Plano de conservação vai incluir árvores gigantes da Amazônia para impedir derrubadas no Amapá

A Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público do Estado (MP-AP) avalia uma série de medidas que fazem parte da proposta apresentada pelo órgão ao governo amapaense.

Entre os estados que guardam maior riqueza em biodiversidade do Brasil está o Amapá. Situado na região amazônica, o local é o berço de espécies raras de árvores gigantes, que agora devem ser incluídas em uma política local de preservação. A iniciativa vai evitar que as espécies raras sejam destruídas, além de incentivar a conservação dos itens que já fazem parte da flora da região.

Visando a proteção, a Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público do Estado (MP-AP) avalia uma série de medidas que fazem parte da proposta apresentada pelo órgão ao governo do Estado.

“Iniciamos um diálogo com o governador sobre a necessidade de proteger e de criarmos um santuário amapaense para as árvores gigantes […]. De imediato, a proposição que nós colocamos ao estado é que tornem essas árvores imunes ao cortes, enquanto se discute qual a melhor proteção deve ser dada a elas”,

 afirmou o promotor de meio ambiente, Marcelo Moreira.

Como o projeto ainda necessita de uma estruturação e de organização em conjunto das forças estaduais e federais, a medida provisória de proteger as árvores de cortes ou derrubadas vai dar mais segurança para evitar crimes ambientais.

“Ficamos encantados quando o grupo de cientistas da Ueap [Universidade do Estado do Amapá], além de pesquisadores nacionais e internacionais, registraram que no Estado temos essas gigantes da natureza. Isso simboliza a nossa preservação e conservação”, completou Moreira.

Dados coletados pelos pesquisadores em expedições que acontecem desde 2019, mostram que o Parque do Tumucumaque, considerado o maior parque de floresta tropical do mundo e que fica situado no Amapá, abriga as árvores mais altas do Brasil, todas da espécie Angelim Vermelho, nativa da região. 

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Foto: Rafael Aleixo/Setec/Divulgação

A unidade de conservação fica localizada na divisa com o Pará e tem uma área de 3,7 milhões de hectares. O local também possui espécies inéditas descobertas pela ciência, como uma variedade do peixe matupiri.

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A descoberta das árvores gigantes foi feita com o auxílio de uma tecnologia especial que calcula o tamanho das árvores através de um laser. Durante as expedições todas as informações são checadas com escaladas e também com auxílio de drones.

O promotor explica que existem duas possibilidades para iniciar a criação de políticas de proteção às árvores gigantes, uma delas é a fundação de uma área de interesse ecológico focada na realidade da região e que, por serem um bem natural, devem ser preservadas para as futuras gerações.

“Nossa pesquisa foi aceita em uma revista da Suíça, o artigo escrito pela equipe fala sobre a interação entre as espécies de árvore gigantes com o ecossistema da região amazônica. As árvores estão localizadas em vários pontos do Estado, em áreas bastante montanhosas”, 

afirmou o cientista.

Essas gigantes têm a função de acumular carbono, já algumas partes mais específicas, como os galhos e o tronco, servem como abrigo para diversas espécies de animais. E a previsão é de que uma nova expedição, ainda neste ano, seja realizada para a catalogação de mais itens da espécie.

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