De jiboia à ‘anaconda’, conheça as cinco maiores cobras da região amazônica

Algumas espécies chegam a alcançar tamanhos de até oito metros de comprimento.

Em toda a Amazônia brasileira, existem 189 espécies de cobras registradas oficialmente pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), até 2017. No Amazonas, relatos de cobras em áreas de mata e até mesmo no ambiente urbano das cidades costumam surpreender não só quem acompanha presencialmente, mas também quem vê imagens do animal.

De acordo com Luciana Frazão, bióloga da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a família Boidae possui as espécies que têm os maiores tamanhos entre as cobras que vivem na região Amazônica. Entre elas, as conhecidas jiboias e as sucuris, também conhecidas como “anacondas”.

Segundo a especialista, algumas das espécies chegam a alcançar tamanhos de até oito metros de comprimento, mas nem todas são venenosas. Veja as cinco espécies de cobras da região amazônica que alcançam os maiores tamanhos.

 Sucuri

Sucuri é a maior espécie de cobra da Amazônia e pode chegar a até 8 metros de comprimento. — Foto: Divulgação/Alexandre Almeida

A sucuri (Eunectes murinus), conforme Frazão, é a maior espécie de cobra da Amazônia. Segundo a bióloga, o animal pode chegar a até 8 metros de comprimento, mas apenas em casos raros. A média de tamanho dos animais dessa espécie é de 3 a 4 metros de comprimento.

“As sucuris estão mais relacionadas à ambientes aquáticos. São bichos aquáticos, tanto é que elas estão adaptadas à isso. As narinas e os olhos são mais voltados para cima, para que o bicho possa ficar totalmente submerso, só com os olhos e narinas para fora da água para quando ele estiver buscando presas”, explicou Frazão. 

 Jiboia e salamanta

Conhecida como Jiboia, pode alcançar até 4 metros de comprimento. — Foto: Divulgação/Luciana Frazão

Ainda na família Boidae, as cobras jiboias (Boa constrictor) podem alcançar até 4 metros de comprimento, e a cobra jiboia-arco-íris ou salamanta (Epicrates cenchria) chega a alcançar 2 metros de comprimento, de acordo com a bióloga.

“As jiboias costumam ser mais terrestres , como a jiboia comum e a ‘salamanta’. Elas costumam se deslocar em cima de folhas que ficam caídas no chão da mata, mas também andam por arbustos e árvores, principalmente para descansar”, disse. 

Papa-pinto 

conhecida como papa-pinto, podem alcançar até 2,7 metros de comprimento. — Foto: Divulgação/Alexandre Almeida

Já na família Colubridae, de algumas espécies de cobras-cipós, existe a espécie Spilotes sulphureus, conhecida como papa-pinto. Segundo a bióloga Luciana Frazão, as cobras desta espécie podem alcançar até 2,7 metros de comprimento.

“A papa-pinto também costuma se deslocar no chão da floresta, mas, de noite, ela costuma dormir na vegetação. Ela fica em cima, enroladinha na vegetação, ou no oco de árvores. Elas costumam ficar assim”, explicou a bióloga.

“Todas essas espécies citadas até agora não são peçonhentas e apresentam nenhum tipo de risco para os seres humanos, desde de que se mantenha uma distância segura e o respeito por esses animais”, segundo a bióloga Luciana Frazão. 

 Surucucu

“Sururucu” ou “pico-de-jaca”, é a maior serpente peçonhenta da América Latina, podendo atingir até 3,5 metros de comprimento. — Foto: Divulgação/Sérgio Marques de Souza

A quinta espécie entre as que alcançam maiores tamanhos na Amazônia é da família Viperidae, família das jararacas, cascavéis e sururucus. Dentro dessa família, todas as espécies são peçonhentas, e a “sururucu” ou “pico-de-jaca”, como é conhecida a espécie Lachesis muta, é a maior serpente peçonhenta da América Latina, podendo atingir até 3,5 metros de comprimento.

“Já as surucucus, apesar de elas ocorrerem em toda a Amazônia, elas têm uma distribuição que chamamos de mais pontual. Ocorrem em toda a Amazônia, mas estão muito associadas em florestas primárias e mais reservadas. Então, esse bicho não é tão comum de se ver”, informou. 

Por Patrick Marques, G1 AM

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