Pesquisa monitora castanhais em Tefé

Por dois anos, estudo acompanhou atividades antes, durante e depois da colheita das castanhas em uma comunidade daquele município

Pesquisadores monitoraram castanhais da Amazônia com o objetivo de iniciar uma série histórica de dados que pode avaliar, por exemplo, os impactos das mudanças climáticas na produção de castanhas. O estudo acompanhou, por dois anos, atividades realizadas antes, durante e depois da colheita das castanhas em uma comunidade rural em Tefé (distante 523 quilômetros de Manaus).

Todo o monitoramento foi produzido por meio de inventários florestais, levantamento de determinadas áreas com o objetivo de obter informações sobre a floresta, entre as quais, número de árvores, ocorrências e número de espécies encontradas e biomassa.

Uma das frentes de atuação da pesquisa é repassar à comunidade analisada informações sobre como melhorar a produção e manter os castanhais para as futuras gerações, promovendo, com isso, a silvicultura, ciência que estuda atividades ligadas ao cultivo das árvores.

Pesquisa monitora castanhais em Tefé – Foto: Leonardo Reis/Acervo pessoal

No total, 12 pesquisadores integraram o projeto, que já está finalizado. Além do Instituto Mamirauá, participaram do estudo colaboradores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e do Instituto Federal do Amazonas (Ifam). O projeto foi apoiado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

De acordo com o coordenador do projeto e doutor em ciência florestal, Leonardo Reis, do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), foram instaladas quatro parcelas permanentes em castanhais localizados na Comunidade Bom Jesus da Ponta da Castanha, e outras quatro dentro da Floresta Nacional de Tefé, em áreas onde não ocorrem o cultivo de castanhas.

“Descobrimos diferenças entre o castanhal e outras áreas de mata. Na floresta existe maior número de espécies e maior diversidade, mas também um menor número de castanhas e outras espécies para a alimentação, em relação à área do castanhal”

informou o pesquisador.

As parcelas permanentes podem ser usadas para observar os impactos da colheita das castanhas ao longo do tempo. Por isso, os pesquisadores pretendem continuar realizando inventários nas parcelas a cada dois anos com o objetivo de conhecer, avaliar e mensurar a produção de castanhas.  

A coleta dos ouriços. Foto: Maurício de Paiva

Investimento científico 

Intitulado “Silvicultura tropical: uso sustentável de castanhais ancestrais na Floresta Nacional de Tefé, Amazônia Central”, o estudo recebeu fomento da Fapeam. O programa fomenta a interiorização por meio do amparo a projetos de pesquisa que visem o fortalecimento e a consolidação da infraestrutura de ciência, tecnologia e inovação com vistas à criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento científico e tecnológico. 

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