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Sexta, 19 Abril 2024

Conheça o gavião-real: A maior águia das Américas e que desfila sua realeza pela floresta amazônica

O gavião-real, espécie Harpia harpyja, ocorre nas florestas úmidas de países da América Central e América do Sul, como é o caso do Brasil. Esse animal habita, primariamente, extensas áreas de floresta preservada, mas pode ocorrer em fragmentos florestais próximos de áreas urbanas.

É a maior ave de rapina das Américas, podendo alcançar um pouco mais de 2 metros de envergadura de asa (o tamanho de uma ponta a outra da asa) e pesar até 9 quilos, no caso das fêmeas e 5 quilos os machos. Devido ao grande porte, é conhecida pelos indígenas como Uiraçu, um termo tupi que significa "ave grande". Para muitas tribos indígenas brasileiras, o gavião-real é a personificação dos caciques, símbolo de altivez e força, sendo representado em diferentes manifestos culturais populares. Dentre as aves de rapina, é tida como a mais forte. Isso porque o gavião-real, além de um bico imponente, é equipado com garras potentes capazes de carregar presas grandes de até ¾ de sua massa corporal.

O gavião-real constrói o ninho no alto de árvores emergentes, de até 40 metros de altura, onde cuidam do filhote. Foto: Filho Manfredini

Essas características, além de ser uma ave totalmente adaptada para voar em ambientes florestais e com espaço mais fechado, como a Amazônia, fazem do gavião-real um predador de topo de cadeia e com grande importância para o ecossistema que habita. É um caçador de espreita e especialista em se alimentar principalmente de espécies arborícolas, como preguiças e macacos, e tem força o suficiente para "arrancar" esses animais dos galhos das árvores.

Apesar de está no topo da cadeia alimentar e não apresentar predadores naturais (além do ser humano), o gavião-real é considerada uma espécie ameaçada devido à diminuição das florestas, e consequentemente, fragmentação e perda do seu habitat. Gaviões-reais, por serem predadores de topo de cadeia, precisam de grandes áreas para sobreviver: cerca de 100 quilômetros quadrados, ou o equivalente a mais ou menos 10 mil campos de futebol! Além disso, esses animais utilizam árvores de grande porte, de até 40 metros de altura, para a construção do ninho onde a fêmea deposita um ou dois ovos a cada dois ou três anos. Essas ameaças são preocupantes, pois podem levar ao desaparecimento do gavião-real e por ser considerado uma espécie indicadora, ou seja, sua presença reflete o estado de saúde do ecossistema onde vive, o desaparecimento dela significa que não existe caça ou área de mata suficiente e/ou saudável que permitam sua sobrevivência.

Indivíduo adulto de gavião-real, espécie Harpia harpyja. Foto: Fabiano Oliveira

Além do desmatamento, esses animais são vistos como troféus, sendo traficados e abatidos para o comércio ilegal. Os gaviões também são mortos por avicultores que os matam como uma forma de proteção aos animais de criação e em algumas regiões as pessoas matam os gaviões para fins de alimentação. Todas essas ameaças fazem com que exista um declínio constante nas populações da espécie e por isso, a necessidade urgente de áreas protegidas e de se apoiar projetos que foquem na conservação desses animais tão importantes e emblemáticos da nossa fauna amazônica.

Espero que tenham gostado de conhecer um pouco mais sobre o maravilhoso gavião-real. Abraços de sucuri pra vocês e até ao próximo animal da nossa exuberante Amazônia!


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