Irreconhecível: veja como está o Ariaú Amazon Towers, famoso hotel de selva da Amazônia

Inaugurado em 1986, o Ariaú Amazon Towers fechou suas portas em 2015 devido a dívidas milionárias e, com a ação do tempo, até suas ruínas tem desaparecido.

Considerado o primeiro e maior hotel de selva da Floresta Amazônica, o Ariaú Amazon Towers foi criado pelo empresário Ritta Bernardino, inaugurado na década de 1980. Localizado no município de Iranduba, às margens do Rio Ariaú, afluente do Rio Negro, na região noroeste da cidade de Manaus, no Amazonas, o hotel de selva foi idealizado em 1982 e inaugurado em 1986, com a primeira torre.

Ao todo o complexo possuía 288 quartos distribuídos em várias torres que se interligavam através de extensas passarelas de madeira, que chegavam a até 8 km de extensão. As passarelas eram apoiadas pelas chamadas palafitas, um sistema de construção que tem como objetivo erguer casas e edificações acima da água, para evitar que a mesma alague. Por conta disso, algumas das passarelas poderiam chegar a até 40 metros de altura. A estrutura tinha 66 hectares de área total e também contava com piscinas, auditório panorâmico, bares temáticos e restaurantes.

Veja tambémRelembre personalidades que se hospedaram no Ariaú Amazon Tower

O hotel ficou muito famoso principalmente na década de 90, quando hospedou o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, o oceanógrafo francês Jacques Cousteau, o bilionário Bill Gates e atores como Jennifer Lopez e Kevin Costner. Também hospedou a Rainha Sofia da Espanha, entre muitas outras celebridades. O hotel chegou a cobrar US$ 3 mil por diária.

Foto: Divulgação/Ariau Amazon Towers

Devido a uma dívida milionária com a Petrobras Distribuidora o hotel encerrou as atividades em 2015. De acordo com a assessoria na época, a ação se tratava da cobrança de dívida no valor aproximado de R$ 1,5 milhão, uma espécie de reembolso de valores referentes ao Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

A Petrobras alegava que o montante foi indevidamente descontado de notas fiscais de fornecimento de combustíveis (gasolina C, óleo diesel) e lubrificantes, no período de 2002 a 2004.

Além disso, o hotel acumulou 150 processos trabalhistas no Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT 11). Alguns dos processos condenaram o hotel por descumprimento de obrigações trabalhistas com os funcionários.

Em 2015, o hotel acabou fechando as portas e a 2ª Vara da Comarca de Iranduba determinou o leilão do estabelecimento para quitar dívidas com o fisco municipal e estadual.

Com valor inicial de R$ 26 milhões, o hotel não conseguiu ser leiloado, caindo o valor para R$ 13 milhões. Um segundo leilão foi feito em 2016, mas também acabou sem a venda da propriedade.

Foto: Luana Santos/Acervo g1 Amazonas

Somente em junho de 2022, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) decretou a falência da empresa River Jungle Hotel Ltda, proferida pela juíza Aline Kelly Ribeiro Marcovicz Lins, da 1.ª Vara da Comarca de Iranduba, com base no Decreto-Lei n.º 7.661/45 e artigos da Lei n.º 11.101/05, na terça-feira (31).

A decisão decidiu que a empresa apresentasse lista de credores, bloqueio de bens e lacração do estabelecimento para preservar o patrimônio que ainda existe.

Em janeiro de 2022, uma matéria realizada pelo G1 Amazonas, do Grupo Rede Amazônica, mostrou de perto como estavam, até então, as ruínas do hotel.

O fotógrafo amazonense Tadeu Rocha visitou recentemente o local e registrou como estão as ruínas. O Portal Amazônia entrou em contato com o fotógrafo que disponibilizou as imagens. Os registros foram divulgados em sua rede social. Confira:

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