Técnica utiliza gravadores de som para medir a intensidade da chuva na Amazônia

A partir das gravações do som da chuva, um modelo de aprendizado de máquina foi treinado para prever taxas de precipitação.

Foto: Reprodução/Inmet

Compreender e prever as chuvas é um grande desafio, principalmente em regiões remotas como a Amazônia, onde a infraestrutura de monitoramento é limitada. Pesquisadores do Instituto Mamirauá desenvolveram uma abordagem que utiliza gravações de som para medir a intensidade da chuva, medindo o som das gotas ao atingir superfícies. Um artigo detalhando este método inédito foi publicado recentemente na revista Geophysical Research Letters: ‘Measuring Amazon Rainfall Intensity With Sound Recorders‘.

A técnica foi desenvolvida no campus do Instituto Mamirauá, em Tefé, no Amazonas, e testada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá. A partir das gravações do som da chuva, um modelo de aprendizado de máquina foi treinado para prever taxas de precipitação. O método foi testado com sucesso em áreas com diferentes tipos de vegetação e até 30 km de distância do local de calibração, algo inédito para esta técnica.

Essa metodologia, segundo pesquisadores, é promissora, principalmente em regiões com pouca cobertura de sensores tradicionais, como a Amazônia, que enfrenta desafios devido à densa cobertura vegetal, dificultando o uso de métodos convencionais.

Foto: Reprodução/Instituto Mamirauá

Esse avanço tecnológico pode auxiliar na expansão do monitoramento climático em áreas sub-representadas, contribuindo para a gestão de recursos hídricos e a adaptação às mudanças climáticas.

Além disso, há potencial para integrar essa técnica a outros campos, como a ecologia, fornecendo dados sobre o impacto das chuvas no comportamento de espécies e ecossistemas tropicais.

*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Instituto Mamirauá, escrito por Miguel Monteirio

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