Brasil e França se unem para fomentar pesquisa em biodiversidade amazônica

Duas iniciativas de cooperação foram concretizadas em Manaus (AM) com a assinatura de quatro acordos entre os dois países e a entrada em operação do Centro Franco-Brasileiro de Biodiversidade Amazônica.

Foto: Antonio Pereira/Capes

A cooperação científica entre Brasil e França ganha importante reforço em iniciativas voltadas para a biodiversidade e a sustentabilidade na Amazônia. Na sequência das reuniões do grupo de trabalho do G20 de Pesquisa e Inovação, que aconteceram na última semana em Manaus (AM), Brasil e França estreitam a sua parceria.

Uma comissão mista estratégica prevê ações conjuntas para os próximos três anos. Esta é uma ferramenta que a França desenvolve unicamente com parceiro de grande importância científica.

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Composto por representantes de ministérios brasileiros e franceses, instituições de ensino superior e de pesquisa e agências de financiamento dos dois países, a comissão vai trabalhar em torno de quatro temas prioritários: 

  • Biodiversidade, meio ambiente, estudos climáticos, observação da Terra;
  • Matemática, inteligência artificial, engenharia, computação de alto desempenho;
  • Saúde; 
  • Ciências sociais, patrimônio cultural, lei e regulamentação, desigualdade e inclusão.

Quatro acordos foram assinados entre os dois países, dos quais dois com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), um com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e um com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), instituições brasileiras vinculadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

O embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, reforça a importância de reafirmar a cooperação.  “Refletem os desafios globais que nossas sociedades enfrentam e para os quais a França e o Brasil recorrem à ciência a fim de encontrar respostas conjuntas”, disse.

Os projetos serão liderados pelo ministério do Ensino Superior e da Pesquisa e pelo Ministério da Europa e das Relações Exteriores, do lado francês, e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Ministério da Educação, do lado brasileiro.

Centro Franco-Brasileiro de Biodiversidade Amazônica

O centro entrou em operação dia 20 de setembro e tem por objetivo promover a pesquisa conjunta no campo da biodiversidade nos estados da Amazônia brasileira e na Amazônia francesa, incluindo os pesquisadores e instituições dos dois países. Organizado de forma virtual, sem uma sede física, o Centro servirá de apoio à formação e ao reforço das competências científicas na Amazônia e à realização de projetos de pesquisa.  

Do lado francês, 700 mil euros já foram alocados ao Centro que prevê a construção de uma rede de excelência entre universidades, institutos de pesquisa e outras iniciativas de pesquisa dos dois países. Um conselho binacional e um conselho científico são os órgãos de direção do centro, composto por igual número de franceses e brasileiros.  

O Centro será dirigido por dois codiretores, um francês, Gilles Kleitz, Diretor Científico do IRD, Instituto Francês de Pesquisa e Desenvolvimento; e um brasileiro, Henrique Pereira, Diretor do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), baseado em Manaus, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O Centro trabalhará com temas prioritários que serão definidos mais em detalhe durante a primeira reunião, mas que contemplarão: Biodiversidade, bioeconomia, saúde, sustentabilidade e mudanças climáticas.  

França e Brasil têm longo e rico histórico de cooperações acadêmicas e científicas. A primeira reunião da Comissão Estratégica Mista Brasil-França de Cooperação em Ciência, Tecnologia e inovação e a entrada em operação do Centro franco-brasileiro de biodiversidade  Amazônica vêm ao encontro dos objetivos expressos pelos presidentes Lula da Silva e Emmanuel Macron, na visita deste ao Brasil, em março deste ano. Vizinhos, os dois países compartilham uma parte do bioma amazônico e se preparam a aprofundar ainda mais o compartilhamento de saberes e informações.

“O desenvolvimento da cooperação científica entre o Brasil e a França está alinhado com o desejo comum de nossos dois países de encontrar respostas para os desafios de nosso tempo. Rica em história e excelência, a cooperação científica e universitária franco-brasileira é multidisciplinar. Nos campos das ciências da vida, da agronomia, do meio ambiente, das ciências humanas e sociais e das ciências da saúde, nossos dois países, por meio de suas instituições, estabeleceram parcerias de qualidade e renome”, destacou o embaixador Emmanuel Lenain. 

*Com informações do MCTI

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