Entenda o que são áreas úmidas amazônicas e porquê são importantes

Com o regime de secas e cheias bem definidos, a vegetação e o ecossistema nas proximidades dos rios possuem dinâmicas próprias de acordo com o período do ano. 

Os rios da Amazônia compõem  a maior bacia hidrográfica do mundo: a Bacia Amazônica. Além do Brasil, ela se estende por mais sete países que fazem parte da Amazônia Internacional. 

Com o regime de secas e cheias bem definidos, a vegetação e o ecossistema nas proximidades dos rios possuem dinâmicas próprias de acordo com o período do ano: são as áreas úmidas amazônicas.

Elas envolvem áreas costeiras, continentais, marinhas e artificiais, bem como pântanos, manguezais, lagos, reservatórios de hidrelétricas e áreas irrigadas para uso agrícola.

Na Amazônia, são distribuídas  ao longo das margens dos rios e também dos igarapés e em locais com solos mais arenosos situados no interior das florestas ou entre grandes rios, como os buritizais. O Portal Amazônia explica o que são as áreas úmidas da Amazônia e sua importância: 

Foto: Reprodução/Brasil Escola

O livro ‘Conhecendo as áreas úmidas amazônicas: uma viagem pelas várzeas e igapós’, editado pela pesquisadora e doutora em Ecologia, Maria Teresa Piedade, explica que cerca de 30% da região correspondem à áreas úmidas, o equivalente à dois milhões de quilômetros quadrados – maior que os estados do Amazonas e de São Paulo juntos.

Essas áreas são divididas em categorias, conforme suas características como tempo de inundação, por exemplo. As áreas úmidas localizadas próximas às margens dos grandes rios amazônicos são chamadas de áreas alagáveis.  Essas áreas são inundadas anualmente no período de cheia dos rios.

Essa situação faz com que elas apresentem características tanto de ecossistemas terrestres quanto aquáticos (na fase de águas altas).

Mas, apesar de terem em comum o fato de serem inundadas em período de chuvas, a área de várzea, presente ao longo de rios barrentos e férteis é diferente das áreas inundadas chamadas de igapós – que ocorrem ao longo dos rios de águas pretas e claras, mais pobres e ácidas.

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Enquanto que na várzea podem ser encontradas cerca de mil espécies de árvores, nos igapós esse número é ao redor de 600 espécies, e apenas aproximadamente um terço das espécies de várzea ocorrem no igapó.

O período de cheia em geral, atinge seu nível máximo entre junho e julho. Já a seca dos rios amazônicos têm seu pico entre novembro e dezembro.

Importância

As áreas úmidas da Amazônia representam papel fundamental na vida de milhares de pessoas. Por exemplo, através da  filtragem e retenção de água, o que melhora a qualidade da água e impede sua falta durante as fases nas quais as águas dos rios descem.

Moradores de comunidades ribeirinhas utilizam as áreas úmidas de acordo com os ciclos de cheias e secas. Por conhecerem as dinâmicas desses períodos, ajustam suas atividades econômicas como a agricultura, a pecuária, a pesca e a extração de madeira ao período mais adequado do ciclo das águas. 

Comitê de Ramsar

Em 2 de fevereiro de 1971, juntamente com o tratado, foi instituído o Comitê Permanente da Convenção de Ramsar, que anualmente pensa em uma série de medidas para preservar o que restou das áreas úmidas. Já a data é celebrada desde 2 de fevereiro de 1997.

Atualmente, conforme o site do comitê de Ramsar, 169 países são signatários do tratado para proteger essas áreas. O Brasil é um deles, com 12 ecossistemas desse tipo catalogados.

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