A pororoca é como se fosse uma ‘devolução’ que o mar faz da água doce despejada pelos rios.
De origem indígena do tupi-guarani, a palavra pororoca significa ‘estourar’, ‘rebentar’. A pororoca é um fenômeno natural que, em resumo, consiste no encontro dos rios com grande volume de água com o mar.
A pororoca é como se fosse uma ‘devolução’ que o mar faz da água doce despejada pelos rios, como o rio Amazonas. Em decorrência do fenômeno, os lugares onde ocorrem o fenômeno das pororocas se tornam atrações turísticas e para práticas de esportes como o surfe, por exemplo.
O Portal Amazônia listou os lugares na região amazônica em que há esse encontro ‘de águas’ entre o rio e o mar, ocasionando as famosas pororocas.
Frequência
Apesar desse fenômeno acontecer durante todo o ano, a pororoca ocorre com mais intensidade durante os equinócios de outono e primavera no hemisfério sul (março e setembro, respectivamente).
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Isso porque nesses períodos há um aumento de massa líquida dos oceanos, somado a isso, as marés ficam mais altas na lua cheia e na lua nova e formam ondas que chegam a 10 metros de largura e 5 metros de altura.
Confira os lugares que possuem esse fenômeno:
Rio Amazonas
Com 6.992,06 km, o rio Amazonas é o maior do mundo tanto em volume de água quanto em extensão. Com a nascente na Cordilheira dos Andes, no Peru, ele atravessa vários lugares e possui inclusive mais de um nome.
Por fim, o rio atravessa os Estados do Amazonas e do Pará, no Brasil, até chegar a sua foz, com 300 km de largura no grande Delta do Amazonas, entre os estados do Amapá e do Pará e é neste ponto que acontece a pororoca.
Ria Maiacaré
O Rio Maiacaré é um dos rios que banha o município de Calçoene, no Amapá. Na foz deste rio está localizado o Fortim neerlandês do Rio Maicaré, que também é próximo à foz do rio Cassiporé. É nesse ponto onde ocorre a pororoca.
Rio Guamá
Curso de água localizado no nordeste do Estado do Pará, tem cerca de 700 km de extensão e sua bacia hidrográfica drena uma área de 87.389,54 km². Sua foz se dá no município de São Miguel do Guamá, próximo a baía do Guajará.
Rio Capim
Localizado também na região nordeste do Pará, o Rio Capim abrange uma área territorial de mais de 62 mil quilômetros quadrados, o que representa 5% da área total do Pará. Ele é um dos afluentes do rio Guamá e são bastante afetados pelas marés diárias e pororocas.
Rio Moju
O Rio Moju tem sua nascente no município de Bom Jesus do Tocantins, no Pará. Possui cerca de 400km de extensão e deságua no rio Acará.
Rio Mearim
Diferentemente dos rios citados anteriormente, o Rio Mearim tem início no Estado do Maranhão, pertencente à Amazônia Legal, e deságua na Ilha dos Caranguejos, onde é possível encontrar a maior área contínua de mangues do país.
A bacia hidrográfica do rio Mearim é a maior do Maranhão e ocupa 29,84% da área total do Estado.
Rio Araguari
Até meados de 2014, também era possível observar o fenômeno da pororoca no rio Araguari, no Amapá. Contudo, devido a ações antrópicas como a construção de três hidrelétricas e a criação de búfalos às margens do rio, o fenômeno não ocorre mais. As ondas do Araguari ganharam notoriedade por terem sido consideradas as mais longas em duração no planeta.
O Instituto Chico Mendes (ICMBio) avalia que a pecuária foi a responsável pela perda de força do Araguari diante do oceano por causa de canais que foram abertos no curso do rio. As valas fizeram a transposição da água e secaram a foz.