Foto: Clarissa Bacellar/Portal Amazônia
Atualmente é impossível pensar em desenvolvimento sem o relacionar às questões de sustentabilidade, conectividade e tecnologia. Mas a chamada transição digital verde tem levantado debates sobre como os financiamentos e investimentos no desenvolvimento tecnológico devem estar associados ao bem-estar socioambiental.
O tema é um dos destaques da segunda edição do Amazon On, evento realizado nesta quinta-feira (21), em Manaus (AM), que reúne grandes nomes nacionais e internacionais para refletir e debater o que tem sido feito para melhorar o desenvolvimento da Amazônia.
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O Painel 5, intitulado ‘O financiamento da transição digital verde’, contou com a participação de: Francisco Sampaio, sócio na Veirano Advogados; Hajime Sakamoto, primeiro secretário da Embaixada do Japão; Luis Guillermo Alarcón Lopez, especialista Líder em Telecomunicações no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); Tiago de Souza Cardoso, representante da Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Pará (Prodepa); Márcio Lino, sócio fundador da Colin Consultoria; e Leandro Costa, presidente da Agência Estadual de Tecnologia da Informação do Maranhão (ATI-MA).
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Hajime Sakamoto, primeiro secretário da Embaixada do Japão, abriu o painel explicando como o país asiático enxerga a região amazônica como estratégica desde o processo de imigração e tem, desde então, acompanhado as transições da região, tendo em vista que a transformação digital precisa ser segura para ser realmente benéfica à uma região gigante como é a Amazônia Legal.

Mas a transição digital precisa de reforço
O grupo de especialistas projetou informações sobre casos de sucesso e exemplos de investimentos e apostas que tem relevado quão complexas são as aplicações na região amazônica, mas que são possíveis.
Um dos pontos abordados foi o investimento feito para minimizar os gaps digitais na Amazônia Legal, levando-se em consideração as dificuldades de cobertura e qualidade de internet na região. “A extensão é tão grande que se torna um desafio”, lembra Luis Guillermo Alarcón Lopez, do BID.
Segundo ele, destacar essa característica é fundamental para direcionar investimentos de forma mais eficaz e objetiva, elencando prioridades. Entre os investimentos realizados pelos estados da região, exemplificou, estão os cabos submarinos e projetos de wi-fi público.
Tiago de Souza Cardoso, da Prodepa, reforçou que o alcance tecnológico da conectividade é um dos pontos que precisam de atenção em toda região amazônica, sendo necessário investir em políticas públicas que levem a conexão, por exemplo, à regiões pensando em quilombolas, ribeirinhos e povos tradicionais.
“O NavegaPará, programa do governo, notou que uma das principais dificuldades era chegar em um município e a população não ter ainda o letramento digital e não conseguir aproveitar os serviços”, comentou, ao citar as dificuldades de conectividade em locais de acesso mais difíceis e como o programa visa na criação de projetos com base em demandas identificadas no contato direto com as comunidades.
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Boas ações que dão certo fora do âmbito local podem, sim, ser usadas como referências e aplicadas na Amazônia Legal, salientou Leandro Costa, presidente da Agência Estadual de Tecnologia da Informação do Maranhão (ATI-MA). “A mudança da estrutura organizacional é um desafio, mas um caminho natural. […] O Maranhão está se reposicionando especificamente olhando esses indicadores que temos”, disse, citando indicadores como a geração de emprego, o uso da tecnologia e projetos que invistam no avanço do desenvolvimento local.
Em consenso, os convidados do painel concordaram que a transição digital verde se torna um fator essencial de investimento e que precisa ter um olhar de “urgência” para acelerar a integração social e o desenvolvimento econômico respeitando os indicadores ambientais.
O Amazon On segue nesta quinta-feira (21) até as 19h no Centro de Convenções do Amazonas – Vasco Vasques. Veja a programação completa AQUI.
