Estudo geológico avalia utilização da pedra brita na construção civil no Amazonas

A qualidade dos materiais pétreos utilizados na construção civil necessita de uma análise especializada por parte dos profissionais da geologia, para evitar danos econômicos e materiais.

Foto: Rielva do Nascimento/Acervo pessoal

Estudo geológico e tecnológico das rochas de pedreiras, avaliou a resistência, durabilidade e melhor utilização da pedra brita na construção civil no Amazonas. Apoiado pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), amparado via Programa Universal Amazonas, Edital n° 002/2018, o estudo pesquisou quatro unidades geológicas utilizadas na produção de brita: Grupo Iricoumé, Suíte Mapuera e Suíte Água Branca, localizadas em Presidente Figueiredo (distante a 117 km da capital); e Granito Pedra do Gavião, localizada em Moura, no distrito de Barcelos (399 km).

A pesquisa mostrou que as britas estão de acordo com as normativas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), nos parâmetros de granulometria (distribuição granulométrica, forma dos grãos e resistência ao impacto e abrasão) e de substâncias nocivas (torrões de argila e material friável e material pulverulento), isto é, podem ser utilizadas na fabricação de concreto.

Outro dado relevante é que, com relação aos aspectos geológicos, as rochas das unidades estudadas são potencialmente reativas a reação álcali-agregado, que pode diminuir a vida útil do concreto ou até inviabilizar a sua produção. Dessa forma, é necessário e obrigatório, antes da produção de concreto com estas britas, a realização dos testes previstos na NBR 15577-1, que servem como um guia de avaliação para identificação da reatividade potencial e possíveis medidas preventivas para uso de agregados em concreto.

A pesquisa intitulada ‘Caracterização geológica e tecnológica de rochas de pedreiras da região de Presidente Figueiredo e Moura: possíveis aplicações na indústria da construção civil’ é coordenada pela doutora em Geociências, Rielva Solimairy Campelo do Nascimento, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), que afirma ainda que três fatores influenciam nestas reações.

“O agregado potencialmente reativo (no nosso caso a brita), a umidade e o teor álcalis presentes na mistura do concreto. Nós identificamos que o material explorado é potencialmente reativo, mas apenas os testes é que irão dizer o quão reativo ele são. Isso depende da mistura a ser feita e do uso que será dado ao concreto”, cita a geóloga.

Os ensaios tecnológicos foram realizados no Laboratório de Ensaios de Materiais da Faculdade de Tecnologia, da Ufam, seguindo as normas técnicas da ABNT, que regulamenta quesitos como a amostragem, ensaios tecnológicos e estudos geológicos. Foram amostrados três lotes de brita, em cada pedreira, sendo elas: britas do tipo 0 (4,75/12,5 mm), 1 (9,5/25 mm) e 2 (19/31,5 mm).

Foto: Rielva do Nascimento/Acervo pessoal

Foram realizados estudos das rochas ao microscópio (descrição petrográfica), visando identificar feições: fraturas, minerais reativos (sulfetos), texturas que diminuem a resistência dos minerais, entre outros parâmetros. Todos os testes forneceram informações sobre a uniformidade das britas, sua resistência mecânica e reatividade.

Os estudos tecnológicos e geológicos das rochas e britas produzidas na região fazem-se necessários devido às reações que afetam negativamente a resistência do concreto, podendo gerar fissuras e desagregação do material. A qualidade dos materiais pétreos utilizados na construção civil necessita de uma análise especializada por parte dos profissionais da geologia, de forma a evitar danos econômicos e materiais.

“Uma forma de baratear o custo de grandes obras é minimizar custos com transporte e acelerar os prazos de entregas. Com os dados disponíveis, construtoras e o público em geral podem escolher e fiscalizar o material que está sendo utilizado nas construções, porque isso impacta diretamente na qualidade, durabilidade e segurança das obras construídas”, afirmou.

*Com informações da Fapeam

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