Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia
Nos últimos anos, soluções satelitais vêm ganhando destaque como alternativa para superar os desafios da conectividade. A tecnologia satelital permite levar conectividade a áreas remotas sem a necessidade de uma infraestrutura física extensiva, como é o caso da fibra óptica. Satélites geoestacionários e de órbita baixa (LEO) estão sendo utilizados para fornecer internet de alta velocidade em locais anteriormente desconectados.
O assunto é um dos temas trabalhados por especialistas na programação do ‘Amazon On‘, evento que discute temas críticos para a conexão entre tecnologia e preservação ambiental, que iniciou nesta quarta-feira (18) em Manaus (AM).
Na Amazônia, por exemplo, empresas como a Starlink, de Elon Musk, estão liderando iniciativas para fornecer internet via satélite, principalmente em áreas isoladas. A tecnologia de satélites LEO opera em órbitas mais baixas do que os tradicionais satélites geoestacionários, o que resulta em menor latência e maior velocidade de conexão. O governo brasileiro, em colaboração com a Starlink, já iniciou projetos para conectar escolas e comunidades indígenas na região amazônica.
Uma das empresas que está apostando neste setor da tecnologia é a Amazon. Através do projeto ‘Kuiper’, a empresa pretende fornecer internet via satélite em regiões remotas e com difícil acesso, como comunidades que não são atendidas ou são mal atendidas pelas opções tradicionais da internet. A ideia é lançar a primeira missão ‘Kuiper’ em grande escala no quarto trimestre de 2024, a bordo de um foguete Atlas V da ULA.
De acordo com Bruno Canto, gerente de políticas públicas da Amazon, o ‘Kuiper’ será uma “constelação” composta por 3.232 satélites em órbita terrestre baixa (LEO), a cerca de 600 km de altitude. A Amazon projetou três terminais para atender diferentes públicos, capazes de entregar planos de 100 mbps, 400 mbps e 500 mbps. “O investimento que a Amazon está fazendo na constelação é puramente voltado para a infraestrutura de telecomunicações, ou seja, conectar as pessoas com a internet”, destacou.
O desafio na Amazônia
A conectividade satelital na Amazônia tem buscado mudar o cenário de setores críticos, como a educação e a saúde. Com o acesso à internet, alunos de comunidades ribeirinhas e indígenas podem ter acesso a plataformas de ensino à distância, materiais educacionais atualizados e interações com professores de outras regiões.
“Acho importante pensar sobre conectividade e satélites voltados para a Amazônia, porém é necessário uma infraestrutura robusta para conseguir tal conexão. Os satélites são ferramentas importantes para aproximar as áreas mais afastadas, principalmente as comunidades indígenas, extrativistas e quilombolas”, disse a conselheira da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Cristiana Camarate Leão Quinalia.
Cristina também comentou a importância de um preço mais acessível para que todos tenham a mesma oportunidade independente da distância. “Não é só levar o acesso, mas também que exista um preço acessível com segurança e com promoção da habilidade que as pessoas consigam e saibam utilizar para o seu benefício próprio”, ponderou.
O ‘Painel 3 – Conectividade na Amazônia: infraestrutura e soluções satelitais’ contou com a mediação de Vinicius Caram e a participação dos convidados:
- Cel Sérgio Ricardo Martins Rosa – Departamento Ciência e Tecnologia do Exército Brasileiro
- Wilson Lima – Governador do Estado do Amazonas
- Bruno Canto – Gerente de Políticas Públicas – Amazon
- Sandra Maximiano – Presidente da ANACOM
- Cristiana Camarate Leão Quinalia – Conselheira – ANATEL
- Leandro Guerra – Presidente da Entidade Administradora da Faixa (EAF)
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