sobre questões ambientais e a geração de renda legalizada. “Nós somos apenas uma ponte para que este projeto aconteça. O grande resultado é da comunidade, com o uso sustentável dos recursos para comercialização futura. Essa movelaria traz oportunidades tanto para os pais que vão trabalhar nela, quanto para os filhos que vão conhecer onde está a origem desses produtos”, destaca Viana.

*Com informações do Idesam

Baixo nível do Rio Acre acende alerta sobre possível nova seca severa

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Pouco mais de dois meses após o Rio Acre, em Rio Branco (AC), alcançar a segunda maior cota histórica e atingir mais de 70 mil pessoas com uma enchente devastadora, o manancial chegou a 2,52 metros em maio, menor marca para o mês nos últimos cinco anos. A situação alerta para a possibilidade de um período de seca que, segundo especialistas, pode se antecipar e se tornar cada vez mais frequente em um menor espaço de tempo.

Desde o início deste mês, o principal afluente do Estado está abaixo de 4 metros e preocupa autoridades pela possibilidade de uma seca severa em 2024. No dia 30 de maio, a Defesa Civil Municipal marcou 2,52 metros, mais de 15 metros abaixo do que foi registrado em 6 de março deste ano, quando o manancial alcançou 17,89 metros e se configurou como a maior enchente desde 2015 em Rio Branco.

Para entender o processo de mudança climática que afeta o principal rio do Acre, é preciso compreender os seguintes fatores:

  • Influência de sistemas climáticos, como o El Niño;
  • baixo índice de chuvas na região;
  • mudança no ciclo hidrológico, causado pela emissão de gases de efeito estufa.

Estes tópicos contribuem para o baixo índice de chuvas na região. A situação contrasta com a vivenciada no início do ano, quando o manancial transbordou, e o total de chuvas chegou a 438 milímetros.

Como projeções deste fenômeno de seca, é possível que haja alto risco de desabastecimento na capital e até mesmo possibilidade de o Rio Acre “morrer”. Em setembro de 2023, foi decretada emergência em áreas que sofriam com a falta d’água, situação esta reconhecida pelo governo federal nos 22 municípios.

Nesta mesma época, cerca de 40% da produção da zona rural foi afetada e o estado recebeu ajuda de mais de R$ 8 milhões para amenizar os impactos da seca.

Rio Acre marcou 2,79 metros em maio de 2024. Foto: João Cardoso/Rede Amazônica Acre

Sistemas climáticos

Em todo o mês de abril, o Rio Acre ficou abaixo dos sete metros na capital — o maior índice foi marcado no dia 14, quando atingiu 6,42 metros. Já em maio, o manancial começou medindo 4,89 metros e não ficou acima desta marca até então — a média histórica para o mês é de 5,63 metros. Além disto, houve chuvas significativas em apenas dois dias, em 4 e 5 de maio.

O coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista, afirmou que o nível do Rio Acre está abaixo do mesmo período em 2023, o que pode ser indicativo de seca intensa em 2024. Segundo ele, o estado se prepara com planos de contingência para amenizar os impactos de uma possível estiagem prolongada.

“Este ano, já solicitamos de todas as coordenadorias municipais os seus planos de contingência voltados para os incêndios florestais, voltados para essa seca mais prolongada se ocorrer, para que a gente entenda quais são as ações que os municípios estão fazendo e vão fazer durante esse período”, explicou.

Esta projeção de seca é prevista também pelo professor Foster Brown, pesquisador da Universidade Federal do Acre (Ufac) e doutor em Ciências Ambientais. Ele apontou que a seca extrema que assolou o Acre em 2023 estava sob a influência do atual ciclo do El Niño.

Tradicionalmente, o fenômeno El Niño ocorre entre períodos de dois a sete anos, causa secas no Norte e Nordeste do país — e chuvas abaixo da média — principalmente nas regiões mais equatoriais; além de provocar chuvas excessivas no Sudeste e Sul do país, como as que estão ocorrendo no Rio Grande do Sul.

Brown também diz haver envolvimento do aumento de emissão de gases de efeito estufa, que causam o aumento da temperatura na Terra e aceleram o aquecimento global. Como consequências deste problema ambiental, têm-se os extremos climáticos de cheias e secas.

“Nós temos o El Niño que está terminando, mas também o aumento dos gases de efeito estufa, que já fazem a temperatura aumentar. A atmosfera fica com mais energia, seja para cair chuva, como no Rio Grande do Sul, seja para evaporar a água, que está acontecendo em nossa região. Então, estamos em uma situação preocupante, porque o rio é um indicador da água que nós temos na bacia inteira”, disse.

Baixo índice de chuvas

É preciso entender ainda que as chuvas na região precisam estar dentro da normalidade para o rio poder correr normalmente, o que não está sendo o caso do Rio Acre. Somente este mês, até o dia 24 de maio, choveu apenas 54,1 milímetros na capital, sendo que o esperado é de 108 milímetros.

Saulo Aires de Souza, especialista em regulação de recursos hídricos e saneamento básico da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), explicou que a atmosfera funciona como um reservatório.

Por conta do aquecimento global, que eleva a temperatura na Terra, esses “reservatórios” aumentam a capacidade de armazenar vapor d’água. Quando enchem, ocorre o fenômeno da chuva que, nesse caso, costuma ser mais intensa na forma de tempestades.

Contudo, Souza frisa que em períodos com baixo índice de chuvas, o solo não consegue filtrar esta água e então ocorre o escoamento superficial, que podem ocasionar enxurradas em áreas urbanas. Sem o armazenamento desta água nos lençóis freáticos, que funcionam como reservatório no solo, não há como ‘recarregar’ o Rio Acre em épocas de estiagem.

“Por outro lado, a água não infiltra e, em um determinado momento, começa a diminuir a alimentação do lençol freático, e o rio vai ficar mais vulnerável quando ficar submetido a períodos mais secos, porque a parcela da água que deveria infiltrar e, nos períodos secos, alimentar os rios, não infiltra, vai embora escoando”, destaca.
Esta irregularidade na quantidade de chuvas faz com que aumente a frequência de secas e de cheias. Os sistemas de larga escala, como o El Niño, acabam servindo como ‘catalisadores’, acelerando estes fenômenos climáticos e influenciando nas mudanças do clima.

Em Rio Branco, a Defesa Civil municipal confirmou que por conta desta possibilidade de seca “antecipada”, um plano de contingência de escassez hídrica está pronto para ser colocado em prática. Contudo, detalhes sobre quais medidas fazem parte do plano ainda não foram divulgados.

O ano em que o manancial apresentou a menor marca histórica foi em setembro de 2022, quando marcou 1,25 metro. Naquele ano, o rio já estava abaixo dos quatro metros no mês de maio.

O mesmo quadro foi observado em 2016, ano com a segunda pior seca. Em maio daquele ano, o nível do rio estava em 3,75 metros e em 17 de setembro atingiu a menor cota histórica da época: 1,30 metro.

“Este ano estamos [com o nível] muito mais baixo ainda para a época. A previsão é de que se não houver chuvas nos próximos dias, vamos ter um colapso de água. O nível do rio está baixo porque choveu pouco esse mês”, explicou o coordenador do órgão, tenente-coronel José Glácio Marques de Souza.

O diretor-presidente do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), Enoque Pereira, disse que apesar de o Rio Acre ter previsão de registrar uma cota menor que de 2022, a autarquia trabalha para que a vazão de água seja de 1,5 mil litros por segundo, para não comprometer o abastecimento da cidade.

“Para o ano de 2024, mesmo com todas as previsões de ser uma das secas mais severas dos últimos anos, o Saerb garante que manterá o abastecimento de Rio Branco, salvo em caso de colapso total do Rio Acre”, complementou.

Rio Acre registrou menor nível em maio de 2024 se comparado com os últimos 5 anos. Foto: Melícia Moura/Rede Amazônica

Ciclo hidrológico

Esta falta de regularidade nas chuvas faz com que o processo de evaporação e precipitação da água também seja afetado. O pesquisador da ANA disse que estudos feitos pela agência mostram que, em um cenário estimado para 2040, foi identificada uma diminuição média de 40% da disponibilidade de água, principalmente na bacia Amazônica, e que a quantidade de dias secos iria mais que dobrar.

“Isso implica situações que, além da quantidade normal que temos de água, que irá diminuir, uma parte desta diminuição será decorrente dessas secas, que é quando tem situações de precipitações muito abaixo da média. E o que a gente estima é que isto vá ficar cada vez mais frequente”, complementou.

Conforme Souza, é necessário um estudo para avaliar o grau de intermitência do manancial, já que o que determina a “morte” de um rio é a mudança de regime perene (rios que “correm” durante o ano) para intermitente (rios que secam completamente durante algum período).

A ‘morte’ do Rio Acre?

No caso do Rio Acre, dependendo da perspectiva, há uma chance de aumento desses graus de intermitência. Ou seja, a quantidade de vezes as quais o rio pode passar por situações de seca, pode ser maior.

“Não há evidências de cenários que possam ocorrer, mas isso não implica que não venha a ter. Eu diria que é muito cedo para entrar nesse grau de intermitência, o que não significa que a gente não vá ter problemas gravíssimos como essa seca que está passando”, frisou.

O pensamento é compartilhado pelo pesquisador em Ciências Ambientais da Ufac. Brown comenta também que o desmatamento é fator preponderante, já que afeta o solo, a qualidade do ar e também o transporte de água.

“A previsão que temos do Instituto de Pesquisa Internacional é que para os próximos meses, teremos chuvas abaixo do normal. Isso significa que se a previsão estiver certa, teremos menos água e isso é exatamente quando entramos na época seca. Estamos no caminho de um verão antecipado”, diz.

*Por Renato Menezes, do G1 Acre

Galeria Cidade Aberta: arte urbana é ampliada para 10 novos muros em Parintins

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Diferentes técnicas de pintura, com o predomínio do grafite, revivem os muros de Parintins, compondo a terceira edição do projeto ‘Parintins, Galeria Cidade Aberta’. Neste ano, são 10 novos muros revitalizados com obras de artistas visuais locais que, somados aos trabalhos das edições anteriores, irão totalizar 32 muros artísticos. A iniciativa, que propaga a arte urbana, ganha as ruas da Ilha Tupinambarana (distante 369 quilômetros de Manaus), no Amazonas.

Com as características de uma galeria de artes a céu aberto, o projeto promovido pelo Governo do Estado, coordenado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa, integra a programação alternativa do 57º Festival de Parintins, que ocorre nos dias 28, 29 e 30 de junho.

As obras, espalhadas pela ilha, retratam o cotidiano dos ribeirinhos, a cultura dos povos originários, o folclore enraizado no boi-bumbá e nas lendas amazônicas. A cada temporada, o “Parintins, Galeria Cidade Aberta” dá vazão ao talento dos artistas visuais parintinenses dando a eles a oportunidade de evidenciarem os seus trabalhos, democratizando a arte urbana.

O secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, destaca que o projeto representa a expressão coletiva da cidade, conhecida nacionalmente pela cultura e classe artística pulsantes.

“O Parintins, Galeria Cidade Aberta é o resultado do talento dos artistas parintinenses consagrados e da nova geração que se consolida a partir dos cursos do Liceu de Artes Ofício Claudio Santoro”, afirma o secretário.

“Durante a temporada do festival o município recebe um grande número de visitantes, que passam a conhecer e admirar o trabalho desses artistas. Muitas portas são abertas a eles no cenário nacional e internacional, valorizando a cultura do Amazonas e o legado artístico local”, complementa.

As obras que estampam os muros do projeto são concebidas pelo artista visual e executadas em parceria com um time formado por profissionais de excelência, além de alunos e egressos do Liceu Claudio Santoro de Parintins.

Artistas, obras e locais de ativação

Andrew Viana

“A cara do Brasil indígena”

Onde: Tribunal Regional Eleitoral (TRE) – 1º. Vara da Comarca de Parintins, rua Jonathas Pedrosa, nº 1985, Centro

Dennis Amoedo

“Caminhos das águas: sonhos do pajé”

Onde: Escola Estadual Senador Álvaro Maia, rua Cordovil, nº 2387, Centro

Dermison Salgado

“Matriarcas”

Onde: Escola Estadual Dom Gino Malvestio, avenida Geny Bentes, nº 3482, Paulo Corrêa.

Glaucivan Silva

“Redário amazônico”

Onde: Res. Rafael Cavalcante Assayag (muro próximo à Praça dos Bois – Caprichoso), rua Maués, nº 36, Raimundo de Menezes.

Inácio Paiva e João Ferreira

“Utopia de curumim”

Onde: Idam Parintins (Central de Artesanato Soarte), rua Boulevard 14 de Maio esquina c/ rua Gomes de Castro, nº 61, Centro Histórico

Josinaldo Matos

“Meu rio, minha rua, minha vida”

Onde: Escola Estadual Padre Jorge Frezzini, rua Cordovil, nº 100, Centro

Levi Gama

“Cobra-canoa, cobra da vida”

Onde: CETI – Dep. Glaucio Gonçalves, rua Barreirinha, nº 1286, São Vicente de Paula

Os Ribeirinhos – Gabriel Menezes e Hiago Xavier

“Águas da vida…”

Onde: Drogamais, rua Senador Álvaro Maia, nº 2637, Centro

Pito Silva e equipe

“Sherwin Williams Colorindo Parintins – Azul do Caprichoso”

Onde: Escola de Artes Irmão Miguel de Pascalle (anexo ao Curral Zeca Xibelão), rua Gomes de Castro, 685, Centro

Pito Silva e equipe

“Sherwin Williams Colorindo Parintins – Vermelho do Garantido”

Onde: Galpãozinho do Garantido (anexo ao Curral Lindolfo Monte Verde), estrada Odovaldo Novo, 4015, São José

*Com informações de Agência Amazonas

Chef de Roraima ensina a fazer o tradicional ‘arrumadinho’

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“Olha que isso aqui tá muito bom. Isso aqui tá bom demais!”. A temporada de comidas típicas de festas juninas já está aberta em Roraima e uma das procuradas é o arrumadinho, tradicional prato da culinária nordestina feito com feijão e charque. Nesse clima de festa, a chefe de cozinha Larissa Souza, de 38 anos, ensina a receita.

Chamado de arrumadinho no Piauí e conhecido como “pratinho” no Ceará, a comida é composta por feijão, farofa, charque ou carne de sol e um vinagrete bem temperado, feito com tomate, cebola, cheiro verde e até repolho.

O nome arrumadinho, como é mais conhecido, surgiu da forma como o prato é apresentado: com alimentos separados em uma única refeição. Na hora de comer, no entanto, ele é todo misturado e fica “bagunçadinho”.

“Quando for comer, a pessoa dá uma misturada para agregar todos os ingredientes, para ela sentir o sabor que esse arrumadinho tem mesmo. No fim de tudo, o arrumadinho fica bagunçadinho, mas ele fica muito gostoso, muito saboroso”, afirma a chefe de cozinha.

Cheiro verde, cebola e tomate são alguns dos ingredientes do ‘arrumadinho’. Foto: Yara Ramalho/g1 RR

Ingredientes

150 gramas de charque ou carne de sol;
200 gramas de feijão branco;
100 gramas de repolho;
1 maço de cheiro verde;
3 tomates;
1 cebola;
Alho a gosto;
Óleo;
Azeite de Oliva;
Vinagre;
Sal a gosto;
Colorau a gosto;
Pega marido a gosto (entenda mais abaixo).

Modo de preparo

Coloque o feijão de molho por 30 minutos e, quando pronto, cozinhe por cerca de 15 minutos. Com ele al dente, tempere com sal, colorau, pimenta do reino, alho e o pega marido a gosto. Reserve o feijão;
Frite a carne em uma panela, usando um fio de óleo, e retire quando atingir o ponto: crocante por fora e macia por dentro. Reserve;
Corte a cebola, os tomates, o cheiro verde e o repolho em pequenos pedaços. Em seguida, passe os ingredientes para uma travessa e adicione o sal, azeite e o vinagre a gosto;
Com tudo isso pronto, divida cada alimento em único prato. Na sequência, misture tudo e aproveite!

*Com informações do G1 Roraima

Avenida Constantino Nery: Obras começam no sentido bairro/Centro nesta segunda (03)

A implantação do sistema de esgotamento sanitário nos novos trechos da avenida Constantino Nery segue com execução intensa. A obra já tem mais de 70% de execução concluída e a previsão é que seja finalizada até o final de junho. Nesta semana, outro trecho – no sentido bairro / Centro começa a ser construído. Ao todo, mais de 23,5 mil pessoas serão beneficiadas com o serviço.

A partir desta segunda-feira (03), as equipes iniciam as obras no sentido bairro / Centro. A intervenção ocorre a partir da saída da rua Arthur Bernardes, nas proximidades da passagem de nível do São Jorge. Nesta área, o serviço ocorre nos quatro turnos, com intervalo das 5h às 9h.

Para que o serviço ocorra com segurança, durante a execução das obras as vias serão interditadas parcialmente. Para isto, equipes do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) irão sinalizar a via e orientar os motoristas.

“Já iniciamos o corte do asfalto durante o último fim de semana. A partir de hoje estamos com equipes realizando a solda dos tubos, que são de dimensões maiores, para que sejam implantados na via, posteriormente. Estamos com equipes trabalhando de manhã, tarde, noite e madrugada. Também atuamos nos fins de semana para que a obra tenha mais celeridade. Com isso, Manaus avança no quesito saneamento básico e a cidade ganha em qualidade de vida para as pessoas e para o meio ambiente”, ressalta Damaceno.

O esgoto coletado na região será coletado e transportado para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do bairro Educandos.

Centro/bairro

No trecho entre a rua Leonardo Malcher e a avenida Álvaro Maia, o serviço tem intervalo das 16h às 19h. Além da rede coletora geral, as equipes também atuam na implantação do Terminal de Inspeção e Limpeza (TIL) na frente de cada imóvel. É através dele que cada morador poderá se conectar ao sistema.

“Nossas intervenções ocorrem em sincronia com o intuito de gerar o mínimo de impacto para a população. Atuamos com as grandes intervenções nos horários de menor fluxo de veículos – à noite – e nas menores nos horários mais movimentados – de dia. Esta obra é de grande importância para a cidade, pois contempla mais 23,5 mil pessoas direta e indiretamente, pois estamos falando de residência de toda esta região que passarão a ter o esgoto coletado e tratado”, enfatiza Damaceno.

Trata Bem Manaus

As obras da Constantino Nery fazem parte do cronograma de expansão do esgotamento sanitário na cidade, por meio do programa Trata Bem Manaus. O objetivo é garantir a universalização dos serviços de coleta e tratamento de esgoto da cidade em menos de dez anos. Estão previstas a implantação de mais de 2,7 milhões de metros de redes coletoras de esgoto nos próximos anos, além de obras de implantação e ampliação de pelo menos 70 Estações de Tratamento de Esgoto (ETE’s), espalhadas por todas as zonas da cidade.

Somente neste ano, serão construídos cerca de 200 quilômetros de rede coletora na cidade de Manaus.

3 curiosidades sobre Taquaruçu, cidade que se torna capital do Tocantins por um dia

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O Distrito de Taquaruçu, no Tocantins, possui algumas curiosidades, principalmente para quem ama adrenalina. Entre elas, é que o município se torna capital do Tocantins por um dia. A ação acontece por um dia há quase 20 anos, durante a comemoração de homenagem ao antigo município de ‘Taquarussu do Porto’.

Isso ocorre porque ‘Taquarussu do Porto’ já foi sede administrativa enquanto Palmas, atual capital, era construída. O distrito foi criado pela lei estadual de Goiás nº 10.419 de 1º de janeiro de 1988, sob a categoria de município e com o nome de Taquarassu do Porto, sendo instalado somente em 1º de junho de 1989. Pela resolução nº 28, de 29 de dezembro de 1989, o município passou a pertencer, sob a condição de distrito, à cidade de Palmas, criada pelo mesmo decreto.

Uma emenda, em 2006, alterou a Orgânica do Município e determinou que todo dia 1º de junho Taquaruçu recebe os serviços relacionados à Prefeitura e a Câmara, relembrando o período em era sede.

Cachoeira do Evilson. Foto: Reprodução/Taquaruçu Turismo

Além dessa peculiaridade, Taquaruçu também é conhecido por seu potencial turístico devido as diversas cachoeiras. Dentre elas estão a cachoeira de Taquaruçu, Roncadeira e a do Evilson.

Esta última tem sua própria particularidade: está localizada na propriedade de Evilson Machado da Fonseca (daí o nome dela) e possui 21 metros de altura.

E para os aventureiros, o distrito abriga a Tirolesa Voo do Pontal, que está entre as maiores tirolesas do Brasil, cuja extensão é de 1300 metros e pouco mais de 200 metros de altura.

Artesã amapaense leva tradição familiar sustentável para semifinal de concurso moda nacional

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A amapaense Fernanda Bastos, de 28 anos, foi selecionada para a semifinal da 3ª edição de um concurso de moda nacional com a loja ‘Selvática’, de sua marca autoral com peças produzidas a partir de material 100% sustentável que aprendeu com a família.

O principal estilo da produção é o streetwear ou moda de rua. As peças produzidas pela jovem vão de chapéus, bolsas, acessórios e outros. E levam como principal detalhe o patchwork, uma técnica onde um tecido é remendado ao outro.

Ela começou com o empreendimento em 2016 com pequenas produções, mas em 2018, criou a loja e marca autoral com sua assinatura e designs, com peças que levam retalhos e muitas cores e texturas.

Legado Familiar

A Fernanda Bastos é uma macapaense periférica e de origem humilde. Ela contou que por necessidade de renda extra, começou a empreender desde o ensino médio com um legado que lhe foi repassado através da família, a costura.

“Minha mãe e minha avó, são artesãs. Minha vó costurou muito para criar tantos filhos e o artesanato sempre esteve ligado na nossa família. A falta de recursos sempre foi um combustível para a criatividade de tudo que eu faço”, disse.

A jovem começou com broches e bordados ainda na escola e depois evoluiu para bolsas bordadas em jeans, e tapeçarias que sobravam do trabalho de seu pai, com vendas pela internet e para amigos próximos.

“Criei a loja Eras que era uma loja de bolsas bordadas em jeans feitas totalmente de forma manual e que eu vendia nas praças, vendia muito na Veiga, vendia pelo Instagram e aí vendia pra amigos próximos também” disse.

Ao passar dos anos ela buscou aprimorar sua produção. Fernanda é técnica em mineração, mas sempre sonhou em cursar moda já que arte e o artesanato sempre estiveram presentes em sua vida de diferentes formas.

“Sempre quis estudar moda, só que a dificuldade de não ter esse curso no estado me fez adiar muito esse sonho. Ano passado eu consegui estudar moda em Belém. Vou pra Belém todo início de semestre e todas as férias eu volto pra Macapá”, contou.

Ela destacou ainda, que mesmo com as dificuldades, sua família, amigos e namorada, sempre a incentivaram desde as vendas à clientela em Macapá até para levar a produção amapaense ao resto do Brasil.

Fernanda no pequeno ateliê para mais uma produção. Foto: Mayara Theodoro/Divulgação

Moda sustentável

Fernanda pensa em expandir o negócio cada vez mais, levando a moda tucujú ao Brasil todo. Desde o começo de suas produções, a sustentabilidade se tornou uma regra.

“Continuamos indo atrás de outras alternativas, outras formas de que aquilo que a gente faz impacte menos o meio ambiente, buscando também implementar o ‘zero waste’ dentro da nossa produção, que é como se fosse não gerar resíduos”, explicou Fernanda.

Ela destacou que além de trabalhar com a reutilização de peças, elas acabam se tornando únicas pela forma que são feitas.

“Todo design vai ser único, toda peça vai ser única, a gente não vai conseguir colocar o mesmo recorte, o mesmo retalho em duas peças diferentes. Então, essa também é uma forma de gerar exclusividade”, disse a artesã.

Concurso Nacional

A artista contou que participar da semifinal de um grande concurso é a realização de um sonho e este é o resultado de um trabalho em conjunto e que desde então, busca ser reconhecida pelo seu trabalho profissionalmente

“Eu sou muito feliz porque o norte tem um potencial imenso. Eu estou conhecendo tanta gente boa no que faz, só que não é reconhecido pelo sul e sudeste. Então eu vejo que é mais uma oportunidade da gente ser reconhecida”, disse a jovem.

Fernanda destacou que se caso passe para a final do concurso, ela e sua equipe, que são os seus amigos, já estão no preparo de um coleção regional completamente inusitada para ser reconhecida em escala nacional.

Além disso, Fernanda quer seguir estimulando a moda no Amapá, com o lançamento de bonés autorais a partir da doação de bonés que não são mais usados e em seguida, os desfiles nos concursos locais.

*Por Isadora Pereira, do G1 Amapá