O fruto, que representa a Amazônia no mundo inteiro, foi a matéria-prima utilizada por um grupo de estudantes do Instituto Federal do Amapá (Ifap).
Um fruto que representa a Amazônia no mundo inteiro, o açaí, foi a matéria-prima utilizada por um grupo de estudantes do Instituto Federal do Amapá (Ifap) que teve a ideia de transformar o caroço da fruta em um sabonete esfoliante.
A estudante Ana Luiza Vales, uma das integrantes da equipe, conta que a inspiração para criar o cosmético veio da vontade de desenvolver um produto sustentável que trouxesse benefícios ao meio-ambiente.
“A gente quis mostrar formas alternativas e economicamente viáveis de usar esse caroço que é descartado inadequadamente aqui no Amapá”,
explicou Ana Luiza Vales.
No sabonete tem também o óleo de andiroba. A Ana Luiza conta que o grupo buscou esse componente no município de Porto Grande, distante a 115 quilômetros de Macapá, em uma comunidade extrativista composta somente por mulheres.
Segundo a estudante, coletar o óleo foi também uma forma de valorizar os produtos genuínos do Amapá e as trabalhadoras. Ela lembra que essa foi uma das aventuras que o projeto proporcionou para a equipe.
“O óleo foi coletado na Floresta Nacional do Amapá, em Porto Grande por nossa equipe junto com as ‘Sementes do Araguari’, que é uma comunidade extrativista do Alto do Araguari composta somente por mulheres, e lá coletamos o material com elas. Depois que chegamos em Porto Grande, foram 4 horas de ‘voadeira’ até chegar na comunidade”,
relembra a estudante.
A professora que coordenou e orientou o projeto, Lídia Lely conta que o ‘Entre Dois Hemisférios’, é um projeto que desenvolve pesquisas no Ifap em relação aos resíduos gerais produzidos no estado e as alunas pensaram em ideias alternativas pra utilização do caroço surgindo o sabonete.
Ela lembra que, as meninas coletaram, limparam, tostaram e trituram o caroço de açaí e que, além do sabonete em si, criaram também a essência do cosmético. A intenção agora é registrar e comercializar o produto.
“Todo o trabalho está cadastrado no sistema do Ifap e a intenção é conseguir patentear tanto a essência quanto a formulação do sabonete e continuar com essas outras alternativas que a equipe está pensando futuramente”, disse a professora.
*Por Marcelle Corrêa, do g1 Amapá