Home Blog Page 7

Mico rondoni: espécie de macaco que só pode ser vista em Rondônia está em risco de extinção

0

Estado é o único do Brasil que possui uma espécie batizada com o seu nome.

Entre as mais diversas espécies de macacos no mundo, somente uma foi batizada com o nome de um Estado brasileiro: o Mico rondoni. O primata, visto apenas em Rondônia, está na lista de animais em vulnerável de extinção, de acordo com o Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (SALVE).

Além dele ser rondoniense, o Mico rondoni é uma espécie de macaco pequeno e tem como principal característica a pelagem cinza.

Registro do Mico rondoni feito no centro urbano em Porto Velh. Foto: Emily Costa/g1 Rondônia

De acordo com a professora e bióloga da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Marcela Oliveira, a espécie foi encontrada pela primeira vez entre a margem direita do rio Madeira até a margem esquerda do rio Machado, em Ji-Paraná (RO).

Segundo a bióloga, ele é um dos mais recentes primatas descoberto no mundo. A classificação ocorreu em 2010, quando foram identificados materiais genéticos e morfológicos que diferencia a espécie em relação a outras. Além disso, observou-se que o mico foi avistado exclusivamente na floresta do Estado.

“O mico é uma espécie recentemente descoberta pela ciência, foi descrito só em 2010. Antes ele era conhecido como outra espécie que só possui na região de Ji-Paraná”, destacou a pesquisadora. 

Animal vulnerável de extinção

Conforme a plataforma SALVE, desenvolvida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Mico rondoni, conhecido como Mico-de-Rondônia, é classificado como ‘animal vulnerável de extinção’, quando as melhores evidências indicam que a espécie enfrenta um alto risco de extinção na natureza, com base em critérios específicos. A classificação reflete o nível de ameaça ou conhecimento sobre a população da espécie na natureza. 
Primata, encontrado apenas em Rondônia, está na lista de animais em vulnerável de extinção. Foto: Divulgação/Ibama

Segundo a especialista, devido à sua presença em áreas predominantemente desmatadas do Estado, o mico sofre uma redução do seu espaço territorial. Por isso, é comum ser encontrado também em centros urbanos, como na capital.

O Mico rondoni exerce um importante papel na natureza, principalmente no equilíbrio ecológico ao se alimentar de insetos, como gafanhotos e formigas. Além disso, contribui para o processo de regeneração de áreas degradadas, ao jogar sementes de frutas na região, após sua alimentação. 

Como identificar? 

De acordo com o biólogo João Chaves, a principal característica do Mico rondoni é a coloração cinza de sua pelagem, que o diferencia de outros primatas. Além disso, é um macaco de pequeno porte e possui tendência a andar em bandos ou casais.

Em algumas regiões de matas preservadas, os grupos dessa espécie podem mostrar comportamento mais arriscado e territorialista, mas não representam uma ameaça.

O especialista explica que, ao entrar em contato com esses animais, é importante não oferecer frutas, sucos ou alimentos, pois essa prática pode causar riscos de transmissão de doenças, além de alterar a dieta original da espécie. 

*Por Emily Costa e Mylla Pereira, Rede Amazônica Rondônia

Omama

0

Entidade criadora de tudo, na cultura Yanomami.

Estatuetas de Omama. Foto: Gil Inoue/DM9

Apesar da cosmologia ter a possibilidade de variar de xapono para xapono (comunidades yanomami), a figura de Omama aparece sempre como o demiurgo (deus criador), na cultura yanomami.

Os membros deste povo atribuem sua própria origem a copulação de Omama com a filha do monstro aquático Tëpërësiki, dono das plantas cultivadas. “A Omama é atribuída a origem das regras da sociedade e da cultura yanomami atual, bem como a criação dos espíritos auxiliares dos pajés”, indica os Povos Indígenas do Brasil.

Nesta cultura, Omama também teria sido responsável pela criação do homem branco (napë), mas estes teriam sido levados a terras distantes e inférteis por uma grande enchente. Daí viria o interesse do napë (que pode ser traduzido como inimigo) pelas terras yanomami, férteis. 

*Com informações de Povos Indígenas do Brasil

Lula defende uso do poder da máquina pública contra garimpo ilegal em terras indígenas Yanomami

Yanomamis, em Roraima, ainda sofrem com a ação de invasores.

Um ano após a crise humanitária na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, ter vindo a tona, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta terça-feira (9), o uso de todo o poder da máquina pública contra o garimpo ilegal em terras indígenas.

Lula coordenou reunião ministerial, no Palácio do Planalto, para discutir a situação atual do povo Yanomami, que ainda sofre com a ação de invasores na terra indígena.

“A gente vai decidir tratar a questão de Roraima, a questão indígena e a questão dos yanomami, como uma questão de Estado. Nós vamos ter que fazer um esforço ainda maior, utilizar todo o poder que a máquina pública pode ter. Porque não é possível que a gente possa perder uma guerra para o garimpo ilegal, para madeireiro ilegal, para pessoas que estão fazendo coisa contra o que a lei determina”,

afirmou.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Novas ações 

No dia 21 de dezembro de 2023, a Justiça Federal de Roraima determinou a criação de um novo cronograma de ações contra o garimpo ilegal na Terra Indígena (TI) Yanomami. Na decisão, são citados a União, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF). Segundo o órgão, persiste a permanência de invasores no território, “o que afeta a segurança, a saúde e a vida dos povos indígenas”.

No dia 23 de dezembro, o presidente Lula convocou reunião ministerial, semelhante à desta terça-feira, e determinou que os órgãos federais reforçassem as medidas de proteção ao povo indígena yanomami, além de combaterem o garimpo ilegal em Roraima e no Amazonas. Nos encontros, foram feitos balanços das medidas implementadas na região em 2023 e o planejamento das próximas ações.

“Nós temos territórios indígenas demarcados, nós temos que cuidar deles com muito carinho, e essa reunião aqui é para definir, de uma vez por todas, o que o nosso governo vai fazer para evitar que os indígenas brasileiros continuem sendo vítima de massacre, do vandalismo, da garimpagem e das pessoas que querem invadir as áreas que estão preservadas e que têm dono, que são os indígenas e que não podem ser utilizadas”, disse o presidente Lula.

Após tomar posse, ainda em janeiro de 2023, Lula visitou a Terra Indígena Yanomami, em Roraima, e viu de perto a crise sanitária que atinge os indígenas, vítimas de desnutrição e outras doenças. A TI é a maior do país, em extensão territorial, e sofre com a invasão e violência de garimpeiros e com a contaminação da terra e da água pelo mercúrio utilizado no garimpo.

No balanço das ações realizadas no ano passado, o governo cita medidas para combater a situação sanitária e nutricional grave da população e os crimes ambientais.

A Polícia Federal deflagrou 13 operações, 114 mandados de busca e apreensão, 175 prisões em flagrante e apreendeu bens no valor de R$ 589 milhões. Ainda há 387 investigações em andamento. Além disso, foi feito o controle do espaço aéreo da TI Yanomami, para combater voos clandestinos e o suprimento aos garimpos. 

Denúncias 

Embora entidades indígenas e órgãos como o MPF já denunciem a falta de assistência a essas comunidades há muito tempo, com a posse do presidente Lula o governo federal passou a implementar medidas para socorrer os yanomami.

Segundo o MPF, a retirada dos garimpeiros foi determinada pela Justiça no âmbito de ação civil pública ajuizada contra os órgãos federais, em 2020. O objetivo era garantir a edição e a implantação de plano emergencial de ações de monitoramento territorial efetivo na terra indígena.

“A medida deveria viabilizar o combate a ilícitos ambientais e a retirada de infratores. No entanto, os esforços empreendidos pelos órgãos federais até o momento se mostraram ineficazes”, 

alertou o órgão.

No recente requerimento à Justiça, o MPF destaca que os “resultados promissores” das operações governamentais realizadas no território, no início de 2023, não conseguiram evitar a reocupação de áreas pelo garimpo. Tais ações, segundo o órgão, geraram resultados positivos até o início do segundo semestre, quando houve um retrocesso mediante o retorno de não indígenas para atividades ilícitas de exploração mineral, sobretudo em áreas já desmatadas.

“Há diversos relatos de aliciamento, prostituição, incentivo ao consumo de drogas e de bebidas alcoólicas e até estupro de indígenas por parte dos garimpeiros”, denuncia o Ministério Público.

Participaram da reunião o vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; da Defesa, José Mucio; do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellignton Dias; da Saúde, Nísia Trindade; da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck; do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio de Almeida; dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; da Secretaria-Geral, Márcio Macedo; da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta; e da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias.

Também estiveram presentes no encontro o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante de esquadra Renato de Aguiar Freire; o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues; a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana; a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior; e o diretor da Amazônia e Meio Ambiente da PF, Humberto Freire de Barros.

Brasil encerra 2023 com redução do desmatamento em 22%

De acordo com Paulo Artaxo, uma das grandes conquistas do ano foi a proteção dos povos originários, o que resultou na criação de um Ministério próprio.

Um fato é consenso entre os especialistas em meio ambiente: não existe discussão sobre mudanças climáticas que não envolva o Brasil, até porque o País pode sofrer grandes impactos ou oferecer grandes soluções para o clima em função da geografia, da disponibilidade de água e da Amazônia

O Brasil chega ao final de 2023 com a moral renovada, com a redução do desmatamento em 22% e a previsão de nova queda de emissão de gases no novo ano. O professor Paulo Artaxo, do Instituto de Física, coordenador do Centro de Estudos Amazônia Sustentável, especialista em meio ambiente e mudanças climáticas, explica alguns desses avanços em 2023.

Entre as emissões de gases do efeito estufa no Brasil, o desmatamento da Amazônia corresponde a 51%, um tema que, no Congresso nacional, encontra como entrave a bancada do agronegócio. Recursos do Fundo Amazônia vão ser usados para combater o crime organizado na região. O garimpo ilegal, que polui e contamina rios e peixes, é outro ponto negativo que está sendo combatido. Uma das grandes conquistas do ano de 2023 em relação ao meio ambiente, segundo Artaxo, foi a proteção dos povos originários, com a criação de um Ministério próprio.

O desmatamento da Amazônia corresponde a 51% das emissões de gás do efeito estufa no Brasil – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) mostra que a destruição dos biomas brasileiros, classificados no relatório como “mudanças de uso da terra”, é a maior responsável pela liberação dos gases que aceleram as mudanças climáticas, tendo sido responsável, em 2022, por 48% do total, ou seja, pela emissão de mais de 1 bilhão de toneladas brutas de gás carbônico equivalente (CO2e). A questão energética ainda é um dos pontos negativos do atual governo, pois, apesar do grande potencial para o uso de energia eólica e solar, o País ainda é dependente do uso de petróleo. 

Expectativas para 2024 

A expectativa para 2024 é manter o que está sendo feito e melhorar o que foi esquecido, como, por exemplo, a eletrificação da frota de transportes nas grandes cidades. A medida deve melhorar sobremaneira a condição de vida nas metrópoles. 

Estima-se que a temperatura no Brasil, um país tropical e continental, deva aumentar em torno de 4° a 4, 5°, o que deve trazer impactos negativos para os ecossistemas, para as atividades econômicas e, claro, para a população.

Os eventos climáticos explodiram no ano de 2023 e cabe ao governo acender o alerta vermelho e enfrentar as dificuldades que estão por vir. A mudança climática, em função do aquecimento global, exige novas estruturas políticas para a redução de emissões de gases. 

No ranking global, o Brasil aparece em 6º lugar como poluidor do clima, com cerca de 3% das emissões totais. As primeiras posições são ocupadas por China, Estados Unidos, Índia, Rússia e Indonésia, segundo dados mais recentes compilados pela iniciativa Climate Watch do World Resources Institute (WRI). 

*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Jornal da USP, escrito por Sandra Capomaccio

Ossadas e peças arqueológicas são encontradas por construtora em obra no Maranhão

0

Mais de 100 mil peças arqueológicas, como fragmentos de cerâmica, ferramentas de pedra, conchas e carvão também foram encontrados. Material pode ter mais de dez mil anos.

Durante obra do programa ‘Minha casa, Minha Vida’ na capital maranhense, São Luís, foram descobertas 43 ossadas humanas e mais de 100 mil peças arqueológicas, como fragmentos de cerâmica, ferramentas de pedra, conchas e carvão. Os itens foram localizados durante a construção de um condomínio de prédios residenciais pela empresa MRV, no Sítio Arqueológico Chácara Rosane, no bairro Vicente Fialho.

O ministro das Cidades, Jader Filho, descreveu o achado como um “fato incrível”. Perto das obras do MCMV em São Luís (MA), técnicos da construtora, junto do Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional], descobriram em escavações de uma área delimitada material raríssimo que remonta a mais de 5 mil anos. São ossadas e mais de 100 mil peças arqueológicas”, divulgou nesta segunda-feira (8) o ministro em rede social.

Foto: Reprodução/Jader Filho – X

Pesquisas prévias realizadas na década de 1970 pelo pesquisador Olavo Lima, embora apontassem para a existência de um sítio, não revelavam sua magnitude, pois foram escavações pontuais em locais distintos do atual. As primeiras peças foram encontradas em um sambaqui, que é um sítio arqueológico litorâneo, formado principalmente de conchas de moluscos e outros restos alimentares como sementes, ossos de animais de pequeno porte e sedimentos, ainda durante a fase de licenciamento ambiental da obra, em 2019.

Análises estão em curso para definir a idade dos materiais encontrados, mas datações preliminares de sedimentos próximos indicam que eles variam entre cerca de 9 mil e 10 mil anos atrás.

Pesquisas prévias em outros sambaquis da ilha de São Luís indicam que possivelmente as peças foram construídas por povos catadores coletores que habitaram o local há mais de seis mil anos. 

“O material será estudado para melhor compreensão de sua origem, inclusive ajudando na história de povos originários”,

completou.

Desmatamento desenfreado ameaça nascentes do Parque Indígena do Xingu

No Parque Indígena do Xingu, rios e lagos são artérias naturais que sustentam a vida de animais e povos originários, servindo como base para alimentação, banho, interações sociais e refúgio em tempos de seca.

Ainda antes do nascer do sol, ao longo das praias dos rios e lagos do Xingu, surge no horizonte uma sequência de fogueiras para aquecer os corpos nus recém-saídos da água. À medida que a luz clareia o dia, levanta-se uma bruma que dilui o movimento de vultos num vai e vem que irá durar o dia inteiro.

No Parque Indígena do Xingu, rios e lagos são o jardim de infância das crianças. Grupos de mulheres carregam as crianças menores para várias sessões de banhos, iniciando-as desde pequenas nas artes de ser peixe. Treinos de futebol acontecem na praia. Jovens e velhos banham-se ao longo do dia e é sempre um momento propício para encontros e troca de ideias. Ao cair da tarde, barcos de pescadores saem em busca do alimento.

Foto: Ricardo Teles/Mongabay

Os rios que cortam o parque, como o próprio Xingu e seus afluentes, são verdadeiras artérias naturais que sustentam a vida de inúmeras espécies animais, incluindo a espécie humana. As lagoas também desempenham um papel crucial: servem como pontos de encontro e oferecem oportunidades para alimentação, descanso e interação social. Além disso, as lagoas são essenciais para o fornecimento de água em épocas de seca, agindo como refúgios para a fauna silvestre e os indígenas durante os períodos mais áridos do ano. 

Essa riqueza, porém, está em risco. Segundo o cacique Tapi Yawalapiti, uma das principais lideranças do território do Xingu, há um desmatamento criminoso e desenfreado ocorrendo no entorno do parque, bem onde se encontram as nascentes dos rios. Os três últimos anos têm sido particularmente graves: muitas vezes, a fumaça das queimadas fazia os dias virarem noite nas aldeias, causado mal-estar nos indígenas.

As mesmas lavouras que causam o desmatamento também fazem uso indiscriminado de agrotóxicos, terminando por envenenar rios e animais. Além disso, segundo Tapi, as mudanças climáticas têm causado a diminuição do volume de água em diversos rios, fazendo com que alguns deixem de existir no período de estiagem, entre maio e setembro. A falta de água vem ameaçando inclusive mais importante ritual do Xingu, o Quarup.

A preservação das águas desse território é essencial não apenas para o bem-estar das espécies locais, mas também para o equilíbrio do clima e a manutenção do ciclo hidrológico. O Parque Indígena do Xingu desempenha um papel crítico na retenção da água, atuando como uma esponja natural que armazena e libera lentamente o recurso natural para as regiões circundantes, evitando enchentes e secas extremas.

No ensaio fotográfico a seguir, Ricardo Teles mostra um pouco dessa relação íntima que os povos do Xingu desenvolveram com águas que banham seu território. 

Os primeiros raios de sol na Lagoa Ipawu, na aldeia Kamayurá, Alto Xingu. Foto: Ricardo Teles/Mongabay

AA Lagoa Ipawu, às margens da aldeia Kamayurá, é fonte de alimento e mito da criação da comunidade. Foto: Ricardo Teles/Mongabay

Aldeia Afukuri, do povo Kuikuro. Foto: Ricardo Teles/Mongabay

Criança brinca na Lagoa Ipawu, na aldeia Kamayurá. Foto: Ricardo Teles/Mongabay

Fotografia da festa do Kuarup na comunidade Afukury Kuikuro do Alto Xingu.Foto: Ricardo Teles/Mongabay

Lagoa Ipawu, aldeia Kamayurá. Foto: Ricardo Teles/Mongabay

Pescaria na Lagoa Iananpaú que antecede a festa do Quarup em comunidade Kamayurá. Foto: Ricardo Teles/Mongabay

Cheia do rio Rio Tuawaturi, no Posto Leonardo, Alto Xingu. Foto: Ricardo Teles/Mongabay

Menino Kamayurá no Lago Ipawu. Foto: Ricardo Teles/Mongabay

Pescaria na Lagoa Iananpaú que antecede a festa do Quarup na comunidade Kamayurá. A finalidade da pesca é para alimentar os convidados durante a grande celebração. Foto: Ricardo Teles/Mongabay

Rio Tuawaturi, Posto Leonardo, Alto Xingu. Foto: Ricardo Teles/Mongabay

Pescaria na Lagoa Iananpaú que antecede a festa do Quarup em comunidade Kamayurá. Foto: Ricardo Teles/Mongabay

Meninos treinam a uka uka desde pequenos, luta que acontece durante as celebrações do Quarup. Lagoa Ipawu, aldeia Kamayurá. Foto: Ricardo Teles/Mongabay

Lagoa Ipawu, aldeia Kamayurá. Foto: Ricardo Teles/Mongabay

Crianças se divertem nas águas da Lagoa Ipawu. Foto: Ricardo Teles/Mongabay

Pescaria na Lagoa Iananpaú que antecede a festa do Quarup em comunidade Kamayurá. Foto: Ricardo Teles/Mongabay

Desde as primeiras horas do dia, é grande o movimento de pessoas a Lagoa Ipawu, na aldeia Kamayurá. Foto: Ricardo Teles/Mongabay

Menina junto com seu animal de estimação, um macaco-aranha, observa a fumaça de queimadas no horizonte. Foto: Ricardo Teles/Mongabay

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Mongabay, escrito e fotografado por Ricardo Teles.

Galo-das-rochas-peruano: conheça a encantadora ave nacional do Peru

Considerada uma das espécies de ave mais bonitas do mundo, a crista da ave é o que lhe rende o apelido de ‘galo’.

Félix Uribe from Rionegro, Antioquia, Colombia, CC BY-SA 2.0 , via Wikimedia Commons

O galo-das-rochas-peruano, também conhecido como galo-da-serra-andino, é considerado um animal de beleza ímpar, mesmo diante de tantas espécies que tem a floresta amazônica como habitat natural. Essa exuberância surge por conta da coloração de sua plumagem, que varia entre intensidades de vermelho e preto, e de sua impressionante “crina”, o que lhe rende o apelido de “galo”.

Assim, a notoriedade desta ave não passa despercebida, sendo considerada a ave nacional do Peru, justamente por conta de suas características únicas. Estes fatores, somados ao fato de que esta espécie costuma viver em regiões de grande altitude, e em cavernas rochosas, atraem a atenção de diversos observadores de pássaros e ornitólogos (pesquisadores de aves).

Segundo informações presentes no livro ‘Enciclopédia da vida selvagem‘, de Maurice Burton e Robert Burton, essa característica do animal está mais associada aos indivíduos do sexo masculino, que possuem traços mais marcantes para atraírem fêmeas, realizando ‘cortejos’ e demonstrações de força – conhecidos como ‘lek’.

Foto: Bill Bounton/ Imagem cortada e comprimida da versão original

Diferente dos machos, as fêmeas desta espécie costumam ter coloração amarronzada e asas escuras. À diferença externa entre membros de uma mesma espécie se dá o nome dimorfismo sexual, segundo informações Instituto Nacional da Mata Atlântica.

Durante as “apresentações” das espécies masculinas, segundo o livro, “estas espécies são tão incomuns aos olhos humanos que a primeira vista chega a ser difícil acreditar que realmente sejam pássaros”.

As atividades destes pássaros também são divididas conforme o gênero. Enquanto o macho se concentra nas atividades de ‘lek’ e na proteção territorial, as fêmeas são responsáveis pelas atividades nas áreas montanhosas escolhidas para a construção dos ninhos.

“Primo” brasileiro 


O gênero dos galos-da-serra-andino (Rupicola peruvianus) têm apenas outra espécie conhecida, o galo-de-serra-do-pará (Rupicola rupicola). O primeiro é encontrado nos Andes, do sul da Venezuela até a Bolívia, enquanto o segundo ocupa o leste dos Andes e o norte do Rio Amazonas. 

Saiba mais sobre o galo-da-serra-do-pará:

*Estagiário sob supervisão de Clarissa Bacellar

Índices de redução de desmatamento na Amazônia são liderados pelo Pará

Dados do Inpe apontam redução equivalente a 35,3% de toda a região no período de agosto a dezembro de 2023.

O Pará reduziu em 1,009 km² os alertas de desmatamento entre agosto e dezembro de 2023, uma queda de 53% em comparação ao período anterior. De acordo com os dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), esta é a maior redução de desmatamento em toda a Amazônia Legal neste período. A queda nos alertas de desmatamento no Pará equivale a 35,3% de toda a região.

Nos cinco meses iniciais do ano Prodes 2024, que vai de 1º agosto de 2023 a 31 de julho de 2024, o Pará apresentou 890 km² de áreas recobertas por alertas de desmatamento, uma redução de 1,009 km² frente aos 1.899 km² de alertas registrados nos cinco primeiros meses do ano Prodes 2023 (agosto a dezembro de 2022).

O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) gera taxas anuais de desmatamento dentro de um período que vai de agosto de um ano a julho do ano seguinte. Em 2023, o Pará alcançou queda no desmatamento ilegal tanto nos registros do Prodes quanto nos índices do Deter, outro sistema utilizado pelo Inpe.

Foto: Rodrigo Pinheiro/Agência Pará

No índice acumulado de janeiro a dezembro de 2023 (ano civil), o Pará diminuiu em 46% o desmatamento. Neste período, o Estado apresentou 1.905 km² de área recoberta por alertas de desmatamento, uma redução de 1.604 km² em relação ao mesmo período do ano de 2022, quando a área foi de 3.509 km².

De acordo com o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida, a manutenção na redução do desmatamento no Pará é fruto da integração entre ações de combate direto aos crimes ambientais e políticas como regularização ambiental rural, fomento aos produtores rurais, rastreabilidade da cadeia produtiva, e de desenvolvimento da bioeconomia no Estado.

“O Pará constrói desde 2019 uma política ambiental que vem sendo solidificada em um arcabouço legal e executada em diversas frentes com base na integração de ação por parte dos órgãos estaduais. São ações preconizadas pelo Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), direcionadas para fiscalização e monitoramento ambientais, ordenamento territorial, fundiário e ambiental, desenvolvimento socioeconômico baseado em atividades de baixas emissões de gases de efeito estufa, além de financiamento de longo alcance”, 

afirma o secretário.

“Esta constante redução nos índices de desmatamento no Estado mostra a eficiência do planejamento adotado pelo Governo”, completa Mauro O’ de Almeida.

O Pará possui metas de redução de no mínimo 37% das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), provenientes da conversão de florestas e do uso da terra até 2030, e 43% até 2035.

Redução dos alertas em 2023 

Em 2023, o Estado também registrou reduções consecutivas, mês a mês, nos alertas de desmatamento, com destaque para agosto e setembro, quando a redução alcançou índices de 70% e 41%, respectivamente. Os dados do Deter/Inpe revelam que em dezembro os alertas saíram de 110 km² de área desmatada em 2022 para 97 km² em 2023, uma diminuição de 13 km² que equivale a 12% de redução.

A média de desmatamento anual em 2023 chega a um valor aproximado de 159 km² por mês, 46% menor que a média do ano anterior, que foi de 292 km².

Na análise trimestral, o Estado do Pará apresentou o seu melhor resultado no 3° trimestre de 2023 (julho-agosto-setembro), quando a redução em relação a 2022 chegou a 56%, o que corresponde a uma queda de 957 km² na área coberta por alertas de desmatamento. O Estado manteve o mesmo índice no 1° trimestre (janeiro-fevereiro-março) de 2023 em comparação com 2022. 

No 2° semestre (abril-maio-junho), a redução em 2023 em relação a 2022 foi de 38%, que equivale a uma área de 361 km². No 4° semestre do ano passado (outubro-novembro-dezembro) houve redução percentual de 41%, o que em área equivale a 287 km².

Decreto de emergência ambiental

O desmatamento ilegal foi reduzido em 47,30% nos 15 municípios do Pará relacionados no Decreto Estadual nº 2.887, de 7 de fevereiro de 2023, que declara “Estado de Emergência Ambiental nos municípios de Altamira, Anapu, São Félix do Xingu, Pacajá, Novo Progresso, Itaituba, Portel, Senador José Porfírio, Novo Repartimento, Uruará, Rurópolis, Placas, Trairão, Jacareacanga e Medicilândia”.

No mês de dezembro de 2023, a área recoberta por alertas de desmatamento nesses municípios foi de 31,38 km², uma redução em área absoluta de 28,17 km², o que equivale a uma queda em 47,30% em relação ao mesmo período de 2022, quando a área foi de 59,55 km².

A maior redução em área ocorreu no município de Altamira, com 5,69 km² de queda em relação a dezembro de 2022. Em seguida, Medicilândia e Portel, com 5,40 e 5,28 km², respectivamente. Em 2022, estes 15 municípios foram responsáveis por 59,55% do desmatamento registrado no Estado do Pará em dezembro, que foi de 110 km². Em 2023, a contribuição deles no mesmo período foi de 31,38%, e o desmatamento no Estado foi de 97 km².

Portal Amazônia responde: qual o maior peixe da Amazônia?

Se pensou no pirarucu, está correto! Ele é também o maior peixe de água doce do mundo, chega a pesar 200 quilos e medir mais de três metros.

O maior peixe da Amazônia é também um dos maiores de água doce do planeta: o pirarucu. Ele impressiona tanto pelo seu tamanho quanto pelo seu significado às populações originárias e ribeirinhas – sendo fonte de inspiração para histórias e lendas.

Seu nome têm origem tupi, sendo a combinação de dois termos: pira, que significa “peixe”; e urucum que se traduz para “vermelho”. Esta nomenclatura foi dada graças a coloração avermelhada presente nas escamas de sua cauda, durante a época de reprodução.

Afinal, qual o tamanho destes gigantes da água doce? 

Apelidado de ‘Gigante da Amazônia’ ou ‘Gigante Pré-histórico’, o pirarucu é um dos maiores peixes de água doce do planeta. Foto: Reprodução/Smithsonian

Segundo informações da Embrapa este peixe chega até 3 metros de comprimento e 200 quilos, o que o torna uma das maiores espécies de água doce do mundo. Os pirarucus podem ser considerados animais pré-históricos, já que estão na Terra há cerca de 200 milhões de anos, o que lhes rende o apelido de ‘gigantes pre-históricos’.


Devido ao seu tamanho, o pirarucu é um animal de topo de cadeia alimentar, ou seja, ele não costuma ter predadores naturais e se alimenta de outros peixes menores, como o pacu e a sardinha, além de consumir vermes, insetos, frutas, répteis e até mesmo aves aquáticas. 
Sua influência é tamanha que pode se tornar um risco para a biodiversidade de locais onde está inserido, diminuindo a abundância das espécies predadas. 

No entanto, este é um dos peixes favoritos dos pescadores amazônidas, por uma série de fatores. Primeiramente, são reconhecidos pela culinária local, com inúmeros pratos sendo feitos a partir da carne de pirarucu. Outro fator importante é o fato de serem peixes pulmonados, que precisam ir até a superfície para respirar, momento em que ficam mais vulneráveis para a pesca.

*Estagiário sob supervisão de Clarissa Bacellar


Selo passa a ser utilizado para identificar origem de produtos indígenas

0

Segundo o MDA, tanto o produtor individual quanto a associação, cooperativa e empresa que produza principalmente com matéria-prima de origem indígena poderá usar o selo, desde que a comunidade concorde com a identificação.

O Selo Indígenas do Brasil para identificação de origem de produtos da agricultura familiar, extrativistas e artesanal já pode ser aplicado desde esta sexta-feira (5). A certificação, que identificará origem étnica e territorial, foi instituída em portaria publicada hoje no Diário Oficial da União.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), tanto o produtor individual quanto a associação, cooperativa e empresa que produza principalmente com matéria-prima de origem indígena poderá usar o selo, desde que a comunidade concorde com a identificação.

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Para solicitar o selo é necessário identificar a terra indígena, aldeia, etnia e nomes dos produtores, além de apresentar declaração de respeito às legislações ambientais e indigenistas, com requerimento, ata de reunião para anuência da comunidade, que deverão ser apresentadas à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Todos esses documentos, a proposta de obtenção do selo e declaração da Funai, devem ser encaminhadas ao MDA. Em caso de empresa, associação ou cooperativa são necessários outros documentos como cópia do CNPJ e declaração dos produtores.

O uso do Selo Indígenas do Brasil tem validade por cinco anos e pode ser renovado com antecedência de seis meses do fim do prazo, com a apresentação da mesma documentação.

A identificação é articulada com a concessão do Selo Nacional da Agricultura Familiar. Após avaliação e publicação da permissão no Diário Oficial da União, os produtores indígenas poderão usar os dois selos juntos, ou apena um.

A lista dos autorizados ficará disponível nos sites do MDA e da Funai. Também poderá ser consultada nas coordenações regionais da fundação. Serão ainda disponibilizados manuais sobre como reproduzir os selos nos produtos, propagandas e materiais de divulgação.