A verdade sobre os supostos túneis subterrâneos de Ratanabá

De acordo com a teoria que ganhou a atenção de internautas, uma série de túneis subterrâneos existiriam na Amazônia e levariam à “capital do mundo”.

A teoria da cidade perdida de Ratanabá andou mexendo e causando burburinho nas redes sociais, após uma equipe de supostos pesquisadores de um canal no Youtube ter afirmado que sobrevoou a região onde estaria a cidade de Ratanabá, no Mato Grosso.

A área que foi sobrevoada aparece quando se realiza uma pesquisa no Google Earth. É uma região com ‘linhas cruzadas’, mas que não indicam nenhum tipo de civilização de fato, uma vez que faltam provas de sua ocupação.

Ainda de acordo com a teoria que tem sido discutida pelos internautas, a entrada para a cidade perdida seria por meio de túneis subterrâneos que ficam abaixo do território da Amazônia, e que suas entradas seriam dentro dos Fortes que existem na região.

Uma dessas entradas estaria na região do Forte Príncipe da Beira, localizado no município de Costa Marques, em Rondônia. 

Foto: Divulgação

O Portal Amazônia conversou com o escritor, mestre em história e pesquisador Lourismar Barroso, que é referência sobre o Forte rondoniense, para esclarecer sobre essa passagem.

De acordo com o pesquisador, que estuda há mais de 20 anos o Forte Príncipe da Beira e já estudou outras fortificações pelo Brasil, a estrutura não poderia servir para o que afirma a teoria. 

“A estrutura é um canal de pedra que chamamos de sangrador, quando a água chega no nível, ela acaba indo para uma região justamente para não alagar a fortaleza. Então ali é como se fosse um escoador, como se fosse uma espécie de caixa d’água, onde existe um escoador que faz com que a água não chegue até a tampa”, 

explica Barroso.

Ele informa ainda que o compartimento mencionado mede 40 centímetros por 40 centímetros, não existindo condição da entrada de uma pessoa. Essa abertura faz parte da estrutura chamada de “ladrão” da cisterna do forte, isto é, o fosso interno da área, onde a água coletada deságua no Rio Guaporé.  

O Portal Amazônia encontrou a origem do suposto túnel e se trata de uma série de imagens realizadas em 2014, durante a inspeção como objeto de estudo para o projeto de restauração do Forte realizado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Rondônia (CAU/RO), que mostra o interior do compartimento.

Foto: Reprodução/CAU RO

Os “túneis” se tratam de buracos feitos na parede para realizar o escoamento da água quando o compartimento se enche, como mostram as fotos abaixo:

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