Moacir Tadeu Biondo, o especialista em ervas e plantas da Amazônia

A aventura de Biondo na Amazônia iniciou nos anos 70 e o pesquisador autodidata se especializou na flora da região amazônica.

A Amazônia é cheio de personagens interessantes. Alguns são tão apaixonados pelo bioma que transformam um hobby em vocação. Esse é o caso do pesquisador autodidata, Moacir Tadeu Biondo, que mora no Amazonas há 42 anos e se tornou uma referência quando o assunto é flora amazônica.

A aventura de Biondo na Amazônia iniciou nos anos 70. Após se formar em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, o pesquisador decidiu procurar um emprego em um lugar onde pudesse desenvolver um bom trabalho.

“O primeiro lugar que aterrissei foi o Mato Grosso. Em seguida, viajei para Porto Velho, em Rondônia. Porém, a minha paixão pela região amazônica começou no Amazonas. Cheguei em Manaus no carnaval de 1978 e nunca mais saí”, contou ao Portal Amazônia.

Moarcir Biondo, especialista em plantas. Foto: Reprodução/Amazon Sat

Biondo se formou em um curso técnico em agricultura e também em design em Permacultura, sendo o primeiro a exercer essa atividade na região amazônica. Ele foi o co-fundador do Instituto de Permacultura da Amazônia (IPA), tornando-se presidente do Conselho Executivo do mesmo. Já na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Biondo atuou como instrutor técnico de Plantas Medicinais na Faculdade de Ciëncias da Saúde. 

Com uma bagagem rica sobre a flora amazônica, o pesquisador decidiu alçar novos voos e passou a apresentar o programa de TV, ‘Ervas e Plantas Medicinais’, no canal temático Amazon Sat. Em cada episódio o especialista mostrava uma planta e seus benefícios para a saúde das pessoas.
Foto: Reprodução/Facebook-

Capacitação 

Desde 1985, quando exerceu a função de gerência regional em órgão público Federal, ele organizou associações de produtores/extrativistas no interior do Amazonas, com o objetivo de capacitá-los a produzir e coletar, com técnicas preservacionistas, plantas de interesse medicinal.

Em 2002, Biondo participou da equipe de formação de ‘Rede de Inventário, Coleta e Cultivo’ de produtos da biodiversidade amazônica. Ele também criou a ‘Paisagem do Conhecimento’ , método de pesquisa e resgate do conhecimento da plantas medicinais junto a comunidades originárias da Amazônia. Atualmente, ele trabalha como consultor na área de plantas medicinais e aromáticas, atendendo ONGs, órgãos governamentais e privados.

Nos anos de 2003 e 2009, Biondo recebeu a ‘Comenda Por Mérito da Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas’, como pesquisador autodidata e como presidente do IPA. É fundador e conselheiro do Instituto Brasilindia, que utiliza o método ‘Paisagens do Conhecimento’ na revitalização e valorização dos saberes tradicionais, desenvolvimento comunitário e educação ambiental junto à comunidades tradicionais e indígenas da Índia e do Brasil, especificamente em áreas de reservas ambientais da Amazônia e himalaias indiano.

O resultado e histórico do método gerou um livro, ‘Paisagem do Conhecimento’ foi incluído no livro ‘Trajetórias da Práticas Integrativas e Complementares no SUS – Volume I’, compilado e publicado pela Fiocruz. Em outubro de 2021, a obra do Professor Moacir Biondo foi destaque de toda Região Norte do país pelo Conselho Nacional de saúde.

Especialista desbravou vários lugares da região. Foto: Reprodução/Facebook-Moacir Tadeu Biondo

Homenagem 

O dia 13 de setembro de 2022 se tornou um marco na vida de Moacir Biondo. Nesta data, o pesquisador recebeu, em sessão especial, o título de ‘Cidadão do Amazonas’. O autor da honraria foi o Deputado Luiz Castro.

“Eu me considero Amazonense, só que ser reconhecido como um é uma honra muito grande. Desenvolvi um trabalho que nasceu do coração, de encantamento com a floresta, que até hoje eu venho trabalhando e atendendo as comunidades”,

declarou.

Emocionado, o pesquisador reconheceu a importância da Amazônia e afirmou que continuará pesquisando para desenvolver a região. “Eu só tenho que agradecer essa terra que me acolheu. Eu amo o contato com a natureza e pesquisar tudo o que a Amazônia tem para oferecer”, disse Biondo.

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