“Trabalho inédito”: pesquisadores realizam expedição na Reserva Iratapuru no Amapá

Rafaela Fersozza coordena equipe do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e de Nova Iorque que vai em busca de novas espécies da biodiversidade amapaense.

Foto: Márcia do Carmo/GEA

Em parceria com o Governo do Amapá, pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e do Botanical de Nova Iorque (EUA) estão no Estado para participar da 4ª expedição de campo do ‘Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade – Programa Monitora’, que vai coletar amostras de novas espécies para a criação do primeiro banco de dados da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Iratapuru, no Vale do Jari, na região Sul.

A expedição também vai capacitar a equipe local na área de pesquisa. A equipe iniciou o deslocamento no dia 8 de outubro. A coordenadora da equipe de pesquisadores, Rafaela Fersozza, explica que a partir da coleta de plantas, será elaborada uma lista de espécies para criar o banco de dados da reserva.

Durante o trabalho de campo, que será realizado até o dia 26 de outubro, os pesquisadores farão a marcação das árvores que serão monitoradas e, a cada cinco anos, elas serão “remedidas”. Esse acompanhamento vai revelar se ocorreu incorporação de carbono e se há mortalidade de plantas acima do esperado. É um diagnóstico de saúde da floresta com informações detalhadas e precisas.

Foto: Márcia do Carmo/GEA

Para o pesquisador do Botanical de Nova Iorque, Flávio Obermuller, a expedição é muito valiosa para a troca de experiências e conhecimento. Além de ser um verdadeiro inventário da biodiversidade do Sul do Amapá.

Os pesquisadores irão demarcar áreas previamente selecionadas, onde serão coletadas amostras e folhas para análises posteriores em laboratórios. O trabalho de campo também vai utilizar sistemas de GPS para o georeferenciamento, garantindo precisão da localização. Os resultados irão compor o banco de dados do Programa Nacional, além de gerar publicações para a comunidade científica e acadêmica.

“As ações do programa de monitoramento da biodiversidade na RDS do Rio Iratapuru é uma ferramenta muito importante para a gestão dessa Unidade de Conservação, onde tornará possível criar estratégias para atenuar as pressões sobre essa área e, inclusive, ajudar a entender como as mudanças climáticas afetarão as nossas florestas”, explica o coordenador de Gestão de Unidades de Conservação e Biodiversidade, Euryandro Costa. 

Programa Monitora

O Programa Nacional Monitora, é vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Dividido em três subprogramas – terrestre, aquático continental e marinho e costeiro – ele é executado dentro das Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) e atua através de expedições de campo, contribuindo para a proteção dos ecossistemas florestais e para o avanço do conhecimento científico sobre as plantas lenhosas na região amazônica.

Foto: Márcia do Carmo/GEA

Reserva do Rio Iratapuru

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Iratapuru é uma unidade de conservação estadual localizada nos municípios de Laranjal do Jari, Mazagão e Pedra Branca do Amapari.

A expedição é uma ação do Governo do Estado, coordenada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) com o apoio do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Programa Arpa) que visa garantir informação de qualidade para a avaliação contínua da efetividade da Unidade de Conservação.

Desde 2020, o Programa vem sendo executado dentro da RDS do Rio Iratapuru com o monitoramento de aves cinegéticas, borboletas frugívoras e mamíferos de médio e grande porte.

*Com informações da Sema AP

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