Nova espécie de peixe do gênero Loricaria é encontrada na bacia do alto Rio Amazonas, na Colômbia

A pesquisa aponta que o estudo de áreas da bacia do alto rio Amazonas, incluindo diversas áreas remotas na Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, poderiam abrigar ainda mais espécies, sobretudo por serem áreas de difícil acesso.

Uma nova espécie de peixe do gênero Loricaria, popularmente conhecidos como cascudos, foi identificada no alto Rio Amazonas, no território da Colômbia. Apelidado de Loricaria nimairaco, é diferente de seus companheiros de gênero, pois este peixe possui uma mancha preta ou marrom escura que se estende da cabeça a barbatana dorsal, placas abdominais firmemente unidas e cobrindo completamente o espaço abdominal mediano e a cintura peitoral. As barbatanas peitorais e dorsais são totalmente pretas ou castanhas escuras, sem bandas, manchas ou nódoas. 

Loricaria, o gênero ao qual essa nova espécie pertence, é composto por peixes neotropicais, categoria que contém o maior número conhecido de espécies de peixes de água fresca, e têm como principais características um longo e achatado pedúnculo (estrutura de ligação anatômica) caudal, a ausência de uma barbatana adiposa (estrutura que normalmente dá rigidez e pode ser utilizada para a defesa), presença de papilas longas e delgadas (filiformes) nos lábios superior e inferior, e baixo número de dentes pré-maxilares bicúspides (geralmente 3-4 por lado) que são duas vezes o comprimento dos dentes dentários.

Foto: Reprodução/Gabriel Cortés

Além dessas diferenciações, outra característica percebida foi a diferença nas medidas dessa espécie em relação às outras desse gênero. Essas medidas foram coletadas com um paquímetro digital e incluídas em tabelas como porcentagens do comprimento padrão ou da cabeça. 

Com a descoberta o gênero inclui 18 espécies validadas, que se distribuem, principalmente, na Amazônia, Orinoco, Paraguai, Paraná e pequenas drenagens costeiras da Guiana e do Brasil. 

A pesquisa aponta, entretanto, que o estudo de áreas da bacia do alto rio Amazonas, incluindo diversas áreas remotas na Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, poderiam abrigar ainda mais espécies, sobretudo por serem áreas de difícil acesso.

O artigo completo foi publicado na revista científica SciELO e pode ser acessado aqui.

*Estagiário sob supervisão de Clarissa Bacellar

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