Pirarucu chama a atenção de internautas em pôster de filme da Disney

live action da animação ‘A Pequena Sereia’ tem movimentado a internet desde a divulgação inicial, mas agora um detalhe inusitado chamou a atenção de internautas amazonenses nas redes sociais.

O lançamento do filme live action ‘A Pequena Sereia‘ é um dos mais aguardados do ano por fãs da Disney. A adaptação é realizada a partir da clássica animação lançada no dia 15 de dezembro de 1989.

A história conta a vida da sereia Ariel, sua curiosidade em conhecer o ‘mundo humano’, mas que é proibida por seu pai, o Rei Tritão, comandante dos sete mares, pois ele considera os humanos como “bárbaros comedores de peixe”. Mas, após salvar um príncipe de um naufrágio, Ariel se apaixona e firma um pacto com uma bruxa para virar humana. 

Há quem já conheça o final dessa história. A nova versão é dirigida por Rob Marshall e estrelado pela cantora e atriz Halle Bailey, como Ariel. A estreia está marcada para o dia 26 de maio e teve o primeiro trailer completo divulgado durante a cerimônia do Oscar 2023, realizado no último domingo (12).

O live action da animação tem movimentado a internet desde a divulgação inicial, mas agora um detalhe inusitado chamou a atenção de internautas amazonenses nas redes sociais. pôster do filme foi apresentado para o público no último dia 8 de março e mostra os visuais do quarteto principal. Até aí, tudo bem. Mas entre a variedade de peixes presentes no pôster, ilustrando o fundo do mar, é possível encontrar um pirarucu. Isso mesmo! Um peixe amazônico aparece na divulgação do filme. 

Foto: Divulgação / Walt Disney

A situação ganhou debate após um usuário da rede social Twitter comentar sobre a presença do peixe amazônico na arte que deveria representar o fundo do mar e acabou gerando uma repercussão com mais de 21,6 mil visualizações e muitos comentários.
Foto: Divulgação / Walt Disney

O pirarucu

O pirarucu (Arapaima gigas) é o maior peixe com escamas de água doce do mundo e seu comprimento varia de 2 a 3 metros quando alcança a fase adulta, pesando de 100 a 330kg. Seu nome vem de dois termos indígenas: pira, “peixe”, e urucum, “vermelho”, devido à cor de sua cauda.

Em julho de 2021, ribeirinhos da ilha de Mameloca, no município de Japurá (distante a 787 quilômetros de Manaus), no Amazonas, capturaram um pirarucu com 2,9 metros e 220kg. Ele foi capturado em uma região onde vivem aproximadamente 20 famílias de pescadores. No local, o manejo da espécie é uma das principais atividades econômicas.

Foto: Arquivo Pessoal

A espécie vive em lagos e rios afluentes, de águas claras, com temperaturas que variam de 24° a 37°C. O pirarucu não é encontrado em lugares com fortes correntezas ou em águas com sedimentos. O peixe era tão grande e pesado que foram necessários pelo menos seis homens para conseguir carregar o animal. Dos 2,9 metros do peixe, somente a cabeça tem 69 centímetros e a nadadeira peitoral tem 40 centímetros de comprimento e 30 centímetros de largura. Já a nadadeira da cauda mede 75 centímetros de comprimento e com escamas que podem medir até 12 centímetros.

O pirarucu é onívoro, pois se alimenta de animais e vegetais, podendo encontrar frutas, vermes, insetos, moluscos, crustáceos, peixes, anfíbios, répteis e até mesmo aves aquáticas na sua alimentação.

Durante a seca, os peixes formam casais. Nesse período, o pirarucu macho aumenta a intensidade da coloração avermelhada nos flancos. Antes da fêmea depositar os ovos no leito do rio, o macho faz a limpeza da área e arranca com as mandíbulas raízes e galhos presentes no local escolhido. Em seguida, cava uma poça circular, onde a fêmea inicia a desova, para que seu companheiro possa fecundar os ovos. 

Durante a incubação, a fêmea permanece mais próxima do ninho, enquanto o macho nada nas redondezas para intimidar predadores que possam trazer perigo aos ovos. Os ovos eclodem após 8 a 10 dias.

Os ‘fujões’ dos habitats

Casos de pirarucus fora da região amazônica já foram registrados e acabam gerando um desequilíbrio ambiental. Em outubro de 2022, um pescador no interior de São Paulo acabou fisgando um pirarucu de 113kg em um rio.

Saiba mais: Pirarucu, peixe nativo da Amazônia, pode causar desequilíbrio em rios de São Paulo

Nos últimos anos, pescadores têm registrado a presença desse “gigante” com cada vez mais frequência no rio Grande, corpo d’água pertencente à bacia do alto rio Paraná que banha os estados de São Paulo e Minas Gerais. Os pesquisadores relatam que até o momento o pirarucu foi encontrado apenas em um trecho do rio Grande. Mais precisamente entre as barragens da usina hidrelétrica de Marimbondo e da usina hidrelétrica de Água Vermelha, um segmento de aproximadamente 120 quilômetros em que o rio Grande divide os territórios mineiro e paulista.

Foto: Reprodução/Smithsonian

Outro caso, muito conhecido, é de um desses gigantes da Amazônia ter sido encontrado no rio Caloosahatchee, dentro do parque Cape Coral’s Jaycee, no estado americano da Flórida, nos Estados Unidos. O peixe foi encontrado em março de 2021, mas ninguém sabe como ele foi parar lá.

Em nota à Associated Press, a Comissão de Conservação de Peixes e Vida Selvagem da Flórida confirmou que um pirarucu morto foi encontrado no rio, mas pontuou que “não há evidências de que o pirarucu tenha se reproduzido” localmente.

Saiba mais: Pirarucu é achado em rio da Flórida, nos Estados Unidos, e intriga autoridades

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Contaminação por mercúrio de peixes do rio Madeira é o dobro do aceitável no Amazonas

Estudo realizado pela UEA também mostrou grande presença de coliformes no Rio Negro.

Leia também

Publicidade