Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Inpa celebra 50 anos de ações em prol da conservação

A principal atividade do LMA/INPA é o Programa de Soltura, que reabilita filhotes de peixes-boi resgatados para serem devolvidos à natureza.

Foto: Fernanda Farias/AMPA

Histórias, pesquisas e ações para a conservação dos mamíferos aquáticos da Amazônia estão eternizados nesses 50 anos de atuação do Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (LMA/Inpa).

A comemoração, realizada no dia 23 de outubro, reuniu pesquisadores e amigos que relembraram momentos importantes do LMA desde a criação, em 1974, quando a pesquisadora canadense Diana Magor resgatou um filhote de peixe-boi, a “Boo”.

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A contribuição do laboratório para a conservação desses animais reúne vários estudos e ações inéditas, desde entrevistas com pescadores sobre a caça ilegal de peixe-boi até à pesquisa de fórmula láctea que se assemelha ao leite da espécie para reabilitar os filhotes.

A pesquisadora do Inpa e coordenadora do LMA, Vera da Silva, comenta que um dos períodos mais importantes, no início, foi entre os anos de 1975 e 1985.

Foto: Mariana Tuesta/PCE-Inpa

Parceria com a AMPA

Outro marco foi a criação da Associação Amigos do Peixe-boi (AMPA), em 2000, que hoje é a principal parceira do LMA na luta pela conservação dos mamíferos aquáticos. 

“Essas duas instituições, juntas, trabalham em atividades de conscientização ambiental e pesquisa, graças aos diversos parceiros que nos apoiam e já apoiaram na realização dessas atividades, como Seaworld e Taboca, atuais parceiros, e a Itochu, Jica, Petrobras Ambiental, dentre outras empresas e instituições”, explica o presidente da Ampa, o veterinário Rodrigo Amaral.

O Programa de Soltura de Peixes-bois da Amazônia já devolveu mais de 40 animais à natureza e hoje, mais de 20 estão em processo de reabilitação no berçário e 23 em processo de readaptação em sem cativeiro.

Desde a criação do programa, há mais de quatro décadas, o LMA recebe filhotes de peixes-boi resgatados oriundos da caça ilegal e captura acidental em redes de pesca. 

Com o sucesso das pesquisas, no processo de reabilitação e manejo dos peixes-bois, gerou um plantel de animais apto para retornar à natureza. Isso permitiu a criação em 2008, com o apoio da Ampa, do Programa de Reintrodução de Peixes-bois da Amazônia, hoje nomeado Programa de Soltura.

Programa de Educação Ambiental 

O LMA, em parceria com a Ampa, participa do Programa de Educação Ambiental que tem como principal objetivo promover o envolvimento da sociedade no cuidado e proteção dos mamíferos aquáticos da Amazônia e dos ecossistemas.

Atualmente, o Programa promove dezenas de atividades de educação ambiental para os mais diferentes grupos, em locais como o Parque Aquático Robin Best no Inpa, em escolas de Manaus e outros municípios, além de comunidades ribeirinhas onde são realizadas as solturas dos peixes-boi.

Vera da Silva 

Vera da Silva é coordenadora do laboratório desde 1996 e pesquisa duas espécies amazônicas, o  peixe-boi e o boto-vermelho há mais de 40 anos. A bióloga é a primeira mulher das Américas a ser membro honorário da maior organização internacional de Mamíferos Aquáticos. 

*Com informações do Inpa e Ampa

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