Fotos: Reprodução/Parque do Utinga
Considerada uma das menores espécies de serpentes da Amazônia e uma das três menores do planeta, dois indivíduos da espécie Typhlophis squamosus foram coletados dentro do Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna, no Pará, em julho de 2020. Os animais, um macho e uma fêmea, foram encontrados pelo pesquisador responsável pela atualização do inventário faunístico de répteis e anfíbios do Parque do Utinga, Augusto Jarthe, na trilha do Yuna, próximo ao Lago Bolonha.
O animal já havia sido identificado na região onde está inserido o Parque do Utinga e a Área de Proteção Ambiental da Região Metropolitana de Belém (APA Belém) por pesquisadores entre as décadas de 80 e 90, conforme informou Augusto Jarthe. Mas, ao longo de oito anos desenvolvendo pesquisas no Parque, foi a primeira vez em que o pesquisador encontrou dois indivíduos da espécie dentro dos limites da unidade de conservação na época.
Ambos são indivíduos adultos e medem cerca de 13 centímetros de comprimento. O macho é um pouco menor que a fêmea. Por viverem em ambientes subterrâneos e possuírem olhos pequenos, o animal também é conhecido popularmente como cobra-cega ou fura-terra, e não é peçonhento. Eles se alimentam de larvas e ovos de invertebrados, principalmente de cupins e formigas.
“Em oito anos de trabalho identificamos 39 espécies de serpentes no Parque. Temos essa menor com pouco mais de 10 centímetros e temos espécies maiores como as sucuris, que medem entre 8 a 9 metros. Ou seja, o Parque possui uma amostra representativa da diversidade de serpentes da Amazônia. E esse encontro subsidia a gestão conservacionista da Unidade de Conservação, quando se conhece os recursos naturais”, frisou o pesquisador, que é responsável pela atualização do inventário do Parque do Utinga.
Confira as imagens:
Serpentes
De acordo com pesquisadores, o casal de espécies encontrado são répteis pertencentes à ordem Squamata (animais que possuem escamas), subordem Ophidia, popularmente chamados de cobras. São animais ectotérmicos, que dependem de fontes externas de calor para estimular suas atividades metabólicas.
Estima-se que evoluíram a partir de lagartos que se enterravam no solo, e que o seu corpo alongado e desprovido de patas seria apenas uma adaptação a esse modo de vida.
Ainda segundo o Instituto, as serpentes têm no olfato seu principal sentido, elas utilizam a língua bífida (em forma de “Y”) para explorarem o ambiente e capturar moléculas odoríferas no ar.
*Com informações do IDEFLOR-Bio