O processo de independência passou longe de ser pacífico. Insatisfeitas, algumas províncias se rebelaram contra o processo, mantendo lealdade à Portugal.
O dia 7 de setembro é marcado como o dia da declaração de Independência do Brasil, um processo iniciado a partir da Revolução Liberal do Porto, que levou ao rompimento entre Brasil e Portugal em 1822. “Independência ou morte”, gritou D. Pedro I às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo. E com a independência do Brasil declarada, o país transformou-se em uma monarquia, uma vez que ocorreu a coroação de D. Pedro I como imperador.
Mas ainda ocorreram conflitos após a declaração de independência e, entre eles, dois em Estados que compõem, 200 anos depois, a atual Amazônia Legal: Pará e Maranhão.
Isso porque, relembrando um pouco da história, o processo de independência passou longe de ser pacífico. Insatisfeitos, esses Estados – além da Bahia e da antiga Cisplatina (hoje Uruguai) -, rebelaram-se contra o processo, mantendo lealdade à Portugal, por serem as regiões com maior concentração de tropas portuguesas .
Oposição
Vamos voltar um pouquinho mais na história: Em 1807, o exército francês invadiu o Reino de Portugal, que se recusava a participar do bloqueio continental contra o Reino Unido. Incapaz de resistir ao ataque, a família real e o governo português fugiram para o Brasil, que era então a mais rica e desenvolvida das colônias portuguesas.
O governo de D. João VI, entre 1808 e 1822, foi marcado por medidas que concediam privilégios e direitos aos súditos brasileiros. Mas isso preocupou Portugal, cujos representantes políticos exigiram o retorno do rei às terras lusitanas.
Com a revolução liberal em Portugal já em 1820, a família real foi forçada a retornar a Lisboa e D. João nomeou Pedro de Alcântara de Bragança, seu filho mais velho, como Príncipe Regente do Brasil (1821).
Em 12 de outubro de 1822, após a declaração da independência, o príncipe foi aclamado D. Pedro I, Imperador do Brasil, sendo coroado e consagrado em 1º de dezembro de 1822, e o país passou a ser conhecido como o Império do Brasil.
Assim, enquanto o movimento separatista ocorria, tropas de algumas províncias ainda demonstravam fidelidade ao governo lusitano. As regiões com maior concentração de tropas portuguesas (Cisplatina, Bahia, Piauí, Maranhão e Pará) ainda consideravam o Brasil parte integrante de Portugal e viam os agora “líderes” brasileiros como rebeldes e traidores.
Na região do então ‘Grão-Pará’, a resistência ocasionou a morte de cerca de 1300 pessoas. E nas províncias do Maranhão também ocorreram tentativas de resistência pelo mesmo motivo.
Depois de muitos esforços, em 1823 o Pará era a única província que ainda não tinha aderido à Independência do Brasil. Por conta disso, o Imperador enviou um comandante de fragata inglês, John Grenfill, contratado para criar a Marinha na região. Ele foi designado com a missão de trabalhar o movimento para incorporar o Pará ao Brasil.
De acordo com Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), a consagração da Adesão ocorreu após uma assembleia no Palácio Lauro Sodré, sede da Colônia Portuguesa à época, local em que no dia 15 de agosto de 1823 o documento de Adesão do Pará foi assinado, rompendo de vez com Portugal.
Somente após três anos de conflito armado, Portugal finalmente reconheceu a independência do Brasil, e em 29 de agosto de 1825 foi assinado o Tratado de Amizade e Aliança entre as duas nações.