Em 2019, Manaus sediará a primeira edição da Feira e Simpósio de Soluções Energéticas para Comunidades da Amazônia (Energia & Comunidades). O evento debaterá alternativas para substituir os combustíveis fósseis, como gasolina e diesel, por fontes renováveis não poluentes, mais baratas e sustentáveis, além de mostrar as inovações no setor de energia.
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O evento será realizado no Centro de Convenções do Amazonas, de 25 a 28 de março, com foco em promover a inclusão energética de comunidades isoladas na Amazônia – indígenas, ribeirinhas e tradicionais, que não são atendidas pelo Sistema Interligado Nacional (SIN). Ele também apresentará o mercado de produtos e serviços voltados para a geração de energia alternativa, solar, eólica de pequena escala, biomassa e off grid (fora da rede) em sistemas isolados e a custos mais baixos.
Segundo o Instituto Socioambiental (ISA), uma das 12 organizações responsáveis pelo evento, estima-se que cerca de dois milhões de pessoas na Amazônia não têm acesso constante à eletricidade.
Um dos exemplos são as Reservas Extrativistas (Resex) Amazônicas Federais. Estima-se que tem cerca de 230 mil moradores sem acesso à energia. Enquanto 63% deles têm renda per capita mensal de R$ 465, o custo do gerador é de R$ 450 por mês, segundo dados do World Wide Fund for Nature (WWF), que atua nas áreas da conservação, investigação e recuperação ambiental.
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“Os benefícios de substituir o combustível por energias alternativas não se restringem às comunidades isoladas, mas se estendem a todo o planeta, colaborando no combate ao aquecimento global, consequência das mudanças climáticas”, afirmou o especialista em Energias Renováveis, Ciro Campos, do ISA, ONG que desde 1994 propõe soluções em defesa de bens e direitos sociais, coletivos e difusos relativos ao meio ambiente, patrimônio cultural, direitos humanos e dos povos.
“Esta é uma realidade em curso e motivo de grande preocupação em muitos países, que já estão adotando medidas de mitigação, combatendo o desmatamento, diminuindo a emissão de gases de efeito estufa e promovendo o reflorestamento de áreas degradadas entre outras ações. E o que foi estabelecido no Acordo de Paris, ao final da COP do Clima de 2015, para tentar frear o aumento da temperatura global em 1,5 grau”, complementa Campos.
Mais sobre o evento
A Feira terá expositores, instituições e empresas, que mostrarão as oportunidades de expansão das energias alternativas e modelos de negócios. Principalmente, que fortalecem a autonomia das comunidades, geram renda, favorecem a qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável. Quem deseja ser um expositor, pode entrar em contato através do e-mail iaipromo@gmail.com ou (92) 3622 2582 ou pelo site www.energiaecomunidades.com.br.
Além da Feira, ocorrerá também um simpósio com profissionais e especialistas de diversas partes do país, e convidados internacionais para definir prioridades e apontar alternativas com o objetivo de rever e influenciar políticas públicas em relação ao acesso à energia com fontes renováveis.
A proposta do evento surgiu de um grupo de organizações da sociedade civil, de indígenas, de universidades e apoiadores internacionais. Eles formaram um comitê organizador integrado pelo Instituto Clima e Sociedade, WWF-Brasil, Greenpeace-Brasil, Instituto Socioambiental (ISA), Instituto de Energia e Meio Ambiente, Charles Stewart Mott Foundation, Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP), Projeto Saúde e Alegria, Coiab, CNS, Frente por uma nova política energética e Absolar.
Às margens do rio Negro, manauaras aproveitam a grama que surgiu durante a estação seca. No entanto, com a retomada do nível normal do rio, a vegetação pode causar desequilíbrio ambiental e até propagar doenças.