Conhecida popularmente como acari-zebra, cascudo-zebra-imperial ou zebra-pleco, a espécie é classificada como criticamente ameaçada de extinção no Livro Vermelho do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio).
Neste mês, peixes da espécie Hypancistrus zebra mantidos no Laboratório Múltiplo de Produção de Organismos Aquáticos (Lampoa) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) reproduziram-se naturalmente, após pesquisadores conseguirem criar condições adequadas para a reprodução em laboratório. O aquário, que contava com cerca de 20 exemplares da espécie, ganhou mais 10 alevinos, como são chamados os filhotes de peixes.
Conhecida popularmente como acari-zebra, cascudo-zebra-imperial ou zebra-pleco, a espécie é classificada como criticamente ameaçada de extinção no Livro Vermelho do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio). Os peixes são de pequeno porte e se destacam pela coloração diferenciada, o que os torna bastante procurados no mercado de aquarismo mundial. Além disso, a espécie é endêmica, ou seja, encontrada exclusivamente em um local: nativa do rio Xingu, no Pará, também sofre as consequências da instalação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Os exemplares são oriundos de apreensões de comércio ilegal na região, efetuadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e foram doados ao Lampoa em 2015 para a realização de pesquisas.
Entre 2016 e 2019, a professora Michelle Fugimura, vinculada ao Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA), desenvolveu o projeto de pesquisa “Reprodução e desenvolvimento de formas jovens da espécie ornamental acari-zebra (Hypancistrus zebra) em laboratório”, que, segundo ela, foi “importante para aprendermos como manter os peixes dessa espécie em condições adequadas no laboratório tanto em relação a parâmetros de qualidade de água como nutricionais”.
Apesar da importância, os estudos científicos sobre o acari-zebra ainda são escassos, principalmente em relação à reprodução e ao desenvolvimento de formas jovens em laboratório. De acordo com a pesquisadora, os primeiros relatos de reprodução da espécie são do ano de 2014, no Laboratório da Norte Energia (atualmente pertencente à Universidade Federal do Pará), localizado no município de Vitória do Xingu.
Com o sucesso da reprodução na Ufopa, as pesquisas serão retomadas em 2021. Segundo o professor Luciano Jensen, que coordena o Lampoa: “Os novos exemplares possibilitarão a continuidade das pesquisas, visando à produção de um número maior de exemplares para futuros repovoamentos e renovando a esperança que um dia a espécie saia da lista de animais ameaçados de extinção”.
(*)Com informações do Lampoa/Ufopa