Portal Amazônia responde: o que significa ESG?

A ESG fortaleceu as questões envolvendo meio ambiente, impactando decisões relacionadas a investimentos, inclusive na Amazônia.

Conferências internacionais e pactos globais são algumas ações que tem sido realizadas como forma de promover desenvolvimento sustentável e equilíbrio ecológico no mundo todo. Recentemente, as principais governanças internacionais estiveram presentes na Conferência de Biodiversidade da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP.

E é por meio do pacto global proposto pela COP, que reúne entidades governamentais internacionais, que se desenvolveu um plano de ação nomeado ‘Agenda de 2030’, com Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Dentro do ODS existem os critérios Environmental, Social and Governance (ESG), que tratam sobre o ‘ambiental, social e governança’. O termo tem sido amplamente usado em diversos âmbitos. Mas afinal, o que é ESG e qual sua relação com a Amazônia? 

Portal Amazônia conversou com a comunicóloga Vania Beatriz, especialista em desenvolvimento sustentável da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para entender o que significa.
Foto: Reprodução/ Fafiltec

A ESG está vinculada ao princípio da Governança que integra a valorização da transparência e código de ética na gestão das empresas. Uma pesquisa divulgada pela Serasa Experian revelou que cerca de 99% dos produtores brasileiros adotam práticas de ESG, tornando-se aliados no agronegócio também.  

Como forma de monitoramento, todas as ações das empresas brasileiras são divulgadas por meio da plataforma NetZero, que pertence ao Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

“Desde 1997, o CEBDS alavanca o desenvolvimento sustentável no setor empresarial, promovendo a transição para uma economia verde e mais justa. Participando de um sistema que garante a idoneidade de toda cadeia produtiva. Por exemplo, a ação de uma líder do comércio de joias no Brasil, que aposta no rastreamento de 100% de seus fornecedores a fim de garantir que nenhuma matéria-prima que entra na produção de suas joias seja oriunda do garimpo ilegal”, explicou a especialista. 

Na prática 

Dentro do cotidiano das governanças corporativas, a ESG transformou o foco das empresas que antes era voltado apenas aos resultados econômicos. A ESG, segundo Vania, fortaleceu as questões que envolvem meio ambiente, impactando decisões relacionadas a investimentos.

“O significado por trás dessas palavras é uma aliança do mundo empresarial para adotarem indicadores que fortaleçam seus negócios, gerando impacto e resultados conscientes. Na prática se trata de um movimento empresarial de âmbito mundial, movido pelo propósito de desenvolver negócios regenerativos, inclusivos e resilientes”,

esclareceu a especialista da Embrapa.

Foto: Reprodução/Site oficial COP

Agenda ESG 

Estabelecida por meio das conferências internacionais, a Agenda ESG faz parte da ‘Agenda de 2030’ idealizada pela ONU com objetivo de promover o desenvolvimento sustentável de negócios regenerativos, inclusivos e resilientes.

“A Agenda ESG integra pautas e políticas socioambientais e de governança de forma estruturada e consistente, temas cada vez mais importantes para as decisões de investimentos, gestão de negócios, com foco em pessoas, cuidado com o planeta, geração de riquezas e crescimento econômico e estabelecendo parcerias, sem renunciar ao retorno financeiro”, explicou Vania.

A ESG também tem reduzido os impactos socioambientais negativos gerados pelas empresas, criando a cultura de regeneração gerando impactos que afetam positivamente o meio ambiente. As ações previstas na agenda combatem às Mudanças Climáticas e a descarbonização.

“A Empresa criou a Rede ODS Embrapa de âmbito nacional, envolvendo representantes de todas as suas Unidades Descentralizadas, que conduzem as ações gerenciais voltadas para a comunicação e internalização dos ODS, a partir das informações que já fazem parte do seu portfólio de pesquisa, em busca de soluções tecnológicas para o setor agropecuário florestal. Desta forma, contribui para a adoção de práticas ESG para a redução das emissões de gases de efeito estufa, transição para uma economia de baixo carbono, dentre outras alternativas para a minimização dos impactos ambientais”, informa a comunicóloga.

A Embrapa também divulgou um e-book que apresenta as contribuições das empresas nas metas da ODS. 

E a Amazônia?

Todos os objetivos também se refletem na Amazônia. A floresta e seus recursos são preocupações que abrangem todas as metas ODS. Para Vania, na Amazônia, o ESG está mais presente em empreendimentos empresariais que não são tão convencionais, como as empresas que trabalham com produtos da agricultura familiar ou da atividade extrativista. 

“Na Amazônia temos vários exemplos, como a fábrica Miragina, no Acre, processadora de castanha e subprodutos (biscoitos, azeite etc). No Pará e Amapá se destacam empresas processadoras de açaí, a exemplo da Amazonbai, no Amapá, cujo produto não é só açaí de qualidade, que atende a população local e segue para a exportação, mas também em suas capacitações de lideranças comunitárias, inclui as mulheres e temas como ‘Gênero e Sustentabilidade’. Em Rondônia podemos mencionar a Indicação Geográfica (IG) ‘Matas de Rondônia’, de café canephora robusta, que engloba um coletivo de produtores de café em 15 municípios de Rondônia, que se caracteriza como uma boa prática ESG”, elucidou a especialista.

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